segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Opinião do dia: Roberto Freire

"O Brasil não pode continuar com essa incompetência e corrupção em nível federal. Este é um governo que não respeita nenhum princípio democrático. Nós não podemos continuar convivendo com isso.

O PPS apoia Eduardo Campos para a Presidência da República. O PSDB tem seu candidato, Aécio Neves, que nós respeitamos muito. Mas é fundamental que estejamos juntos, unidos na oposição ao governo lulopetista.

Eleger Geraldo Alckmin e José Serra significa garantir um bastião em São Paulo que impeça o PT de atentar contra a democracia.

Roberto Freire, deputado federal (SP) e presidente nacional do PPS. Pronunciamento em atividade em Campinas, sábado, 9 de agosto de 2014.

Freada na economia corta vagas no comércio

• Primeiro semestre tem fechamento de 83,6 mil empregos, é o pior resultado desde 2007

Márcia de Chiara - O Estado de S. Paulo

A desaceleração nas vendas do comércio que bateu forte no varejo especialmente na época da Copa teve impacto negativo no emprego do setor. De janeiro a junho, as lojas mais demitiram do que contrataram em todo o País. E o cenário ruim deve persistir até o final do ano, prevê o setor. O primeiro semestre fechou com um saldo de vagas formais negativo em 83,6 mil, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho.

“Não foi só a indústria que demitiu mais que contratou nos últimos meses, mas o comércio também. O varejo está devendo bastante: 83,6 mil vagas. Foi o pior resultado do saldo de postos de trabalho do setor desde 2007 para um 1º semestre”, observa Fábio Bentes, economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC).

Só na capital paulista, ocorreram 63,3 mil homologações no sindicato dos comerciários no 1º semestre. É um número 2,7% maior em relação ao mesmo período de 2013. “O desemprego no comércio aumentou um pouco”, diz Ricardo Patah, presidente do sindicato. Ele pondera que entram na conta só os trabalhadores desligados com mais de uma ano de casa, portanto, esse número pode ser maior.

Patah está preocupado com o desemprego. Com a forte queda nas vendas no varejo na época da Copa e o fraco desempenho em julho, a tendência é de redução de pessoal nas lojas e na indústria, uma vez que o encalhe diminui o ritmo de novas encomendas às fábricas.

“Julho foi um fracasso para o comércio em termos de vendas. Todo mundo está reclamando”, diz Patah. Levantamento da Associação Comercial de São Paulo, que dispõe de dados mais atualizados sobre o varejo, mostra que em julho o ritmo de vendas na capital paulista foi 1,6% menor do que no mesmo mês de 2013. Um executivo de uma rede varejista de móveis e eletroeletrônicos que prefere o anonimato conta que o desempenho do mês passado foi metade do esperado. “Após a eliminação do Brasil da Copa, as vendas despencaram”, diz.

Correlação. Uma análise feita por Bentes, da CNC, a partir do resultado de vendas no varejo do IBGE e o saldo da geração de empregos no comércio apontado pelo Caged, mostra que há uma correlação entre o saldo de vagas no comércio e as vendas. Entre dezembro de 2013 e maio deste ano, o último dado disponível, o volume de vendas do comércio varejista ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, caiu 0,4%, No mesmo período de 2013, houve crescimento de 1,1%. Já o saldo líquido de vagas formais no varejo piorou. No 1º semestre de 2013 estava negativo em 70,9 mil postos e neste ano a retração foi de 83,6 mil vagas.

“De 10 segmentos do comércio pesquisados pelo IBGE, as vendas e os saldos de postos de trabalho pioraram em quase todos”, observa Bentes. Ele ressalta que o setor de vestuário, que registrou queda de 3,8% no volume de vendas este ano na comparação com 2013, foi responsável por quase 90% do saldo negativo de vagas como um todo. Fechou o 1º semestre com saldo negativo de 73,9 mil.

O impacto da queda nas vendas do setor vestuário no emprego é confirmado pelo Sindicato dos Comerciários de São Paulo. Entre as 21 empresas que fizeram homologações no 1º semestre, o setor de vestuário predomina com cinco delas; seguido pelos supermercados, com quatro companhias e pelas revendas de veículos e autopeças, com três empresas.

De acordo com o relatório do sindicato, a varejista Casas Pernambucanas, que é forte no segmento de vestuário, demitiu 375 trabalhadores na capital paulista neste semestre e a Inbrands, dona de marcas como Ellus, VR, Tommy Hilfiger, cortou 138 funcionários.

A Inbrands informa que não houve nenhum movimento de redução nos quadros e que contratou no período. A Pernambucanas diz que contratou 3.851 trabalhadores no 1º semestre.

O Carrefour lidera a lista de homologações com 607 demissões, seguido no setor de supermercados pela Companhia Brasileira de Distribuição (GPA), com 442 homologações. O Carrefour informa que não há redução de postos de trabalho. O GPA diz que ampliou no País em 7 mil o número de funcionários no 1º semestre. A empresa pondera que, com o fim da operação de lojas 24 horas, reaproveitou os funcionários, mas que houve trabalhadores que optaram por sair da companhia.

Carros. Outro segmento afetado pela queda de 1,7% nas vendas neste ano, segundo o IBGE, foi o de automóveis e autopeças. A concessionária Hyundai Caoa, por exemplo, cortou 182 funcionários no 1º semestre. A empresa diz que “tem passado por um grande processo de reestruturação e novos processos internos estão sendo otimizados, o que reflete na readequação do quadro de funcionários”.

Emprego na indústria tem terceira baixa seguida no ano

- Brasil Econômico

O mercado de trabalho vem acompanhando a intensificação da queda no ritmo de produção da atividade industrial no país, que, no primeiro semestre, acumula retração de 2,6% ante igual período do ano passado. Pelo terceiro mês seguido, o emprego na indústria encolheu e registrou recuo de 0,5% em junho, contra maio. 

Na comparação junho de 2013, a queda chega a 3,1%. Técnico da Pesquisa Mensal de Emprego Industrial do IBGE (Pimes), Rodrigo Lobo destaca que a sequência de resultados negativos gera uma perda de 1,6% nos últimos três meses. "O total de pessoal ocupado na indústria está 6,6% abaixo do pico histórico, que aconteceu em julho de 2008", enfatizou. 

Desta vez, o enfraquecimento do mercado de trabalho industrial foi sentido em todos os 14 locais pesquisados pelo IBGE, cenário que ainda não tinha sido observado neste ano. Considerando o peso de cada região na geração de empregos no setor, São Paulo — responsável por 31% de toda a mão de obra empregada na indústria e por quase 35%da produção nacional — registrou o maior recuo.

A perda foi de 4,2%, na comparação com junho de 2013. Na análise setorial, as maiores quedas continuam sendo verificadas no segmento de meios de transporte, que incorpora a indústria automobilística e suas peças. 

A retração observada no emprego foi de 5,5% na comparação com junho de 2013. Já em termos de magnitude, as quedas mais intensas, ainda na comparação anual, ficaram com os setores de refino de petróleo e álcool, que perdeu 9,1% do pessoal ocupado; máquinas e aparelhos eletrônicos e de comunicações, com recuo de 7,9% no número de empregados; calçados e couro, que caiu 7,4%; produtos de metal, com queda de 6,4% e têxtil, que perdeu 6,3% do total de pessoal ocupado. 

"Mais que a indústria automobilística, toda a cadeia produtiva para frente e para trás, que envolve metalurgia, borracha, plásticos e química, vai mal. A indústria automobilística leva a reboque outros setores e impacta a indústria como um todo ", analisou Lobo.

Empreiteiras negociaram com doleiro

• Documentos da receita registram valores transferidos para empreendimentos de Youssef e Paulo Roberto Costa

Vinicius Sassine e Eduardo Bresciani – O Globo

BRASÍLIA - Empreiteiras suspeitas de abastecer o esquema do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa declararam à Receita Federal os pagamentos feitos a empresas dos dois principais acusados na Operação Lava-Jato. Documentos inéditos obtidos pelo GLOBO comprovam repasses efetivos de recursos às empresas do doleiro e do ex-diretor, como consta nas declarações de retenção de impostos das próprias empreiteiras. Entre as depositantes estão as construtoras OAS, Mendes Júnior e Camargo Corrêa, apontadas pela contadora do doleiro Meire Bonfim Poza como integrantes do esquema.

Beneficiárias de contratos na estatal, em especial nas obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, um grupo de empreiteiras é investigado pela Polícia Federal (PF) sob a suspeita de repasse de recursos com finalidade de pagamento de propina a servidores públicos e políticos. Muitas dessas empresas sempre negaram ter feito os repasses.

Os documentos da Receita Federal registram o valor do imposto retido e o montante transferido para os empreendimentos de Youssef e Costa. O fato de as transferências estarem documentadas, por meio da Declaração do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (Dirf), corrobora o depoimento prestado à PF por Meire Bonfim Poza.

O relator da CPI Mista da Petrobras, deputado Marco Maia (PT-RS), disse que vai pedir a convocação da contadora para prestar depoimento sobre suas denúncias envolvendo o doleiro Alberto Youssef. O petista disse que ela se tornou uma "peça-chave" nas investigações depois da entrevista que concedeu à revista "Veja" detalhando o esquema do doleiro.

- Assim como o Youssef, ela agora é peça-chave no processo de investigação. Estamos, neste momento, analisando todos os dados da Operação Lava-Jato. E, portanto, de posse dessas informações, vamos poder confrontá-las com os depoimentos - disse Marco Maia, por mensagem de texto.

Meire esteve na superintendência da PF no Paraná no fim de julho, confirmou que as empreiteiras sabiam da fraude envolvendo a contratação de supostos serviços e detalhou a participação de determinadas empresas, o que coincide com os registros oficiais na Receita. A PF passou a considerá-la fundamental nas investigações sobre o suposto esquema de pagamento de propina pelas empreiteiras beneficiadas com contratos superfaturados com a Petrobras. Inquéritos foram abertos para investigar essas empresas, como desdobramento da Operação Lava-Jato, deflagrada em março. Youssef e Costa estão presos preventivamente no Paraná.

Os maiores repasses à MO - R$ 28,8 milhões - foram feitos pela Sanko Sider e pela Sanko Serviços de Pesquisa. A primeira foi subcontratada pela Camargo Corrêa para fornecer tubos de aço nas obras de Abreu e Lima. Os sócios da subempreiteira foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) por suposto envolvimento no esquema de Youssef. A Galvão Engenharia, o Consórcio Rnest e a Coesa Engenharia repassaram R$ 4,1 milhões, R$ 3,4 milhões e R$ 1,7 milhão à MO, respectivamente. Nos casos dessas empreiteiras, o imposto retido foi de R$ 573,4 mil.

A contadora de Youssef afirmou ainda que a Mendes Júnior simulou contratos de estudo de viabilidade de plataformas de petróleo com outro empreendimento do doleiro, a GFD Investimentos. Os dados da Receita mostram que a Mendes Júnior Trading e Engenharia repassou R$ 2,2 milhões à GFD em 2011 e R$ 1 milhão em 2012. O Consórcio Mendes Júnior foi responsável por mais um repasse de R$ 2,7 milhões em 2012.

A Receita observou que, no caso da MO, há indícios de irregularidades fiscais devido à elevada movimentação financeira. Sobre a GFD, o indício de irregularidade tributária decorre da incompatibilidade entre a receita bruta declarada e a movimentação de dinheiro. É comum nas declarações de imposto de renda dos empreendimentos de Youssef a omissão das fontes pagadoras, o que só foi possível detectar por meio das declarações de imposto retido feitas pelas empreiteiras.

A Costa Global Consultoria e Participações, de Paulo Roberto Costa, recebeu R$ 3 milhões da Camargo Corrêa, R$ 600 mil da Queiroz Galvão, R$ 400 mil da Iesa Óleo e Gás e R$ 315 mil da Engevix Engenharia no ano passado, conforme os dados oficiais da Receita. A contadora de Youssef, na entrevista à "Veja", declarou que "a Camargo era um esquema exclusivo de comissões dos negócios acertados dentro da Petrobras com Paulo Roberto Costa".

A Receita detectou que a consultoria distribuiu no ano passado, como lucros e dividendos, R$ 2,1 milhões para Costa e R$ 250 mil para a filha dele, Arianna Azevedo Costa. Em 2012, ano em que o ex-diretor deixou a Petrobras, este lucro foi de apenas R$ 2,4 mil. A Costa Global deixou de pagar R$ 546,3 mil em impostos federais em 2013, conforme a Receita.

A assessoria de imprensa da OAS não respondeu às perguntas enviadas por e-mail pela reportagem na tarde de ontem. Por ser domingo, O GLOBO não conseguiu fazer contato telefônico com os assessores. A Mendes Júnior, por meio de nota, afirmou que "não mantém ou manteve relacionamento com Alberto Youssef". Sustentou ainda que "acerca de seus fornecedores, todos os contratos são feitos de acordo com as normais legais".

A Camargo Corrêa enviou nota em que admite a existência de contrato com a Costa Global, como já havia sido informado em abril. "A construtora manteve relação contratual com a consultoria do ex-diretor Paulo Roberto Costa do final de 2012 até dezembro de 2013, quando já não mais exercia suas funções na Petrobras", disse por meio da assessoria de imprensa. "Em relação às declarações da contadora Meire Bonfim, apesar de não ter tido acesso ao depoimento, a empresa reitera a lisura de seus procedimentos e que jamais fez qualquer pagamento ao senhor Alberto Youssef ou às suas empresas."

As assessorias da Engevix e da Queiroz Galvão informaram que não conseguiriam responder às perguntas a tempo do fechamento da edição. Não houve resposta ao e-mail enviado à assessoria de imprensa da Galvão Engenharia, que não foi localizada por telefone. O GLOBO não localizou as assessorias de Consórcio Rnest, Coesa, Sanko Sider e Iesa.

PF apura se Graça Foster omitiu informações

• Inquérito foi aberto a pedido de três senadores da oposição

Gabriela Valente – O Globo

BRASÍLIA - A Polícia Federal abriu um inquérito para investigar se a presidente da Petrobras, Graça Foster, omitiu do Senado Federal informações sobre a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, e se a empresa de seu marido, Colin Foster, tinha contrato com a estatal. O pedido para que fosse instaurado um inquérito policial foi feito por parlamentares ao Ministério Público Federal (MPF), que imediatamente determinou o início das investigações.

- O Ministério Público nem deixou o espaço aberto para que a Polícia Federal decidisse instaurar o inquérito ou não. Já determinou a abertura imediata - disse uma fonte a par do processo.

Pelo menos três senadores da oposição encaminharam pedidos para que Graça fosse investigada. Eles foram enviados ao MPF após o depoimento da executiva na Comissão de Infraestrutura do Senado. Se ficar comprovado que ela faltou com a verdade, pode configurar crime de falso testemunho.

Na sessão no Congresso Nacional, Graça alegou que o Conselho de Administração da Petrobras não foi responsável pela compra da refinaria de Pasadena. O negócio custou US$ 1,2 bilhão aos cofres da estatal. Nesse depoimento, ela ainda disse que a empresa de seu marido não tinha contrato com a Petrobras.

Durante o depoimento, Graça Foster disse ainda que o marido não teria negócios com a Petrobras. Desde o aparecimento das denúncias, a presidente da Petrobras já deu vários esclarecimentos em diferentes comissões do Legislativo.

O pedido do Ministério Público Federal do Distrito Federal à Polícia Federal ocorreu no dia 13 de abril. O procedimento foi instaurado quase dois meses depois pela PF.

Aécio se diz a 'maior vítima de ataques covardes na internet' e cobra atitude de Dilma

• Domingo, Dia dos Pais, Aécio foi ao hospital buscar o filho, que nasceu prematuro no mês de junho e recebeu alta na tarde de ontem

Luciana Nunes Leal - O Estado de S. Paulo

O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, disse neste domingo, 10, que é a "maior vítima de ataques covardes na internet" e pediu empenho da presidente Dilma Rousseff na investigação do uso de computadores do Palácio do Planalto para alterar perfis de jornalistas na enciclopédia virtual Wikipedia.

Em tom de ironia, afirmou que o slogan oficial deveria ser trocado para "o governo em que ninguém sabe de nada". Aécio lembrou o episódio em que petistas presos pela Polícia Federal quando tentavam comprar um dossiê contra o tucano José Serra, na eleição de 2006, foram chamados de "aloprados" pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"A visão de setores do PT de que são donos do Estado acaba ultrapassando todos os limites e eles começam a querer ser donos das biografias, da vida das pessoas. Ninguém é mais vítima desses ataques covardes na internet que eu (...) Essa sempre foi uma arma de setores do PT, vamos lembrar dos aloprados. Vou restabelecer uma ação republicana do governo federal. Espero que a presidente da República ajude nessas apurações, senão vamos ter que trocar o slogan do governo para 'o governo em que ninguém sabe de nada'", declarou Aécio.

Segundo o jornal O Globo, um computador ligado à rede do Palácio do Planalto foi usado para modificar os perfis dos jornalistas Carlos Alberto Sardenberg e Miriam Leitão na Wikipédia. Aécio também pediu investigação profunda das denúncias da ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, de que o esquema de caixa 2 e lavagem de dinheiro beneficiou pelo menos três partidos - PMDB, PT e PP.

"Todas as denúncias têm que ser investigadas e, se forem comprovadas, deve haver punição exemplar. Causam perplexidade em todos nós. O Brasil não pode viver mais no país da impunidade", declarou.

No Dia dos Pais, o tucano foi à maternidade Perinatal com a mulher, Letícia Weber, buscar o filho Bernardo, que nasceu prematuro no dia 7 de junho e teve alta na tarde deste domingo. A gêmea Julia está em casa desde 22 de julho.

"É o dia mais feliz da minha vida. Estou com a alma leve" comemorou Aécio na porta da maternidade. O senador anunciou que apresentará um projeto de lei que dê às mães de filhos prematuros o direito de contar a licença-maternidade somente a partir do dia que os filhos tiverem alta hospitalar e forem para casa. Também prometeu, se eleito, ampliar da rede de UTI neonatal no País. "Foi uma luta enorme. O amor dos pais é essencial para que os filhos se recuperem. Já sou um grande vitorioso", disse o candidato, que brincou com o fato de Bernardo ser louro e Julia, morena.

"Se me virem andando com o Bernardo no calçadão, assim lourinho, vão achar que raptei o menino", disse.

Ibope revela trunfos de Aécio para o 2º turno

• Tucano seria bem votado entre mulheres e eleitores de alta renda e com curso superior

Paulo Henrique de Noronha – Brasil Econômico

A última pesquisa do Ibope, realizada entre 3 e 6 de agosto, trouxe poucas novidades: a presidenta Dilma Rousseff manteve-se com 38% das intenções de voto, enquanto seus principais adversários — Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) — avançaram apenas 1 ponto percentual, respectivamente para 23% e 9%.

Entretanto, os números reforçaram a possibilidade de realização de um segundo turno — que muito provavelmente será entre Dilma e Aécio, já que o tucano tem mais que o dobro dos votos do terceiro colocado, Eduardo Campos. Pela última enquete do Ibope, o segundo turno entre Dilma e Aécio seria bem apertado: a diferença entre os dois é de apenas 6 pontos percentuais, 42% para a petista, 36% para o tucano. Mas os números da pesquisa revelam alguns trunfos de Aécio.

Desde maio, ele vem crescendo gradualmente na preferência das eleitoras mulheres, enquanto Dilma cai na mesma proporção. Outro segmento do eleitorado onde Aécio sobe é na faixa etária de 25 a 34 anos: o Ibope aponta que ele ganharia no segundo turno com os votos de 40% desses eleitores, contra 39%de Dilma. Mais expressiva é a intenção de votos do tucano entre os eleitores com curso superior.

Em primeiro turno, Aécio teria 35% dos votos (contra apenas 22%de Dilma) e na segunda rodada chegaria a 53%. Números similares aos que conseguiria entre os brasileiros com renda mensal acima dos 5 salários mínimos: 38% no primeiro turno (23%para Dilma) e 54% no segundo turno.

Aécio também está com boa votação nas regiões Sudeste e Sul. Na primeira, ele quase empata com Dilma no primeiro turno (28% a 29%) e venceria no segundo, com 41% a 33%. No Sul, o tucano perderia no primeiro turno (28% a 36%), mas viraria para a vitória no segundo: 42% a 38%.

Petrobras no centro do debate

• Aécio e Eduardo cobram investigação rigorosa sobre os problemas na estatal, e Dilma classifica crise de "factoide político"

Amanda Almeida – Correio Braziliense

A crise política da Petrobras virou ontem instrumento de ataque eleitoral para os três principais candidatos à Presidência da República. Enquanto a presidente Dilma Rousseff (PT) classificou as denúncias envolvendo a empresa como "factoide político", Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) cobraram investigação rigorosa.

Dilma passou o dia em Brasília e, no fim da tarde, deu uma entrevista coletiva no Palácio do Alvorada. Questionada sobre o efeito da crise política no desempenho da Petrobras, ela disse que não se deve "misturar eleição com a maior empresa de petróleo do país". "Isso não é correto. Não mostra nenhuma maturidade", disse. "Acho fundamental que, na eleição, haja a maior e mais livre discussão. Agora, utilizar qualquer factoide político para comprometer uma grande empresa e sua direção é muito perigoso", acrescentou a petista.

Na semana passada, a Polícia Federal abriu inquérito para investigar se a presidente da Petrobras, Graça Foster, omitiu do Senado informações sobre a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, e a existência de contratos entre a empresa e um grupo do marido dela.

Sobre o mesmo tema, Eduardo Campos defendeu ontem a criação de uma "força-tarefa para uma intensa investigação". "Depois do que aconteceu na Comissão de Inquérito no Senado, é fundamental que instituições, como a Polícia Federal, a Justiça e o Ministério Público, investiguem tudo para esclarecer o que vem acontecendo na Petrobras", afirmou, em evento de campanha em Cabo de Santo Agostinho (PE).

"Não podemos omitir do Brasil o que houve com a maior empresa brasileira, que perdeu metade de seu valor de mercado, multiplicou sua dívida em quatro vezes, levando empresas a fecharem as portas e a demissões nos setores de petróleo, offshore, gás e na indústria naval", completou Eduardo. Segundo denúncia da oposição, a empresa do marido de Graça, Colin Foster, tem 43 contratos com a Petrobras, embora ela tenha negado a existência desses vínculos em depoimento no Senado em maio.

Doleiro
Já Aécio cobrou apuração sobre o esquema de propina montado por Alberto Youssef, relatado pela ex-contadora do doleiro Meire Bomfim Poza à revista Veja. Segundo ela, "malas de dinheiro" saíam de empreiteiras e chegavam a políticos. Youssef foi preso na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, que também respingou na Petrobras. O ex-diretor da empresa Paulo Roberto Costa foi preso na ação e é acusado de participar do esquema do doleiro.

"Vamos aguardar que as investigações ocorram e que, se as denúncias forem comprovadas, haja punição exemplar", disse Aécio. Ele passou o dia no Rio de Janeiro. O tucano buscou o filho Bernardo, que estava internado havia 65 dias, depois de ter nascido prematuro. Sobre o uso de computadores do Palácio do Planalto para alterar biografias de jornalistas, Aécio disse que "acabam ultrapassando todos os limites e começam a querer ser donos da biografia de todo mundo". Na coletiva de ontem, Dilma não comentou o assunto.

Aécio e o PSDB foram atacados por Dilma na entrevista. Questionada sobre a promessa de campanha do tucano de criar um Superministério da Infraestrutura, unindo as pastas de Transportes e Minas e Energia, ela disse que os tucanos já tentaram acabar com a última. "Fui a primeira ministra de Minas e Energia depois do governo Fernando Henrique Cardoso. Eles (integrantes do PSDB) estavam fazendo processo de tornar aquele ministério mínimo. Ao que levou isso? Ao maior racionamento da história deste país, em 2000 e 2001. Havia 25 ou 26 motoristas e três engenheiros (na pasta)." Dilma defendeu a manutenção da atual Esplanada. "Acho que esse formato responde ao momento histórico do Brasil."

O risco da guerra política na rede

• Colunista Merval Pereira defende que enciclopédia virtual cheque edições

Juliana Castro e Renato Onofre - O Globo

RIO e SÃO PAULO - As alterações negativas que foram feitas nos perfis dos jornalistas Míriam Leitão, colunista do GLOBO, e Carlos Alberto Sardenberg, da CBN e Rede Globo, na Wikipédia é, para cientistas políticos e especialistas, mais uma capítulo do "Fla-Flu" virtual da discussão política na internet, mas não pode contaminar as instituições públicas. Todos pedem rapidez na apuração do caso.

Na sexta-feira, O GLOBO revelou que um IP do Palácio do Planalto havia sido usado para fazer alterações negativas nos perfis dos jornalistas na enciclopédia colaborativa virtual. Desde então, a oposição pede uma apuração rigorosa. A presidente Dilma Rousseff já ordenou a abertura de uma sindicância interministerial.

- Há um antagonismo odiento instalado na discussão política - diz o cientista político e pesquisador da UFRJ Sandro Corrêa. - É intolerável alterar ou deformar a biografia de uma pessoa apenas como forma de reagir a uma crítica. A ação feita de dentro do Palácio do Planalto deve ser investigada e apurada. Mas o "Fla-Flu" político adotado nas redes sociais e internet não pode chegar às instituições.

O cientista político e diretor do Instituto de Estudos Estratégicos da UFF, Eurico Figueiredo, também cobra uma apuração rigorosa do episódio, mas não vê indícios de ação orquestrada:

- (O caso) Liga um sinal de alerta, mas acho que esse episódio deve ser colocado em seu devido lugar. É inaceitável e intolerável a alteração da biografia de qualquer pessoa com o objetivo de caluniá-la, mas acredito que não seja uma ação orquestrada. E, sim, de um partidário mais passional que embarca nesse "Fla-Flu" político e, acreditando no anonimato da internet, aproveita para atacar aqueles que não estão alinhados ideologicamente com ele.

O colunista do GLOBO Merval Pereira, que já teve seu perfil na Wikipédia alterado ao menos seis vezes, de forma negativa (ele foi classificado como informante dos EUA), por IPs do Canadá e Austrália, pediu ontem que os administradores da enciclopédia acompanhe a edição de suas páginas:

- A Wikipédia tem que ficar atenta a isso. Assim como eles admitem que qualquer um possa entrar e escrever o que quiser, deveriam ter uma equipe para checar as informações.

Para Merval, alterar o perfil de uma pessoa e incluir informações caluniosas é uma ação criminosa. O colunista destaca ainda que, se um funcionário do setor privado usa a internet de forma indevida, há demissão, e ressalta que, no setor público, deveria ocorrer o mesmo.

- O Planalto certamente tem meios de identificar quem usou a rede naquela hora. É claro que eles não compactuam com isso. O problema é que, como é uma prática do partido há muitos anos, todo mundo se sente autorizado a fazer isso. Agora que surgiu esse caso, eles têm que tomar providências claras. 

Estacionado no NE, Campos investe para alcançar Dilma

Marina Falcão – Valor Econômico

JOÃO PESSOA (PB) - Apenas 120 quilômetros separam as capitais Recife e João Pessoa, mas é bem mais ampla a distância entre os desempenhos do candidato à Presidência do PSB, Eduardo Campos em Pernambuco e na Paraíba. Se em Pernambuco, Estado em que foi governador por oito anos, Campos se aproxima da presidente Dilma Rousseff na liderança nas intenções de voto, na Paraíba o candidato briga para se firmar no segundo lugar contra o presidenciável do PSDB, Aécio Neves (PSDB). Essa situação se repete em toda a região Nordeste.

Em sua primeira ida à Paraíba desde que se lançou candidato, Campos visitou no sábado o Programa Cidade Madura, residencial construído na Mangabeira (maior bairro de João Pessoa), pelo governador Ricardo Coutinho (PSB) para atender a idosos. Acompanhado de Marina Silva (PSB), sua candidata à vice-presidente, Campos disse que, caso eleito, levaria o projeto para todo o país. O presidenciável se posicionou como uma alternativa à candidatura de Dilma, apontando problemas como inflação, desemprego e paralisação das obras na ferrovia Transnordestina.

A poucas ruas do local onde Campos e Marina discursaram, o porteiro Ronaldo da Silva Gomes, 41 anos, transitava no popular Mercado da Mangabeira. Ele diz que já ouviu falar em "Enivaldo" Campos, de Pernambuco, mas que vai votar em Dilma por causa do Bolsa Família. Aristóteles Inácio Oliveira, aposentado, 65 anos, também já fez a sua escolha: Aécio Neves, "porque o avô dele morreu eleito" e porque "Dilma é apenas um fantoche de Lula". Ele não tem opinião formada sobre Campos.

De sexta-feira até ontem, Campos percorreu uma maratona no Nordeste. Foram três estados (Alagoas, Pernambuco e Paraíba) em três dias. Em Arapiraca (AL), criticou as cobranças judiciais em cima de pequenos agricultores que sofreram com a seca e garantiu que não pretende mexer no Bolsa-Família, em um discurso onde disse que "se sentia em casa".

Campos tem 12% das intenções de votos dos nordestinos, segundo a pesquisa do Ibope divulgada na semana passada. O percentual do candidato na região praticamente não evoluiu em relação ao levantamento anterior, que mostrava Campos com 11% no Nordeste.

O candidato do PSB está tecnicamente empatado Aécio Neves (11%) na região Nordeste, ambos bastante atrás de Dilma, que tem pouco mais da metade (51%) das intenções de voto.

Os números do Nordeste revelam as dificuldades que Campos enfrenta em sua primeira eleição nacional. Para especialistas, os desafios vão além do fato do candidato enfrentar o fenômeno do "Lulismo".

Túlio Velho Barreto, cientista político da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), diz que o PSB é "inegavelmente" uma legenda tradicional e importante, mas que só vem ampliando sua influência nacional nas últimas eleições. "A legenda não tem ainda uma dimensão que extrapole fronteiras estaduais e, às vezes, mesmo as de algumas capitais", afirma. "É um partido que tem sido, ao longo dessa quadra democrática, praticamente um partido satélite do PT, o que não tem contribuído para criar uma identidade própria", diz.

Para Flávio Lúcio Vieira, cientista político da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), o fato de Campos ser nordestino não é suficiente para compensar a polarização entre PT e PSDB. "Até agora, Campos não conseguiu se colocar como uma terceira alternativa e acaba disputando o eleitor com Aécio".

Em Pernambuco, Campos tem 37% do eleitorado, tecnicamente empatado com Dilma, que tem 41%, aponta o Ibope. Aécio tem 6%. Mas o cenário de Pernambuco é um ponto fora da curva. Na Paraíba, Campos aparece com 12,9 % da intenções de voto, quase igual a Aécio Neves, com 12,6%, e Dilma com 47,4%, mostra uma pesquisa do Instituto Souza Lopes, de julho.

"A Paraíba é historicamente próxima à Pernambuco, mas a situação de Campos por aqui não é diferente do que ele encontra nos outros estados", diz Vieira.

Na Paraíba, Campos apoia o governador Ricardo Coutinho (PSB), cujo principal adversário é o ex-governador e senador Cássio Cunha Lima (PSDB), tradicional força política do Estado. O tucano lidera a disputa estadual, com quase 44% dos votos, de acordo com o Instituto Souza Lopes. Coutinho tem 25% dos votos e Veneziano Vital do Rêgo (PMDB), 8,5%.

No Ceará, Campos perdeu o apoio do governador Cid Gomes e seu irmão Ciro. Os Gomes decidiram apoiar a candidatura de Dilma em 2013, aderindo ao Pros.

Apesar de estagnado, o desempenho de Campos no Nordeste é melhor do que no resto do País, onde tem 9% das intenções de voto, contra 23% de Aécio e 38% de Dilma, segundo o Ibope.

A questão da identidade nordestina tem peso na decisão da estudante de nutrição paraibana Larissa Araújo, 29 anos. Ela já decidiu votar em Campos "porque ele é nordestino" e porque "Pernambuco respira desenvolvimento".

Larissa vive em Caaporã (PB), divisa entre Paraíba e Pernambuco. A 10 minutos da sua cidade, já do outro lado da fronteira entre os estados, o município de Goiana (PE) abriga um polo automotivo, onde está sendo levantada a fábrica da Fiat. "Moro na Paraíba, mas escutei mais falar em Eduardo [Campos] do que em Ricardo [Coutinho]".

Empresas citadas na Operação Lava Jato doaram R$ 24,3 milhões

• PF investiga pagamento de construtora a consultoria ligada a doleiro; outras são mencionadas em caderno de ex-diretor

Ricardo Brito - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - As empresas citadas ou envolvidas durante as investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, doaram R$ 24,3 milhões a candidatos e partidos políticos, segundo levantamento feito pelo Estado.

A primeira prestação de contas, divulgada na semana passada no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mostra que quatro empresas que já tiveram ou mantêm contratos com a Petrobrás fizeram contribuições no primeiro mês de campanha. Nenhuma doou para as campanhas dos titulares da CPI mista da Petrobrás que disputam cargos eletivos.

No fim de maio, o Estado revelou a existência de um acordo entre integrantes da base aliada e da oposição para blindar os fornecedores da Petrobrás de serem alvo de quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico. A suspeita é de que algumas empresas, incluindo as maiores empreiteiras do País, teriam abastecido ilegalmente um esquema de desvio de recursos da Petrobrás montado pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef, presos pela operação da PF.

O acordão da CPI mista foi materializado em 16 de julho, quando nenhuma delas teve seus sigilos quebrados em sessão de votação de requerimentos. O receio dos parlamentares era o de que, se as investigações da comissão contra as empresas fossem aprofundadas, elas se recusariam a tornar-se doadoras de campanhas.

Segundo o levantamento no site do TSE, o maior contribuinte individual foi a OAS Construtora, com R$ 12,1 milhões. A investigação da PF identificou que a construtora fez pagamentos à MO Consultoria, empresa que teve seu sigilo quebrado pela CPI mista e que seria firma de fachada do doleiro Youssef.

Anotações. A UTC Engenharia, que deu R$ 10,1 milhões a campanhas, e a Engevix, R$ 50 mil, foram mencionadas no caso pois o nome delas aparece no caderno de Paulo Roberto Costa. A Toyo Setal Empreendimentos fez uma única doação, de R$ 2 milhões. Planilha apreendida na Lava Jato sugeriria que o ex-diretor da estatal negociou com a Toyo e outras empresas doações eleitorais.

Nenhum dos 20 titulares da CPI mista que vão concorrer a cargos eletivos recebeu doações das empresas citadas ou envolvidas na operação da PF. Tampouco há repasses de atuais e ex-fornecedores da estatal. Segundo o TSE, os 14 deputados e os 6 senadores membros da CPI e candidatos já receberam em contribuições cerca de R$ 2,2 milhões ao todo.

O levantamento feito pelo Estado a partir da base de dados do TSE circunscreveu-se às doações feitas diretamente às campanhas dos candidatos. Há empresas que deram contribuições a direções partidárias. É o caso da Andrade Gutierrez - também mencionada no caderno de Costa. Embora não tenha doado diretamente a comitês de candidatos, ela repassou R$ 9 milhões a direções partidárias.

Em nota, a assessoria de imprensa da Andrade Gutierrez informou que todas as suas doações de campanha são feitas de acordo com a legislação eleitoral do País e que a empresa não é investigada pela Operação Lava Jato. "Nossos critérios para as doações são baseados em representatividade política."

Questionada sobre as investigações da PF, a assessoria de comunicação da OAS disse apenas que "todas as doações eleitorais realizadas pela empresa são feitas nas formas previstas em lei". A UTC informou, por meio da assessoria de imprensa, que não se pronunciará e a Engevix afirmou que "todas as suas doações a partidos políticos são públicas e nos termos da legislação". Na sexta-feira, a reportagem tentou contato com a Toyo Setal por telefone, mas ninguém atendeu.

Campos defende investigação da PF sobre a Petrobrás

• 'Nós não podemos omitir do Brasil o que houve com a maior empresa brasileira', disse o candidato do PSB ao Planalto

Monica Bernardes - O Estado de S. Paulo

RECIFE - Em um dia de comemoração dupla, quando completou 49 anos e festejou o dia dos pais junto aos cinco filhos, além de amigos e familiares, no Recife, o presidenciável Eduardo Campos (PSB) elogiou, neste domingo, a abertura de uma investigação, por parte da Polícia Federal, sobre as denúncias de que a presidente da Petrobrás, Graça Foster, teria supostamente omitido informações sobre a compra da refinaria de Pasadena ao Senado, envolvendo, entre outros pontos, a existência de contratos entre a estatal e o grupo empresarial comandado por seu esposo, Colin Foster.

"Nós não podemos omitir do Brasil o que houve com a maior empresa brasileira, que perdeu metade do seu valor de mercado, que multiplicou sua dívida por quatro, que está levando muitas empresas privadas a fechar a porta", destacou Campos ao exigir "todo esclarecimento necessário para que os responsáveis sejam punidos na forma da lei".

Durante seu único compromisso oficial de campanha, no período da manhã, Campos fez duras críticas contra o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) diante do caso envolvendo computadores ligados à rede de internet do Palácio do Planalto para a realização de alterações nos perfis dos jornalistas Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg, divulgado no final da última semana em reportagem do jornal O Globo. "O Palácio não pode virar um comitê eleitoral de uma força política para sair agredindo os que não concordam", afirmou.

Para o presidenciável, o episódio é "muito grave". "É um símbolo do aparelhamento do estado brasileiro que não dá mais", sentenciou. No último sábado, a chefe do executivo federal e candidata à reeleição, Dilma Rousseff, pediu a abertura de uma investigação para apurar o caso, o que envolverá vários órgãos do governo como a Casa Civil, Instituto Nacional de Tecnologia da Informação, Ministério da Justiça, Secretaria Geral da Presidência e Controladoria Geral da União.

Durante pouco mais de uma hora em que participou de uma visita a um centro de tratamento de jovens dependentes químicos do Programa Atitude, localizado no município do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, ao lado de assessores e correligionários, prometeu atenção especial à prevenção e ao tratamento aos dependentes químicos e reclamou da atual política nacional de combate ao crack, que segundo ele, "é direcionada apenas aos municípios com mais de 200 mil habitantes".

Após a visita, o presidenciável gravou algumas cenas para o guia eleitoral e passou o resto do dia com a família.

PPS quer chamar ex-contadora

- Zero Hora (RS)

O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), afirmou que protocolará na CPI mista da Petrobras pedido de convocação de Meire Bonfim da Silva Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef. Meire disse em depoimento à Polícia Federal (PF) que as empresas que pagavam por serviços de consultoria de firmas de Youssef sabiam que estavam contratando uma fraude.

A consultoria era a maneira formal que as empresas encontravam para repassar dinheiro a políticos e servidores, segundo acusação da PF na Operação Lava-Jato. O depoimento é considerado pela polícia como uma das principais provas contra as empreiteiras que estão sendo investigadas sob suspeita de superfaturarem contratos já prevendo retirar a propina do valor adicional.

Meire também afirmou à Polícia Federal que circulavam com o doleiro "malas e malas de dinheiro" em esquema de lavagem supostamente utilizado por políticos de PT, PMDB e PP, de acordo com reportagem da revista Veja deste final de semana.

Relator da CPI mista da Petrobrás quer depoimento de ex-contadora de Youssef

• Doleiro está preso sob acusação de integrar esquema internacional de lavagem de dinheiro abastecido, inclusive, com recurso da estatal

Fábio Brandt, Ricardo Della Coletta - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - O deputado Marco Maia (PT-RS), relator da CPI mista que investiga suspeitas de corrupção relacionadas à Petrobrás, afirmou aoEstado neste domingo que pedirá a convocação de Meire Bonfim da Silva Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef. O doleiro está preso sob acusação de integrar um esquema internacional de lavagem de dinheiro abastecido, inclusive, com recursos da estatal.

Segundo Marco Maia, Meire precisa ser convocada porque já aceitou colaborar com as investigações da Polícia Federal a respeito das relações do ex-chefe com políticos e empreiteiras. Agora, disse o deputado, ela é "uma peça importante no processo de investigação da própria CPI".

Nesse sábado, o PPS, partido de oposição ao governo, já havia comunicado que pediria a convocação de Meire. Com o aval do relator, que define o cronograma da investigação e é um dos aliados do governo dentro da CPI, há mais chances de o requerimento ser votado pela comissão. Diversos pedidos sequer são apreciados pela CPI por falta de acordo entre seus integrantes.

Nesse fim de semana, sem sucesso, a reportagem tentou questionar sobre o assunto o senador José Pimentel (PT-CE), relator da CPI do Senado que também investiga as mesmas suspeitas de corrupção ligadas à Petrobrás. O senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), presidente da CPI mista e da CPI dos senadores, também não respondeu.

A ex-contadora de Youssef prestou dois depoimentos à PF em julho, um no dia 23 e outro no dia 25. Ambos foram publicados na íntegra pelo blog do repórter Fausto Macedo, do Estado.

Ela concedeu entrevista à revista "Veja", na edição deste fim de semana, em que cita nomes dos políticos e dos partidos mais beneficiados pelo esquema de lavagem de dinheiro do doleiro.

PT, PMDB e PP foram as siglas mencionadas por Meire na entrevista. Entre os políticos, foram citados o senador Fernando Collor (PTB-AL) e os deputados André Vargas (sem partido-PR), Luiz Argôlo (SDD-BA), Mário Negromonte (PP-BA) e Cândido Vaccarezza (PT-SP).

À exceção de Collor, que desligou o telefone sem responder aos questionamentos doEstado, todos negaram as acusações. A ex-contadora disse ainda que as empreiteiras OAS, Mendes Júnior e Camargo Corrêa participavam de operações ilegais de Youssef.

Sobre a Petrobrás, Meire afirmou que "para entrar" na empresa era preciso pagar um "pedágio" a Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da estatal que também está preso. Ele é acusado pelas autoridades de ser sócio de Youssef.

Marco Maia afirmou que os técnicos da CPI estão analisando documentos da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, para formular perguntas a Alberto Youssef, que já teve sua convocação aprovada, mas ainda sem data para o depoimento. O mesmo material deve subsidiar o interrogatório de Meire.

"Ela, na verdade, não trouxe novidade. Mas eu mesmo devo apresentar um requerimento de convocação dela para se somar ao depoimento do Alberto Youssef", disse o deputado.

PMDB e PP. Os dois deputados do PMDB titulares na CPI mista, Sandro Mabel (GO) e Lúcio Vieira Lima (BA) afirmaram que apoiam a convocação de Meire. "Se não tiver nenhum requerimento, eu vou apresentar", afirmou Lima. Os dois acham necessário apurar as afirmações da ex-contadora, inclusive as acusações que fez contra o PMDB. "Ela vai ter que falar. Ela não pode falar genérico, PMDB, PT. Quem do PMDB? Quem do PT?", disse Lúcio.

Apesar de Mabel apoiar a convocação de Meire, ele teme que a nova personagem dos escândalos tire a CPI de seu foco, que é apurar especificamente as suspeitas relacionadas à Petrobras. "Acho que tira um pouco o foco da CPI. Porque aparentemente não era só com negócio de Petrobras que o Youssef mexeu. Mexeu em outras coisas também, uma lavanderia completa", disse.

No sábado, o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), disse ser favorável à apuração das declarações de Meire na CPI.

Conselho de ética. As declarações de Meire repercutiram também no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara. O deputado Marcos Rogério (PDT-RO), relator do processo aberto contra o colega Luiz Argôlo no conselho, disse que também pode convidar Meire a depor.

"Ela pode esclarecer o que significa ser um dos mais assíduos [no escritório de Youssef] e qual o tipo de negócio que eles tinham", disse Marcos Rogério. "Se era uma relação empresarial ou de amizade". Argôlo responde a um processo de quebra de decoro parlamentar por envolvimento com o doleiro.

Ricardo Noblat: Não se meta, Dilma!

- O Globo

"Feliz a Nação cujo Deus é o Senhor"
Dilma, cheia de graça, à caça do voto religioso

O que essa gente do governo Dilma Rousseff, ela incluída, imagina mesmo que somos? Um bando de idiotas? Ou de ignorantes? Incapazes de distinguir entre o falso e o verdadeiro? Vai ver parecemos dispostos a ser enganados desde que não nos apertem os bolsos. Nem revoguem direitos e benefícios obtidos a duras penas. Ou que nos foram concedidos em troca de votos. Pois é... Os aloprados estão de volta!

PERDÃO. OS ALOPRADOS não estão de volta. Estão de volta aqueles que a cada eleição tentam por meios escusos influenciar seus resultados. Lula chamou de aloprados os membros de sua campanha à reeleição que montaram um falso dossiê para enlamear a imagem dos candidatos do PSDB a presidente da República (Geraldo Alckmin) e ao governo de São Paulo (José Serra).

ALOPRADO É SOMENTE um tipo inquieto. Ou amalucado. Na época, ninguém contestou o uso impróprio do inocente adjetivo para identificar , de fato, manipuladores da vontade popular . Sinto muito, mas era disso que se tratava. Agora será diferente? Como qualificar os que agiram para transformar a CPI da Petrobras numa despudorada farsa? Uma CPI que poderia afetar o resultado da próxima eleição presidencial?

ALI HAVIA UM GRAVE malfeito a ser investigado capaz de alcançar Dilma a poucos meses da sua sucessão. A Petrobras fez um dos piores negócios de sua vida ao comprar a refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. O negócio foi aprovado pelo Conselho de Administração da companhia presidido por Dilma. Respondam com franqueza: o que foi feito da gestora tida por Lula como exemplar?

DILMA ALEGOU que se baseara num parecer técnico "falho" quando avalizou a compra da refinaria. E que o autor do parecer já fora demitido da diretoria da Petrobras. Descobriu-se, afinal, que o demitido, assim como a atual presidente da companhia, receberam de véspera as perguntas que lhe seriam feitas por senadores do governo escalados para integrar a CPI. Uma ação entre amigos. Ou melhor: um crime!

SOB PRESSÃO DO GOVERNO, o Tribunal de Contas da União (TCU) retirou o nome de Dilma da lista dos eventuais culpados pelo prejuízo de US 792,3 milhões contabilizados pela Petrobras. Deixou de fora da lista o nome da presidente da Petrobras, Graça Foster . E por fim adiou o julgamento do caso. Graça não poderia dispor de melhor advogado de defesa – Dilma, que a nomeou para o cargo.

LEMBRAM-SE DA VEZ que Lula se referiu a Sarney como "um homem incomum?" Foi a maneira que achou para socorrer o fiel aliado, suspeito de alguma tramoia. Graça é "uma mulher incomum", sugeriu Dilma. Que decretou: "Nós não achamos que pese contra ela qualquer processo de irregularidade". Nem contra o marido de Graça, prestador de serviços à Petrobras.

SERIA MAIS RAZOÁVEL que Dilma correspondesse ao que se espera de quem ocupa o cargo mais importante da República, deixando o TCU livre para decidir se lançará o nome de Graça no rol dos responsáveis pelo negócio de Pasadena. Ninguém pediu a opinião dela sobre Graça. Não interessa ao tribunal — e não deve interessar — o que pensa Dilma de sua amiga de fé, irmã, camarada.

O PODER COSTUMA cegar quem o exerce. Embora carente de talento para estar onde foi posta por Lula, Dilma entende que merece se reeleger porque fez um governo estupendo, inesquecível. Por certo, inesquecível, sim... De resto, é tamanha a fraqueza dos seus adversários que ela tem tudo para se reeleger . Se os fados ajudarem, no primeiro turno

José Roberto de Toledo: Carnais, líquidas e concretas

- O Estado de S. Paulo

Seja investimento ou recompensa, o fato de empresas doarem dezenas de milhões de reais para candidatos e partidos fazerem suas campanhas eleitorais é sempre tocante. Especialmente porque são as mesmas desinteressadas e conhecidas doadoras. Computada apenas a primeira prestação de contas, as empreiteiras já doaram mais de R$ 50 milhões nestas eleições.

O valor é alto, mas ficou parecendo mesquinho diante das contribuições de uma única empresa, de outro ramo. Sozinha, a JBS S.A. doou ao menos R$ 53,3 milhões até agora a candidatos de sete Estados e a presidenciáveis. Se a sigla não lhe diz nada, talvez uma de suas muitas marcas diga: Friboi, o frigorífico. Uma fração desse valor converteu Roberto Carlos em garoto-propaganda dos prazeres da carne. O que fará o dobro com os políticos?

Nada, claro. Não se deixe, caro leitor, levar pelo ceticismo. É tudo bem passado e embalado a vácuo. Nada contamina essa maminha eleitoral. É uma contribuição para lubrificar a democracia. Fazê-la funcionar sem atritos nem bois na linha.

A JBS S.A. é uma multinacional goiana. Líder mundial em exportação de proteína animal, abate 50 mil cabeças de gado por dia e vende sua carne para 150 países. Afirma empregar 185 mil funcionários em 340 unidades de produção. Em 2013, faturou R$ 93 bilhões e lucrou R$ 6,1 bilhões, antes dos impostos. A empresa deve cerca de R$ 33 bilhões e tem muitos negócios com o banco estatal federal BNDES, que financiou sua fusão com outros frigoríficos.

Diante desses valores, os R$ 53,3 milhões para a eleição são miúdos. Foram R$ 5 milhões da JBS S.A. para a campanha de Dilma Rousseff (PT), R$ 5 milhões para a de Aécio Neves (PSDB), mas só R$ 1 milhão para a de Eduardo Campos (PSB). Os mais de R$ 40 milhões restantes foram para candidatos do PMDB, PP, PR, PRP, PSB, PT e PSDB em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Bahia, Rio Grande do Sul e Alagoas.

Ainda no setor de alimentação e bebidas, outro doador desponta com força nestas eleições. A CRBS S.A. é mais conhecida por Ambev, dona nas marcas Antarctica, Brahma, Skol e Budweiser. Doou cerca de R$ 17 milhões para ao menos oito partidos em eleições diversas. Metade disso foi gasto em doses similares para Dilma e Aécio. Eduardo parece ter ficado a seco, por ora. Mais da metade do preço da cerveja é imposto, e subindo.

Seria injusto, porém, não mencionar o esforço de financiamento da democracia feito por outros setores da economia. Em especial aqueles que mais concretamente contribuem para pagar as contas das campanhas eleitorais. As empreiteiras aparecem em segundo plano nesta primeira prestação de contas, mas ainda têm muito tempo até outubro para recuperar seu protagonismo.

Avessas a expor sua generosidade em público, as empresas de engenharia engendram métodos diversos para construir o espetáculo da democracia. Às vezes doam aos partidos, às vezes aos candidatos, às vezes a comitês. E quando a modéstia é mesmo grande, recorrem à pessoa física de seus donos e diretores. Por isso, nem sempre dá para encontrar todas as doações do setor, mas é certo que superam R$ 50 milhões.

Entre as mais visíveis estão Construtura OAS (mais de R$ 12 milhões para partidos sortidos), UTC Engenharia (mais de R$ 10 milhões em investimentos diversificados geograficamente e, como manda a prudência, suprapartidários) e Construtora Queiroz Galvão (mais de R$ 7 milhões). Todas participam de obras públicas sob governos de diferentes tendências ideológicas, daí o seu pragmatismo. Há exceções, porém.

A Via Engenharia é uma construtora grande, a maior do Centro-Oeste, diz. Reformou o Estádio Nacional Mané Garrincha para a Copa, construiu CEUs em São Paulo, fez até a sede do Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília. Mas só aparece, por enquanto, na contabilidade do PSDB nacional, com R$ 2,5 milhões em contribuições. Ai, se os outros partidos perceberem.

Valdo Cruz: Debate interditado

- Folha de S. Paulo

A inflação cai, o governo Dilma solta rojão, mas ela só cede porque as taxas de juros foram às alturas, o crescimento econômico é raquítico e, além disso, tem um mundo de preços represados.

A inflação real é bem maior do que a artificial que aí está. Para o marketing eleitoral isto tem pouca ou nenhuma importância. O negócio é bater bumbo. E a banda palaciana já afinou os instrumentos.

Mas vem aí o efeito negativo do remédio amargo ministrado para domar o dragão da inflação, sem falar nos equívocos do governo que travaram os investimentos.

Resultado: a recessão bate na porta e pede para entrar. Sai o fantasma da inflação, entra o do desemprego. O receio palaciano é que ele aumente antes de outubro e volte a assustar o eleitor na hora de registrar seu voto na urna eletrônica.

Só falta levar mais um puxão de orelhas das agências de risco diante da piora nas contas públicas. A meta de economia de gastos deste ano foi para o vinagre com gastos em alta e receitas em queda, levando a dívida pública voltar a crescer.

Motivos não faltam. Para encobrir suas trapalhadas, o governo recorre cada vez mais aos bancos públicos, espetando neles a conta para segurar o preço da energia e reduzir o buraco dos cofres públicos.

De dedos cruzados e mãos atadas, o Palácio do Planalto reza para que o ambiente não azede antes da eleição e segue mudo sobre a bomba relógio que armou para 2015.

Prefere interditar o debate eleitoral, colando na oposição a pecha de malvados da economia. Deu certo. Aécio Neves engavetou a expressão medidas impopulares e trocou-a por "não faltará coragem para tomar as medidas necessárias".

Cedo ou tarde, porém, o governo terá de encarar a realidade. Internamente, o debate já esquentou. Há mais gente admitindo que os equívocos de hoje terão de ser limados no futuro. A dúvida é se o governo será o dono do tempo dos ajustes.

Renato Janine Ribeiro: Uma política decente de direita

• O liberalismo deveria incluir ações afirmativas

- Valor Econômico

Defendo o diálogo entre as forças democráticas, isto é, a esquerda e a direita não autoritárias. Mas, como minhas simpatias estão com a esquerda moderada, quero expor o que poderia ser um programa audacioso e avançado de direita ou, se preferirem, liberal. Parto da grande tese do liberalismo: cada indivíduo tem capacidades únicas, notáveis, que para florescerem só precisam que sejam removidas as ervas daninhas. O Estado ou qualquer externalidade, inclusive as Igrejas, mais prejudicam do que ajudam. Claro que essas instituições devem remover obstáculos - e o grande exemplo é a repressão policial ao crime - mas não devem impor direção às riquezas singulares de cada pessoa.

Liberal nada tem a ver com "libertarian", expressão frequente só nos Estados Unidos e que não se confunde com libertário, que no resto do mundo é sinônimo de anarquista. O anarquista é contra o poder - do Estado, da Igreja, do capital ou do partido. Já o "libertarian" é só contra o poder estatal, mesmo democrático; mas aceita a desigualdade social, mesmo aguda, ou o poder econômico, mesmo abusivo. Muito ao contrário disso, todo liberal autêntico tem uma teoria do homem, literalmente uma "antropologia", que afirma a riqueza inesgotável de cada indivíduo. Ora, o resultado lógico dessa convicção é que ele defenda uma radical igualdade de oportunidades, para que todas as flores, na sua diferença, floresçam.

A igualdade deve estar na partida - mas não na chegada. A desigualdade social se justifica, para o liberal, em decorrência do empenho e desempenho de cada um, de seu talento e mérito. Um mote liberal seria: igualdade absoluta de oportunidades, incentivo à diferença e à criatividade, recompensa do esforço e do empenho. A riqueza interna de cada um deve se expressar. Portanto, a desigualdade prévia à estreia de cada qual no trabalho deve ser a menor possível. No limite, como propunha um dos liberais mais avançados da história francesa, o jornalista Jean-Jacques Servan-Schreiber, autor do best-seller "O desafio americano", a herança deveria ser abolida, porque desnivela os pontos de partida. Tal medida, difícil que é de implantar, estaria não obstante no horizonte liberal.

A sociedade ou o Estado devem garantir o que hoje chamamos de ações afirmativas. O liberalismo genuíno não é contra cotas. Um governo liberal teria por meta, num prazo prefixado de dez ou vinte anos, assegurar uma educação de qualidade elevada e, acrescento, de mesma qualidade para todos os brasileiros. Iria até além das cotas, porque não incluiria só os melhores dentre os descendentes de africanos e indígenas, mas todos. Devem acabar, se for o caso pela ação do Estado, todos os entraves - por definição, injustos, iníquos - à igualdade de oportunidades.

Para o liberal, a educação deve ser prioridade absoluta, justamente porque faz as pessoas crescerem em sua diferença (o que inclui todas as orientações sexuais que não constituam abuso sobre vulneráveis) e beneficia a vida social. Esta, numa sociedade culta e educada, deve reduzir ao mínimo a tutela do Estado. Por que interviria ele na vida sexual, religiosa, espiritual de adultos não vulneráveis?

O empenho - e o desempenho - devem ser aferidos. Responsabilidade é palavra-chave. Enquanto o socialista tende a considerar que todo trabalho é por definição social, e que é difícil distinguir a responsabilidade e a performance de cada indivíduo, o liberal quer responsabilizar as pessoas pelo que fazem. O socialista enfatiza a cooperação, o liberal, a liberdade, isto é, a competição, mas dentro dos quadros legais e éticos. Não é a competição a todo custo, não é a guerra hobbesiana de todos contra todos. Daí que liberais gostem de avaliações. Elas devem individualizar a responsabilidade pelos resultados obtidos, sejam bons ou maus. A remuneração deve estar associada a avaliações.

Há avaliações de todas as sortes. O mercado é um grande avaliador de bens e de certos serviços. Mas precisa de correções. Impostos podem levar o produtor de leite a receber mais pelo que vende do que o fabricante de refrigerantes, que têm um custo de produção menor, uma demanda alta e portanto uma margem de lucro potencialmente superior. Mas, para além da avaliação simples que fazemos todos os dias ao comprar, há avaliações refinadas, que se referem a bens sociais, não ou pouco mercáveis, como educação, pesquisa científica, saúde, cultura e de modo geral tudo o que é novo. Avaliações, aliás, jamais constituem fins em si. Devem gerar resultados. Se a educação é prioridade, os melhores educadores devem ser estimulados. Vejam que "melhor" inclui doses de criatividade e de dedicação ou, se quiserem, os "tantos por cento de inspiração e tantos por cento de transpiração" que se diz serem o segredo das grandes obras.

Este rápido percurso permite uma limpeza de terreno. Muito do que está associado à esquerda, porque ela é mais "social", pode na verdade caber no mundo liberal. Cotas, por exemplo. Mas temos liberais no Brasil? Difícil dizer. Quem se declara liberal, aqui, com frequência é apenas contra o poder do Estado, e ainda assim somente quando o governante for escolhido pelos mais pobres. Por isso, não se trata de liberais, mas de conservadores. Também por isso, me reservo o direito de apenas reconhecer como liberal quem lute pela igualdade de oportunidades, em pensamentos, palavras e atos. Em alguns momentos, penso que - talvez - a Rede Sustentabilidade possa ocupar o espaço liberal em nosso país. Mas, de todo modo, entre nós o liberalismo continua sendo um enredo com lugar vago para um autor.

Renato Janine Ribeiro é professor titular de ética e filosofia política na Universidade de São Paulo.

Almir Pazzianotto Pinto: Cenários possíveis

- O Estado de S. Paulo

A decisão que se espera do Supremo Tribunal Federal (STF), em recurso extraordinário ajuizado para reexame de acórdão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), cujo tema é "terceirização de atividade-fim", trará profundas repercussões nas atividades econômicas, pois definirá o futuro do contrato de prestação de serviços.

São dois cenários possíveis após a sentença. Na hipótese de o STF julgar válido o inciso III da Súmula n.º 331 do TST, que diz não formar vínculo empregatício com o tomador a contratação de serviços de vigilância e de conservação e limpeza, assim como a de serviços especializados ligados à "atividade-meio do tomador", terá decretado sentença de morte de contrato previsto no Código Civil. A exclusão daquilo que recebeu a denominação de "atividade-fim" significa manter escancarada larga porta pela qual transitam reclamações trabalhistas e ações civis públicas, com pedidos de condenações em centenas de milhões, impedindo empresas de serem mais eficientes mediante descentralização.

Ao contrário do que dizem os inimigos da terceirização, buscar maior produtividade, com redução de custos, não é imoral, antiético, pecado ou crime. Precisamente porque produtos brasileiros têm preços superiores aos padrões internacionais, nossas indústrias não exportam, encontram-se em crise e desempregam. Terceirizar não interfere nos salários, aos quais se aplicam as leis de mercado, sobretudo a relação oferta e procura.

Lembro o Decreto-lei n.º 200/67. Ao dispor sobre os fundamentos da moderna administração pública, esse decreto incluiu a descentralização de atividades executivas na terceira posição, abaixo do planejamento e da coordenação, acima da delegação de competência e controle. Segundo a referida legislação, a fim de evitar o "crescimento desmesurado da máquina administrativa", a administração pública deverá ser "amplamente descentralizada". É o que se observa nos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, inchados, mas dependentes de terceiros para limpeza, vigilância e transporte, entre outros serviços.

Nesse aspecto a administração privada não difere dos serviços públicos. Sempre que possível reduzirá custos, aumentará a produtividade, buscará ser eficiente, a fim de se manter viva no mercado, para que haja saudável concorrência em qualidade e preço.

A distinção entre atividade-meio e atividade-fim nasceu no TST no calor de discussão em torno da Súmula n.º 331, aprovada para substituir a ultrapassada Súmula n.º 256. Quem esteve presente na sessão do Tribunal Pleno constatou que, diante da urgente tentativa de compor correntes em conflito, os srs. ministros optaram por solução de compromisso, fixando abstratos limites à possibilidade de terceirizar. Assim se explica a inclusão dos serviços de limpeza e conservação, não regulamentados, ao lado do trabalho temporário e de vigilância, disciplinados por leis específicas. Imaginavam os magistrados que o Legislativo em breve se ocuparia do assunto, o que, para infelicidade de todos, não aconteceu.

A segunda alternativa consiste no provimento do recurso extraordinário. A medida terá amparo em textos constitucionais e legais, como aquele que garante o direito de propriedade, e na óbvia impossibilidade de se proibir, mediante decisão judicial, algo que pertence ao mundo da economia moderna, e atende às necessidades operacionais das empresas. A Súmula n.º 331, aliás, não é proibitiva, mas permissiva. Resgatou a terceirização da absoluta ilegalidade a que havia sido condenada pela Súmula n.º 256, para autorizá-la no segmento em que é mais utilizada: serviços de limpeza e conservação.

Quais os argumentos de que se servem os inimigos ideológicos da prestação de serviços terceirizados? O primeiro consistiria na precarização do emprego e o segundo, na ofensa à dignidade da pessoa humana. Nenhum dos dois resiste a superficial análise. Precário todo emprego, como toda empresa, é. Tudo na vida se ressente de precariedade, a começar por ela. O matrimônio, antes considerado sacramento pela Igreja Católica, nunca poderia ser precarizado. A Lei do Divórcio revelou estarem errados todos os que assim pensavam.

Nada protege melhor o trabalho do que a economia vigorosa. É ela que dita o nível do emprego. Se há estagnação ou recessão, salários desaparecem. Quando as atividades econômicas se encontram em expansão, a procura por trabalhadores aumenta e a balança dos salários se inclina em seu favor. A mais generosa legislação se torna inútil com a economia em queda. Exemplos recentes na Europa demonstram que países cujas leis sociais aparentavam ser avançadas, ao entrarem em crise, se viram obrigados a adotar medidas que desempregaram.

Quanto à dignidade, não será ela afetada pelo fato de o trabalhador pertencer à espécie dos terceirizados. A Constituição da República e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) não o marginalizam. Gozam de idênticos direitos aos assegurados aos funcionários da tomadora de serviços. O valor moral de um ser humano - escreve Luc Ferry - não depende dos dons naturais que recebeu ao nascer, mas do que fez deles; não da natureza, mas da liberdade, do trabalho.

Detrás da argumentação xiita contra a terceirização o que se esconde é o apetite ilimitado pela Contribuição Sindical que deixa de ser recebida pelas entidades sindicais representativas das categorias profissionais desfalcadas. Nada mais do que isso.

Na hipótese implausível de o Supremo Tribunal decidir garroteá-la, limitando-a à atividade-meio - qualquer que seja o significado da expressão indefinível -, teremos como resultado injurídica, autoritária e deplorável intervenção do Judiciário nas empresas privadas, para impedi-las de decidir o que podem ou não podem entregar à responsabilidade de terceiros, na procura de redução de custos, mais produtividade e maior eficiência.

Almir Pazzianotto Pinto é advogado e foi ministro do Trabalho e presidente do Tribunal Superior do Trabalho

Painel :: Bernardo Mello Franco

- Folha de S. Paulo

Maluf que fez
O deputado Paulo Maluf (PP-SP), que gosta de contar vantagens, vai operar um milagre que nem o ex-presidente Lula conseguiu. Ele unirá as imagens de Dilma Rousseff (PT) e Paulo Skaf (PMDB) nos santinhos de sua campanha à reeleição para a Câmara. O peemedebista, que está em segundo lugar na corrida ao governo de São Paulo, evita a todo custo aparecer ao lado da presidente. A atitude já azedou sua relação com o vice-presidente Michel Temer (PMDB).

Paz e amor Para a campanha de Geraldo Alckmin (PSDB), ao flexibilizar a fala e criticar o uso eleitoral da crise da água, Skaf tenta se consolidar como terceira via e se afastar da oposição petista.

Tamo junto Até a campanha de Alckmin se solidarizou com Alexandre Padilha (PT) por sua exclusão da cobertura diária da TV Globo, que só garante espaço quem tem 6% das intenções. Um integrante da campanha tucana repetiu Lula e classificou a decisão como "sacanagem".

Faz que eu pago Em reunião com presidentes estaduais de partidos aliados, o comitê de Dilma (PT) se comprometeu a bancar os santinhos de deputados que divulgarem sua foto em São Paulo.

Não tá pagando Petistas reclamam que o material de campanha está atrasado. Em caminhada recente de Padilha na capital paulista, militantes usavam adesivos da eleição de Dilma em 2010.

Caça aos laranjas Com sete presidenciáveis confirmados nos debates na TV, a equipe de Dilma tentará rastrear possíveis acordos entre a oposição e candidatos nanicos. O receio é que os azares sejam usados como "línguas de aluguel" para atacá-la.

Beija eu Enchida de beijinhos em Osasco, no sábado, Dilma esfregava a mão no rosto para remover marcas de batom. Ela quase perdeu o relógio no corpo a corpo.

Novos tempos A partir de meados de setembro, o Tribunal Superior Eleitoral terá cinco de seus sete ministros titulares indicados ao Judiciário em governos do PT. A corte julgará todas as disputas da corrida presidencial.

Novos nomes Além do presidente do TSE, Dias Toffoli, os ministros Luiz Fux, Maria Theresa de Assis Moura, Henrique Neves e Luciana Lóssio chegaram à cúpula do Judiciário pelas mãos de Lula ou de Dilma.

Tio Patinhas O doleiro Alberto Youssef não foi mão aberta só com políticos. A uma amante, deu um apartamento no Morumbi e três restaurantes, disse sua contadora Meire Poza em depoimento à Polícia Federal.

Tímidos Empresários estão assustados com a decisão do TSE de obrigar os partidos a identificarem os doadores originais do dinheiro repassado aos candidatos. Um financiador disse a um deputado do PMDB que vai fechar a torneira porque não quer "ficar aparecendo em jornal".

Vem que tem Quase 40% dos R$ 6,8 milhões arrecadados pelo PMDB de Alagoas foram repassados a outros sete partidos. A sigla deu R$ 2,5 milhões a aliados que apoiam seu candidato a governador, Renan Filho.

Aqui também O PMDB do Rio Grande do Norte foi generoso com as legendas pró-Henrique Eduardo Alves. Transferiu R$ 2,3 milhões a candidatos de sete partidos, como o PSB de Wilma de Faria, que disputa o Senado.

Em família Candidato à reeleição, o senador Eduardo Suplicy (PT) gravou programa de TV ontem, Dia dos Pais, com os três filhos e os seis netos. Supla e João compuseram um rap para ele.
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Tiroteio
"O brasileiro paga em impostos o equivalente à diária de um hotel cinco estrelas, mas recebe o conforto de um acampamento."
DE EDUARDO CAMPOS, candidato do PSB à Presidência, sobre a relação entre a arrecadação e o serviço oferecido pelo governo federal.
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Contraponto
Mais Médicos

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) conduzia cerimônia nos Bandeirantes, em março, para anunciar que o palácio passaria a ter captação de energia solar. Ao agradecer à sua equipe, citou Mario Covas, engenheiro:

--Ele sempre me dizia que os engenheiros é que salvam o governo!

Depois, o tucano, formado anestesiologista, se deu conta de que o subsecretário responsável pelo projeto, Milton Flávio, também é médico. Então, continuou:

--Aí Covas olhava pra mim e, para me agradar, completava: "É, os médicos também ajudam...".

Diário do Poder :: Cláudio Humberto

- Jornal do Commercio (PE)

• Caoa Hyundai terá presente bilionário em MP
Depois de colher de chá bilionária do governo e do Congresso na Medida Provisória 627, em maio, a montadora coreana Caoa-Hyundai será a principal beneficiária de duas emendas à MP 651/2014, que, na prática, concederá “super benefício” fiscal a fabricantes de automóveis do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Uma vez aprovada a MP, a Caoa pode usufruir de crédito presumido de IPI que pode chegar aos bilhões.

• Emenda do peito
Entre as 334 emendas apresentadas à MP 651/2014, as emendas 244 e 251 beneficiam a Caoa Hyundai com descontos fiscais até 2020.

• Amigões
Os autores das “emendas amigas” da Caoa Hyundai são o deputado Manoel Júnior e o senador Vital do Rêgo, ambos do PMDB da Paraíba.

• Os beneficiados
As emendas estendem à Caoa Hyundai o mesmo tipo de benefício que Fiat e Ford receberam em 2011, por construírem fábricas no Nordeste.

• Tudo a ver
A MP 651 altera o Refis da Copa e trata de medidas para o mercado de capitais. O texto original não fala de benefícios fiscais para montadoras.

• Missão de paz não é prioridade desde 2009
O governo brasileiro não paga o que deve para manter as missões de paz realizadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) há seis anos. Desde 2009, o Brasil aparece como inadimplente em todos os relatórios orçamentários divulgados neste quesito. Entretanto, a ONU remunera países que cedem tropas e instalações para a realização das missões, incluindo os que não cumprem as obrigações, como o Brasil.

• Fica difícil
Se a ONU levar em consideração a ficha financeira dos países, jamais o Brasil terá um assento permanente no Conselho de Segurança.

• Bem na foto
As únicas contas pagas em dia são as referentes à reforma da sede da ONU, onde trabalha atualmente o ex-chanceler Antonio Patriota.

• Tudo a perder
A fama brasileira de formar ótimos diplomatas foi adquirida ao longo de mais de um século de trabalho, mas pode sumir se o ‘calote’ continuar.

• Pesquisa presidencial
Pesquisa realizada no Distrito Federal entre os dias 1º e 6 de agosto mostra empate técnico entre o candidato tucano Aécio Neves (23,4%) e a candidata petista a reeleição, presidenta Dilma Rousseff (21,2%). O candidato do PSB, Eduardo Campos, ficou em 3º, com 18%.

• Pesquisa no DF
A mesma pesquisa mostra que José Roberto Arruda (PR) é 1º entre os candidatos ao governo do DF com 27,5%, Rodrigo Rollemberg (PSB) tem 19,6% e o atual governador Agnelo Queiroz (PT), 17,8%. Luiz Pitiman (PSDB) é o 4º colocado com 9%. Registro: TRE-DF nº 28/2014.

• Perdeu
A brasileira Odebrecht perdeu a concorrência para construir o novo aeroporto de New Orleans, nos Estados Unidos. A empreiteira venceu na primeira fase, mas as rivais apelaram. Lá, concorrência é pra valer.

• Na geladeira
Após ter conseguido renomear Paulo Passos no Ministério dos Transportes, o PR já se conformou que ficará para depois das eleições a indicação do substituo do general Jorge Fraxe no comando do DNIT.

• Tropa de choque
Candidato à reeleição na chapa de Dilma, o vice-presidente Michel Temer montou um comitê central em Brasília com quinze funcionários, só para cuidar de sua “proteção e projeção” na campanha.

• Eles só pensam naquilo
A partir desta segunda, a secretaria de Fazenda do Distrito Federal vai reenviar aos contribuintes 140 mil boletos de IPVA vencidos, que ainda não foram pagos. Sem prejuízo de inscrevê-los na dívida ativa.

• Foco no Nordeste
O presidenciável Aécio Neves (PSDB) marcou agenda desta terça até sexta (15) no Nordeste. O tucano exigiu primeiro montar plano de ação mais maduro, com propostas, para intensificar a campanha na região.

• Celso de Mello, 25
Decano do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello completará 25 anos, no próximo dia 17, quando foi nomeado pelo então presidente Jose Sarney para a mais alta Corte do País. Ele poderá permanecer na ativa até 1º de novembro de 2015, quando completará 70 anos.

• Viva a modernidade
Com seus atores mambembes de script combinado, a CPI da Petrobras inaugura nova era no Congresso. A era das testemunhas ventríloquas.