O Globo
A oposição parece ter acordado para o fato
de que estava ajudando a pavimentar uma estrada até então esburacada para a
reeleição de Jair Bolsonaro, com a trégua em várias frentes concedida ao
presidente justamente no pior momento de seu governo.
Primeiro, foi a carta redigida por Michel
Temer quando Bolsonaro ensaiou uma ruptura institucional.
Em seguida, a oposição, PT à frente, rumava
decidida para chancelar o Auxílio Brasil de R$ 400, incluído numa grande
pedalada que também contempla calote nos precatórios e que pode ser uma
catapulta a tirar Bolsonaro do fundo do poço da viabilidade eleitoral.
Some-se a isso a grande probabilidade de
que o aliado Augusto Aras sente em cima de boa parte do relatório final da CPI
da Covid, e tem-se um presidente, o pior da História democrática brasileira, de
novo com viabilidade eleitoral.
Para não repetir o erro de cálculo da oposição a Lula em 2006, que decidiu não levar adiante o impeachment no auge do mensalão, achando que o petista seria cachorro morto nas urnas, a esquerda parece começar a acordar.