Tal iniciativa, formulada de afogadilho
para efeitos eleitorais de curto prazo, não deixa de revelar, com independência
das intenções dos seus atores, que se aposta também no caminho das urnas, em
que pese o alarido promovido cotidianamente delas não serem confiáveis. De
qualquer forma, num texto de análise como este, admitindo-se por hipótese, que
essa turva orientação leve a sucessão a um desfecho favorável, não se teria uma
nova edição do governo Bolsonaro, mas um inédito governo do Centrão, cogitação
burlesca que povoa a imaginação dos seus mentores.
Essa hipótese, contudo, está bem longe de ser confiável, como evidente no levante da consciência democrática na defesa que se alastrou entre a inteligência e ponderáveis setores das elites econômicas dos valores e instituições que conformam o Estado democrático de direito, nos vigorosos manifestos lidos em 11 de agosto na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, o dos juristas e dos empresários da FIESP , a que dezenas de outras, de vários estados da federação se acrescentaram replicando o inteiro teor do texto dado a público nesse simbólico dia de agosto subscrito por um milhão de pessoas e inúmeras entidades, entre as quais as mais representativas do capital e do trabalho e de movimentos sociais.