PIB de 2023 mostra desafios ao crescimento sustentado
Valor Econômico
O investimento, em especial, continua fraco, e a atividade econômica ficou estagnada no segundo semestre
O crescimento da economia brasileira em 2023
ficou em 2,9%, superando com folga o 0,8% projetado no fim de 2022. Pelo
segundo ano seguido, o Produto Interno Bruto (PIB) registrou uma expansão por
volta de 3%, número que está longe de ser exuberante, mas é razoável para os
padrões brasileiros de 2014 para cá. O resultado pode ser visto como positivo,
mas uma análise mais detalhada dos números evidencia os desafios que o país
ainda tem para crescer a taxas mais altas de modo sustentado. O investimento,
em especial, continua fraco, e a atividade econômica ficou estagnada no segundo
semestre.
Ao analisar os componentes da demanda doméstica, o crescimento veio em grande parte do consumo das famílias, que avançou 3,1% em 2023, e do consumo do governo, com alta de 1,7%. A força do mercado de trabalho, as transferências de renda e a queda da inflação alimentaram o poder de consumo das famílias. Mas o investimento, fundamental para garantir a expansão da economia a um ritmo mais forte e duradouro, caiu 3%. Sem que se invista mais, o crescimento cedo ou tarde esbarrará em gargalos na produção, que tendem a se traduzir em pressões inflacionárias.