terça-feira, 31 de dezembro de 2013

OPINIÃO DI DIA – Luiz Sérgio Henriques

Para onde quer que olhemos neste 2013, como dissemos, os sinais são às vezes iluminadores e às vezes, não. Por exemplo, perdemos Nelson Mandela, mas para reconstruir a esquerda a não violência é agora, e para sempre, valor estratégico. Como estratégico é compreender a política cada vez menos como coerção e cada vez mais como persuasão e convencimento mútuo. Sem abrir mão da intocável laicidade do Estado, patrimônio comum duramente conquistado, impossível ignorar, do ponto de vista da esquerda democrática, a bem-vinda presença de valores religiosos, revigorados por um pontífice que sob tantos aspectos traz à lembrança o afeto, a sabedoria e as luzes de João XXIII e seu Concílio Vaticano II - referência de diálogo entre as religiões, bem como entre religiosos e não religiosos.

Seria mesquinho reivindicar para um só lado do espectro político - qualquer que seja - o monopólio do terreno de encontro e diálogo. Ao contrário, a conquista maior consistiria em trazer para esse terreno a maior parte das forças políticas, sociais, intelectuais, sem apagar os bons motivos de diferença e divergência. Com isso aumentaríamos exponencialmente as chances de vencer os desafios da "emergência antropológica" à nossa frente. Mero desejo de um feliz 2014?"

Luiz Sérgio Henriques. “Duas ou três coisas sobre 2013”. O Estado de S. Paulo, 30 de dezembro de 2013.

BNDES aprova R$ 1,5 bi para concessionária de Viracopos

Valor da participação do banco equivale a 62% do investimento total da empresa

RIO - O BNDES aprovou nesta segunda-feira o financiamento de longo prazo de R$ 1,5 bilhão para a Aeroportos Brasil Viracopos, concessionária do aeroporto internacional instalado em Campinas (SP). O valor da participação do banco equivale a 62,6% do investimento total. Em dezembro de 2012, o banco de fomento já havia aprovado um empréstimo-ponte de R$ 1,2 bilhão para a empresa.

A Aeroportos Brasil Viracopos é uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), que tem como sócios a Infraero, com 49%, e a Aeroportos Brasil S/A, com 51%. A Aeroportos Brasil é controlada pela UTC Participações, pela Triunfo Participações e Investimentos S.A. e pela empresa aeroportuária internacional Egis Airport Operation, que opera outros 13 aeroportos no mundo.

A empresa também emitirá debêntures no valor de R$ 300 milhões, que não poderão ser convertidos em ações. A concessionária deverá usar os recursos na ampliação e na modernização do aeroporto.

As obras incluem a construção de um novo terminal - com capacidade para atender, inicialmente, 14 milhões de passageiros, podendo chegar a até 22 milhões. O terminal atual atende a 9 milhões de passageiros por ano.

Fonte: O Globo

Sindicato recorre à Justiça contra demissões na GM

SÃO PAULO - O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP) recorrerá à Justiça do Trabalho para tentar reverter as demissões na GM. Os cerca de 400 desligados trabalhavam na montagem do Chevrolet Classic, que agora é feito na Argentina.

De acordo com o secretário-geral da instituição, Luiz Carlos Prates, as dispensas contrariam o acordo firmado entre a Anfavea (associação das montadoras) e o governo federal, que garantiu o repasse gradual do IPI.

Já o Ministério do Trabalho informou que não havia acordo formal com a GM para manter empregos em troca da redução de impostos.

O ministério deve se reunir em janeiro com a Anfavea para tratar das demissões no setor. A reportagem tentou contato com a montadora e com a Anfavea, mas não obteve retorno.

O sindicato de São José dos Campos acreditava que a montadora produziria um novo carro popular na cidade. Em 2014, a GM deverá investir R$ 2,5 bilhões em uma fábrica na América do Sul.

Folha de S. Paulo

Metalúrgicos de São José querem reunião com Dilma para reverter demissões na GM

Estima-se que cerca de 450 trabalhadores sejam dispensados

De acordo com montadora, decisão está acordada há 18 meses

Roberta Scrivano, Ronaldo D’Ercole

SÃO PAULO — Diante da decisão da GM de levar adiante a demissão dos funcionários remanescentes da linha de produção do Classic, que será desativada nesta terça-feira, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, enviou carta à presidente Dilma Rousseff pedindo sua intervenção para reverter as dispensas.

De acordo com Antonio Ferreira, o Macapá, presidente do Sindicato, em reunião com o governo semana passada, as montadoras comprometeram-se a manter os empregos em troca da volta gradual das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), rebaixadas no início do ano para estimular as vendas do setor. Por isso, pedem que a presidente Dilma force a GM a rever as demissões.

— O governo não pode colaborar com essa situação e deve evitar que isso ocorro — reivindicou Macapá.

A GM alega que as dispensas já estavam previstas há mais de um ano, quando a empresa decidiu encerrar a produção do Classic em São José. Ao todo, eram 1.500 os trabalhadores dessa linha (a MVA). Mas ao longo do ano muitos deles aderiram aos vários plano de demissão voluntária (PDV) abertos pela empresa, e agora restariam 450, que estariam sendo comunicados da demissão por cartas enquanto estão no período de férias coletivas. Macapá, do Sindicato, diz que a empresa estaria dispensando gente de outras áreas também. A GM nega.

Volks e Ford em Taubaté
O Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté informou que as dispensas nas fábricas da Volks e da Ford em Taubaté foram decorrentes de planos de demissões voluntárias (PDVs) negociados pelas empresas com os empregados, e não têm a ver com o descontinuação de algum modelo, como na GM. Na Ford, por exemplo, o PDV foi aberto em 3 de novembro e fechado no dia 14 daquele mesmo mês. Houve 244 adesões ao programa, boa parte deles trabalhadores já aposentados, dos quais 112 já foram desligados, Os demais serão dispensados em 10 de março, quando será encerrada a produção dos motores Rocan (modelo que siará de linha por ser obsoleto ) naquela unidade.

— A informação de que a Ford está demitindo pessoal aqui não procede — disse Luiz Silvestre, diretor do Sindicato de Taubaté.

Na Volks a situação é parecida. A montadora informa que o PDV aberto este ano foi negociado no Acordo Coletivo firmado com o Sindicato em 2012, e que tem validade até 2016. “Trata-se de uma ação regular, decorrente da modernização de modelos e processos produtivos, já prevista no Acordo Coletivo”, disse a montadora em nota.

Fonte: O Globo

Empresas do Rio vão à Justiça por aumento das passagens de ônibus

Consórcios que atuam no município alegam quebra de contrato e pedem indenização de R$ 137,5 milhões

Tarifas estão congeladas em R$ 2,75 desde 1º de janeiro de 2012

Luiz Ernesto Magalhães, Maiá Menezes

RIO — Com as tarifas congeladas em R$ 2,75 desde 1º de janeiro de 2012, os empresários de ônibus do Rio decidiram endurecer o jogo com a prefeitura. Alegando quebra do contrato firmado em 2010 para a primeira concessão pública dos serviços, as mais de 40 empresas que integram os consórcios Internorte, Intersul, Santa Cruz e Transcarioca entraram na Justiça reivindicando indenização que, em valores atuais, já chegaria a R$ 137,5 milhões. Além disso, pedem que a prefeitura seja condenada a reajustar a passagem imediatamente, sob pena de multa diária de R$ 1 milhão. O montante exato da indenização — referente à diferença entre o valor que deveria ser cobrado e a tarifa em vigor — seria fixado no momento da sentença, de acordo com processo que tramita na 8ª Vara de Fazenda Pública.

Sem data para julgar
A ação ainda não tem data para ser julgada, porque o Tribunal de Justiça está em recesso. Mas a disputa ocorre em meio a uma nova polêmica sobre o valor das passagens. Este mês, o prefeito Eduardo Paes chegou a anunciar que haveria reajuste de tarifa — sem, no entanto, citar valores —, mas voltou atrás por recomendação do Tribunal de Contas do Município (TCM). O órgão sugeriu a suspensão do reajuste até o fim dos trabalhos da comissão criada em agosto deste ano para investigar a chamada caixa-preta das empresas de ônibus.

Procurado, Paes preferiu não comentar a ação, alegando que o município ainda não foi notificado.
Em dezembro de 2012, a prefeitura anunciou um reajuste das tarifas de R$ 2,75 para R$ 2,90, a partir de janeiro de 2013, com base no contrato de concessão. Mas o aumento foi suspenso a pedido da União. Em maio deste ano, Paes determinou que a passagem subiria para R$ 2,95 a partir do dia 1º de junho — com base nos custos acumulados ao longo de 18 meses —, mas o aumento foi revogado em meio às manifestações de rua que tomaram conta do país.

No processo, os advogados das empresas argumentam que a prefeitura chegou a reconhecer o direito dos consórcios aos reajustes por decretos publicados no Diário Oficial em 18 de dezembro de 2012 e 28 de maio de 2013.

“Não é preciso muito esforço para demonstrar a gravidade da situação tratada nesta demanda e a ilegalidade que ela representa. Tanto o edital quanto os contratos de concessão previram, de forma expressa, que o reajuste do valor da tarifa seria feito anualmente, a partir de uma planilha”, informa um trecho da ação.

Os advogados reconhecem ainda que a suspensão dos reajustes ocorreu em momentos políticos delicados, mas acrescentam que existe um contrato em vigor e que ele precisa ser respeitado sob o risco de os serviços prestados piorarem. Eles citam ainda uma entrevista que o prefeito Eduardo Paes concedeu em 2 de setembro ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, admitindo que houve “quebra contratual”, com a suspensão dos reajustes.

Em entrevista ao GLOBO, o empresário Jacob Barata Filho disse ter feito, em agosto, um requerimento à Secretaria municipal de Transportes pedindo o cumprimento do contrato; ou seja, que o valor da passagem voltasse aos R$ 2,95 praticados antes da decisão do prefeito de reduzir a tarifa. Ele argumenta que a situação do setor piorou no começo do mês, quando as empresas tiveram de pagar o 13º dos funcionários.

— Não houve resposta formal da prefeitura. Mas que fique claro: não há intuito de briga. Isso não é uma guerra. É um posicionamento. Tem que cumprir o contrato. Cada um tem que cumprir a sua parte.

Barata se diz surpreso
O empresário, que fala em nome dos consórcios, sustenta ainda que a prefeitura agiu politicamente, especialmente depois da “pressão política das ruas”, sem se ater a critérios técnicos, ao reduzir a tarifa. Barata disse também ter ficado surpreso com a decisão do prefeito de suspender o aumento da passagem, previsto para janeiro deste ano.

— Foi um baque. Mas a ação não tem nada a ver com isso. Não tínhamos ideia. Não contávamos com isso (que ele voltaria atrás). Mas temos certeza de que, diante de todos os argumentos, o TCM vai voltar atrás.

De acordo com o empresário, o cálculo para chegar aos R$ 137,5 milhões foi simples: R$ 0,20 multiplicado pelo número de passageiros que usam o sistema. Segundo ele, a consultoria Ernst &Young continua auditando os valores das tarifas, para dar respaldo técnico ao valor que pleiteiam.

Fonte: O Globo

Analistas esperam ano novo com mais inflação

Relatório Focus, que reúne a opinião de cerca de cem economistas, revisa para cima as previsões de inflação, tanto para 2013 quanto para 2014

Eduardo Cucolo

BRASÍLIA - Apesar de o Banco Central avisar que está "de olho" na inflação, os analistas consultados pela autoridade monetária voltaram a rever - para cima - as projeções para o IPCA, o índice oficial de preços ao consumidor.

No relatório de mercado Focus, divulgado ontem pela autoridade monetária, a previsão de inflação para 2014 subiu, pela terceira semana seguida. Passou de 5,97% para 5,98%. Há quatro semanas, estava em 5,92%. O Focus reúne projeções de cerca de cem economistas.

Para 2013, a previsão subiu de 5,72% para 5,73% na última semana, mas está abaixo dos 5,81% estimados há um mês.

Acima do previsto. Se confirmadas a expectativa do mercado, o custo de vida no ano que se inicia ficará acima dos 5,6% esperados pelo BC. No último dia 20, ao fazer suas previsões junto com o Relatório Trimestral de Inflação, o diretor de Política Econômica da instituição, Carlos Hamilton Araújo, disse que o Comitê de Política Monetária (Copom) ficará "de olho no combate à inflação" e que o quadro inflacionário pode mudar para melhor. A afirmação foi interpretada como sinal de que o BC elevará a taxa básica de juros (Selic) em janeiro.

Nesse ponto não houve mudança nas previsões. Os analistas esperam uma alta da Selic, de 10% para 10,25% ao ano na reunião do Copom marcada pa; ra 14 e 15 de janeiro. Os juros ainda subiriam em fevereiro pa; ra 10,50% ao ano e ficariam nesse nível até o fim de 2014.

Os dois aumentos de 0,25 ponto porcentual representariam uma desaceleração no ritmo de alta dos juros, que foi de 0,50 ponto porcentual nas reuniões de maio a novembro. Entre os Top 5 (analistas que mais acertam previsões), a expectativa, nas últimas sete semanas, é que a Selic feche 2014 em 11%.

Crescimento. Também não houve mudança em relação às previsões para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Elas permaneceram em 2,3% para este ano e em 2% para o próximo.

A projeção de alta no setor industrial em 2013 foi revisada de 1,60% para 1,59%. Em 2014, economistas preveem avanço industrial de 2,23%, mesmo porcentual da pesquisa anterior.

No que se refere ao dólar, os analistas continuam prevendo que a cotação chegará a R$ 2,45 no fim de 2014. Ontem, o BC fez o último leilão do ano de swaps cambiais. A instituição já informou que continuará fazendo intervenções diárias com esse instrumento, mas em valores menores do que os ofertados no segundo semestre de 2013. Será colocado no mercado US$ 1 bilhão por semana, em vez dos atuais US$ 2 bilhões.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Economistas apontam falta de autocrítica no discurso de Dilma

Avaliação é que retração nos investimentos se deve à imprevisibilidade

Clarice Spitz

RIO — Economistas viram o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff com ceticismo e pouco efeito prático sobre a retomada do investimento. As críticas giraram em torno da fala de Dilma sobre a razão para a falta de confiança de empresários, atribuída pela presidente a uma “guerra psicológica”.

Para o economista Alexandre Schwartsman, ex-diretor do Banco Central (BC), o governo mostra resistência em perceber que é o causador da falta de confiança por empresários, fruto, segundo ele, da piora do desempenho fiscal, da manutenção da inflação em patamar alto e das frequentes mudanças de regras.

— Se há uma guerra psicológica, foi o governo quem a começou — diz Schwartsman.
O economista e professor da UFRJ Luiz Carlos Prado adota um tom mais moderado, mas também enxerga problemas:

— Existe um debate em relação às estratégias econômicas do governo, que deve se acirrar em 2014, que é um ano eleitoral. A gestão da economia do governo nos últimos dois anos teve problemas, como ocorreu na ênfase dada ao consumo e que foi criticada por pessoas de diversos vieses econômicos.

Segundo o diretor de pesquisa econômica para América Latina do banco americano Goldman Sachs, Alberto Ramos, a maior crítica dos agentes econômicos se dá em relação ao modelo econômico adotado ao governo e a uma tolerância grande com a inflação.

— Com crescimento baixo, inflação alta, câmbio desalinhado e ativismos cambial e fiscal, esse é um quadro que não inspira a confiança do empresário. De onde vem esse negativismo? Dessa realidade. A economia brasileira perdeu competitividade externa e os custos trabalhistas aumentaram. É preciso credibilidade. É preciso um ajuste da política macroeconômica. Um discurso demasiadamente otimista não ajuda a destravar os investimentos. O que ajuda é mostrar isso de maneira crível — afirma.

A falta de autocrítica também mereceu críticas do professor da UFRJ Reinaldo Gonçalves:

— Quando (Dilma) diz que o problema é dos outros e não assume a responsabilidade sobre a piora nas contas externas, as intervenções no câmbio, ela faz um discurso alegórico, que só piora a confiança.

O economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria, vê no discurso de Dilma um recado a economistas que projetam um crescimento baixo para a economia brasileira em 2014, em torno de 2%.

— Não é uma guerra psicológica, mas reação a um ambiente adverso. O que define o interesse da empresa é um horizonte de médio e longo prazo. Quanto maior a imprevisibilidade, maior a tendência de os empresários continuarem contraídos.

Fonte: O Globo

FHC crê que candidatura de Joaquim Barbosa seria “aventura”

Por Carmen Munari

SÃO PAULO - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) acredita que falta a Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), traquejo político para vir a atuar como presidente da República. Crê ainda que Barbosa não tem as características necessárias para conduzir o Brasil e chamou de “aventura” uma eventual candidatura do ministro.

“As pessoas descreem tanto nas instituições que buscam heróis salvadores... Ele [Barbosa] teria que ter um partido para começar, acho que ele é uma pessoa que tem sentido comum e duvido que vá fazer uma aventura desse tipo”, disse Fernando Henrique em entrevista ao programa Manhattan Connection, da Globonews, no domingo à noite.

Pesquisa Datafolha realizada no final de novembro indica Barbosa com 15% das intenções de voto para a Presidência em 2014. No mesmo cenário, a presidente Dilma Rousseff lidera com 44%, o senador Aécio Neves (PSDB) tem 14% e o governador Eduardo Campos (PSB) aparece com 9%.

“É difícil imaginar Barbosa na vida partidária, ele não tem o traquejo, o treinamento para isso, uma coisa é ter uma carreira de juiz, outra coisa é ter a capacidade de liderar um país. Talvez o Senado, a vice-presidência. Não creio que ele tenha as características necessárias para conduzir o Brasil de maneira a não provocar grandes crises. Confio no bom senso dele”, acrescentou.

Fernando Henrique comparou uma possível candidatura de Joaquim Barbosa, que se destacou no cenário político por liderar o julgamento do mensalão, com a do ex-presidente Fernando Collor, que não tinha direção partidária e acabou em processo de impeachment. “É um sinal da fraqueza institucional nossa”, reiterou.

Ele evitou, no entanto, apontar o melhor candidato de oposição, se Aécio Neves, de seu partido, ou Eduardo Campos. “Vamos ver na campanha quem vai se alçar a líder nacional, de estadista. Não sei ainda qual dos dois vai assumir esta posição. Eu torço para Aécio porque tenho mais ligações com ele. Quem assumir essa posição coerente, moderna, decente, não ligado a corrupção e que tenha capacidade de dizer coisa com coisa – esse tem chance de avançar”, disse.

Quanto a uma possível derrota da presidente Dilma, que lidera as preferências dos eleitores na reeleição, Fernando Henrique disse que em uma escala de zero a dez ela fica em cinco. A seu favor, segundo o ex-presidente, Dilma tem a vantagem de estar no cargo e ter presença contínua na mídia. Mas apontou um “certo mal estar na sociedade”, em que incluiu desde o trânsito até a violência e a inflação, “que criam um clima que pode permitir uma mudança”.

Fonte: Valor Econômico

Campos diz que deixará governo de PE em 4 de abril

Monica Bernardes

Apesar das recentes especulações de que poderia deixar o governo de Pernambuco já nos dois primeiros meses do ano para dedicar-se integralmente à disputa pela Presidência da República, o presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, afirmou, nesta segunda-feira, 30, durante evento realizado no interior do Estado, que "irá ficar no Governo até o prazo estabelecido pela Lei Eleitoral, que é 4 de abril".

O socialista, no entanto, manteve o mistério em torno da cabeça de chapa, que poderá ser dele ou da recém-filiada à legenda, a ex-senadora Marina Silva (PSB/AM). A declaração foi dada durante entrevista à Rádio Cultura de Palmares, localizada no município de mesmo nome, na Mata Sul pernambucana, onde o governador participou da entrega de 707 unidades residenciais.

"Até o tempo que a legislação determina, vou cuidar da minha tarefa, que é cuidar da segurança, da educação, da saúde, do saneamento, atraindo empresas para a geração de empregos. Esse é o meu dia-a-dia, que faço com grande ânimo e determinação. Depois disso, partiremos para uma nova fase do projeto nacional socialista", completou.

Campos minimizou eventuais dificuldades de alavancar a campanha em função do baixo índice de reconhecimento nacional ao seu nome. "Temos a clareza de que neste País de dimensões continentais, nós ainda temos um desconhecimento muito grande. Eu sou conhecido em Pernambuco, mas fora de Pernambuco nós só vamos vencer esse desconhecimento quando o debate da TV e do rádio for iniciado", assegurou. Uma pesquisa divulgada pelo Ibope, no último mês de outubro, apontou que o socialista ainda é desconhecido por quase metade do eleitorado nacional.

Usando frases de efeito, mantendo um estilo iniciado ainda em seu primeiro governo, em 2007, o presidenciável fez um balanço positivo de sua gestão à frente do executivo pernambucano e reforçou o otimismo em relação à disputa de 2014.

Diferentemente do senador tucano Aécio Neves, potencial candidato do PSDB na disputa presidencial, Campos não fez comentários sobre o pronunciamento oficial de final de ano feito, no último domingo, pela presidente Dilma Rousseff.

Nos próximos 15 dias o socialista deverá diminuir o ritmo político para acompanhar o nascimento de seu 5º filho com a esposa, a primeira dama Renata Campos. Miguel, cujo nome foi escolhido em homenagem ao avô de Campos, o ex-governador Miguel Arraes de Alencar, deverá nascer na primeira quinzena de janeiro.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Aécio afirma que Dilma faz 'autoelogio e campanha eleitoral' na TV

Provável candidato tucano ao Planalto, senador mineiro diz que presidente apresenta o Brasil como uma 'ilha da fantasia'

Débora Bergamasco

BRASÍLIA - O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), provável candidato ao Palácio do Planalto no ano que vem, acusou a presidente Dilma Rousseff de usar o pronunciamento de fim de ano em rede nacional, realizado ontem (29), para fazer "autoelogio e campanha eleitoral". "Sob o pretexto das festas de fim de ano, a presidente volta à TV para fazer autoelogio e campanha eleitoral. Lamentavelmente, a oposição não pode pedir direito de resposta", escreveu Aécio em sua página oficial no Facebook.

No texto, o senador da oposição chamou de "abusiva" a aparição em rede nacional da presidente - uma prerrogativa presidencial - para apresentar o que chamou de um País de "ilha da fantasia". "Nenhuma palavra sobre as famílias vítimas das chuvas e as obras prometidas e não realizadas. Nenhuma menção à situação das empresas públicas, à inflação acima do centro da meta, ao pífio crescimento da economia. Nenhuma menção à situação das estradas, à crise da segurança e à epidemia do crack que estraçalha vidas", criticou Aécio.

O senador mineiro citou dados sobre o analfabetismo e creches. "Enquanto isso, no Brasil real, os resultados dos testes internacionais demonstram o contrário: o analfabetismo parou de cair e, das 6 mil creches prometidas por ela em 2010, apenas 120 haviam sido entregues até outubro."

Segundo o tucano, o governo "acredita que a propaganda e o ilusionismo podem demonstrar força, enquanto, na verdade, só acentuam a sua fraqueza".

Fonte: O Estado de S. Paulo

Dilma faz autoelogio na TV sobre 'ilha da fantasia', diz Aécio

BRASÍLIA - O senador Aécio Neves (MG), pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, criticou nesta segunda-feira o pronunciamento de fim de ano da presidente Dilma Rousseff, em rede nacional de rádio e TV.

Para Aécio, Dilma omitiu problemas e fez "autoelogio". Segundo o senador, que também é presidente do PSDB, Dilma apresentou "uma ilha da fantasia" na TV.

"Sob o pretexto das festas de fim de ano, a presidente volta à TV para fazer autoelogio e campanha eleitoral. Apenas como exemplo, na ilha da fantasia a que a presidente nos levou mais uma vez, a qualidade do ensino tem melhorado e a criação de creches é comemorada", disse Aécio Neves, em nota à imprensa.

Para o tucano, os números do "Brasil real" são outros: "o analfabetismo parou de cair e, das 6 mil creches prometidas por ela em 2010, apenas 120 haviam sido entregues até outubro".

O senador disse, ainda, que a presidente foi omissa em relação aos problemas do país. "Nenhuma palavra sobre as famílias vítimas das chuvas e as obras prometidas e não realizadas. Nenhuma menção à situação das empresas públicas, à inflação acima do centro da meta, ao pífio crescimento da economia. Nenhuma menção à situação das estradas, à crise da segurança e à epidemia do crack que estraçalha vidas", disse Aécio.

O presidente do PSDB conclui a nota afirmando que Dilma aposta no "ilusionismo". "Essa nova e abusiva convocação de rede de rádio e televisão é mais uma demonstração da falta de limites de um governo que acredita que a propaganda e o ilusionismo podem demonstrar força, enquanto, na verdade, só acentuam a sua fraqueza", disse.

O líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), criticou o tom do pronunciamento de fim de ano da presidente Dilma Roussef. Para ele, Dilma "dourou a pílula".

"O Brasil passa por um momento de descrédito interno e externo enquanto a presidente Dilma Rousseff doura a pílula com um discurso para lá de ufanista de seus feitos nos últimos anos, omitindo dos brasileiros a verdade sobre a situação da economia, que se arrasta em seu governo com um crescimento pífio", afirmou Bueno.

Discurso 
No último pronunciamento em rede nacional do ano, a presidente Dilma Rousseff afirmou na noite do domingo que a área econômica de seu governo é vítima de "guerra psicológica" por parte de setores do empresariado, ainda que admita haver o que "retocar" e "corrigir" na economia.
A fala, de 12 minutos, ignorou o principal fato político do ano, as manifestações de rua de junho que derrubaram abruptamente a popularidade do governo. Citou superficialmente que "ouviu reclamos" da sociedade e que está "implantando pactos para acelerar o cumprimento de nossos compromissos".

Dilma enalteceu programas federais e pediu aos telespectadores que pensassem "no que aconteceu de positivo nos últimos anos na vida do Brasil".

Mas boa parte do discurso, o 17º do seu mandato, foi dedicada a promover uma visão otimista da economia, principal área a sofrer críticas em sua gestão.

Apesar de ter deixado claro que o pessimismo não pode contaminar a economia e que está atuando "nos gastos" e no combate inflacionário, Dilma ponderou que "não existe um sistema econômico perfeito" nem um "país com uma economia perfeita".

"Em toda economia haverá algo por fazer, algo a retocar, algo a corrigir", disse ela, que previu um 2014 melhor para o bolso dos brasileiros.

Citando "redução de impostos" e "diminuição da conta de luz", a presidente disse que tem recebido "duras críticas daqueles que não se preocupam com o bolso da população". "Se mergulharmos em pessimismo e ficarmos presos a disputas e interesses mesquinhos, teremos um país menor", afirmou, em outro momento.

Também sem citar o mensalão, cujos protagonistas da antiga cúpula do PT no governo Lula foram presos em 2013, Dilma afirmou que não abriu mão em apoiar o combate à corrupção.

Como de praxe neste tipo de balanço, Dilma listou o que considera sucesso em sua gestão, e que estará em sua propaganda na campanha à reeleição em 2014: Mais Médicos, Ciência sem Fronteiras, Pronatec (programa de formação profissional), Minha Casa, Minha Vida e o Brasil sem Miséria.

"Nos últimos anos somos um dos raros países do mundo em que o nível de vida da população não recuou ou se espatifou em meio a uma grave crise. Chegamos até aqui melhorando de vida, pouco a pouco, mas sempre de maneira firme e segura", disse.

O pronunciamento deste domingo foi o sétimo do ano e o 17º desde 2011. Ela já superou os números do antecessor, que fez 11 no primeiro mandato (2003-2006) e 10 no segundo (2007-2010).

Leia, abaixo, a íntegra da nota de Aécio.

Declaração do senador Aécio Neves sobre pronunciamento da presidente da República em cadeia de rádio e TV

Sob o pretexto das festas de fim de ano, a presidente volta à TV para fazer autoelogio e campanha eleitoral.

Lamentavelmente, a oposição não pode pedir direito de resposta.

Nenhuma palavra sobre as famílias vítimas das chuvas e as obras prometidas e não realizadas. Nenhuma menção à situação das empresas públicas, à inflação acima do centro da meta, ao pífio crescimento da economia. Nenhuma menção à situação das estradas, à crise da segurança e à epidemia do crack que estraçalha vidas.

Apenas como exemplo, na ilha da fantasia a que a presidente nos levou mais uma vez, a qualidade do ensino tem melhorado e a criação de creches é comemorada.

Enquanto isso, no Brasil real, os resultados dos testes internacionais demonstram o contrário: o analfabetismo parou de cair e, das 6 mil creches prometidas por ela em 2010, apenas 120 haviam sido entregues até outubro.

Essa nova e abusiva convocação de rede de rádio e televisão é mais uma demonstração da falta de limites de um governo que acredita que a propaganda e o ilusionismo podem demonstrar força, enquanto, na verdade, só acentuam a sua fraqueza.

Senador Aécio Neves

Fonte: Folha de S. Paulo

Oposição critica tom eleitoral de pronunciamento de Dilma

Para Aécio, presidente tentou criar ‘ilha da fantasia’ e deixou de fora problemas do país

Rubens Bueno (PPS) também criticou otimismo exagerado

BRASÍLIA - O senador e possível candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB-MG) criticou o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff em cadeia nacional. O opositor de Dilma considerou o uso da rede de rádio e TV pela presidente na noite de ontem como “autoelogio e campanha eleitoral”.

Aécio Neves destacou, em nota divulgada nesta segunda-feira, que a presidente usou o pronunciamento somente para apontar feitos do governo e deixou de fora assuntos do momento como as vítimas das chuvas.

“Na ilha da fantasia a que a presidente nos levou mais uma vez, a qualidade do ensino tem melhorado e a criação de creches é comemorada. Enquanto isso, no Brasil real, os resultados dos testes internacionais demonstram o contrário: o analfabetismo parou de cair e, das 6 mil creches prometidas por ela em 2010, apenas 120 haviam sido entregues até outubro”, afirmou o senador.

Para o senador, a convocação de rede de TV e rádio é abusiva e aponta a fraqueza do governo Dilma.

“Essa nova e abusiva convocação de rede de rádio e televisão é mais uma demonstração da falta de limites de um governo que acredita que a propaganda e o ilusionismo podem demonstrar força, enquanto, na verdade, só acentuam a sua fraqueza”, destacou, em nota.

O líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), também criticou o discurso de Dilma, que ele considera “exageradamente otimista”. Para Bueno, Dilma “dourou a pílula” e adotou tom ufanista ao não ser realista sobre a situação econômica do país.

Bueno também avalia que o discurso de Dilma sobre os programas sociais revela a falência das políticas públicas do PT nos últimos 10 anos. “Não há nada de novo além do conhecido tom eleitoreiro como a presidente trata os programas sociais desenvolvidos pelo Executivo”, disse, em nota.

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), pré-candidato do seu partido à Presidência da República, criticou o que considera “excesso” do uso dos meios de comunicação pela presidente Dilma Rousseff nas datas festivas, comparando-a aos presidentes da Ditadura Militar. Randolfe afirmou ainda que, em seu discurso, a presidente ignorou “o mais importante evento de 2013”, as manifestações populares que reivindicaram melhorias no transporte público, na saúde, na educação e o fim da corrupção.

- A legislação possibilita o uso da cadeia nacional de rádio e televisão para mensagens à nação, mas está havendo um excesso desmedido. Remonta ao período autoritário usar nas datas festivas, como Páscoa, Dia da Mulher, Natal e Ano Novo. Quem fazia esse uso era a Ditadura Militar. Ainda mais na véspera do pleito eleitoral, é um desequilíbrio enorme. E há uma lacuna enorme nesse pronunciamento: a presidente abstraiu o evento mais importante do ano, que foram as manifestações populares - afirma o senador.

No pronunciamento em cadeia nacional de TV, a presidente fez um balanço das ações do governo em 2013. Dilma afirmou que dificilmente vai existir em qualquer época um país com economia perfeita, porque sempre haverá algo por fazer. Ela rechaçou as críticas da atuação do governo na economia, e citou a influência de crises financeiras externas, que, segundo ela, não foram capazes de interromper o ciclo positivo que o país vive.

Na área da Saúde, Dilma lembrou do Mais Médicos e citou o programa como um dos destaques. E, sobre as manifestações que marcaram o ano, a presidente afirmou que o combate à corrupção será perseguido em seu governo. Para Dilma, nunca no Brasil se investigou e se puniu tanto o malfeito.

Fonte: O Globo

Lacerda pode disputar em MG e abrir palanque duplo para Aécio e Campos

Por Marcos de Moura e Souza

BELO HORIZONTE - O assunto voltou a ocupar conversas de políticos e analistas mineiros. Marcio Lacerda, do PSB, pode deixar o cargo de prefeito de Belo Horizonte para concorrer ao governo de Minas Gerais em 2014.

No partido essa é uma ideia defendida por muitas lideranças. Lacerda é hoje o nome do PSB com mais chances de vitória em Minas. E é também o que teria mais condições de puxar votos no segundo maior colégio eleitoral do país para Eduardo Campos (PSB-PE), pré-candidato à Presidência da República. Minas é o ninho eleitoral do senador Aécio Neves (PSDB-MG), hoje o principal nome da oposição na corrida ao Planalto.

Lacerda é aliado de ambos. E vem declarando que prefere continuar como prefeito, cargo para o qual foi reeleito no ano passado. Mas quem conversa com frequência com ele considera que no último mês ele passou a dedicar mais tempo a avaliar a possibilidade de sair candidato. Na semana passada, em entrevista a um jornal de Belo Horizonte, o Hoje em Dia, o prefeito declarou: "Ser candidato numa aliança PSB-PSDB seria, digamos, algo avaliável. Avaliaria com um pouco mais de possibilidade percentual de concordar."

Neste quinto ano como prefeito, o primeiro de seu segundo mandato, Marcio Lacerda não fez nenhuma grande inauguração nem implementou nenhuma mudança marcante.

Com a economia afetada pelo ritmo da economia brasileira, Belo Horizonte espera fechar o ano com receitas - tributárias, transferências e outras - de 8,022 bilhões, segundo a Secretária de Finanças. A previsão orçamentária era de R$ 9 bilhões. "Nós já tivemos este ano uma frustração de arrecadação este ano de uns R$ 250 milhões porque a economia não cresceu tanto quanto esperávamos. Esse é o grande ponto de interrogação do próximo ano e nos demais", disse Lacerda.

Com menos dinheiro em caixa do que imaginava, o prefeito diz que uma das conquistas de sua equipe este ano foi ter ampliado de 15 mil para 65 mil o número de alunos entre 6 a 14 anos em escolas com dois turnos. Outro destaque na educação: um contrato inédito no país de parceria público privada (PPP) que o município fechou com a construtora Odebrecht para a construção e manutenção de 37 escolas infantis na cidade. Até agora três foram entregues. Somadas às convencionais, serão 13 escolas infantis entregues 2013, segundo a prefeitura. Nos primeiros quatro anos do primeiro mandato, Lacerda entregou 26.

O prefeito diz que a marca mais evidente desse momento da gestão é grande quantidade de obras na cidade. "Estamos falando este ano em R$ 1,2 bilhão em investimentos em obras", disse ele na noite de terça-feira numa festa do partido em Belo Horizonte. São investimentos em infraestrutura em saúde, educação, na área social e em obras viárias, disse.

Mas em 2014, Lacerda espera ter mais a mostrar. O cronograma de obras vai coincidir com o calendário eleitoral. Se decidir que entrará na disputa pelo governo de Minas, o prefeito pode ter à mão ao menos duas novidades de impacto eleitoral. Uma é a entrada em funcionamento do BRT, um sistema de corredores de ônibus replicado em várias cidades pelo mundo, e que é promessa de alívio do trânsito em alguns das principais vias da cidade.

As obras, de R$ 1,5 bilhão, começaram no primeiro mandato atrasaram; eram para ter sido entregues antes da Copa das Confederações. Entre novembro e fevereiro, o projeto passou por uma série de ajustes e o cronograma é que a partir de fevereiro, os primeiros trechos entrem em funcionamento.

Lacerda tem até 4 de abril para sair se a decisão for de disputar o governo. Se tudo sair como a prefeitura espera, até a Copa o BRT estará operando integralmente.

Nas contas de um interlocutor do prefeito, em agosto, que é quando as campanhas eleitorais estarão pegando fogo, Lacerda terá ainda outro resultado a mostrar: a limpeza da Lagoa da Pampulha, uma beldade turística apreciada pelos belorizontinos. A prefeitura conta com um empréstimo de US$ 75 milhões do Banco Mundial para a recuperação da lagoa e da estrutura do entorno.

O caixa do município em 2014 estará reforçado. O prefeito conseguiu aprovar este mês três empréstimos. Um deles, de US$ 200 milhões junto ao Banco Mundial com o objetivo de quitar quase toda dívida da prefeitura com o Tesouro Nacional, hoje em R$ 330 milhões. É trocar uma dívida cara por uma mais barata e dar folga para mais investimentos. Outros dois empréstimos aprovados dias atrás pelo Tesouro e pelo Senado são de US$ 75 milhões com o Banco do Brasil e US$ 55 milhões com o Banco Interamericano de Desenvolvimento.

BRT e Pampulha e o avanço de outros projetos poderão ajudar a dar mais carisma a uma eventual candidatura do prefeito fortalecê-lo na região metropolitana.

Mas o sua candidatura passa pelo desenrolar das conversas entre o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, e o senador do PSDB por Minas, Aécio Neves.

Os dois têm conversado sobre a possibilidade de um apoio mútuo em seus Estados de origem: em Pernambuco, o PSB teria um candidato ao governo e o PSDB poderia ter um nome na vice ou disputando uma vaga ao Senado na mesma chapa. Em Minas, o PSDB ficaria com a cabeça de chapa e o PSB em uma das outras vagas. Mas esse acordo tem ainda muitas arestas e divide as opiniões de políticos quanto a sua viabilidade.

"Esse é um cenário, não está nada fechado. O outro cenário é o Márcio se candidatar a governador, ajudando a puxar votos para o Eduardo e com chances claras de vitória", diz o deputado federal Júlio Delgado, presidente do PSB de Minas.

Uma aliança entre PSB e PSDB que apoiasse Lacerda - o cenário que mais o agradaria - parece hoje muito pouco provável.

Lacerda disse na terça que já tem uns três meses que não fala com Eduardo Campos. "Pode acontecer muita coisa até as convenções de junho", disse ele sobre o caminho que seu partido tomará em Minas. Inclusive ele tentar o governo? "Acho muito remota essa possibilidade", disse. "Ser lembrado hoje como possível candidato ao governo do Estado é algo me honra muito. Mas eu estou muito focado na questão da cidade." Lacerda acrescentou ainda que "seria uma pena muito grande deixar a gestão municipal para disputar uma eleição."

Lacerda foi eleito e reeleito com o apoio de Aécio. Pesquisa realizada em outubro pela MDA apontou que o nome preferido dos eleitores para as eleições ao governo do Estado em 2014 é o do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel (PT). Ele apareceu com 31,5% a 42,2% das intenções de voto, dependendo dos cenários. Lacerda apareceu como o segundo em intenções de voto, com 19,9%. O tucano Pimenta da Veiga, nome mais forte hoje no PSDB, com 10,2% a 12,7%.

"Para o grupo de Aécio, seria importante ter um candidato mais competitivo para levar a disputa em Minas para o segundo turno", diz Malco Camargos, professor de Ciências Políticas da PUC-MG. "Nesse sentido, Lacerda seria visto como o nome natural. Mas a questão é que Lacerda poderia acabar tirando votos de Aécio para o Eduardo."

Fonte: Valor Econômico

PSDB entra para o governo de Campos e prevê 'parcerias'

Isadora Peron

O PSDB de Pernambuco divulgou nota ontem para oficializar a entrada no governo Eduardo Campos (PSB). Os tucanos devem ocupar os cargos que pertenciam ao PTB, que deixou o governo para disputar o comando do Estado ao lado do PT em 2014.

O texto destaca ainda que o objetivo das duas siglas é fortalecer a parceria também em outros Estados. "Além de parceiros na gestão de Pernambuco, PSDB e PSB trabalham coligações para as eleições de 2014", diz a nota.

Os dois partidos devem lançar candidato próprio à Presidência, mas têm articulado alianças estaduais para a disputa do ano que vem. No início do mês, Campos e Aécio Neves (PSDB) se encontraram no Rio para discutir 0 assunto. Além de Pernambuco, os presidenciáveis avaliam a possibilidade de dividir o palanque em São Paulo, Minas, Paraíba e Rio Grande do Sul.

A aproximação de Campos com os tucanos, porém, não é vista com bons olhos pela ex-ministra Marina Silva, que entrou no PSB em outubro após o registro do seu novo partido, a Rede Sustentabiüdade, ser negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ponto mais crítico dessa discussão é em relação à disputa em São Paulo. Enquanto a Rede defende lançar candidatura própria, o PSB trabalha para apoiar a reeleição do governador tucano Geraldo Alckmin.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Campos e Marina preferem não comentar fala da presidente

Em entrevista a uma rádio de Pernambuco, Campos diz que ficará no governo até o prazo final da Lei Eleitoral, 4 de abril

Monica Bemardes

RECIFE - O governador de Pernambuco e provável candidato à Presidência, Eduardo Campos (PSB), não comentou ontem o teor do pronunciamento da presidente Dilma Rousseff na TV. O tema fião foi levantado na entrevista que deu à Rádio Cultura de Palmares, do município de mesmo nome, na Mata Sul pernambucana, e a assessoria do governador disse que ele não se pronunciaria sobre o assunto.

Em encontro com empresários, Campos tem sido um crítico contumaz da condução da política econômica. Com o PSB ainda integrando o governo Dilma, no início deste ano, ele repetia que o desafio da presidente seria "ganhar 2013" para evitar so-bressaltos na economia em 2014. Ontem, ao falar de sua própria gestão em Pernambuco, usou a mesma expressão e disse que conseguiu "ganhar" o ano.

"Ganhamos 2013 com muito trabalho e determinação. Vamos entrar em 2014 para ganhar 2014, com muito trabalho, ânimo e fé no futuro."

Quem trouxe a questão econômica para o centro do debate, no entanto, foi sua aliada, Marina Silva. Após entrar para o PSB em outubro, a ex-ministra do Meio Ambiente acusou o atual governo de abandonar o tripé econômico, baseado na geração de superávit primário, regime de câmbio flutuante e metas para a inflação. Procurada pelo Estado, Marina também não quis comentar o assunto.

Prazo. Apesar das especulações de que poderia deixar o governo de Pernambuco já nos dois primeiros meses do ano para dedicar-se integralmente à campanha, Campos afirmou ontem que "irá ficar no governo até o prazo estabelecido pela Lei Eleitoral, que é 4 de abril".

"Até o tempo que a legislação determina, vou cuidar da minha tarefa, que é cuidar da segurança, da educação, da saúde, do saneamento. Depois disso, partiremos para uma nova fase do projeto nacional socialista", afirmou.

Conhecimento. O governador minimizou eventuais dificuldades de alavancar a campanha em função do baixo índice de reconhecimento nacional ao seu nome. "Temos a clareza de que neste País de dimensões continentais, nós ainda temos um desconhecimento muito grande. Eu sou conhecido em Pernambuco, mas fora de Pernambuco nós só vamos vencer esse desconhecimento quando o debate da TV e do rádio for iniciado."

Fonte: O Estado de S. Paulo

Partidos políticos e Estado - Eros Roberto Grau

Em dezembro de 2012 anotei aqui mesmo, neste espaço de O Estado de S. Paulo, que qualquer insurgência contra a face do Estado que o Supremo Tribunal Federal é afrontaria a ordem e a paz sociais; prenunciaria vocação de autoritarismo, questionaria a democracia. Pretenderia golpeá-la. Por isso - escrevi - é necessário afirmarmos, em alto e bom som, o quanto de respeito e acatamento devemos ao Poder Judiciário e em especial, hoje e sempre, ao Supremo Tribunal Federal. Quem o agride investe contra as instituições democráticas, afronta a Constituição (O STF e a República, 8/12, A2).

Diz a Constituição, em seu artigo 17, ser livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos. Desde que resguardados, contudo, a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana.

Observar o regime democrático, um dos traços que alinham horizontes no dinamismo dos partidos políticos, reclama a observância, entre outros parâmetros, do quanto os romanos prescreviam ao afirmar a regra do honeste vivere.

Viver honestamente, mandamento que alguns não observaram. Aqueles referidos como "companheiros injustiçados" em congresso do Partido dos Trabalhadores, aos quais se hipotecou solidariedade.

Quem concluiu que alguns descumpriram o dever de viver honestamente - e concluiu na e pela sua voz enquanto uma de suas porções, o Supremo Tribunal Federal - foi o Estado. Quem o afirmou, no processo judicial conhecido como "mensalão", foi o Estado brasileiro. Pois a autoridade do Estado é uma totalidade indivisível, sua organização em funções - legislativa, executiva e jurisdicional - prestando-se unicamente a aprimorar seu funcionamento.

Não há ideias novas em matéria de política e direito. Qualquer uma delas, podemos descontraidamente sustentar, já há de ter sido enunciada, in illo tenipore, por um grego ou um romano. A afirmação da existência de três partes nos governos vem de Aristóteles, na Política. Quando essas partes estiverem em bom estado, a Constituição estará, também, em bom estado. E as Constituições distinguem-se umas das outras, prossegue Aristóteles, segundo a forma de organização e composição dessas partes. A terceira delas faz justiça. Bom estado significa, no contexto da exposição aristotélica, bem ordenadas. O sentido do estarem em bom estado essas três partes pode ser encontrado, na Ética a Nicômaco, na ideia de composição, justa medida, virtude no valor médio. Aristóteles está imediatamente atento, hoje diremos, às funções legislativa, executiva e jurisdicional do Estado.

Por isso causa espanto e estupor, horroriza mesmo o fato de um partido político, reunido em congresso nacional, desagravar "companheiros injustiçados", inusitada e desabridamente afrontando o Estado. O que vimos foi um partido político investindo não contra outro partido político (por isso são "partidos"), porém contra o próprio Estado. Contra o bom funcionamento do Estado, em benefício do qual deveriam concorrer.

Pois aanctoritas do Estado, digo-o outra vez, é uma totalidade indivisível. Isso desejo repetir, visto que os amigos do alheio, os que descumprem a regra do honeste vivere., pretendem ocultá-lo, supondo-se capazes de tapar o sol com peneira.

O mais grave está em que essa agressão ao Estado - insista-se neste ponto: o Judiciário é uma face do Estado -, isto é, o mais grave é a circunstância de tal agressão ter sido perpetrada em presença do anterior presidente da República e de quem lhe sucedeu, sem que, ao que consta, nenhum deles se tenha oposto a essa desmedida afronta à própria soberania e ao regime democrático.

O que se pretende? Viver honestamente, dever do cidadão, é regra que vincula não apenas cada um, individualmente, mas também os que institucionalmente representam grupos em que se compõem. Ou acaso supõem, os que falam por esse ou aquele partido, não ser vinculados pelas regras que prescrevem a honestidade? Que loucura é essa que autoriza aos partidários dos.condenados pelo Estado enquanto Poder Judiciário investir contra quem os condenou, o próprio Estado?

O homem, disse Paulo Mendes Campos, um dos nossos poetas de verdade, é um gesto que se faz - ou não se faz. A liberdade consiste em afirmarmos o que os do nosso tempo denominam Estado de Direito. Defendê-lo, eis o gesto que incumbe aos homens corretos. O Estado de Direito, ainda que apenas formal, em sua expressão possível no modo de produção social que praticamos, será mera ficção se não nos curvarmos ao quanto o chamado Poder Judiciário decide em sua derradeira instância, soberanamente.

Qual decidiu o Estado brasileiro em sua face judicial, na expressão do Supremo Tribunal Federal. Negá-lo, isso é inconcebível se não pretender, quem o negue, subverter a ordem e apropriar-se da res publica. Em termos bem claros, recorrer a uma ditadura excludente da moralidade.

O que na ponta da linha aterroriza, além de horrorizar, é o fato de o pretexto da defesa dos interesses dos humildes prestar-se à apropriação mensaleira. Quem diz que é assim é o Estado brasileiro, por quem representa um dos seus três Poderes, o Judiciário. Tristes tempos. Tempos que prenunciam, no silêncio incontido dos que consentem com afrontas à soberania e ao regime democrático, a volta ao passado.

Há 50 anos, o pretexto da defesa da democracia justificou violência em nome da defesa das liberdades. Temo, de repente - não mais que de repente, qual diria Vinicius -, que a História se repita não como tragédia, mas como farsa. Desta feita a pretexto, desgraçadamente -embora justificável -, da defesa da moralidade. É inconcebível que um partido político pregue escancaradamente, em benefício de condenados pelo Supremo Tribunal Federal, a desobediência ao Estado.

*Professor titular aposentado da Universidade de São Paulo (USP), ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (aposentado), é membro da Academia Paulista de Letras

Fonte: O Estado de S. Paulo

Dilma Rousseff "em guerra" - Vinicius Torres Freire

Presidente usa termo caro à ditadura e mostra intolerância a críticas em seu discurso de fim de ano

"Guerra psicológica" era uma expressão estimada na ditadura militar. Foi de mau gosto extremo a presidente da República recorrer a esse linguajar em seu discurso de final de ano, transmitido anteontem por TV, rádio e internet.

Na ditadura, a expressão estava cuspida em papeluchos jurídicos que procuravam criar uma fantasia sinistra e cínica de legalidade, fantasia de resto inteiramente dispensável, pois vivia-se sob arbítrio absoluto.

A presidente sabe perfeitamente disso. Sabe mais que quase todos nós, pois experimentou esses horrores na carne e na alma.

"Guerra psicológica adversa", além de jargão militar, era termo para tipificar o que os ditadores e seus capatazes consideravam "difamação do Brasil" ou a criação de "clima favorável à subversão". Ou seja, para enquadrar qualquer um por qualquer motivo pelo crime de lesa-majestade dos caprichos ditatoriais, qualquer um que aparecesse com ideias insidiosas.

O termo estava lá no no Ato Institucional 14, baixado pela junta de 1969, emenda "constitucional" que instituiu pena de morte ("legal") justamente para crimes como "guerra psicológica", revolucionária ou subversiva.

Esses decretos sombrios formalizavam a mentalidade do "Brasil: Ame-o ou Deixe-o" (ou morra discordando), bordão inventado pelos publicitários do regime.

A expressão também aparecia na Lei de Segurança Nacional. Aparecia na boca das autoridades, em discursos e entrevistas.

No seu discurso, a presidente introduz o tema da "guerra psicológica" com o chavão autoritário da "crítica positiva" (temos de "buscar soluções, e não ampliar os problemas") e o da crítica ao "pessimismo", tema recorrente nesse terceiro ano de má política econômica.

A presidente não dá nome aos bois ou aos seus demônios, aos inimigos que travam essa guerra psicológica. Seguindo outra tradição autoritária, Dilma Rousseff menciona de passagem forças ocultas, "alguns setores", que "instilam desconfiança, especialmente desconfiança injustificada", a tal "guerra psicológica", que pode prejudicar a versão presidencial do que seja o progresso do Brasil.

Sim, como era de esperar, a presidente diz que continua disposta a ouvir trabalhadores e empresários "em tudo que for importante para o Brasil". Mas "apostar" no Brasil é o caminho mais rápido para todos saírem ganhando.

Sim, a presidente está disposta a ouvir, mas deixa claro que ela está do lado do Brasil. Divergências maiores, "pessimismos", que parecem não estar no "lado brasileiro", são um atraso.

Francamente, este jornalista acredita que Dilma esteja "do lado do Brasil" (em linguagem menos nacionalista, que esteja empenhada em diminuir o sofrimento das pessoas que vivem nesta terra). Mas ficou um tanto (mais) deprimido com o tom autoritário da presidente, com a falta de grandeza demonstrada em sua incapacidade de autocrítica e de diálogo com os "pessimistas", na sua imodesta procura de bodes expiatórios, na falta de inspiração.

A "guerra psicológica" foi a cereja desse bolo azedo. É com pesar que a gente se pergunta o motivo de a presidente ter piorado ainda mais seus discursos assintáticos com essa mancha de péssima memória.

Fonte: Folha de S. Paulo

O humor de Dilma - José Casado

Ela entrou na casa dos eleitores para fazer uma saudação de fim de ano. Gastou 1.400 palavras em autoelogios e se despediu semeando dúvidas sobre o futuro do país e das pessoas

Dilma Rousseff acha que seu governo está sob ameaça de uma “guerra psicológica” capaz de “inibir investimentos e retardar iniciativas”. Foi o que disse em cadeia nacional de rádio e televisão. Não explicou quem, quando, onde, como — e muito menos por que escolheu um termo cuja definição, nos manuais militares, consiste essencialmente no manejo das palavras para abalar o moral do inimigo.

Pode ser mero vício de linguagem, afinal Dilma é a última combatente da Guerra Fria com crachá de candidata na disputa presidencial de 2014. Ou talvez tenha sido um discreto desabafo, por estar “perdendo a batalha ideológica e política para o mercado financeiro”, como observou o economista Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo em entrevista à jornalista Eleonora de Lucena.

Seja qual for o motivo, a presidente-candidata esqueceu-se de que brasileiro só é otimista entre o Natal e o carnaval, como dizia o falecido economista Mário Henrique Simonsen. Na noite de domingo ela entrou na casa dos eleitores para fazer uma saudação de fim de ano. Gastou 1.400 palavras em autoelogios e se despediu semeando dúvidas sobre o futuro do país e das pessoas.
É notável a mudança no humor de Dilma. Basta ver seus discursos deste ano.

Em janeiro, ela proclamava, eufórica: “O Brasil está cada vez maior e imune a ser atingido por previsões alarmistas. Por termos vencido o pessimismo e os pessimistas, estamos vivendo um dos melhores momentos da nossa história.” Em março, baixou o tom: “Devemos ter o otimismo e o dinamismo e sempre reiterar a confiança, e mantermos uma atitude contra o pessimismo e a inércia que muitas vezes atingem outras regiões.” No mês seguinte, tentou animar a arquibancada: “Não tem quem nos derrote se não acharmos que já estamos derrotados. Não tem quem nos derrote! Isso é o que garante a nossa força, é o fato de que juntos ninguém nos derrota.”

Em julho, começou a exalar preocupação com “um ambiente de pessimismo que não interessa, que não é bom para o Brasil”. Chegou a novembro nostálgica de Juscelino Kubitschek, “quando dizia ‘o otimista pode errar, pode até errar, mas o pessimista já começou errado’”.

Poderia ter recordado outro mineiro, o escritor Fernando Sabino, para quem “o otimista sofre tanto quanto o pessimista, mas pelo menos sofre só uma vez”. E, aí, talvez a oposição até retrucasse com a definição de Woody Allen sobre pessimismo: “Mais do que em qualquer outra época, a humanidade está numa encruzilhada. Um caminho leva ao desespero absoluto; o outro, à total extinção. Vamos rezar para que tenhamos a sabedoria de escolher”.

Dilma gravou seu discurso rudimentar sobre a “guerra psicológica” e viajou à Bahia, onde o tempo avança em ritmo Dorival Caymmi. O governador Jacques Wagner, seu amigo, poderia contribuir para mudar o ânimo da presidente-candidata, sugerindo a leitura da biografia de Apparicio Torelly, o Barão de Itararé (“Entre sem bater”, de Claudio Figueiredo).

O Barão ensinava: “Os acontecimentos se processam com tanta rapidez que os acontecimentos acontecem antes de terem acontecido.” Pode ser uma opção refrescante a quem precisa olhar para além daquilo que vê. Na pior hipótese, ajuda a começar 2014 de bom humor, um dos fundamentos para estar de bem com a vida.

José Casado é jornalista

Fonte: O Globo

Rascunho para 2014 - Arnaldo Jabor

O ano de 2013 foi muito bom. Muito didático. Aprendemos a ver as coisas pelo lado torto. Ótimo, pois nossa verdade está no avesso. Aprendemos que corrupção no Brasil não é apenas endêmica; é eterna. Ela está encravada na alma de nossos políticos. Corrupção é vida. Foi através dela que construímos esse país, no adultério entre o público e o privado ou entre o "púbico e a privada". Daí nasceu nosso mundo: estradas rotas, a espantosa construção de Brasília, onde já gastamos trilhões de dólares com passagens aéreas para homens irem ao Planalto implantar perucas ou visitar as amantes e casas de mães joanas.

Aprendemos que apenas 30% da população é realmente alfabetizada. O resto é analfabeto funcional que assina o nome, mas não sabe mais nada. E isso é bom para eleições, pois um povo ignorante é ótimo para eleger canalhas.

No entanto, tudo tem um lado bom, nossa estupidez estimula uma criatividade cultural de axés e garrafinhas, aumenta a fé com milhões de novos evangélicos dando dinheiro para pregadores traficantes, estimula a boçalidade combativa, como as emocionantes batalhas entre torcidas, shows de MMA espontâneos nas arquibancadas. Estupidez é entretenimento. O País já virou novela de suspense. É uma escola. Com a prisão dos mensaleiros, enxergamos que nosso sistema penitenciário é o inferno vivo. Estupradores, chacinadores protestam contra o conforto dos petistas. Finalmente, Zé Dirceu conheceu a luta de classes e foi-nos útil: iluminou-nos sobre o sistema carcerário.

Vimos como a escrotidão e o idealismo são primos. Neste ano aprendemos, por exemplo, que não existe primavera, nem árabe nem brasileira. E isso é mais realista. Chefes de Estado preferem secretamente que o Assad ganhe a guerra contra a Al-Qaeda que já tomou conta. Menos esperança, mais sabedoria. O mundo ganhou um pessimismo iluminado. Graças ao bravo 'nerd' Snowden, que revitalizou o Putin da Rússia, o líder da moda que protege a destruição da Síria, prejudicou o Obama e abriu portas para novos ataques do terror. Ou seja, aprendemos que tudo se ramifica em contradições inesperadas, que um bem pode virar um mal e um 'hacker' babaca pode mudar o mundo.

Já sabemos que milagres acontecem, mas são logo destruídos. Milhões se ergueram em junho numa aurora política aparente, mais uma 'primavera'; no entanto, os black blocs, espécie de Al-Qaeda punk de imbecis, vieram nos lembrar da realidade: estupidez e mediocridade política são a clássica realidade brasileira. Enquanto Sarney reina, Agnello Queiroz se agarra no Lula e Jacques Wagner destrói a Bahia, já sabemos que os horrorizados cariocas, chocados com o grande "crime" do helicóptero do Cabral vão eleger a nova catástrofe: nosso Estado governado ou pelo Garotinho, Crivella ou Lindinho. Será o fim do Estado do Rio, durante a olimpíada. Vivam os cariocas, as bestas quadradas do apocalipse! Pedem para ser mortos duas vezes.

Já sabemos também que "a infraestrutura sórdida do País foi culpa dos governos anteriores". Ao menos foi o que disse a Dilma diante de FHC e do Clinton (que vexame...) depois de 11 anos do PT no poder. Só não sabemos o que o PT fez em 11 anos, mas isso é curiosidade de neoliberais canalhas, o que será corrigido com a reeleição de Dilma, quando teremos uma regulamentação bolivariana nessa mídia conservadora que teima em estragar os prazeres da mentira. Finalmente entendemos que quem fez o Plano Real não foi o FHC, como afirma a mídia de direita; foi o Lula, com preciosa ajuda de Mantega.

Já entendemos que a Dilma é brizolista. Também já sabemos que o Brasil anda na contramão dos próprios velhos países socialistas como China e Vietnã. Como escreveu Baudrillard: "O comunismo hoje desintegrado tornou-se viral, capaz de contaminar o mundo inteiro, não através da ideologia nem do seu modelo de funcionamento, mas através do seu modelo de desfuncionamento e da desestruturação brutal", vide o novo eixo do mal da A.Latina. Nós somos um bom exemplo desconstrutivo do que era o comunismo.

Já sabemos que privatização se chama hoje concessão, que lucro ainda é crime e que aos poucos os empreendedores que fizeram o País, antes do PT existir, são aceitos ainda com relutância pelos donos do poder.

Já sabemos que nosso ministro da economia é a própria Dilma, pois o Mantega só está lá porque ela manda nele. Por que não bota o Delfim, ou o Palocci que já salvou o Brasil uma vez? Ele é um dos petistas respeitáveis. O outro morreu há pouco - Marcelo Déda, raridade, inteligente, com senso de humor e do bem.

Neste ano, aprendemos: a justiça não anda sozinha. Se não fossem dois grandes homens, Ayres Brito e Joaquim Barbosa, nada teria acontecido. Aprendemos que o Mercosul tem de acabar. Aprendemos que o legislativo só funciona no tranco de ameaças do povo. Agora já perderam o medo de novo.

Já sabemos que a política tem sido um espetáculo, como um balé. No Brasil, a política já é um país dentro de outro, com leis próprias, ética própria a que assistimos, impotentes. Os fatos perderam a solidez - só temos expectativas. E tudo continuará. 

Saberemos no ano que vem quantos campos de futebol de floresta foram destruídos por mês nas queimadas da Amazônia, enquanto ecochatos correm nus na Europa, fazendo ridículos protestos contra o efeito estufa; saberemos quantos foram assassinados por dia, com secretários de segurança falando em "forças-tarefa" diante de presídios que nem conseguem bloquear celulares, continuaremos a ouvir vagabundos inúteis falando em "utopias", bispos dizendo bobagens sobre economia, acadêmicos decepcionados com os 'cumpanheiros' sindicalistas, enquanto a República continuará a ser tratada no passado, com as nostalgias masoquistas de tortura, ressurreição de Jango e JK, heranças malditas, ossadas do Araguaia e nenhuma reforma no Estado paralítico e patrimonialista. 

Não vivemos diante de "acontecimentos", mas só de "não acontecimentos".

Repito a piada: não sou pessimista; sou um otimista bem informado.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Um ano especial de teste para as instituições – O Globo / Editorial

Como é de sua índole, os ‘desenvolvimentistas’ fizeram uma aposta voluntariosa, arriscada, numa política de expansão do consumo, e o país perdeu, como demonstram diversos índices

Propícia a avaliações do ciclo de 12 meses que se encerra e adequada a estimativas e desenhos de cenários para o que se abre, esta época do ano também é período, em função do calendário religioso, adequado à renovação de esperanças. Um momento, em geral, de otimismo.

Mas espíritos materialistas, hiper-realistas, costumam questionar se uma simples volta completa do planeta em torno do Sol é capaz de inspirar mudanças — para melhor ou pior — nos seres humanos e instituições. Qual a diferença, questionam, para a vida de todos, ser 31 de dezembro ou, por exemplo, 8 de janeiro?

Neste sentido, de fato seria mais pragmático acompanhar como se desdobraram os processos durante 2013 para projetá-los 2014 adentro, considerando eventos previstos para o Ano Novo.
Como o de ser 2014 um ano eleitoral, e que, por isso, patrocinará a fusão, mais do que nunca, da pauta econômica com a agenda política.

Cabe lembrar o antigo princípio de que período de eleição corresponde a um salto no crescimento da economia, devido à injeção de dinheiro público patrocinado pelos governos para atrair votos — apesar das normas reguladoras existentes na legislação eleitoral para coibir esta e outras manobras clientelísticas clássicas.

As projeções de analistas do mercado já preveem este “efeito-clientela”. Mas a conjuntura econômica não é muito favorável a voos mais elevados do PIB, limitados a rasantes 3% ao ano. (Este é um dos aspectos em torno dos quais não faz muito diferença estarmos em dezembro de 2013 ou março de 2014.)

Não que o determinismo histórico seja bom conselheiro. Acontece que 2013 marcou a falência do modelo engendrado pelo grupo “desenvolvimentista” que começou a assumir o núcleo do poder no fim do primeiro governo Lula, com a saída de Antonio Palocci da Fazenda e o enfraquecimento de Henrique Meirelles, no Banco Central. A direção da companhia, lembremo-nos, passou para a Casa Civil de Dilma Rousseff, com a partida do mensaleiro José Dirceu.

Baixo crescimento, inflação elevada — consequência de um mercado de trabalho artificialmente aquecido, via gastos públicos desregrados —, e déficit externo são resultado do “novo marco macroeconômico” implementado sob o comando da economista Dilma. Deu no que era possível dar uma política de expansão via consumo, consequentes magros investimentos, função de uma exígua taxa de poupança e gastos públicos em custeio excessivos — estas duas contingências relacionadas entre si.

Reconheça-se que a presidente e candidata à reeleição admitiu, em alguma medida, a falência da sua receita. Afinal, consumo sem que a oferta interna seja ampliada por investimentos gera, como sempre se soube, inflação e déficit externo. É o que acontece. Bom sinal que a presidente tenha enfrentado a postura antiprivatista do PT e começado a tornar os leilões de concessão mais atrativos. Não importa que jamais reconheça que errou, desde que, como afirmou JK, demonstre “não ter compromisso com o erro”.

Em 2014, analistas e as agências de avaliação de risco de países e empresas continuarão a acompanhar com lupa o comportamento fiscal do governo brasileiro. Mesmo que se saiba que será expansionista, em função das urnas, analistas e agências buscarão sinais sobre se o discurso de alguma seriedade no manejo da política fiscal é mesmo para valer. Até agora não tem sido.

Disso dependerá a formação ou não da “tempestade perfeita”, temida até por economistas simpáticos ao Planalto: a coincidência entre a perda do “grau de investimento”, concedido por agências ao Brasil em 2008, com o consequente aumento da pressão pela desvalorização do real, e o andamento da já iniciada retirada dos bilionários estímulos monetários à economia americana, cujo efeito sobre a moeda brasileira é idêntico. O resultado desta “tempestade” serão mais pressões inflacionárias, pela via da desvalorização cambial, contra as quais o BC terá de continuar a elevar os juros, já de volta aos dois dígitos (10%). A situação preocupa, pois o IPCA só está em “apenas” 6% porque o governo arrocha artificialmente os preços de combustíveis e contém, da mesma forma, tarifas públicas. Não é aconselhável fazer o mesmo em 2014, sob o risco de aumentar ainda mais a já preocupante herança tarifária maldita para quem assumir em 1º de janeiro de 2015. Inclusive a atual presidente.

Como o Brasil de Dilma caiu na surrada armadilha de permitir “um pouco mais de inflação” para obter “um pouco mais de crescimento”, foi apanhado no contrapé de uma inflação muito alta pelo mais que esperado recuo americano nos estímulos monetários internos, de inexoráveis efeitos externos.

Vários outros países (México, Peru, Chile), em que a elevação dos preços é bem mais modesta, podem, agora, executar uma política monetária menos apertada, mesmo com a desvalorização de respectivas moedas. Ou seja, crescer mais. Deu errado para o Brasil, porque fez uma aposta míope, voluntariosa, como é da índole do “desenvolvimentismo”.

No plano político, por sobre este complexo quadro econômico, e que pode ser condicionado por ele, decide-se nas urnas a continuidade de um projeto de poder histórico, que pode vir a ser o mais extenso da República, em anos consecutivos —16, um a mais que Getúlio Vargas (1930-45). Com o primeiro mandato de Dilma, PT e satélites completarão 12 anos no Planalto, dos 29 de democracia desde o fim da ditadura militar, quatro a mais que a Era tucana.

Justiça se faça, ao contrário de Getúlio, caso vença Dilma as eleições, os 16 anos que se completarão em 2018 de PT e ecléticos aliados no Planalto serão todos vividos na democracia, em que pesem atentados desfechados contra ela, como no mensalão, em que a vontade dos eleitores passou a ser contrariada no Congresso em troca de favores pecuniários pagos por dinheiro público desviado. Mas o Poder Judiciário, por meio do Supremo, cumpriu a missão de defender a Carta ao condenar poderosos, até trancafiando alguns, algo de importância para além da história da própria República.

Aliás, o julgamento do mensalão é um daqueles casos que abalam os métodos “científicos” dos deterministas que consideram a História simples encadeamento de equações. Quem esperaria que um Supremo com a maioria dos ministros nomeados por Lula e Dilma carimbaria o currículo do PT com enorme mancha ética?

Porém, mesmo considerando a sempre constante possibilidade do imponderável, 2014 não será um ano qualquer, por misturar na mesma agenda ingredientes-chave políticos, eleitorais e econômicos. Será um período especial de teste para as instituições republicanas.

Painel - Vera Magalhães

Tudo nosso
Pré-candidatos a governos estaduais em 2014, Eduardo Braga (PMDB-AM) e Eunício Oliveira (PMDB-CE) costuram um acordo com Renan Calheiros (PMDB-AL) para que um deles seja indicado para presidir a Casa a partir do ano seguinte em caso de derrota nas disputas locais. Segundo peemedebistas, a estratégia será fechada com outros parlamentares da sigla, como Valdir Raupp (RO), Romero Jucá (RR) e José Sarney (AP), mas o trio quer ampliar o entendimento para toda a bancada.

Barragem A articulação antecipada é uma tentativa de manter a presidência do Senado com o PMDB. "Assim, não há chance de o PT assumir o comando da Casa", ironiza um parlamentar.

Sucessão Renan foi eleito presidente do Senado em fevereiro de 2013, com 56 votos contra 18 de Pedro Taques (PDT-MT). Ele substituiu Sarney, também do PMDB.

Virada Eduardo Campos (PSB) pretende anunciar até a próxima segunda-feira a reforma de seu secretariado. Ontem, o governador almoçou com Sérgio Guerra (PSDB) e definiu que os tucanos, que faziam oposição a sua administração, passarão a integrar o governo.

Presença A adesão é um sinal da aproximação das duas siglas no Estado. Aliados de Campos lembram que o tucano Pedro Eurico, secretário da Criança e da Juventude, foi nomeado na cota pessoal do governador, e não como indicação do PSDB.

Freud explica O ataque de Eduardo Paes (PMDB) na entrevista de ontem à Folha irritou Cesar Maia (DEM), que o lançou na política: "Ele sofre do complexo de Electra". Na psicanálise, esta é a versão feminina de Édipo: a filha que nutre desejo pelo pai.

Filho ingrato O prefeito disse que Maia se "acovardou e foi para casa chorar" ao perder a disputa pelo governo do Rio em 1998. Naquele ano, Paes se tornou deputado, com apoio do antecessor. "Ele se refere com deboche a uma eleição que venceu puxado por mim", diz Maia.

Debate 1 Luís Roberto Barroso diz que, se ainda fosse advogado, gostaria de patrocinar, em causa pro bono, a discussão sobre a reforma do sistema penitenciário. "O Estado tem dever de dar condições mínimas a qualquer pessoa", afirma à coluna.

Debate 2 Para o ministro do Supremo Tribunal Federal, presidiários são "minorias" não representadas no Parlamento ou em qualquer debate público relevante. "As minorias invisíveis precisam do Judiciário. Não para dar moleza nem vida boa: para dar dignidade. O indivíduo foi condenado a ser preso, não a ser violentado."

Olho... Além da forte chuva na região Sudeste, Dilma Rousseff determinou à Casa Civil que mantenha o monitoramento dos municípios do semiárido, no Nordeste, que enfrentam a seca.

... no lance Dados da Agência Nacional de Águas mostram que 124 cidades ainda enfrentam situação crítica -ou seja, têm mananciais com baixa disponibilidade de água ou enfrentam racionamento. Na primeira quinzena de dezembro, 190 municípios enfrentavam dificuldades.

Extra Segundo integrantes do Planalto, para garantir o atendimento à população das cidades em situação crítica, o governo editou crédito orçamentário de R$ 700 milhões. Os recursos pagarão abastecimento com caminhões-pipas, a Bolsa Estiagem e o seguro da Garantia Safra para os pequenos produtores, até abril de 2014.

Veja bem Criticado por aliados de Antonio Anastasia (PSDB), o Ministério do Planejamento afirma que o governo mineiro não pediu recursos para obras de prevenção a enchentes na bacia do rio Doce, atingida pela chuva. A pasta diz que liberou R$ 15 milhões para estudos hidrológicos e R$ 92 milhões para contenção de encostas.

TIROTEIO
Quando Eduardo Campos diz inverdades para obter dividendos eleitorais, penso que os gregos perdoavam tudo, menos ingratidão.
DA MINISTRA GLEISI HOFFMANN (CASA CIVIL), sobre as críticas feitas por Eduardo Campos (PSB) à resposta do governo federal a desastres naturais.

CONTRAPONTO
Fim de semana prolongado

Durante sessão da Assembleia Legislativa paulista para comemorar os 50 anos do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco, em novembro, Paulinho da Força (SDD-SP) criticou a demora da Câmara em analisar o projeto que reduz a jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas.

-Esse projeto está parado há 18 anos. Não anda nem meio metro por dia -reclamou em seu discurso.

Brincando, o parlamentar sugeriu uma alternativa:

-Já que as pessoas não gostam de trabalhar no início da semana, estou pensando em apresentar um projeto para que a gente não trabalhe às segundas-feiras de manhã, que dá exatamente quatro horas -disse, rindo.

Fonte: Folha de S. Paulo