Sequestro de ônibus expõe dilemas da segurança pública
O Globo
Polícia fez trabalho exemplar, mas atirador
deveria estar preso por não usar tornozeleira eletrônica
Graças à atuação exemplar da polícia, o
sequestro de um ônibus na Rodoviária do Rio na terça-feira, apesar de ter
deixado uma vítima em estado grave, não se tornou uma tragédia de proporções
maiores. No veículo, com destino a Juiz de Fora, 16 passageiros — entre eles
crianças e idosos — foram mantidos reféns durante três horas por um passageiro
de 29 anos que, antes de embarcar, atirou noutro passageiro ao confundi-lo com
um policial. O atirador é um criminoso condenado que, segundo a polícia, fugia
do Comando Vermelho, principal facção do crime organizado no Rio. A vítima foi
atingida no coração, no pulmão e no baço e, infelizmente, continuava internada
nesta quarta-feira. Apenas mais um passageiro foi ferido por estilhaços.
Do início ao fim, a ação da polícia seguiu todos os protocolos recomendados. A rodoviária, por onde circulam 30 mil passageiros diariamente, foi desocupada após a chegada dos agentes, e o trânsito interrompido no entorno. Policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), a tropa de elite da PM, e de outros quartéis cercaram o terminal. Atiradores ficaram a postos em pontos estratégicos, mas não precisaram disparar.