No Brasil, as distintas realidades regionais e municipais,
desafiam a construção de novas formas de pensar e fazer política no município,
refletindo nas diversas formas de organização das comunidades e no próprio
exercício da cidadania, a partir de uma rica diversidade cultural, histórica e
social.
As eleições municipais que irão acontecer em 2024 colocam em
disputa as concepções de governar e de se relacionar de cada um de nós com o
lugar em que vivemos, desafiando novas formas e meios de fazer política, diante
da nossa difícil realidade econômica, social e ambiental.
Os resultados das últimas eleições municipais de 2020 registraram
um nível de abstenção recorde de 23%, segundo o Tribunal Superior Eleitoral,
refletindo no nível de satisfação do eleitorado de apenas 41%, junto ao nível
de insatisfação que foi de 31% da população.
Ao mesmo tempo, constatou-se, nas eleições municipais de 2020, um
maior protagonismo dos movimentos sociais em defesa de uma efetiva participação
política das mulheres, afrodescendentes, indígenas, LGBT+s, discutindo as
questões específicas e em geral da sociedade, renovando as Câmaras Municipais e
Prefeituras dos médios e grandes municípios, trazendo novas lideranças,
representando a voz rouca dos excluídos da sociedade para o exercício do poder
municipal. Ainda há que se destacar a eleição de lideranças religiosas,
particularmente evangélicas, o que já vem ocorrendo no Brasil, há vários anos.