quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

OPINIÃO DO DIA – Roberto Freire

Quando foi eleito prefeito da maior cidade do país, Haddad prometeu uma nova São Paulo e não poupou os governos anteriores dos ataques mais rasteiros, sobretudo na área social. Não demorou muito para que os paulistanos percebessem que o problema da cidade não era o “higienismo” de seus administradores, apontado pelo então candidato petista, mas a incompetência de quem assumiu o poder há pouco mais de um ano e não sabe o que fazer.

Roberto Freire, deputado federal por São Paulo e presidente nacional do PPS. “Retratos de uma cidade abandonada”, Gazeta do Ipiranga & Portal do PPS, 21 de janeiro de 2014.

Geração de empregos é a pior desde 2004

Saldo de 2013, com 1,1 milhão de vagas, foi o pior em 10 anos. Em Minas, o ano terminou com demissões no campo

Paulo Henrique Lobato

A geração de empregos desacelerou no país. Em 2013, o saldo de vagas líquidas somou 1,1 milhão de carteiras assinadas, abaixo da meta estipulada pelo Palácio do Planalto, que era de 1,4 milhão de postos de trabalho. O resultado, que ficou 14,8% inferior ao de 2012, é o pior desde 2004. Em Minas Gerais, o total de pessoas contratadas no ano passado foi de 88,4 mil homens e mulheres. O indicador é 39,1% inferior ao balanço de 2012 e o menor desde 2003 (veja quadro). Os dados fazem parte do Cadastro Geral de Empregos (Caged) e foram divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

"Tivemos um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) que não foi alto. Não pode a geração de emprego contrariar a realidade", afirmou o ministro do Trabalho, Manoel Dias. Apenas para complementar a informação do ministro, o governo ainda não calculou o PIB para todo o acumulado de 2013. O último indicador, referente ao confronto entre janeiro e setembro de 2013 e igual período do exercício anterior, apontou alta de 2,4%.

O MTE divide os cadastros de empregos em oito setores. Em Minas, o único que apresentou queda foi o da agropecuária, com 5,8 mil postos fechados em 2013. O exercício passado foi difícil para os produtores de café, a principal commodity do estado. Para ter ideia, o preço médio da saca de 60 quilos despencou 30,8% de 2012 para 2013, de R$ 428 para R$ 296. Os demais grupos apontaram altas, com destaques para o setor de serviços, que respondeu por 43.532 contratações, e de comércio, com 31.289 vagas geradas.

Os dois setores também foram os que mais geraram empregos no Brasil: o de serviços gerou 546,9 mil postos; o de comércio, 301 mil. A jovem Nara Barbosa Machado, de 27 anos, foi uma das contratadas no fim do ano passado. Trabalhando agora para o Salão Versátil, no Bairro Funcionários, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, ela recebe cerca de R$ 2 mil como cabeleireira.

Para ela, o ramo de salão de beleza vai de vento em popa. Tanto que deixou o antigo serviço para receber R$ 500 mensais a mais na nova empresa. "Não é difícil conseguir emprego nesse setor, já que o movimento nunca cai. Se a pessoa tiver disposição, até os proprietários do salão investem na nossa formação", afirma, enfatizando a quem tiver interesse em atuar no ramo que o serviço exige muita dedicação. "É um bom salário e trabalhamos muito. A expectativa agora é conquistar a clientela novo".

Já a jovem Jéssica Marques Araújo foi contratada para atuar no comércio. Ela trancou a faculdade de direito para se dedicar ao emprego de carteira assinada, com salário de R$ 1,4 mil, além de comissão de 4% sobre as vendas. Ela conseguiu a colocação de vendedora há três meses, na Loja Redley, no BH Shopping, e não pensa em mudar de emprego. Especialmente agora, que foi promovida a subgerente.

Jéssica afirma que a rotatividade no setor é grande, mas, mesmo assim, é difícil conseguir uma vaga se a pessoa não for boa de serviço e não tiver indicação de empregos anteriores. "Fiquei procurando emprego por três meses até conseguir nesta loja. Antes, eu fazia estágio e agora tenho segurança de ter carteira assinada e meus direitos garantidos", explica.

Dezembro Levando-se em conta apenas o último mês do ano passado, o Caged constatou o fechamento de 50,7 mil postos de trabalho no estado. Os setores que mais responderam pela queda foram indústria de transformação (18,9 mil) e construção civil (14,3 mil), serviços (11,6 mil) e agropecuária (8,1 mil). No Brasil, o recuo foi de 449,4 mil vagas. Na Grande Belo Horizonte, 11,1 mil vagas foram fechadas no último mês do ano – as admissões somaram 34.135 e as demissões, 45.240.

O saldo líquido negativo em dezembro é considerado sazonal pelos especialistas, pois é um período, em teoria, com chuvas, o que prejudica setores específicos, como a construção civil. Além disso, é época de férias escolares, o que também interfere em segmentos como o de serviços. No caso do Brasil, o saldo negativo em dezembro passado foi menor do que o do mesmo mês de 2012, quando mais de 500 mil postos foram fechados. A Grande BH apurou acréscimo de 6,5 mil vagas ao longo de 2013. (Com Francelle Marzano)

Fonte: Estado de Minas

Planalto e PT agem para evitar onda de violência na Copa e dano eleitoral

Avaliação é de que uma nova série de manifestações causará prejuízo à presidente às vésperas da eleição

Ricardo Galhardo

Temendo reflexos negativos na eleição de outubro, o Palácio do Planalto e o PT se mobilizam para evitar atos de repressão policial violentos com potencial de gerar uma onda de manifestações durante a Copa do Mundo. No início de fevereiro, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, vai se reunir com secretários de Segurança dos 12 Estados-sede para firmar um protocolo de atuação policial frente as manifestações.

Para este sábado estão previstos 36 protestos contra a Copa em todos os Estados do País e no Distrito Federal. Convocadas por meio do Facebook sob o slogan #naovaitercopa, as mobilizações cresceram nas redes sociais. Mais de 20 mil pessoas confirmaram participação no ato de São Paulo marcado para 17h, no vão livre do Masp.

O Planalto dá como certa a ocorrência de protestos durante o torneio. A avaliação de Dilma e seus assessores é de que a ocorrência de manifestações pontuais não compromete a imagem da presidente. Já uma nova onda nacional de protestos pode causar graves danos às vésperas das eleições presidenciais. Por isso a preocupação do governo com a possível repressão violenta. Assessores de Dilma lembram que, no ano passado, os protestos estavam localizados em São Paulo até que a ação policial desproporcional provocou uma onda de atos de solidariedade em todo o País.

Desde o início do ano Dilma tem se reunido semanalmente com ministros para avaliar o quadro e cobrar providências. O núcleo duro do grupo de trabalho é formado por Cardozo e pelo ministro do Esporte, Aldo Rebelo. Conforme a pauta, outros ministros são convocados. A ideia inicial era fazer reuniões quinzenais, mas o volume da demanda levou a presidente a intensificar o expediente.

Hoje Dilma retoma a agenda de inauguração de estádios, reformas de aeroportos e obras de infraestrutura nas cidades-sede. A maratona começa em Natal (RN) e termina com a entrega do Itaquerão, em São Paulo, no fim de março.

Também por orientação de Dilma, o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, tem se reunido com movimentos populares alinhados ao PT e pediu ajuda para monitorar o humor dos grupos que foram para as ruas em 2013.

"O ministro queria saber qual é a expectativa, o que o pessoal está esperando", disse o coordenador nacional da Central de Movimentos Populares (CMP), Eduardo Cardoso, que participou de uma reunião com Carvalho no início de dezembro, em Brasília.

A CMP participa ao lado de dezenas de outros movimentos da Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa (Ancop) e tem acesso a grupos quase inacessíveis ao governo.

Na semana passada Dilma autorizou a Secretaria-Geral da Presidência a contratar dois funcionários para reforçar o diálogo com os descontentes. O governo divide esse setor em dois grupos: o dos que foram diretamente afetados pelas obras e o dos que fazem uma crítica ideológica à realização da Copa no Brasil. Um levantamento com as demandas dos diretamente afetados já foi entregue à presidente.

Segundo a Ancop, cerca de 400 mil pessoas, entre famílias removidas, sem-teto e ambulantes, serão diretamente afetadas pela realização do torneio da Fifa e dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio.

Conforme Juliana Machado, integrante do Comitê Popular da Copa em São Paulo, a Secretaria-Geral convocou uma reunião com movimentos em julho de 2013, ainda no calor dos protestos, na qual foi apresentada uma pauta com seis reivindicações: fim das remoções de famílias, preservação do espaço dos ambulantes, respeito aos moradores de rua, desmilitarização das polícias, respeito às manifestações e revogação da Lei Geral da Copa.

"Apresentamos nossas demandas mas não teve qualquer resultado porque o representante do governo não tinha poder de decisão. Até hoje não tivemos resposta. Os ministérios da Justiça e da Defesa também nos procuraram, mas até agora nada", disse Juliana.

#vaitercopa. O PT também tem atuado para evitar um desgaste da presidente às vésperas da eleição. No dia 12 o partido lançou a hashtag #vaitercopa. A iniciativa, no entanto, foi abandonada. A ideia é adotar o slogan #CopadasCopas, lançado pela própria Dilma no Twitter e baseado no discurso da presidente na cerimônia de sorteio dos grupos do torneio, em dezembro.


"Não vamos dialogar com este movimento #naovaitercopa . Não tem sentido", disse o secretário de Comunicação do PT, José Américo. Segundo ele, o partido vai usar as redes sociais para desmentir boatos contra o governo espalhados na rede e divulgar fatos positivos.

Fonte: O Estado de S. Paulo

FMI prevê crescimento menor para economia brasileira em 2014 e 2015

Sergio Lamucci

SÃO PAULO - O Fundo Monetário Internacional (FMI) promoveu uma nova rodada de redução das projeções de crescimento para o Brasil, estimando taxas de expansão inferiores às da economia global para o período entre 2013 e 2015. Em documento divulgado nesta terça-feira, o Fundo diminuiu de 2,5% para 2,3% o avanço previsto para este ano e de 3,2% para 2,8% o esperado para o ano que vem, abaixo dos 3,7% e 3,9% estimados para a economia mundial. A previsão para o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no ano passado também foi ligeiramente reduzida, de 2,5% para 2,3%, inferior aos 3% projetados para a economia global.

O relatório não entra em grandes detalhes sobre a economia brasileira. Ao falar sobre as perspectivas para os mercados emergentes e países em desenvolvimento, o FMI diz que, em muitos deles, a demanda permaneceu “mais fraca do que o esperado”. De acordo com o Fundo, “isso reflete, em graus variados, condições financeiras e políticas mais apertadas desde 2013”, assim como incertezas no quadro político e indefinições sobre políticas dos governos e gargalos, “co m os últimos pesando sobre o investimento, em especial”. Como resultado, as estimativas de crescimento foram revisadas para baixo em relação às projeções do Panorama Econômico Mundial (WEO, na sigla em inglês) de outubro de 2013, incluindo Brasil e Rússia.

Em outro trecho em que fala sobre os emergentes, o FMI diz que “a produção está próxima do potencial de crescimento” (aquele que não acelera a inflação), “sugerindo que o crescimento declina em parte refletindo fatores estruturais ou um esfriamento cíclico”. O trecho não trata especificamente do Brasil, mas esse tem sido um diagnóstico do Fundo pa ra explicar as taxas mais fracas de expansão da economia brasileira e de outros emergentes. A recomendação para essas nações elevarem o ritmo de avanço do PIB, como de costume, é promover reformas estruturais.

Mesmo com as revisões para baixo, as estimativas do FMI para o PIB brasileiro neste ano e no próximo são mais otimistas do que as dos economistas ouvidos pelo Banco Central (BC). Para 2014, os analistas de mercado esperam crescimento de 2% e para 2015, de 2,5%. A projeção do FMI para 2013 é quase idêntica à que aparece no Focus. O Fundo espera um avanço de 2,3%, enquanto os economistas ouvidos pelo BC preveem 2,28%. O relatório do FMI também traz a projeção para o desempenho do PIB no quarto trimestre de 2013. Em relação ao mesmo período de 2012, o organismo espera crescimento de 1,9%, nesse caso um pouco abaixo dos 2,18% previstos pelos analistas ouvidos pelo BC.

Entre os grandes emergentes, o Brasil deixa de ser aquele com as piores perspectivas de crescimento nas estimativas do FMI, posto que passou a caber à Rússia. O Fundo acredita que a economia russa avance 2% neste ano e 2,5% no ano que vem, abaixo dos 2,3% e 2,8% projetados para o Brasil. A expansão brasileira, porém, será bem inferior à projetada para o conjunto dos emergentes, de 5,1% em 2014 e de 5,4% em 2015.

Pelas estimativas do Fundo para 2013, porém, o Brasil, com alta do PIB projetada de 2,3%, deve ter se saído melhor que o México (1,2%), a Rússia (1,5%) e a África do Sul (1,8%). Entre os principais emergentes, China, com alta de 7,7%, e Índia, com 4,4%, devem ter superado o Brasil.

Fonte: Valor Econômico

PSDB critica escolha de Mercadante para a Casa Civil

Artigo sem assinatura afirma que mudança ressalta a falta de critérios de mérito e que objetivo é turbinar a reeleição de Dilma

Júnia Gama

BRASÍLIA - Tucanos criticaram nesta terça-feira a decisão da presidente Dilma Rousseff de colocar o atual ministro da Educação, Aloizio Mercadante, para chefiar a Casa Civil. Em artigo sem assinatura, replicado por integrantes do partido, publicado como “análise do Instituto Teotônio Vilela”, o PSDB chama o ministro de “professor Mercadante” e cita seu suposto envolvimento na produção dos dossiês contra tucanos em 2006 como “atributos ímpares” para ajudar Dilma na disputa pela reeleição presidencial.

“O novo todo-poderoso ministro de Dilma tem atributos ímpares para exibir e que podem ser valiosos numa campanha eleitoral como a que se aproxima. Nunca se deve esquecer que foram assessores de Aloizio Mercadante que se envolveram na aloprada tentativa de incriminar tucanos com dossiês forjados em 2006, que terminou fracassada com a apreensão, pela Polícia Federal, de R$ 1,7 milhão em dinheiro vivo. Trata-se de expertise preciosa dentro do modo petista de fazer política”, diz trecho do artigo.

O texto diz ainda que a primeira mudança nas cadeiras ministeriais ressaltaria “a falta de critérios de mérito para o preenchimento das vagas” e que tudo estaria sendo feito com o objetivo de turbinar a reeleição de Dilma, sob tutela do ex-presidente Lula. Na avaliação do autor do artigo, Mercadante não teria realizações a exibir que justificassem sua escolha para a Casa Civil.

“Aloizio Mercadante foi escalado para ser ministro da Casa Civil sem que tivesse mostrado a que veio na pasta da Educação. A ausência de realizações, porém, não significa empecilho para ser um notável no governo atual. É, antes, o padrão vigente na Esplanada.”

Em seguida, o texto lista dados recentes relativos ao desempenho do Ministério da Educação, citando a má colocação do Brasil em rankings internacionais na área. Diz que Mercadante dedicou-se “muito pouco” à aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE), votado no fim do ano passado no Congresso, e que sua atuação foi para “desidratar algumas metas e para alongar prazos para o cumprimento do plano”.

“Mercadante também foi o responsável por anunciar que a taxa de analfabetismo voltou a subir no país, conforme revelado pela PNAD no ano passado. Ainda na gestão dele, o Brasil continuou a figurar entre os piores colocados no Pisa, ranking de educação elaborado pela OCDE: estamos em 58° lugar numa lista formada por 65 países, atrás de nações como Cazaquistão, Vietnã, Malásia e Costa Rica…”

“O futuro ministro da Casa Civil considera que sua atuação na criação de creches foi digna de nota. Longe disso. A despeito de sequer chegar a um entendimento sobre quantas unidades prometeram ao país, Dilma e seu ministro da Educação só haviam entregado, até outubro do ano passado, perto de 1,2 mil creches de um total de 8.685 prometidas”, continua o texto.

Fonte: O Globo

Campos critica pressão de aliados sobre candidaturas locais

'Tem muita gente falando', afirmou o governador de Pernambuco e possível candidato à Presidência, para quem o debate sobre as alianças \"sequer se iniciou\"

Fabio Guibu,

RECIFE - O governador de Pernambuco e possível candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, mandou um duro recado nesta terça-feira, 21, para os aliados que insistem em discutir candidaturas para a sucessão nos Estados, antes da definição das diretrizes do programa nacional do partido para 2014.

Sem citar nomes, Campos disse que há pessoas, por falta de "coragem", agem repassando informações sob a condição do anonimato e outras que trabalham por interesse próprio, usando a imprensa para tentar promover suas ideias.

"Tem muita gente falando", reclamou o governador. Mas, segundo ele,"poucas pessoas têm coragem de falar em 'on' (citando a fonte)". "Alguns falam a verdade, outros falam seguindo seus interesses, tentando usar veículos para se posicionar num debate que sequer se iniciou", declarou Campos.

Questionado se o recado também se direcionava a São Paulo, onde o PSB se divide entre lançar candidato próprio ou manter o apoio ao PSDB, Campos foi incisivo: "Vale para todos os Estados", disse.

Sucessão. Em Pernambuco, onde o nome do secretário estadual da Casa Civil, Tadeu Alencar, um "calouro" em disputas eleitorais, surge como provável candidato à sucessão no Estado, o governador disse que não tratou do tema "absolutamente com ninguém".

"Quando eu começar esse debate, vou dizer à imprensa de maneira clara e transparente, como fiz todas as vezes", afirmou. "Por ora, eu estou focado na ação de governo, a população não está ligada no debate sucessório, não está querendo me ver discutindo isso", afirmou.

A cúpula nacional do PSB se reúne na noite desta terça, 21, em Recife, para discutir as diretrizes do programa nacional do partido. Apesar de integrar a legenda e ser cotada para ocupar o cargo de candidata a vice na chapa de Campos, Marina Silva não comparecerá ao evento.

O governador explicou a ausência afirmando que a cúpula da Rede Sustentabilidade, partido que Marina ainda tenta legalizar na Justiça Eleitoral, já fez a sua reunião na semana passada.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Eduardo Campos minimiza encontro com cúpula do PSB

Encontro tratará do programa que está sendo elaborado com a Rede, de Marina Silva

Seis integrantes do cúpula socialista se encontram no Recife

Em entrevista na manhã desta terça-feira (21) durante lançamento do Programa de Formação em Gênero, o governador-presidenciável Eduardo Campos (PSB) minimizou o encontro a ser realizado à noite com a cúpula do PSB, no Recife. Socialistas estão tendo o cuidado de não "vazar" informações sobre a conversa.

Segundo ele, no encontro, será tratado o teor e quem ficará à frente do programa partidário na TV a ser transmitido em março e as diretrizes do programa que está sendo elaborado junto com a Rede Sustentabilidade, da ex-senadora Marina Silva. O documento deve ser lançado até a primeira semana de fevereiro.

"Hoje, no final do dia, vamos ter uma reunião que, se fosse em Brasília, não teria notícia. Não tem nenhuma decisão extraordinária para tomar. É uma reunião rotineira de um núcleo que tem tarefa a cumprir nestes primeiros 90 dias do ano", resumiu.

Cerca de seis pessoas devem participar da reunião, possivelmente no Recife Palace Hotel, em Boa Viagem, Zona Sul da capital pernambucana.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

Após reunião com PSB, Campos diz que definição sobre alianças ficará para 25 de março

Governador diz que em 4 de fevereiro lançará documento com diretrizes de seu programa de governo

Marcela Balbino

RECIFE. Depois de mais de quatro horas de reunião com a cúpula estadual e nacional do PSB, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), anunciou na noite desta terça-feira que o lançamento do documento com as diretrizes que vão nortear a postulação do socialista à Presidência da República será apresentado no dia 4 de fevereiro, em Brasília.

- Fizemos uma leitura do documento das diretrizes do programa, na terça-feira passada, quando houve uma reunião do PSB-Rede. Hoje amadurecemos o documento e acordamos com a Rede lançá-lo dia 4.

Neste mesmo dia vamos entregar formalmente ao PPS para que eles possam se incorporar ao debate do programa e vamos agendar a entrega a outros partidos - afirmou Campos, ao falar do encontro que aconteceu em sua casa, em Recife.

Ele nada adiantou sobre o conteúdo do plano de governo. De acordo com Eduardo Campos, os diretórios regionais do PSB vão receber o material até o dia 10 de março. Com o documento em mãos, vão realizar os debates internos e mapear a situação da legenda em cada localidade.

Campos informou, ainda, as datas dos seminários regionais do partido, que vão acontecer em todo o país.

O primeiro será na região Sul, em Porto Alegre, dia 22 de fevereiro. Na sequência acontece no Rio de Janeiro, em 15 de março. Recife recebe o terceiro encontro, em 5 de abril. Goiânia, no Centro-Oeste, será a sede do quarto seminário, realizado em 02 de abril. A região Norte é a última e a reunião está prevista para acontecer na cidade de Manaus, no dia 26 de abril.

O governador negou-se a estabelecer prazos para o lançamento oficial de seu nome como candidato a presidente da República.

- Tenham calma, não foi discutido isso.

Os fundamentos do próximo programa eleitoral a ser veiculado no rádio e na televisão também foram fechados, mas não divulgados.

Dia 25 de março, o PSB vai recuperar todas as sugestões dos estados e compilar todos os problemas de palanque, na primeira reunião da executiva. Na ocasião, ele também vai definir a situação das candidaturas nos estados e fechar a versão do programa de governo a ser trabalhado durante a campanha. Atualmente, o PHS e o PPL vão receber o documento fechado nesta terça-feira.

Participaram do encontro o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral; o primeiro-secretário, Carlos Siqueira; o deputado federal Márcio França (São Paulo); o líder do PSB na Câmara dos Deputados, deputado federal Beto Albuquerque (Rio Grande do Sul); o senador Rodrigo Rollemberg (Distrito Federal) e o prefeito de Recife, Geraldo Julio. O ex-ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho também participou da reunião.

Fonte: O Globo

Programa de governo de Eduardo Campos será divulgado em 4 de fevereiro

Nesta terça-feira, a cúpula do PSB esteve reunida na residência do governador de Pernambuco

O programa de governo do PSB será apresentado em 4 de fevereiro, em Brasília. Nesta terça-feira (21), após reunião com a cúpula da legenda na residência do governador de Pernambuco, no Recife, o presidenciável Eduardo Campos fechou a primeira versão do documento.

Estiveram presentes o senador Rodrigo Rollemberg; o prefeito do Recife, Geraldo Julio; o presidente estadual do PSB, Sileno Guedes; os deputados federais Beto Albuquerque e Márcio França; o vice-presidente nacional do PSB, Roberto Amaral e o secretário geral da legenda, Carlos Siqueira. O ex-ministro da Integração Nacional Fernando Bezerra Coelho e o ex-deputado federal Maurício Rands chegaram ao final do encontro.

“Fizemos uma leitura do documento das diretrizes do programa, na terça-feira passada, quando houve uma reunião PSB-Rede. Hoje, amadurecemos o documento e acordamos com a Rede lançá-lo no próximo dia 4 de fevereiro em Brasília. Neste mesmo dia vamos entregar formalmente ao PPS para que eles possam se incoorporar ao debate do programa e vamos agendar a entrega a outros partidos”, afirmou Campos.

Também ficou definido o calendário dos seminários nas cinco regiões do Brasil. O primeiro será dia 22 de fevereiro, em Porto Alegre. O Rio de Janeiro concentrará as propostas do Sudeste, dia 15 de março. Em abril o partido finaliza os encontros com seminários no Recife, dia 5; Goiânia, dia 12; e Manaus, dia 26.

Os fundamentos do próximo programa eleitoral a ser veiculado no rádio e na televisão também foram fechados, mas não divulgados. As colaborações pelo site Mudando o Brasil foram encerradas na última segunda-feira. O tema mais explorado com sugestões dos internautas foi Educação.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

PSB fixa cronograma rumo ao Planalto

Murillo Camarotto

RECIFE - O PSB marcou para 4 de fevereiro, em Brasília, o lançamento do documento com as diretrizes do programa de governo que o partido pretende apresentar na eleição presidencial de outubro. Na mesma data, o documento será entregue ao PPS e também a "outros partidos", segundo informou o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que citou apenas os nanicos PPL e PHS.

O pré-candidato ao Palácio do Planalto reuniu ontem em sua casa, na Zona Norte do Recife, as principais lideranças do PSB no país. Além do lançamento das diretrizes do programa de governo, foram definidas as datas para a realização de seminários regionais, de onde serão colhidas outras sugestões para o programa de governo.

O primeiro, que tratará da região Sul, vai ser realizado em 22 fevereiro, em Porto Alegre. No dia 15 de março as especificidades da região Sudeste serão debatidas no Rio de Janeiro e em 5 de abril, no Recife, será realizado o seminário temático do Nordeste. Os dois restantes, relativos ao Centro-Oeste e ao Norte, estão marcados para os dias 12 e 26 de abril, respectivamente, em Goiânia e Manaus.

Campos informou ainda que as direções estaduais do PSB terão prazo até o dia 10 de março para relatarem a construção dos palanques locais para a eleição. Duas semanas depois, no dia 25 de março, a Executiva Nacional do PSB começa, segundo Campos, a discutir, caso a caso, os palanques.

O governador preferiu não comentar, entretanto, em que parte do calendário entra o anúncio de sua candidatura ao Planalto. Ele também evitou falar na situação do partido em São Paulo, onde o PSB deve lançar candidatura própria, em detrimento do apoio, desejado por uma ala da legenda, ao governador Geraldo Alckmin (PSDB).

A decisão irritou o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, gerando insinuações de que ele poderia tirar seu partido da aliança em prol de Campos. O pernambucano disse ter conversado com Freire no domingo, quando os dois teriam tratado da contribuição que o PPS dará ao programa de governo, até agora elaborado por PSB e Rede Sustentabilidade, além de sugestões dadas pela internet.

Participaram do encontro na casa de Campos o vice-presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, os líderes do partido na Câmara, Beto Albuquerque (RS), e no Senado, Rodrigo Rollemberg (DF), e o secretário, Carlos Siqueira. Mais tarde chegaram o prefeito do Recife, Geraldo Julio, e o ex-ministro da Integração, Fernando Bezerra, além do presidente do PSB em Pernambuco, Sileno Guedes.

Fonte: Valor Econômico

PPS entra na campanha de Campos dia 31

Partido será convidado a oficializar apoio à chapa do PSB e vai colaborar na construção do programa de governo

Sigla também deve opinar sobre alianças regionais do bloco, o que deve elevar tensão com Marina Silva

Ranier Bragon

BRASÍLIA - O oposicionista PPS será convidado formalmente no próximo dia 31 a integrar a chapa presidencial do governador Eduardo Campos (PSB-PE) e da ex-senadora Marina Silva, possivelmente em um evento em São Paulo.

Tendo aprovado em dezembro um indicativo de apoio a Campos, o partido passará, a partir desse dia, a discutir conjuntamente com o PSB e a Rede Sustentabilidade --grupo político de Marina-- as diretrizes do programa de governo da chapa.

De acordo com o presidente do PPS, Roberto Freire, as propostas do PPS serão consolidadas pelo ex-deputado federal Raul Jungmann, que foi ministro do Desenvolvimento Agrário no governo do tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

Além da participação na definição do programa de governo, o PPS irá discutir com PSB e Rede as candidaturas nos Estados, o que tem potencial para aumentar a já delicada costura de Marina e Campos para formar suas chapas regionais.

Em São Paulo, por exemplo, o PSB queria apoiar a reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB), mas Marina pressiona por uma candidatura própria. O PPS tende a engrossar a articulação pelo apoio a Alckmin.

Segundo Freire, mesmo com a aliança nacional, nada impede que o PPS siga caminho diverso nos Estados.

A adesão do PPS encerra uma trilha conturbada do partido nos preparativos para as eleições deste ano. Após ver fracassar sua tentativa de fusão com o PMN, a sigla se ofereceu para abrigar a candidatura presidencial de José Serra, que, porém, decidiu permanecer no PSDB.

Após isso, negociou o ingresso de Marina, mas a ex-senadora, que não conseguiu montar sua própria sigla a tempo de disputar as eleições, se filiou ao PSB e declarou apoio ao projeto presidencial de Campos.

Devido à pequena representação do PPS na Câmara dos Deputados --apenas 8 das 513 cadeiras--, a adesão do partido à chapa Campos-Marina renderá à dupla apenas 16 segundos na propaganda no rádio e na TV.

Fonte: Folha Online

Elio Gaspari: O rolezinho pode acabar em rolão

Era brincadeira, virou protesto e acabou em palhaçadas, estimuladas por uma visão policial da ordem pública

O neto saiu para um rolezinho. O pai lembrou-se: “Eu fui ao Comício das Diretas.” O avô acrescentou: “E eu, à passeata dos Cem Mil.” Se há algo de novo na praça é a degradação do que se considera como manifestação. O rolezinho é a manifestação em torno do nada. Contrapôs-se a ela uma visão policial da ordem pública.

Na sua origem, os rolés podiam ser chamados de divertimento. No século passado os Mamonas Assassinas já cantavam:

“Esse tal Chópis Cêntis

É muicho legalzinho

Pra levar as namoradas

E dar uns rolêzinhos”

No último fim de semana dois deles foram claramente instrumentalizados. Em São Paulo, 150 pessoas mobilizadas pelo Uneafro levaram o shopping JK Iguatemi a fechar suas portas. Uneafro é o nome da “União de Núcleos de Educação Popular para Negros”. Em Niterói, um rolé de 50 pessoas, liderado por um ex-candidato a vereador do PSOL, zoou o Plaza Shopping. No Leblon um evento foi enfeitado por dois cidadãos que se vestiram de Batman e Coringa.

Quem vai aos shoppings é o povo e quem atende nas lojas são trabalhadores, quase sempre remunerados por comissões sobre suas vendas. Um domingo de shopping fechado custa milhões de reais aos comerciantes e aos seus vendedores.

Se de um lado há manifestações em torno do nada, do outro, o da liderança da guilda dos shoppings, há uma postura tonitruante, inútil. Primeiro chamaram a polícia. Deu em pancadaria. Depois foram à Justiça buscar liminares e ameaças de multa. Deu em nada. O doutor Nabil Sahyoun, presidente da Alshop, pediu uma reunião com a doutora Dilma para “proibir que façam esse tipo de convocação, caso sejam menores, responsabilizar os pais”. Faltou explicar como. Talvez, chamando o companheiro Xi Jinping, que tem brigadas de chineses vigiando a internet, prende quem quer e solta quando quer.

Nesse diálogo de canibais com antropófagos, veio de Gilberto Carvalho, secretário-geral da presidência, uma palavra de sensatez, numa entrevista ao repórter Marcelo de Moraes. Ele diz que é preciso conversar, procurar entender: “Se eu falar que tem uma resposta é bobagem.”

Enquanto rolavam rolés, um grupo de trabalhadores foi barrado num centro comercial da Barra da Tijuca porque traziam “poluição visual e mau cheiro”. Isso na cidade onde o réveillon da praia teve tenda VIP para convidados e, uma passeata, cercadinho para celebridades. Nos últimos anos, pelo menos três correntistas de banco foram assassinados por seguranças. A maior rede de lojas de varejo do país classificou de “incidente” o assassinato de um freguês. No Rio, uma rede de supermercados tinha convênio com a quadrilha do tráfico de Cidade de Deus. Em Campinas e Salvador, cidadãos foram mortos por seguranças de shoppings depois de atritos banais. Nenhuma guilda empresarial pronunciou-se.

O melhor ponto de partida para lidar com os rolés é o descarte das soluções que agravam o problema. Em junho passado, a polícia de São Paulo jogou gasolina no fogo durante uma passeata e incendiou o país. Pode-se pensar numa solução policial, afinal, a ordem precisa ser mantida. Tudo bem, troca-se o rolezinho pelo rolão.

Fonte: O Globo

Luiz Carlos Azedo: Nós com nós, a troca de ministros

Não será surpresa se, diante das disputas partidárias, a opção de Dilma e Lula for promover substituições técnicas e focar a solução dos problemas com os aliados nos acordos eleitorais dos estados

A presidente Dilma Rousseff começou a reforma ministerial pela cozinha do Palácio do Planalto, com a indicação do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, para o lugar de Gleisi Hoffmann, na Casa Civil. A decisão foi tomada numa reunião no Palácio da Alvorada da qual participaram também o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro da Comunicação Social Franklin Martins. A mudança já havia sido anunciada aqui mesmo, na coluna intitulada O sapo encantado de Dilma, mas a novidade está na composição da reunião, sem a presença do presidente do PT, Rui Falcão, nem do vice-presidente Michel Temer (PMDB). Esse é o estado-maior da reeleição, que conta também com o único petista que entra na sala da Presidência sem se anunciar: Giles de Azevedo, o chefe de gabinete de Dilma.

Nada de nós com eles, os líderes do PMDB andam estrilando por causa do Ministério da Integração Nacional, prometido aos irmãos Cid e Ciro Gomes, que governam o Ceará. Ambos trocaram o PSB, do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, pelo recém-criado Pros para apoiar a reeleição de Dilma. No Palácio do Planalto, como se sabe, ninguém morre de amores pelo PMDB. Com a ascensão de Mercadante a homem forte do governo, esse desamor continuará. O casamento do PT com o PMDB sempre foi de conveniência. Pode ser, porém, que haja um choro exagerado dos aliados. Lula e o ex-ministro Franklin Martins são defensores convictos de que a aliança com o PMDB é vital para a continuidade do projeto de poder. No momento, os conflitos mais graves com a legenda envolvem aliados de primeira hora: o ex-presidente José Sarney (AP) e a governadora Roseana Sarney (MA); o governador fluminense, Sérgio Cabral, e seu vice, Luiz Fernando Pezão; os senadores Eunício de Oliveira (CE), Vital do Rêgo (PB) e Jader Barbalho (PA), além do presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), que teme perder a cadeira para um petista se a bancada do PT crescer e a do PMDB diminuir.

Inhambu não pia
A ausência do vice-presidente Michel Temer no encontro foi um recado de que em festa de jacu inhambu não pia. No momento, uma das maiores preocupações de Lula é com a candidatura do empresário Paulo Skaf (PMDB) ao Palácio dos Bandeirantes, uma jogada de mestre de Temer. Com ela, o PMDB pode nascer das cinzas no estado que já foi o seu maior reduto. O petista Alexandre Padilha, que deixa o Ministério da Saúde para ser candidato a governador de São Paulo, está atrás de Skaf nas pesquisas. Temer tem boa razão para manutenção de sua candidatura. Sem ela, o vice-presidente da República estaria no sal.

Quem deve estar com as orelhas ardendo até agora com a reunião do Alvorada é outro grande ausente do estado maior: o presidente do PT, Rui Falcão. Amigo da presidente Dilma, de quem foi companheiro nos tempos de luta armada na Var-Palmares, o petista não conta com a plena confiança do Lula. Na campanha de 2010, também foi escanteado do comando eleitoral, depois de uma disputa pelo controle da comunicação de Dilma que acabou em escândalo. Hoje, é um homem importante nas decisões do PT, mas quem decide mesmo a política de alianças é o ex-presidente Lula. Falcão não é um conciliador, justifica o próprio nome na hora das disputas com os aliados. O marketing e a comunicação ficarão, respectivamente, sob a orientação de João Santana e Franklin Martins. Esse é o recado dado pela presença do ex-ministro da Comunicação Social no encontro.

Quem está de saída
Voltando à troca de ministros, a segunda mudança já decidida foi patrocinada pelo ex-presidente Lula. A indicação do secretário de Saúde de São Bernardo, Arthur Chioro, para o Ministério da Saúde é um fato consumado. Ontem, ele se reuniu com a equipe da pasta e deve viajar com a presidente Dilma Rousseff para Cuba. Sentou na cadeira antes mesmo de ser formalmente empossado. Faltam ainda sete nomes, num ministério de 39 ministros. Estão de saída Fernando Pimentel (do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), que será candidato a governador de Minas Gerais; Marcelo Crivella (Pesca e Aquicultura), que deve concorrer ao governo do Rio de Janeiro; os gaúchos Pepe Vargas (Desenvolvimento Agrário), a deputado federal, e Maria do Rosário (Direitos Humanos), ao Senado. Aguinaldo Ribeiro (Cidades), Gastão Vieira (Turismo) e Antônio Andrade (Agricultura) concorrerão à Câmara, respectivamente, pela Paraíba, Maranhão e Minas. Não será surpresa se, diante das disputas partidárias, a opção de Dilma e Lula for promover substituições técnicas e focar a solução dos problemas com os aliados nos acordos eleitorais dos estados.

Fonte: Correio Braziliense

Vitor Peixoto: A criminalização da participação política

Democracia exige respeito aos ritos procedimentais

Os engenheiros institucionais redescobriram, na segunda metade do século XX, o que Aristóteles já havia atentado há mais de 300 anos antes de Cristo: as regras contam! As formas de agregação de preferências eleitorais, então, foram um dos principais alvos dos analistas, que inventaram as mais variadas "engenhocas" para que os eleitores pudessem escolher e eleger seus líderes. Se não fosse a síndrome demiúrgica que ataca uma parte dos analistas, que acordam e se acreditam "founding fathers" tupiniquins, seria desnecessário lembrar que diante de tamanha complexidade, poucos são os consensos entre os estudiosos sobre os efeitos de cada dimensão específica dos sistemas eleitorais, posto que há variações não somente das regras como também dos contextos sociais onde as mudanças são implementadas - fatos que inserem altas doses de imprevisibilidade nas reformas eleitorais.

Todavia, o ímpeto reformista parece que vem em ondas e não faltam os que nelas pretendem surfar. E o sistema de financiamento de campanhas eleitorais foi novamente lançado à categoria de "hit parade", desta vez não por escândalos de corrupção eleitoral, mas por uma ação de inconstitucionalidade proposta pela OAB - e encampada pela CNBB e diversos outros grupos de interesses organizados - que pretende intervir no sistema de duas maneiras distintas: (a) proibir a participação de empresas no financiamento, e (b) instar o Congresso a impor limites fixos de arrecadação aos partidos e aos financiadores privados (pessoas físicas).

Mas poderia haver algum mal no nobre intuito de limitar o poder do dinheiro nas eleições? Sim, e muitos! O primeiro, quiçá o mais grave, é uma mudança de tamanha proporção advir da atuação de grupos de interesses organizados no Poder Judiciário. Parte-se da perigosa premissa demofóbica de que o Congresso é incapaz de legislar sobre assuntos eleitorais, que a "não ação" é fruto de inapetência, incompetência e má-fé, e não que a permanência do status quo seja consequência da falta de consenso mínimo entre os atores. Ainda que se concorde com as mudanças propostas pela OAB, a democracia exige respeito aos ritos procedimentais, que devem ser cumpridos a despeito da concordância, ou não, com a questão substantiva proposta.

Segundo, o dinheiro é apenas parte dos recursos com potencialidade para alterar resultados eleitorais. Há recursos organizacionais (máquinas partidárias e de governo) que são mobilizados pelos partidos e candidatos com objetivo de angariar votos. Impor limites muito drásticos aos gastos pode simplesmente dar mais condições aos candidatos à reeleição em detrimento dos desafiantes - o que causaria como efeito perverso o congelamento do sistema com a manutenção dos atores atuais no poder.

Terceiro, proibir abruptamente a participação de pessoas jurídicas - que são as principais fontes de arrecadação dos partidos - e sem adotar qualquer medida de diminuição dos custos das campanhas, seria um convite à ilegalidade. Dito de outra forma, a ausência de fontes alternativas de arrecadação e permanência dos atuais custos, somada à debilidade de fiscalização, fará com que o caixa dois impere absoluto nas eleições.

Quarto, há implícita na proposta de proibição das pessoas jurídicas uma premissa de intencionalidade comportamental, qual seja, a de que corporações que almejam lucros quando doam o fazem por investimento, enquanto as pessoas físicas o fazem por crenças ideológicas.

Como se não bastasse a criminalização das organizações previamente por obterem lucro, é absolutamente impossível derivar e distinguir intencionalidades das ações de um e de outro; são incautas tanto a beatificação da ação individual quanto a demonização da coletiva. Esquece-se que um dos pilares da democracia é a liberdade de organização, participação e expressão.

Quinto, existe obviamente a necessidade de se corrigir equívocos regulatórios do sistema em vigência que causam distorções na competição eleitoral - o oximoro da autorregulação dos limites dos arrecadadores (partidos, candidatos e comitês que se autoimpõem valores máximos no início da campanha) e os limites relativos à renda dos doadores são exemplos dessas excrescências regulatórias. 

Não obstante, a fixação de limites fixos absolutos é tanto de extrema importância quanto complexa, posto que coexistem no sistema eleitoral brasileiro diversos subsistemas em diferentes níveis de representação que se auto influenciam. Há, portanto, uma enorme variação de custos de campanhas para diferentes cargos e entre diversas regiões, sem mencionar a heterogeneidade de municípios. Impor limites fixos de arrecadação significa impor custos fixos. Instar o Congresso a decidir impondo data limite é, além de um acinte à separação de Poderes, uma temeridade dados os riscos de efeitos perversos.

Por fim, negligenciam os hiperinstitucionalistas, que não será somente por meio de regras ainda mais proibitivas que se resolverão os problemas de intervenção dos grupos organizados na política, muito menos os casos de corrupção. Proibir sem fiscalizar só é válido para atividades religiosas. 

Ao Estado cabe fazer cumprir as leis ("law enforcement"), seja criando mecanismos que diminuam a probabilidade de impunidade, seja aumentando as punições. Em não se tratando de anjos, nada valerá impor ainda mais regras proibitivas e não assegurar que elas sejam efetivamente aplicadas aos transgressores. A única modificação exitosa até o momento foi a ação de fiscalização conjunta entre a Receita Federal e o Tribunal Superior Eleitoral - este sim o principal motivo para o aumento dos gastos declarados dos partidos nos últimos anos. 

Burlar o sistema de prestação de contas está ficando cada vez mais custoso, basta analisar a quantidade de candidatos proibidos de participar do último pleito por irregularidades da prestação de contas da eleição anterior.

Vitor Peixoto é professor associado da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), coordenador do curso de ciências sociais

Fonte: Valor Econômico

Zander Navarro: No campo anuncia-se o silêncio

Novos estudos internacionais vêm revelando os impactos da recente crise econômica mundial na agropecuária e nas sociedades rurais. São conjunturas dramáticas sob as quais se impõe a lei da selva, pois os governos hesitam e as estruturas de proteção social se enfraquecem ante os inevitáveis conflitos em torno do acesso aos recursos. Corroída a legitimação da autoridade, a instabilidade econômica e a insegurança política se aprofundam. É quando os mais fortes tendem a prevalecer.

As pesquisas demonstram tendências similares em curso na agricultura dos Estados Unidos e no conjunto dos 27 países da União Eurppeia. São regiões que realizaram censos agrícolas pós-2008, permitindo avaliações comparativas dos efeitos do trauma econômico no mundo rural. Entre inúmeras conclusões, eis algumas: concentração da produção, o peso da tecnologia se toma decisivo, o assalariamento quase desaparece e, também, os chamados produtores médios vão sendo encurralados, diante do avassalador domínio das propriedades de larga escala. O rural encolhe e, com a escassez da mão de obra, discute-se até o uso de robôs no ciclo produtivo. Mas nas duas regiões cresce o número de micropropriedades, em razão de entrantes que não são agricultores, mas cidadãos urbanos que aspiram a ter um "pé na natureza" - ou, então, porque fogem da crise.

E o Brasil? Estaria o País observando as mesmas mudanças? As pesquisas não são conclusivas nem temos ainda os censos para comparação. A crise econômica, no caso específico da agropecuária, não produziu efeitos negativos, pois os preços dos alimentos no geral subiram ao longo dos últimos anos, beneficiando os produtores, assim como expandimos nossas exportações e cresceu a demanda interna. Cada vez mais concentrada, a agricultura brasileira afirmou-se como uma operosa máquina de produção e acumulação de riquezas, salvando os saldos comerciais e contribuindo decisivamente para a manutenção da estabilidade macroeconômica, mesmo nos momentos mais graves da crise.

Se o desempenho produtivo, tecnológico e financeiro foi espetacular nesse período, também teria sido assim sob outros focos? De fato, o principal desafio no campo brasileiro é social, pois em todos os Estados é alarmante o abandono da atividade, sobretudo pelos moradores mais jovens. A pobreza persistente, o acirramento concorrencial que concentra a produção, a atração do emprego urbano e as facilidades migratórias são alguns fatores que têm contribuído para o êxodo do campo. O resultado é a gradual reconfiguração de uma nova sociedade rural. Quem estaria permanecendo nessas regiões?

Primeiramente, o maior grupo social: um conjunto envelhecido formado pelos "pobres do campo" com acesso à terra. Constituem a vasta maioria, mas parte expressiva dos membros jovens das famílias foi embora, deixando para trás, quase invariavelmente, um casal de idosos que vive de aposentadoria ou de algum auxílio estatal. Talvez em um decênio, contudo, é geração que passará, deixando imensa lacuna demográfica e promovendo a desertifica-ção populacional em nosso vasto interior.

Numericamente, o segundo agrupamento mais expressivo é formado por uma típica classe média de pequenos produtor e com algum grau relevante de integração econômica e moderna atividade produtiva. Se os primeiros, em maior proporção, moram no Nordeste rural, esse segundo grupo ocupa propriedades, particularmente, no Centro-Sul. Respondem pela maior proporção da produção de diversos ramos, da avicultura à floricultura, da suinocultura à produção de vários tipos de frutas, da horticultura à fumicultura. Mas atenção: embora agricultoras, essas famílias já moram em grande número nas cidades e encontram bloqueios crescentes na sucessão familiar, pois seus filhos nem sempre querem assumir o negócio.

O terceiro conjunto a destacar é formado pelos assalariados rurais, usualmente sem terra. São trabalhadores que vivem uma situação curiosa: os salários estão subindo, mas também crescem as exigências do ofício, cada vez mais especializado, pois a agricultura tecnologicamente avançou muito. Gomo são trabalhadores de baixíssimas escolaridade e capacitação profissional, a maior parte vai engrossando as correntes migratórias que deixam o campo. E assim, com a redução da oferta de mão de obra, os salários sobem ainda mais e os empregadores, gradualmente, vão trocando por máquinas o trabalho manual que antes prevalecia. A consequência é uma notável onda de mecanização que vai transformar ainda mais a face agrícola do Brasil.

Há ainda um reduzido estrato: são os endinheirados, mas não necessariamente os super-ricos, como às vezes se apregoa. Parte é uma classe média rural com rendas mais altas e parte, a burguesia agrária. Moram nas cidades, mas supervisionam seu negócio. São produtores que enfrentam iguais problemas de sucessão na atividade, pois seus filhos, quase sempre educados em outras profissões, não se interessam pelo campo.

Sobrariam outros grupos menores, como comunidades indígenas e quilombolas. E há os assentados, que deveriam ser expressivos. Afinal, seria um conjunto de 1,25 milhão de famílias em 8,8 mil assentamentos, ocupantes de 88 milhões de hectares, quase equivalentes à área total de Mato Grosso. Mas a reforma agrária é um rotundo fracasso: boa parte dos beneficiários desistiu, deixando rarefeitos os assentamentos, em especial do meio do País "para cima", sobretudo no Nordeste e no Norte.

Confrontado com esse inquietante contexto de mudanças, surpreende o imobilismo governamental e espanta a omissão do sindicalismo que deveria representar os mais pobres. Ignoram a nova urgência social - "salvar a pequena produção" - e parecem concordes com atendência de esvaziamento do campo e o inchamento das cidades brasileiras. Cada vez mais, as regiões rurais perdem vozes e ganham o silêncio.

Sociólogo. É professor aposentado da UFRGS

Fonte: O Estado de S. Paulo

30 anos do MST. Entrevista Raul Jungmann

“MST é autoritário e profundamente antidemocrático”

Por Roldão Arruda

O Movimento dos Sem-Terra (MST), que acaba de chegar aos trinta anos, surgiu como um braço da Igreja Católica, vinculado à Teologia da Libertação, e estruturou-se como um partido leninista, profundamente autoritário. Quem faz essa análise é o ex-ministro Raul Jungmann. Para ele, uma prova do caráter antidemocrático do MST seria o fato de ter à sua frente, há quase trinta anos, os mesmos líderes, entre eles João Pedro Stédile. “O movimento segue o exemplo dos antigos partidos comunistas”, afirma.

Jungmann é filiado ao PPS. Foi o articulador e principal responsável por questões fundiárias no País durante os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) na Presidência da República. Entre 1996 e 2002 chefiou o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o Ministério Extraordinário de Política Fundiária e, depois, o recém-criado Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Foi durante sua gestão que o MST chegou ao auge de suas ações. Na mesma época também aconteceu o maior número de assentamentos da reforma agrária. Na entrevista abaixo, ele conta que Fernando Henrique não tinha intenção de realizar a quantidade de assentamentos que acabou acontecendo. A inflexão na política teria ocorrido com o Massacre de Eldorado de Carajás, em 1997, quando 19 sem-terra foram mortos em um trecho da rodovia que liga Marabá a Eldorado, no Pará.

Para o ex-ministro, o movimento vem perdendo força desde que o PT chegou ao poder.

O MST está completando trinta anos de existência. Como o senhor avalia esse movimento?
Para compreender o MST é preciso falar de três características que o acompanham desde que nasceu, na década de 1980, na Encruzilhada Natalino (RS). A primeira é que se trata de uma costela da Teologia da Libertação, com a sua leitura marxista da história.

Seria um braço da Igreja Católica?
Uma coisa fundamental para entender o MST – e da qual as pessoas não se dão conta – é o seguinte: a expansão capitalista no campo, com a mudança nas relações de produção, desestruturou a agricultura familiar, que abrigava o estoque da Igreja para a produção de padres e freiras. A única pesquisa já feita no Brasil sobre o local de origem dos padres mostra que o seu recrutamento é rural. Está concentrado na agricultura familiar e, sobretudo, na Região Sul, exatamente onde nasce o MST. O seu parto tem, portanto, de um lado a expansão da Teologia da Libertação; e, do outro, a expansão do hoje chamado agrobusiness, que desarticula a agricultura familiar e o estoque de recrutamento de padres.

Quais seriam as outras duas características às quais o senhor se referiu?
A segunda é que o MST surge ainda durante a ditadura militar, num momento de profunda desconfiança e rejeição das instituições. A institucionalidade política vigente na época era a da Arena e do MDB. O que o movimento apresenta, como contrapartida, é a ação direta, fora da instituições. A terceira característica é o afastamento de movimentos tradicionais do campo, como o sindicalismo, as cooperativas, associações. O MST nasce procurando um novo formato, o que resulta num movimento de esquerda camponês, quase um partido, com características da Igreja Católica. Enquanto anarquistas, comunistas, socialistas, socialdemocratas e outros sempre se autodenominaram laicos, o MST é um movimento de fundo confessional. Quem forma, informa e dá apoio logístico ao movimento, até hoje, é a Igreja.

E o Partido dos Trabalhadores?
Logo que surge, o PT passa a hegemonizar os movimentos sociais, entre eles o MST – que alcança seu apogeu com o crescimento do partido. Os dois crescem sobretudo no governo de José Sarney. Ainda sobre a organização interna do MST, é preciso dizer que ela ocorre em bases profundamente autoritárias. Até pouco tempo atrás, uma parte da direção do MST era mantida na clandestinidade. Segue o exemplo dos partidos comunistas, que, como forma de defesa, mantinham uma parte do comitê central na clandestinidade. No fundo, trata-se de uma organização profundamente antidemocrática.

Poderia explicar melhor?
O grupo que fundou o movimento, trinta anos atrás, permanece na direção até hoje. Ocorreram poucas variações. Você nunca viu, em jornal nenhum, qualquer notícia sobre congresso, votação, eleição, qualquer processo democrático interno do MST. Nunca viu e nunca vai ver, porque eles se organizam praticamente como um partido leninista e essa é uma de suas principais características. As centrais sindicais, como a CUT, quando fazem um congresso e trocam de diretoria fazem um carnaval, divulgam, mas nada disso ocorre com o MST. Permanecem fechados, autoritários e avessos a processos democráticos internos. Entendem, a exemplo dos antigos partidos comunistas, que estamos numa ditadura da burguesia e que não se pode fazer concessões em período de guerra.

Foi no governo de Fernando Henrique que as invasões de terra atingiram o seu auge. Como explica?
É o período também de ascenso do PT, quando se elege o governo de Fernando Henrique como principal adversário. É preciso lembrar também o simbolismo da tragédia, o martirológio alcançado com Eldorado dos Carajás, em 1997 – um episódio de violência extraordinária e, obviamente, inaceitável. Em seguida tudo foi emblematizado e glamourizado com aquela novela, O Rei do Gado, que tinha o Antonio Fagundes e a Patrícia Pilar entre os principais atores.

Nos movimentos populares é a época da bandeira contra o neoliberalismo, contra as privatizações.
É um momento de mudança, de inflexão no governo Fernando Henrique, com o enterro da grande ideologia nacional, o nacional-desenvolvimentismo, com as privatizações e tudo o mais. Tem um caldo, uma cultura fértil para o ascenso desses movimentos. A Igreja, os movimentos sociais, o PT passam por um período de ascenso ao confrontar o governo.

Para vários analistas o episódio mais decisivo foi Eldorado.
O episódio deu maior projeção nacional e internacional ao MST, que apareceu como a novidade no combate à desigualdades sociais. Depois que se resolveu o conflito distributivo da inflação no Brasil, o centro da arena política tem sido a questão da desigualdade social.

Concorda que o massacre deu força à bandeira da reforma agrária?
Fernando Henrique dizia que a reforma agrária não gera impasse – e que tudo aquilo que não gera impasse não é prioritário em termos de agenda. Mas o tema foi recolocado na agenda, com o MST tendo apoio logístico da Igreja.

O que muda com a chegada do PT ao poder?
Abre-se um período de crise na história do MST. Em primeiro lugar porque desaparece o grande inimigo, aquele que aglutina, que causa coesão, emblematiza todos os problemas, o grande Satã, até mesmo dentro de uma visão religiosa, demonológica, que era o governo neoliberal. E agora? O que o movimento vai fazer? Pressionar o seu próprio poder? O MST não sabe como enfrentar essa crise. O segundo problema que surge com a ascensão do PT é a expansão das bolsas, como as do Programa Bolsa Família.

Por que?
Ela representam uma alternativa à ação do MST e o esvaziamento dos seus estoques, de sua capacidade de arregimentação. Há um terceiro problema com a chegada do PT ao poder, que é o processo de cooptação que vai se dando, com dinheiro e o aparelhamento do movimento social. Isso amortece o MST. Ele perde o seu húmus e o sentido. O que se vê hoje é o seu esgotamento. Ele não pode atacar o PT, porque isso beneficiaria o outro lado, que ele detesta. Prefere ficar com o PT, que abre o Estado para ele, num grande processo de cooptação. Há que se notar também que a Igreja passou por um processo de redirecionamento, de diferenciação com o MST. Aquela simbiose com o movimento não desapareceu, mas diminuiu muito.

Acha que a questão da reforma agrária, que era uma das principais bandeiras sociais na década de 1960, faz sentido na atual conjuntura?
Na década de 1960 não se podia organizar um projeto para o Brasil sem passar pela reforma agrária, sem romper com o latifúndio e liberar mão de obra para reduzir o custo da mão de obra no processo da industrialização. Também era preciso reduzir o latifúndio para liberar terras para a produção de alimentos e baixar os seus preços. Não é a situação de agora. O Brasil se transformou numa potência mundial, não tem crise de alimentação, a industrialização está dada, o agrobusiness, com a revolução verde, está aí. A questão que fica é: para quê reforma agrária?

O MST enfatiza a questão da produção de alimentos e afirma que o agronegócio só se preocupa com a produção de grãos.
Todos sabemos que a agricultura familiar é fundamental para a produção de alimentos. Mas esse segmento passou a ser coadjutor em relação ao grande capital. Isso significa que vamos comer grãos? Não, idiota. A questão é que a produção de grãos representa a possibilidade de divisas para o País.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Editorial / O Estado de S. Paulo: A crise do MST aos 30 anos

Criado no 1° Encontro Nacional dos Sem-Terra, em Cascavel (PR), em 20 de janeiro de 1984, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) acaba de completar 30 anos quando se depara com uma crise muito séria de identidade. Sua razão de existência - expressa no lema "ocupação é a única solução" - se tem esvaziado ao longo do tempo pela redução de sua capacidade de mobilização de militantes com o objetivo declarado de produzir alimentos em terras tidas como improdutivas. Mas sem nunca esquecer outro, disfarçado, de sabotar as bases do Estado Democrático de Direito com o objetivo de substituí-lo por um regime de natureza socialista.

A desmobilização pode ser flagrada nas estatísticas divulgadas anualmente pela Ouvidoria Agrária Nacional, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, segundo as quais o número de invasões de terras em 2013 deve ter sido o mais baixo dos últimos dez anos. Em 1985, com apenas um ano de existência, o movimento, que hoje responde por 60% de todas as ações relativas à reforma agrária, promoveu 145 ocupações. O recorde foi alcançado em 1999, com 502. Ambas nos mandatos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB. Até novembro do ano passado foram registradas apenas 107, número que só supera o registrado em 2002, quando o movimento sofreu seu maior refluxo, com a ocupação de apenas 103 propriedades rurais, para não atrapalhar a campanha vitoriosa do aliado petista Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência da República - o que demonstra o primado do objetivo (oculto) de combater o chamado "neoliberalismo" tucano sobre o retórico (tido como prioritário) de distribuir a terra para quem dela precisa para plantar.

O principal líder do movimento, o economista João Pedro Stédile, atribui sua decadência a uma conjunção de diversos fatores: "Do lado do latifúndio, houve uma avalanche de capital que foi para a agricultura atraído pelos preços das commodities, que dão elevados lucros e aumentaram o preço das terras... Do lado dos trabalhadores os salários aumentaram nas cidades, e isso reforçou o êxodo rural". Segundo ele, "há um bloqueio também no Judiciário e no Congresso". Para Stédile, "o governo abandonou as desapropriações. E os trabalhadores acabaram desanimando".

A análise aborda com o inevitável viés ideológico o que realmente aconteceu: nos últimos anos a agroindústria foi o setor de ponta da puxada para cima das exportações brasileiras, tornando-se a "galinha dos ovos de ouro" da economia nacional. Apesar de aliados dos sem-terra, os governos federais petistas - dois de Lula e um de Dilma - tiveram a sensatez de perceber que continuar estimulando a ocupação de terras, que poderiam produzir safras espetaculares com a mecanização aumentando a produtividade, seria mais que um tiro no pé: seria suicídio. Herdando uma postura que já vinha sendo prudentemente empregada por seu antecessor e padrinho, Dilma Rousseff desapropriou menos terras do que todos os presidentes que a antecederam, à exceção de Fernando Collor de Mello, em sua breve passagem pelo mais poderoso cargo da República. A petista recorreu ainda a medidas que enfraquecem o apelo do MST. Em dezembro, por exemplo, determinou que recursos repassados pela União para as famílias assentadas com o objetivo de facilitar sua instalação nos lotes não passem mais por cooperativas. O repasse direto reduz a capacidade de mobilização das cooperativas e, indiretamente, do MST, que controla várias delas.

O ex-ministro do Desenvolvimento Agrário sob FHG Raul Jungmann acrescenta às causas apontadas por Stédile mais três, provocadas pelo PT. A saída dos tucanos do poder retirou de cena o Grande Satã a ser combatido pelo movimento; programas, como o Bolsa Família, reduziram o interesse dos cidadãos de baixa renda que eram atraídos antes pelo apelo dos acampamentos dos sem-terra; e os militantes passaram a ser cooptados pelo governo.

Algo da crise dos 30 anos do MST, então, pode se ter originado nas vitórias eleitorais e na ocupação da máquina pública pelos aliados do PT.

Michel Zaidan Filho: 0 PSB e as eleições deste ano

As folhas dão conta de uma reunião nacional do PSB em Recife para tratar da campanha eleitoral do governador de Pernambuco. Acredito que a reunião deva tratar também da eleição de governador em nosso estado, nos estados chefiados pelo partido e do xadrez político a ser construído pelas alianças do PSB pelo Brasil afora, tendo em vista a eleição do seu presidente.

Pelo andar da carruagem, a solução para Pernambuco será caseira ou familiar: será indicado (ou escolhido?) o primo do governador, Tadeu Alencar. Naturalmente, o chefe do executivo estadual precisa de um nome de estrita confiança, que em que possa mandar, como fez com o nome escolhido para a Prefeitura do Recife. As especulações que apontavam para o nome do ex-ministro da Integração Regional, Fernando Bezerra Coelho, foram desmentidas pela dinâmica da política. Coelho não seria um nome tão dócil para os planos do mandatário estadual de continuar mandando na política de Pernambuco. A disputa, de toda maneira, não parece fácil, já que o senador Armando Monteiro também está no páreo, possivelmente com o apoio do PT.

Mais complicada são sem dúvida os palanques e as alianças nos demais estados da federação. A costumeira assimetria política e a frouxidão da legislação eleitoral brasileira permitirão as mais esdrúxulas alianças, de acordo com a situações políticas regionais. A começar pelo maior estado da federação, São Paulo, onde a deputada Luiza Erundina praticamente impôs uma candidatura própria do PSB. Mas nas demais unidades federativas, o governador de Pernambuco terá as mesmas dificuldades. Há que contemplar interesses e conveniências regionais para compor a moldura dos palanques de 2014.

De todo jeito, o maior desafio será acomodar no palanque do PSB a camarilha do PSDB, a nível nacional. Isto porque o PSDB não é um partido de segunda linha, que se preste a mero adjuntório eleitoral. A candidatura de Aécio Neves está consolidada, é um fato consumado. E ela tende a trazer consigo vários aliados importantes no primeiro turno das eleições. Ou seja, até lá o PSB tem que se virá com seus aliados: Marina-partido-rede, o PPS, um pedaço do PMDB, o PTB e outros menores.

O principal divisor de águas dessa campanha é o desafio da oposição de se apresentar como alternativa a Dilma. Afinal, alguns saíram do seu ministério. Outros rezam pela mesma cartilha econômica e não estão isentos dos pecados políticos atribuídos ao PT. Enfim, quem é o novo na política brasileira?

Michel Zaidan Filho, sociólogo e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Diário do Poder – Cláudio Humberto

• PMDB quer ministério para obter apoio no Ceará
A cúpula do PMDB aposta que Ministério da Integração pode servir de moeda de troca para costurar apoio do governador Cid Gomes (PROS) ao senador Eunicio Oliveira na disputa pelo governo do Ceará. O vice Michel Temer já pediu ao ex-presidente Lula para conversar com os irmãos Gomes para reeditar a aliança PMDB-PT, sinalizando que o próprio Cid Gomes poderia ocupar pasta da Educação em 2015.

• Expectativa
PT e PMDB esperam a conversa de Lula com Cid e Ciro Gomes até o fim deste mês, quando será arrematada a reforma ministerial.

• Perde nada
Para o PMDB, Cid Gomes só teria vantagens. Além da Integração e da Educação, ele ganharia secretarias e o vice de Eunicio no governo.

• Unifica o PT
Eunicio unificaria o PT de Luizianne Lins e José Guimarães, candidato ao Senado. Mas ele tem conversado com o tucano Tasso Jereissati.

• Sob controle
Apesar das alegações do PMDB, o PT cearense duvida que Cid Gomes venha a abrir mão de indicar seu próprio candidato ao governo.

• Eles vão, eles vêm, o dinheiro público também
Além dos cartões corporativos, que bateram recorde no governo Dilma, em 2013, gastos com passagens e diárias do Executivo, Legislativo e Judiciário não ficaram atrás, atingindo os R$ 2,4 bilhões. A União torrou R$ 1,3 bilhão em passagens. Já a conta das diárias, que garantem bons sonhos em luxuosos hotéis (como o St. Regis de Nova Iorque, onde Dilma pagou R$ 25 mil por noite), foram gastos R$1,1 bilhão.

• Só promessa
Ministro Guido Mantega (Fazenda) havia prometido reduzir gastos com diárias para viabilizar corte de R$ 10 bilhões no orçamento federal.

• Preço do luxo
A União torrou com diárias, de 2001 a 2013, a cifra de R$ 26,2 bilhões, considerados os valores constantes atualizados pela inflação.

• Recorde dos recordes
O Ministério da Educação lidera os gastos com diárias, com exatos R$ 413,5 milhões, R$ 90 milhões a mais que em 2012.

• Reencarnação e carma
O futuro ministro da Saúde, Arthur Chioro, sanitarista como Alexandre Padilha, é médium e autor de vários livros, como “Neoliberalismo e Espiritismo”. É investigado por ser sócio na empresa Consaúde, que presta serviços à prefeitura de São Bernardo (SP), onde é secretário.

• Siga o dinheiro
Tem caroço nesse angu de sites de mensaleiros recebendo doações. Se a Receita ou a PF se interessarem pela lista de “doadores”, talvez encontrem grana do mensalão reaparecendo por caminhos tortuosos.

• Os favores da lei
A Advocacia Geral da União fez uma interpretação particular da lei para abrigar em sua sede a entidade privada Unicred/Asacred, com aluguel simbólico. Alega que a “cessão” foi aprovada por sua área jurídica.

• Rolê cubano
Fontes independentes da ilha de Fidel relatam violenta repressão a protesto, ontem, de pequenos negociantes autorizados em Holguín, a 700 km de Havana. Um dos líderes está preso em local ignorado.

• Bacon and eggs
O presidente da Câmara Legislativa do DF, Wasny de Roure (PT), aceitou convite para tomar café da manhã coletivo com o americano Barack Obama, no dia 6. Mas as despesas são por conta de Wasny.

• Olho grande
TVs internacionais estão revisando planos da cobertura da Copa diante dos preços abusivos e custo das distâncias, diz o jornal Gulf News. Operadores de câmera e tradutores triplicaram o preço do trabalho.

• Fora da vaga
Eles fazem leis, mas raramente as cumprem. Suplente do cadeirante Benício Tavares, o deputado distrital Robério Negreiros (PMDB) estaciona o carro na vaga de deficiente, na Câmara Legislativa do DF.

• Ensaio sobre a cegueira
As 16 clínicas conveniadas de oftalmologia em Natal (RN) decidem esta semana se interrompem o serviço. O calote do SUS, do Ministério da Saúde, atinge 40 clínicas de outras especialidades há quatro meses.

• Pergunta na livraria
Lula voltou a usar barba para lembrar ao apelido “Barba”, que tinha no Dops, como revela Romeu Tuma Jr em “Assassinato de Reputações”?

Fonte: Diário do Poder

Brasília-DF - Denise Rothenburg

Dois pesos
Em tempo de reforma ministerial e palanques estaduais, o que mais incomoda é a diferença de tratamento e de critérios na hora de o governo conversar com os aliados. No Ceará, por exemplo, o governador Cid Gomes (Pros) é apresentado como o coordenador da própria sucessão, e caberá ao PT seguir o que for definido, desde que fique com alguma vaga na chapa majoritária, em especial, o Senado.
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No Rio de Janeiro, o governador, Sérgio Cabral, não tem a mesma sorte. Lá, os petistas continuam com um candidato, e há quem diga não haver força humana capaz de levar os petistas a recuarem nesse projeto. Em tempo: Cid é um governador que atravessou diversas denúncias, assim como Cabral. A diferença é que, para os petistas, o Ceará não é considerado tão estratégico quanto o Rio. Isso porque o pequeno Pros, que abriga Cid hoje, demorará dezenas de anos para ter o tamanho do PMDB, no qual está Cabral. Para os políticos, está cada vez mais claro que o jogo do PT é atirar onde o PMDB é forte.
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Para completar, os ministério que Dilma resolveu logo foram os do PT, que saem de petistas para petistas. Quanto aos aliados, ela não parece disposta a dar o mesmo tratamento, em especial, nas pastas de Turismo, Cidades e Agricultura, nas quais o futuro é incerto.

Sem vetos, mas…
Os deputados respiraram aliviados ao serem informados de que a presidente Dilma Rousseff sancionou o Orçamento de 2014 sem vetos. Porém, nenhum deles ficou totalmente relaxado. Isso porque a próxima etapa, a do tal “contingenciamento”, é a que vale. Ali é que eles saberão o que será suspenso e o que sairá de fato.

…Dinheiro zero
Embora o Orçamento seja impositivo, a possibilidade de o governo represar os recursos existe, e é a presidente quem decide quando esses recursos vão pingar nos municípios. A perspectiva da equipe econômica é liberar a maioria das emendas apenas depois das eleições. Essa é a grande briga do ano entre Dilma e o grosso da base aliada.

Dilma comemora
O bom humor da presidente Dilma Rousseff está diretamente relacionado aos dados do varejo e à redução da inadimplência. Ela está cada vez mais convicta de que a economia não está tão ruim quanto pretendem fazer crer os adversários. Mas, pelo sim, pelo não, mantém-se em alerta em relação aos números que chegam sobre sua mesa.

Troca da guarda
Sai Renan Calheiros (AL) e entra Ricardo Ferraço (ES) na cesta de senadores peemedebistas candidatos a governador. Ferraço, presidente da Comissão de Relações Exteriores, vai concorrer ao governo do Espírito Santo contra o atual comandante do estado, Renato Casagrande, do PSB, candidato à reeleição.

A viagem da paz/ Dilma antecipou o embarque para a Suíça em um dia. A primeira parada será Zurique, para um afago a Joseph Blatter, o comandante da Fifa. Depois, segue para tentar apaziguar os agentes econômicos internacionais em relação ao Brasil. Problema ela terá é aqui, na volta desse périplo da pacificação.

Primeiros passos I/ O futuro ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, se reuniu ontem com a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Cuidaram das pendências entre a base aliada e o governo. Sinal de que Mercadante vai dar mais pitaco nessa seara do que a quase antecessora, Gleisi Hoffmann.

Primeiros passos II/ Arthur Chioro, que assumirá a pasta da Saúde, mergulhou no Mais Médicos. Sua função é não deixar o programa perder fôlego no ano eleitoral.

Alegria só/ Muitos dentro do próprio PT olham Mercadante meio de lado e ficaram com um pé atrás por causa da confirmação do nome dele como ministro da Casa Civil. Mas o deputado distrital Chico Vigilante comemorou dobrado. “Mercadante foi meu assessor na CUT quando jovem. É inteligente e brilhante. E, sabe como é, gente assim atrai muita inveja”, diz ele.

Momento da fé/ A presidente Dilma Rousseff receberá hoje dom Orani Tempesta, o novo cardeal do Brasil. Sabe como é, depois da campanha de 2010, a presidente sempre que pode pede uma bênção e agradece outra.

Fonte: Correio Braziliense

Panorama Político - Ilimar Franco

Corrida contra o tempo
Os partidos aliados foram avisados ontem que seus parlamentares têm até fevereiro para apresentar as suas prioridades na execução do Orçamento. Cada aliado vai apontar municípios de sua base que serão beneficiados. O governo, em ano eleitoral, tem até junho para liberar as verbas. Coube ao secretário-executivo da SRI, Claudinei do Nascimento, em reunião com assessores dos partidos, alertar para o prazo.

O jogo de corpo no PMDB
O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), diz que mais de um terço (nove) dos Diretórios Regionais apoiam uma convenção em abril. O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), avisa que só falta a assinatura do Ceará, pois oito diretórios já teriam assinado. O vice Michel Temer avalia que a tese ainda não tem oito votos. A ala do PMDB, adversária do PT nos estados, pergunta se o movimento é para valer. Não quer ser usada por quem pressiona por um ministério ou uma aliança com o PT. “Ninguém quer ser massa de manobra do Eunício ou do Sérgio Cabral (RJ)”, alega um deles. Outro resume: “Agora é hora do pôquer, de blefar”.

“A quem interessar possa, deixo claro que ao contrário das ‘plantações’ não defendo a antecipação da convenção para abril. Essa pressão é boba”
Geddel Vieira Lima
Presidente do PMDB da Bahia e candidato de oposição ao governo do PT no estado

Agora é Lula
O governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) chegou à conclusão que não adianta fustigar a presidente Dilma. O responsável pelo problema eleitoral no Rio é o ex-presidente Lula, que vem bancando a candidatura do senador Lindbergh Farias (PT).

Marcha soldado
O diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, está sob imensa pressão. O Exército foi colocado em alerta para garantir a segurança da Copa em caso de greve na PF. Os delegados garantem que vão trabalhar, mas a Associação dos Agentes ameaça parar. A direção da PF cancelou férias e licenças durante a Copa e a campanha eleitoral.

Sempre cabe mais um
O ex-presidente Lula sugeriu ontem à presidente Dilma, segundo o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, que o presidente do PT, Rui Falcão, e o da seção paulista, Emídio de Souza, integrem o comando da campanha pela reeleição.

Lula escala Gilberto Carvalho
Na passagem por Brasília, o ex-presidente Lula selou o destino de Gilberto Carvalho. O secretário-geral da Presidência vai para a campanha na metade do ano. Gilberto preferia ficar no Planalto, mas reconhece que não poderá desobedecer o ex-chefe. Sua última missão será monitorar os movimentos sociais durante a Copa.

Fora do campo
Socialistas e petistas trabalham para manter a aliança para reeleger o governador Renato Casagrande (PSB) no Espírito Santo. Os assessores do governador avaliam que o baixo peso eleitoral do estado facilita as coisas.

Vale ou não vale?
O TSE recebeu uma consulta sobre a validade da minirreforma eleitoral, aprovada em 2013 no Congresso, nas eleições deste ano. A consulta, que será relatada pelo ministro João Noronha, quer saber se a aplicação será total ou parcial.

Os tucanos apostam no desacerto da presidente Dilma, na reforma ministerial, para recolher mortos e feridos para o palanque de Aécio Neves.

Fonte: O Globo