De todas as estruturas que Jair Bolsonaro implodiu no Brasil nesses dois anos e três meses, talvez a mais relevante, dado o momento dramático que o país atravessa, seja o Plano Nacional de Imunização (PNI).
A
lista é extensa, e a competição, acirrada. Liquidar o Censo, avacalhar o Enem,
asfixiar a Cultura, estigmatizar as universidades, propiciar sucessivos
recordes de desmatamento é um legado de destruição sem precedentes, pelo qual
gerações de brasileiros pagarão com pobreza, manutenção das desigualdades,
atraso educacional e cívico e exclusão do bonde global do século 21.
Mas
a desmoralização do PNI, um edifício construído ao longo de quase 50 anos, é
diretamente responsável pelo recorde de mortes na atual pandemia, o que a torna
ainda mais criminosa.
Paradoxalmente,
o PNI é obra do governo Geisel. Se Bolsonaro tivesse a mínima ideia da História
do Brasil, e não cultuasse a ditadura militar apenas por ser um autoritário, fã
de tortura e supressão de liberdades, usaria esse fato para promover o PNI
neste momento e para louvar o trabalho dos militares em criar os pilares do
SUS.
Mas ele não sabe nada de nada. E, além disso, pratica desinformação com o mesmo fervor com que se dedica a escangalhar tudo o que seus antecessores fizeram.