Aliados de Temer acreditam que até 400 políticos podem ser citados
Procurador-geral da República enviará hoje ou amanhã ao Supremo pedido de abertura de cerca de 80 inquéritos a partir da análise de depoimentos de 78 executivos da Odebrecht. Presidente não será investigado
A entrega da segunda lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal, no âmbito das investigações da Lava-Jato, aumentou a tensão no Palácio do Planalto no fim de semana. Janot pedirá a abertura de cerca de 80 inquéritos, que atingem a cúpula do governo, o PMDB e aliados de peso no Congresso. A preocupação do presidente Michel Temer, segundo interlocutores, não é só a inclusão de ministros, mas o alcance das investigações, que podem atingir 400 políticos listados por 78 executivos da Odebrecht em delação premiada. Temer deverá ser mencionado, mas não será investigado, pois os episódios nos quais aparece são anteriores a seu mandato.
A lista de Pandora
Janot entrega ao STF cerca de 80 pedidos de inquéritos que podem atingir 400 políticos
Carolina Brígido, Cristiane Jungblut e Jailton de Carvalho | O Globo
-BRASÍLIA- Dois anos depois de divulgada a chamada “Lista de Janot”, com a primeira leva de pedidos de abertura de inquéritos da Lava-Jato enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vai encaminhar à corte a segunda edição da “lista” — desta vez, mais extensa e com maior potencial ofensivo à nata do poder. Serão cerca de 80 pedidos de abertura de inquérito contra a cúpula do governo Temer, parlamentares da situação e da oposição e até ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). A lista de citados é tão grande que o clima é cada vez mais tenso no Palácio do Planalto. Segundo parlamentares que conversaram com o presidente Michel Temer no fim de semana, ele está preocupado com a abrangência da lista. Aliados de Temer cogitam que haja cerca de 400 políticos arrolados pelos 78 delatores da Odebrecht nos níveis federal, estadual e municipal.