Decreto
coloca ministro sob ainda mais tutela, mas Guedes já não podia quase nada
Um
decreto de Jair Bolsonaro submeteu
Paulo Guedes à tutela oficial de Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil, em
alguns assuntos orçamentários menores. Nogueira é senador e presidente
licenciado do PP, um dos dois regentes do que sobra do governo bolsonariano: a
distribuição de dinheiros que auxiliem a eleição da turma do centrão. O outro
regente é Arthur
Lira (PP-AL), presidente da Câmara.
Dizem
que Guedes perdeu poder. Perdeu poder de quê?
Para
começar, qualquer ministro da Economia pode pouco se não há um governo com rumo
e base parlamentar, para nem mencionar articulação social. O governo de Jair
Bolsonaro não existe, para todos os fins humanos e positivamente
práticos.
Quando
se meteu em assuntos econômicos, Bolsonaro sabotou ou desmoralizou Guedes, como
se o ministro ainda precisasse passar mais vergonha depois de tanta promessa de
trilhão, déficit zero, da privatização da semana que vem, afora disparates e
preconceitos.
Guedes não tem articulação política. Perdeu seus principais assessores. Alguns porque não conseguiam fazer nada ou não sabiam fazê-lo. Uns foram fritados por Bolsonaro. Outros saíram para não dar mais vexame ou com medo de processos, como a baciada que debandou quando chutaram o pau de teto de gastos.