Prisões no caso Marielle trazem alento e preocupação
O Globo
Alento, porque os suspeitos de ordenar o
crime foram presos. Preocupação, pelo envolvimento de autoridades
Seis anos e dez dias depois do assassinato da
vereadora Marielle
Franco (PSOL-RJ) e de seu motorista, Anderson Gomes, a Polícia
Federal (PF) prendeu o deputado federal Chiquinho Brazão (ex-União-RJ), o
conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio Domingos Brazão e o delegado
Rivaldo Barbosa. Os irmãos Brazão foram apontados como
mandantes do crime. Barbosa, segundo a PF, planejou o assassinato. As prisões
ocorreram depois da homologação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) da delação
do sargento reformado da PM Ronnie Lessa, um dos dois responsáveis pela morte
de Marielle e Anderson (o outro é o ex-PM Élcio de Queiroz).
Segundo as investigações, Marielle defendia, contra interesses do clã Brazão, a ocupação social de uma área na Zona Oeste do Rio reivindicada por milicianos para incorporação imobiliária. Os atritos ganharam corpo pela oposição dela a um projeto de lei defendido pelos irmãos. Na delação, Lessa afirmou que a divergência pode ter sido o estopim para o crime.