Folha de S. Paulo
Na Argentina, conflito é intrapartidário
sobre o controle da Presidência; aqui, interpartidário
A derrota do governo nas primárias
legislativas argentinas provocou um tsunami institucional. Quatro
ministros associados à facção kirchnerista do gabinete do presidente Alberto
Fernández pediram demissão.
Cristina Kirchner, a vice-presidente, acionou sua artilharia e pediu a cabeça
do poderoso chefe de gabinete, que foi também substituído, e do ministro da
Economia.
A eleição ocorrerá daqui a dois meses, mas as primárias legislativas importam porque a Argentina é o único país em que elas são obrigatórias para o eleitor e para os partidos. Assim, espera-se que a foto de agora seja consistente com a de novembro. As eleições legislativas ocorrem no meio do mandato para renovar metade da Câmara dos Deputados e 1/3 das províncias no Senado; o governo deve perder a maioria nas duas casas.