O Globo
Recriar o Ministério da Segurança Pública
parece um passo importante para viabilizar o plano lançado ontem, que dá a
impressão de improvisado, mas aponta um caminho para o combate ao crime
organizado
O plano de segurança pública anunciado pelo
Ministério da Justiça — Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações
Criminosas — aparentemente não é viável se não houver por trás uma estrutura
nacional que o viabilize. Especialistas identificam nele os defeitos de um
programa feito às pressas, para responder a uma situação de emergência que
atinge principalmente o Rio de Janeiro e a Bahia, mas não apenas esses dois
estados.
O Ministério da Justiça deveria voltar a ser separado da segurança pública, ainda mais neste momento em que a crise é nacional, como comprovam os fatos. Se o ministro Flávio Dino, responsável pela não separação dos ministérios no governo Lula, for nomeado para o Supremo Tribunal Federal (STF), pode ser que o presidente se incline a aprofundar a reforma ministerial, não para acomodar grupos políticos, mas para implementar um programa de segurança pública que há muito se faz necessário.