Revista Veja
Lula trouxe o Brasil de volta ao mundo, mas só discurso não basta
Na recente reunião do G20, o presidente Lula apresentou
três eixos para o mundo: desenvolvimento sustentável, reforma das instituições
de governança global e inclusão social com combate à desigualdade. Na semana
seguinte, na ONU, reafirmou a necessidade desse esforço internacional. Graças à
sua história pessoal, às características do Brasil e ao vazio de outras
lideranças, nesses nove meses de governo Lula se afirmou como o líder mundial
na luta contra a desigualdade social. Essa liderança será consolidada quando,
além do discurso, ele mostrar que é capaz de conduzir o país na direção do que
defende para o planeta.
Mas, quando ouvem o discurso contra a desigualdade, os demais presidentes olham para Lula sabendo que somos campeões em concentração de renda, nosso IDH está na 87ª posição, que esse quadro social não mudou ao longo das últimas décadas. Têm conhecimento de que a última edição do Estudo Internacional de Progresso em Leitura (Pirls) mostra os alunos brasileiros no 4º ano com média equiparada à pior pontuação entre todos os países. Sabem que essa péssima média esconde a tragédia da desigualdade conforme a classe social da criança. Eles são informados de que sucessivos governos das últimas décadas não tentaram corrigir essa realidade; e, por experiência histórica em seus países, sabem que a educação de base com qualidade para todos é o caminho para superar a pobreza e a desigualdade.