(...) “Mais do que nunca, é imperativo interpretar o mundo para poder transformá-lo”
(...) “É preciso apoio do eleitor, mas esse apoio não é dado para sempre. Cada decisão tem que ser explicada. O processo de convencimento é um ato permanente de revalidação da legitimidade ou não do governante.”
(...) “Estamos diante de uma encruzilhada: ou bem seremos capazes de reinventar o rumo da política, ou cedo ou tarde a indignação popular explodirá nas ruas, sabe-se lá contra quem e a favor do quê. Ou, o que é pior, o reacionarismo imporá ordem ao que lhe parecerá o caos.”
(...) “Não estamos atados a alianças automáticas e, a despeito de nossas crises políticas, erros e dificuldades, nos encontramos em um patamar econômico mais elevado do que no tempo da Guerra Fria: criamos uma agricultura moderna, somos o país mais industrializado da América Latina e avançamos em setores modernos de serviços, especialmente no de comunicação e financeiro. Somos uma democracia, apesar das eventuais dificuldades de nosso sistema político.”
(...) “os inimigos da mudança, os adversários da contemporaneidade: de um lado o estatal-corporativismo, de outro o fundamentalismo de mercado. Ambos incompatíveis com o mundo contemporâneo.”
(...) “Se não tivermos êxito na construção dessa alternativa corremos o risco de levar ao poder quem dele não sabe fazer uso ou o faz para proveito próprio. E nos arriscamos a perder as oportunidades que a História nos está abrindo para termos um rumo definido.”
(...) “um novo polo democrático e popular que se afirme como alternativa tanto à direita autoritária e retrógrada quanto à volta de utopias regressivas como prega boa parte das esquerdas. Não há nada mais urgente a se fazer, quando se olha para as eleições de 2018 e para além delas”.
(...) “são as causas, os movimentos identitários, as reivindicações de liberdade lançadas por grupos e movimentos na sociedade.”
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Fernando Henrique Cardoso, sociólogo, ex-presidente da República, do livro “Reinvenção da Política no Brasil” trechos citados no artigo de José Casado, "Rebeldia para reinventar a política, sugere FH”, O Globo, 16/4/2018.