O
caso dos 6,86 milhões de testes para o diagnóstico da COVID-19 comprados pelo
Ministério da Saúde que perderão a validade entre dezembro deste ano e janeiro
de 2021, estocados num armazém do governo federal em Guarulhos e não
distribuídos para a rede pública, é exemplar da falta de planejamento e
desorganização da política de saúde pública, situação que agrava ainda mais a
pandemia no país.
Comprados
por gestões anteriores do atual ministro Eduardo Pazzuelo, os testes
armazenados representam mais do que os já aplicados pelo Sistema Único de Saúde
(SUS) nos seis meses anteriores. Uma explicação para essa desídia pode ser a
opinião do próprio ministro, um General da ativa que foi indicado para o
ministério da Saúde por ser um especialista em logística, que considera que a
testagem massiva não é a melhor maneira de atuar contra a pandemia.
Outra,
a disputa entre presidente Bolsonaro e os governadores estaduais. O próprio
presidente disse ontem que a culpa é dos governos, que sua
responsabilidade é comprar os testes, caberia aos governos estaduais os
requisitar. Uma postura passiva que não leva em conta a necessidade da
testagem, mas apenas a burocracia estatal. Os governos estaduais dizem que os
testes, quando solicitados, chegam incompletos e o ministerio da Saúde não tem
condições de solucionar.