Avanço sobre Orçamento requer atenção do TCU
O Globo
Corte será decisiva para fiscalizar profusão
de recursos distribuídos por meio das emendas parlamentares
O aumento no volume de recursos movimentados
por meio das emendas parlamentares exige que o Tribunal de Contas da União (TCU)
e as demais instituições de controle do Estado se tornem mais presentes. À
medida que o Congresso conquista mais espaço no Orçamento, cresce a relevância
do TCU, que atua como braço auxiliar do Executivo e do Legislativo e pode
julgar casos envolvendo congressistas. Crescem, também, as pressões sobre a
Corte.
Apesar de ela estar sujeita a nomeações políticas, o corpo técnico do TCU tem prevalecido na hora de aplicar multas quando constatados prejuízos ao Erário. Exemplo recente foi a descoberta de mais um desvio de verba parlamentar para bancar gastos familiares. Entre abril de 2022 e agosto de 2023, recursos destinados ao hoje ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), então deputado federal, foram usados para encher o tanque de veículos de sua mulher, de seu pai, de seu irmão e de sua cunhada. Sempre no mesmo posto do Recife. No período, foram abastecidos 48 veículos. A conta de R$ 105.500 foi despachada ao Tesouro. O Ministério Público que atua junto ao TCU apresentou representação para investigar o modo como Costa Filho distribuiu dinheiro público entre a família. Denunciado o caso, o gabinete do ministro reviu a papelada, e o dono do posto concluiu que seu estabelecimento “cometeu um erro contábil”.