O Estado de S. Paulo
Presidente minguou eleitoralmente e, ao que tudo indica, irreversivelmente
Culto à morte, atos antidemocráticos e
denúncias de corrupção fizeram Bolsonaro minguar eleitoralmente.
Jair Bolsonaro pode até anular os 125
pedidos de impeachment, cobrando a generosa fatura com que garantiu a Arthur
Lira o controle da Câmara. O que o presidente não pode é evitar a presente
erosão da sua popularidade. Perdas refletidas no abandono do empresariado, na
debandada dos produtores rurais, no afastamento da classe média antipetista,
que agora procura nova saída. São forças que o elegeram em 2018 e ele esperava
multiplicar em 2022.
Resumo da ópera: Bolsonaro minguou
eleitoralmente e, ao que tudo indica, irreversivelmente.
Não suportou o peso das três categorias de problemas que marcam sua presidência. Primeiro, o macabro culto da morte que impôs à sua gestão da pandemia. Depois, as atitudes antidemocráticas, promovendo atos radicais que provocaram a indignação dos democratas e atiçaram a reação dos movimentos populares.