Marcio Lacerda lança programa de governo e ressalta já haver linhas de financiamento
acordadas ou em negociação para custear todas as obras
Daniel Camargos
O programa de governo do prefeito Marcio Lacerda (PSB), candidato à
reeleição, prevê investimentos de R$ 6 bilhões em Belo Horizonte nos próximos
quatro anos. "Naturalmente a área que mais precisa de investimento é a
questão da mobilidade", garante o prefeito. De acordo com Lacerda, a maior
parte do dinheiro para financiar as obras já tem linhas de financiamentos
acordadas. "Está faltando uma parcela relativamente pequena em relação a
esse valor", afirma Lacerda.
Do total programado, um terço seria de recursos da própria prefeitura e a
maior parte de parcerias com os governos federal e estadual. Os detalhes, segundo
o prefeito, ainda dependem da aprovação do orçamento do ano que vem pela Câmara
Municipal, que será enviado ao Legislativo até o fim do mês, e do Plano
Plurianual de Ações Governamentais (PPAG) 2014-2017, que será enviado no
próximo ano.
O programa, apresentado na tarde de ontem com a presença de cerca de 500
apoiadores da campanha, é dividido em 12 capítulos, que correspondem às áreas
de resultado determinadas em 2009. São elas: cidade saudável, educação, cidade
com mobilidade, cidade segura, prosperidade, modernidade, cidade com todas as
vilas vivas, cidade compartilhada, cidade sustentável, cidade de todos, cultura
e integração metropolitana.
"Tivemos centenas de ações cumpridas, mas, naturalmente, nem tudo foi
possível entregar", avaliou o prefeito, que pondera, contudo, que apenas
"uma parcela pequena" não tenha sido cumprida. Três princípios
norteiam o programa dele: trabalhar com e para as pessoas, trabalhar com
planejamento e visão de longo prazo e trabalhar com parcerias.
Longo prazo O documento possui mais de 200 páginas e mais de 500 propostas,
com centenas de programas e ações setoriais. Além das ações previstas para
serem realizadas de 2013 a 2016, cada capítulo apresenta os indicadores e metas
para 2030 em cada área de atuação, as realizações e entregas da atual
administração e os principais problemas e desafios estruturais de médio prazo
que precisam ser enfrentados para que as metas de longo prazo sejam alcançadas.
"É preciso ter uma visão do todo, com o desenvolvimento econômico,
social e ambiental em um processo integrado. Nosso programa tem um diagnóstico
amarrado com a visão de longo prazo: diz o que nós fizemos até agora, o que
está em andamento e o que pretendemos fazer nos próximos quatro anos",
defendeu o prefeito. "É um esforço muito grande. Temos quase tudo
contratado ou em negociação", explicou.
A coordenadora-executiva do programa de governo foi Beatriz Goés – que
cumpriu a mesma função em 2008 –, e a equipe contou com o sociólogo Cláudio
Beato, a pedagoga Márcia Alves e o engenheiro civil e sanitarista José Roberto
Champs. De acordo com Beatriz, a elaboração do plano envolveu mais de 200
pessoas e todas as propostas apresentadas ou sugeridas pela sociedade foram
analisadas. Ela destacou que muitas contribuições e sugestões partiram de
entidades de classe ou de setores organizados da sociedade.
O que prevê cada uma das 12 áreas
1 – Cidade saudável
São 33 propostas, com a implantação do Disque Saúde da Criança e a ampliação
das ações de prevenção, tratamento e reinserção social para usuários de drogas.
2 – Educação
Implantação do ensino de música, o fortalecimento do atendimento educacional
dos alunos com deficiência, a criação do Plano Municipal de Educação e a
triplicação do número de vagas em tempo integral para crianças de 0 a 3 anos.
3 – Cidade com mobilidade
Prevê a expansão do metrô, a conclusão e ampliação do BRT, a implantação de 10
estacionamentos subterrâneos, a ampliação das linhas de ônibus em vilas e
aglomerados, entre outras ações.
4 – Cidade segura
São 21 propostas para gestão da segurança, programas de ação comunitária,
programas de intervenção familiar, programas escolares de prevenção e espaço
urbano seguro.
5 – Prosperidade
São 56 proposta voltadas para a política de desenvolvimento econômico, ações de
desburocratização, turismo, qualificação, trabalho e renda. As propostas vão
estimular também o crescimento sustentável de empresas de pequeno porte.
6 – Modernidade
As propostas são voltadas para a cidade digital, atendimento ao cidadão e
valorização do servidor municipal. A meta é avançar na oferta de acesso da
população à rede sem fio, criar o Programa Fiscal da Cidade e implantar a Base
Única do Cidadão.
7 – Cidade com todas as vilas vivas O capítulo possui 22 itens que envolvem
o programa Vila Viva, construções de novas moradias, atendimento social às
famílias, áreas de risco, regularização e legislação urbanística.
8 – Cidade compartilhada
Soma 11 itens com propostas para o Orçamento Participativo, a gestão
compartilhada e a promoção da cidadania, inclusive de crianças e adolescentes
nas escolas municipais.
9 – Cidade sustentável
São 66 itens que envolvem ações voltados para resíduos sólidos, conservação da
biodiversidade, valorização das águas urbanas, prevenção de inundações, gestão
e planejamento ambiental, regulação e planejamento urbano, manutenção da
cidade, mudanças climáticas e mobilidade, educação ambiental, compras
sustentáveis e defesa dos animais.
10 – Cidade de todos
São 107 propostas voltadas para a juventude; mulher; lésbicas, gays,
bissexuais, transexuais e travestis (LGBT); igualdade social; pessoas com
deficiência; segurança alimentar; idoso; crianças e adolescentes; erradicação
da miséria; política sobre drogas; população em situação de rua; esporte e
lazer.
11 – Cultura
Divide a identidade cultural belo-horizontina em quatro eixos: som e movimento,
harmonia e beleza plástica, letras e memória viva, e ações culturais
transversais.
12 – Integração metropolitana
Com 11 itens, prevê ações voltadas para o fortalecimento das instâncias de
integração, fundamentais para viabilizar a gestão das regiões metropolitanas e
construir soluções eficientes para problemas comuns.
FONTE: ESTADO DE MINAS