Tucano confirmou ontem que PSDB deixará o governo
Pré-candidato do PSDB à Presidência, o governador de SP, Geraldo Alckmin, disse ontem que os tucanos vão desembarcar do governo federal quando ele assumir o comando do partido, o que deve ocorrer na convenção do próximo dia 9. O tom das declarações incomodou o Palácio do Planalto e levou o presidente do PMDB, Romero Jucá, a cobrar respaldo na transição até 2018. O presidente Michel Temer vai conversar com Alckmin, sábado, para acertar a saída do PSDB. O desconforto no Planalto foi provocado principalmente pelo fato de Alckmin dizer que, se dependesse dele, a sigla nem teria se aliado a Temer.
Alckmin vai acertar com Temer a saída do PSDB
Vera Rosa, Elizabeth Lopes, Thiago Faria e Julia Lindner / O Estado de S. Paulo.
BRASÍLIA - Pré-candidato do PSDB à Presidência, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, confirmou ontem que os tucanos vão desembarcar do governo quando ele assumir o comando do partido, o que deve ocorrer na convenção do próximo dia 9. O tom das declarações de Alckmin incomodou o Palácio do Planalto e levou o presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR), a cobrar respaldo na transição até 2018. O presidente Michel Temer vai conversar com o governador, no próximo sábado, em Limeira (SP), para acertar quando será a saída do PSDB.
O desconforto no Planalto foi provocado principalmente pelo fato de Alckmin dizer que, se dependesse dele, a sigla nem teria se aliado a Temer. “Eu sempre fui contra participar do governo. Acho que não tinha razão para o PSDB participar, indicar ministro”, afirmou o governador, em entrevista à Rádio Bandeirantes.
Alckmin lembrou que o tucano Bruno Araújo já deixou o Ministério das Cidades, disse que “outros terão de sair pelo prazo de desincompatibilização” e pregou uma “política diferente” de agora em diante. “Mas votaremos medidas de interesse do País, independentemente de termos cargos, ministérios ou participar do governo”, insistiu.
Questionado se o PSDB abandonaria Temer, Alckmin foi evasivo. “Abandonar no sentido de não ter compromisso, não. Porque temos compromisso, responsabilidade e temos de dar sustentação na Câmara e votar projetos de interesse do País”, argumentou ele.
Na avaliação de auxiliares de Temer, o governador começou a dar “sinais dúbios” em sua campanha. O Planalto e a cúpula do PMDB têm interesse em montar uma frente de centro-direita com partidos como PSDB, DEM, PP, PR, PSD e PRB para disputar a eleição presidencial de 2018, mas ainda há um clima de mágoa e desconfiança em relação aos tucanos.
“Prefiro acreditar que o PSDB vai ter juízo e somar forças para ajudar a gente a concluir essa transição. Alckmin tem de conversar com os outros partidos e dizer a que veio”, afirmou Jucá. “Existe chance para fazermos uma coligação com os tucanos, mas isso depende das ações. Queremos saber, por exemplo, como o PSDB vai votar na reforma da Previdência. Na política, os atos valem mais do que as palavras.”