Reforma tributária cheia de exceções trará alíquota maior
O Globo
A realidade aritmética é inescapável: se uns
pagarem menos imposto, os outros precisarão pagar mais
Não há dúvida de que a reforma
tributária em tramitação no Congresso representará um enorme
avanço para a economia brasileira. Ela acaba com a cobrança cumulativa dos
impostos sobre serviços e consumo, põe fim à guerra fiscal entre os estados,
aproxima o sistema tributário brasileiro dos melhores e contribui para aumentar
a competitividade do país. Ao analisá-la, porém, os parlamentares precisam
compreender que há uma contradição intrínseca no parecer apresentado pelo
relator, senador Eduardo Braga (MDB-AM).
O texto amplia as exceções à alíquota de referência adotada nos novos impostos criados — a CBS (federal) e o IBS (estadual e municipal) — em substituição a outros cinco. Ao mesmo tempo, quer manter intacta a arrecadação. Isso significará necessariamente uma alíquota maior, em prejuízo das empresas não enquadradas nas exceções.