O Globo
À medida que vê o corredor à sua frente se
estreitar, Jair Bolsonaro dá mais sinais de pânico mal dissimulado, roubando o
diagnóstico sempre preciso de Caetano Veloso.
Todas as promessas fake que esquadrinhei neste espaço na
semana passada vão caindo por terra: com cara acabrunhada, o presidente em
desespero admitiu que não haverá reajuste dos servidores no final das contas.
Quem sabe em 2023, pessoal?
Para tentar operar alguma mágica que baixe
o preço dos combustíveis, arrancou a fórceps uma fórmula que Paulo Guedes, mais
desnorteado que o chefe, não sabe se custará R$ 25 bilhões ou R$ 50 bilhões.
Tudo bem, para um governo que não planeja e que já mandou às favas qualquer
escrúpulo liberal que um dia tenha tido, algo custar um tanto ou seu dobro é o
de menos.
A tal compensação, que ninguém sabe quanto custará aos estados que aceitem comprar um terreno na Lua — ou em Marte, já que o presidente também anda ameaçando prender marcianos por aí —, não se sabe também quando nem como será paga.