Correio Braziliense
A greve dos metroviários refletiu a disputa no
PSol, que, no fim de semana, resultou em pancadaria entre “trotskistas” e
“leninistas” no congresso da legenda
Com a greve dos metroviários de São Paulo e
dos funcionários da Sabesp, a empresa paulista de saneamento — promessa de
campanha do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (PR) —, o candidato do
PSol à Prefeitura de São Paulo, deputado Guilherme Boulos, quase caiu numa
armadilha política, na qual os grandes beneficiados seriam o prefeito Ricardo Nunes
(MDB), postulante à reeleição, e a deputada federal Tabata Amaral (PDT), também
candidata de oposição.
Como o governador paulista não pretende recuar do projeto de privatização, o que seria renegar um compromisso eleitoral, a situação de Boulos estava muito difícil, por causa do desgaste que a greve lhe acarretava, em função dos transtornos à vida dos paulistanos. Liderada por sindicalistas do PSol, a greve refletia a disputa interna na legenda de Boulos, que no fim de semana resultou em pancadaria entre “trotskistas” e “leninistas” da legenda. Depois do congresso, Valério Arcary (ex-Convergência Socialista e PSTU) e o ex-deputado Milton Temer (ex-PCB e PT) continuaram se digladiando, com sinais trocados, mas por escrito: curiosamente, Temer está à esquerda de Arcary.