terça-feira, 10 de junho de 2014

Opinião do dia Luiz Werneck Vianna

"A expectativa sempre foi a de que haveria muitos problemas. Mas não vejo a possibilidade de que os dois rompam antes das eleições, que cada um siga um caminho diferente antes de outubro. Marina e Campos podem estar aos trancos e barrancos, mas irão até o fim. Eles não têm outro remédio, a não ser se abraçarem."

Luiz Werneck Vianna, sociólogo, professor-pesquisador da PUC-Rio. “A distância entre Marina e Campos”. Brasil Econômico, 10 de junho de 2014.

PMDB deve manter hoje seu apoio a Dilma, mas com críticas ao PT

Gabriela Guerreiro, Ranier Bragon, Mariana Haubert, Natuza Nery, João Pedro Pitombo e Patrícia Britto – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - Maior partido aliado da presidente Dilma Rousseff, o PMDB define nesta terça-feira (10) em convenção nacional se continuará ao lado da petista na disputa à reeleição.

Mesmo com a esperada confirmação do apoio, a sigla já prepara críticas a algumas das propostas defendidas pelo PT e pelo governo.

Entre elas está a rejeição a qualquer projeto de regulação da mídia, além de discordância em relação ao formato de reforma política defendido pelo PT e ao decreto de Dilma que obriga órgãos do governo a fazer consultas públicas antes de decidir sobre temas de interesse da sociedade.

No programa de governo, que será aprovado na convenção do PMDB e entregue a Dilma, o partido vai reafirmar a defesa da liberdade de imprensa e criticar qualquer tentativa de regulação do trabalho da mídia brasileira.

O ministro Paulo Bernardo (Comunicações) diz que em um eventual segundo mandato Dilma poderá propor uma regulação econômica da mídia que estimule a produção regional e independente. Setores do PT defendem ainda o controle de conteúdo e a proibição de um mesmo grupo econômico controlar TV, rádio e jornal.

Em relação à reforma política, os peemedebistas são contra a ideia petista de um plebiscito para deliberar sobre o tema, como defende o governo. Já sobre o decreto de Dilma, o PMDB dirá que o PT pretende "aparelhar" as decisões governamentais.

Placar
Na convenção, a ala dilmista do PMDB espera reunir cerca de 80% dos votos dos delegados, já que obteve a promessa de que não haverá traição em dois importantes Estados: Ceará e Bahia.

No Ceará, o pré-candidato ao governo Eunício Oliveira pode ser rival do PT na disputa estadual, mas teria dito a Temer que assegurará 42 dos 50 votos do Estado à manutenção da aliança com Dilma.

Na Bahia, o ex-deputado Geddel Vieira Lima igualmente teria garantido a fidelidade a Temer, apesar de também integrar coligação que é adversária do PT no Estado.

Caso confirme a manutenção da aliança, o PMDB irá acrescentar cerca de 2 minutos e 20 segundos (em cada bloco de 25 minutos) à propaganda eleitoral de Dilma na TV, principal instrumento das campanhas políticas.

O batalhão pró-aliança é liderado pelo vice-presidente da República, Michel Temer, que será confirmado como vice da petista no caso de a aliança ser ratificada. Dilma irá ao encontro peemedebista, pela tarde, caso as projeções de Temer se confirmem.

O grupo partidário que defende o rompimento com Dilma se concentra principalmente nos diretórios do Rio Grande do Sul, historicamente rival do PT, e do Rio de Janeiro, que ameaça uma rebelião pró-Aécio Neves (PSDB).

A ala oposicionista do PMDB distribuirá no encontro de hoje panfletos em que acusa o governo de corrupção e ineficiência. Segundo o deputado Danilo Fortes (PMDB-CE), a dissidência será bem maior do que a prevista.

Temer rebate e diz estar certo da vitória: "Se eu tiver 51%, está ótimo", afirmou ontem durante visita ao Congresso em que fez "corpo a corpo" com os peemedebistas em prol do apoio a Dilma.

Nos Estados, a relação do PT com o PMDB é marcada pela disparidade. Os peemedebistas têm candidaturas próprias confirmadas até agora em 15 Estados, sendo que em sete deles terão o apoio do PT.

Em contrapartida, o PMDB estará no palanque de apenas dois dos 13 candidatos petistas a governos estaduais: com o governador Agnelo Queiroz (DF) e o ex-ministro Fernando Pimentel (MG). Os dois partidos vão se enfrentar em sete Estados.

PMDB explicita diferenças com PT em convenção que deve definir apoio a Dilma

• Principal partido aliado do governo federal decide hoje sobre reedição ou não da aliança vitoriosa em 2010, mas vai propor programa de governo que confronta bandeiras petistas, como a regulação da mídia e a reforma política via plebiscito

João Domingos - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - O PMDB deve decidir nesta terça-feira, 10, em convenção nacional por uma nova aliança com o PT para a disputa presidencial e a repetição do nome do vice-presidente Michel Temer na chapa de Dilma Rousseff. Mas o partido pretende apresentar um projeto de programa de governo que contraria bandeiras petistas, a exemplo da regulação dos meios de comunicação e da reforma política via plebiscito.

Segundo o presidente interino da legenda, senador Valdir Raupp (RO), no almoço da cúpula peemedebista ocorrido ontem no Palácio do Jaburu - residência oficial de Temer -, foram estabelecidas “condições” para a repetição da aliança vitoriosa de 2010. Na prática, são posições que estarão no documento a ser aprovado pela convenção a fim de explicitar as diferenças com o partido de Dilma.

Do almoço participaram, além de Temer e Raupp, o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o líder do partido no Senado, Eunício Oliveira (CE), o ex-presidente José Sarney (AP), o senador Jader Barbalho (PA) e o deputado Eliseu Padilha (RS).

A convenção terá início à 9h, no Auditório Petrônio Portella, no Senado. A presidente fará uma visita aos peemedebistas.

Dilma, no entanto, mostrou-se precavida. Só pretende aparecer na convenção entre 16h e 17h, depois de proclamado o resultado da votação dos delegados. Temer chegará primeiro, por volta das 15h, a tempo de ver a apuração do resultado.

O PMDB pretende defender a reforma política deixando claro que ela só poderá ocorrer via Congresso, sem consulta popular como querem os petistas.

O PMDB também aproveitará o documento com suas propostas de governo para defender um governo de responsabilidade fiscal a partir de 2015, com o tripé tradicional, baseado em metas de inflação, câmbio flutuante e superávit primário para que o pagamento das dívidas seja honrado. Dilma flexibilizou o tripé, que Lula havia herdado de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e manteve com rigidez. Sob o atual governo, o câmbio passou a ser “administrado” com decretação de alíquotas de IOF, dependendo da cotação, a inflação deixou de ser combatida para voltar ao centro da meta (4,5%), mas tolerada até o limite superior (6,5%), e o superávit primário caiu em volume, sendo atingido com manobras contábeis.

A maioria dos economistas, inclusive conselheiros de Dilma, como Delfim Netto, é hoje crítica da chamada “nova matriz econômica”, por não ter impulsionado o PIB e, ao mesmo tempo, permitido um certo descontrole inflacionário.

“Nosso programa de governo será oferecido à chapa para a campanha presidencial. Deverá se fundir ao programa do PT, porque o mais importante é a manutenção da aliança”, disse Raupp.

Rebeldes. Há na cúpula do PMDB otimismo quanto à reedição da aliança com o PT para a disputa presidencial, mas sem garantia de apoio pleno.

Nas últimas checagens feitas por Temer, a conta era de que os partidários da coligação deverão obter entre 70% e 75% dos votos, numa hipótese otimista; e cerca de 55%, numa versão pessimista. “O que interessa é vencer. Pode ser por 51%”, disse Temer no início da noite, ao visitar núcleos do PMDB reunidos em diversos auditórios da Câmara.

Os rebeldes peemedebistas querem a “neutralidade” do partido na eleição - sem apoiar Dilma ou outro candidato.

A confiança exibida pela cúpula peemedebista para a reedição da dobradinha com o PT na disputa presidencial é baseada na resolução de alguns problemas nos Estados, considerados de difícil solução. É o caso de Goiás. O PMDB do Estado concordou em apoiar a coligação federal com o PT, apesar de não ter obtido dos petistas a adesão à candidatura do ex-governador Iris Rezende. Em Goiás, o PT decidiu lançar a candidatura de Antonio Gomide, ex-prefeito de Anápolis. Como agradecimento pelo voto dos goianos na aliança com o PT, Michel Temer e Valdir Raupp vão a Goiânia amanhã à tarde participar da convenção que vai sacramentar a candidatura de Iris.

Também no Ceará há problemas na convivência do PMDB com o PT. Mas o senador Eunício Oliveira, que disputará o governo, concordou em apoiar a coligação com os petistas. Disse que não vai liderar nenhuma dissidência. O deputado Danilo Forte (CE), porém, acha que a vitória dos que defendem a aliança não será tranquila. E que o PMDB não deveria se curvar à aliança apenas para sacramentar o nome de Temer. “O PMDB não pode se prender ao projeto de uma pessoa”, disse o deputado.

Raupp informou ontem que o PMDB deverá lançar candidatos ao governo em 19 Estados. Em vários deles, estará junto com o PT, como no Pará, Amazonas e Tocantins. Em outros, seguirá separado. É o caso de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul. Já ficou certo que o PMDB não lançará candidatos ao governo no Acre, Amapá, Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, Pernambuco, Roraima e Santa Catarina. Quanto aos candidatos ao Senado, o PMDB deverá lançar apenas dez. Segundo Raupp, por causa do grande número de partidos envolvidos na eleição, as vagas de senador terão de ser negociadas com outras legendas. Ele acha que se o PMDB eleger seis senadores poderá comemorar.

Em crise, PSB reavalia papel de Marina

• Aliados de Campos encomendam pesquisa sobre capacidade de transferência de votos de Marina

• Avaliação do diretor do Ibope analisa que interferência da líder caiu desde as últimas eleições

Maria Lima – O Globo

BRASÍLIA — A dificuldade da dupla Eduardo Campos (PSB) e Marina Silva (Rede Sustentabilidade) de deslanchar nas pesquisas de intenção de votos vem causando nervosismo crescente no comando da sua campanha nacional. Aliados de Campos, inclusive, encomendaram ao Ibope uma pesquisa nacional para avaliar a rejeição de Marina e sua capacidade de transferência de votos, seja como candidata a vice na chapa ou apenas como apoiadora do socialista. O objetivo é mensurar o que ocorreria com a candidatura de Campos se Marina voltasse atrás na decisão de ser sua vice por conta de alguma negociação de palanques regionais.

O foco da crise foi a decisão do diretório do PSB de São Paulo de aprovar, por unanimidade, uma coligação com o PSDB, apoiando a reeleição do governador Geraldo Alckmin. Desde que PSB e Rede resolveram se unir, em outubro passado, a candidatura própria no maior estado do país foi colocada como cláusula pétrea pelos marineiros. Por outro lado, apoiadores de Campos atribuem à ex-senadora dificuldades na formação de palanques competitivos em grandes estados. Para o diretor do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, apesar de ter um amplo capital político, Marina vem demonstrando pouca capacidade de transferência de voto como candidata a vice.

Na avaliação de Montenegro, já repetida por outros especialistas e articuladores políticos, o poder de transferência da Marina caiu muito desde a última eleição. Isso estaria sendo mostrado em todas as pesquisas e foi confirmado na última consulta do Datafolha, na qual, além da queda de quatro pontos de Campos (de 11% para 7% nas intenções de voto), 48% dos entrevistados disseram que não votariam no candidato indicado pela ex-senadora. O único cenário em que ela teria condição de mudar o jogo eleitoral, na opinião dos especialistas, seria aquele em que ela fosse candidata à Presidência. Nesse caso, poderia agregar mais votos que recebeu em 2010.

— A Marina é uma pessoa querida, correta, ética, mas, como vice, não tem poder de transferência de votos para o Eduardo Campos. Uma parte dos votos dela em 2010 foi de protesto. Os votos de protesto eram 9% a 10%. Na eleição, ela chegou a 20%. Depois, caiu para 9% e 10% de novo. No começo, a notícia da coligação Rede-PSB foi um boom, uma notícia positiva. Mas, no final, acabou dando confusão. Ela é contra o agronegócio, Campos, a favor. Depois, surgiram os problemas em Goiás, São Paulo e Minas. A coisa do açaí com tapioca faz sentido. Os dois não combinaram. Era uma coisa previsível, que ia dar confusão, e deu - avalia Montenegro.

A assessoria de Marina e integrantes do comando do PSB dizem que a pesquisa para medir a rejeição da ex-senadora não foi encomendada pelo partido, mas integrantes da campanha confirmaram a sondagem. Apesar do nervosismo que tomou conta da campanha após a queda de quatro pontos na intenção de votos no Datafolha, Campos tenta salvar a parceria com Marina. Procura compensar a incompatibilidade dos dois em São Paulo com a formação de um palanque próprio em Minas Gerais, defendida há meses pela Rede.

Os dois combinaram que ela iria hoje em Minas retirar a candidatura do desconhecido professor aposentado Apolo Heringer (Rede) para apoiar o nome do deputado Júlio Delgado (PSB). Marina já teria gravado apoio a Delgado; porém, na reunião com a Rede, o deputado continuou sendo criticado e chamado de "laranja de Aécio Neves", pré-candidato tucano à Presidência. Marina, porém, elogiou Delgado e anunciou que os dois disputarão a candidatura na convenção.

Em São Paulo, Marina lançará um candidato ao Senado, provavelmente na chapa do PV, para que possa ter um palanque alternativo ao de Alckmin.

Ao ser firmada, a parceria de Campos com Marina levou aliados dele à euforia; hoje, porém, há no grupo do socialista quem questione essa estratégia. A esperada transferência massiva de votos não veio e parte do grupo de Campos avalia que as interferências dela nas articulações estaduais do pernambucano deixaram o campo livre para Aécio.

- Eles, da Rede, não estão entendendo que o que Marina teve em 2010 foi o espaço que sempre teve a terceira via nas disputas presidenciais. Mas Eduardo não é uma terceira via para ter 20 milhões de votos. Ele está na disputa para ganhar. Está na hora de resolver isso - cobrou Roberto Freire, um dos aliados que mais brigaram pela aliança com Alckmin e que está incomodado com as ações do entorno de Marina para sabotar as articulações do PSB nos estados.

Há, entre os aliados de Campos, quem aposte que ele reaja ao que, entendem, Marina está articulando: usar o PSB como vitrine para se fortalecer para 2018, sem compromisso com a eleição de Campos.

- O Eduardo tem que repensar essa parceria. Foi uma aposta que não deu certo. Se ele tivesse deixado que ela se filiasse ao PPS, hoje Marina seria um problema do senhor Roberto Freire e não teria contaminado sua candidatura. Ia ter seus 6% de votos e levava a eleição para o segundo turno do mesmo jeito. Marina desidratou Eduardo - avaliou um integrante da Executiva do PSB.

Campanha de Eduardo Campos sofre com diferença entre ‘sonháticos’ e pragmáticos

• Visão distinta de política opõe grupos ligados a Marina ao ex-governador de Pernambuco

Sérgio Roxo – O Globo

SÃO PAULO — O apoio à reeleição do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), é só uma das divergências entre aliados de Eduardo Campos e Marina Silva. Integrantes da coordenação da pré-campanha presidencial do PSB relatam que os dois grupos dificilmente falam a mesma língua e que as divergências internas são constantes.

Com as diferenças, o núcleo de coordenação de campanha, composto por cinco representantes da Rede e cinco do PSB, tornou-se uma instância em que se discute pouco estratégia. Os principais conselheiros e articuladores políticos de Campos, por exemplo, estão fora desse núcleo.

O grupo de Marina, por exemplo, é contrário a buscar alianças apenas de olho no tempo de televisão no horário eleitoral. Já os aliados de Campos consideram que seria viável se unir ao PSD na disputa presidencial, caso o partido do ex-prefeito Gilberto Kassab rompesse com a reeleição da presidente Dilma Rousseff.

- Um lado é "sonhático", e outro, totalmente pragmático - conta um dos integrantes da coordenação de campanha.

Na definição dos palanques estaduais, a diferença também fica clara. O grupo do PSB considera que é importante ter candidatos viáveis eleitoralmente nos estados, mesmo que eles não sejam totalmente afinados com o programa da candidatura presidencial. Já os integrantes da Rede rejeitam nomes do PSDB e ligados aos ruralistas.

- Não somos 100% essa coisa de nova política como eles - reconhece um dos principais aliados de Campos.

Para evitar novas fissuras, Campos tenta se equilibrar entre os mundos dos "sonháticos" e dos pragmáticos. Esse esforço ficou claro na última quinta-feira, quando o ex-governador participou, no começo da tarde, de um seminário sobre meio ambiente. O grupo era formado majoritariamente por aliados de Marina, como o professor da USP José Eli da Veiga e o diretor do Greenpeace Sérgio Leitão, dois dos maiores opositores da reforma do Código Florestal em 2012. Havia pouca gente do PSB.

À noite, sem Marina, Campos foi a Mato Grosso do Sul para um ato de apoio à candidatura de Nelson Trad Filho (PMDB). O deputado federal Fábio Trad (PMDB-MS), irmão do pré-candidato a governador, integra a bancada ruralista e votou pela mudança do código de proteção das florestas.

Marina diz que Alckmin não vai afastá-la de Campos

• Para ela, apoio do PSB a tucano não ameaça chapa

Paulo Peixoto – Folha de S. Paulo

BELO HORIZONTE - A ex-senadora Marina Silva afirmou nesta segunda-feira (9) que sua divergência em relação à indicação do PSB de apoiar a reeleição do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), não irá afastá-la da chapa de Eduardo Campos para a disputa da Presidência.

Candidata à vice de Campos (PSB), Marina reafirmou, no entanto, que não subirá no palanque de Alckmin.

"Não estamos discutindo a chapa. A chapa e o programa [de governo] estão compatíveis com o que foi a nossa discussão no dia 5", disse em visita a Belo Horizonte.

Marina se referia ao último dia 5 de outubro, quando firmou a aliança com Campos, ingressando no PSB, após o Tribunal Superior Eleitoral barrar a criação da Rede Sustentabilidade, partido pelo qual a ex-senadora pretendia disputar a Presidência.

"O que saiu dessa compatibilidade foi o compromisso que o Márcio França [presidente do PSB-SP] tinha assumido, de que haveria candidatura própria em SP."

Na sexta-feira, o diretório do PSB paulista aprovou por unanimidade o apoio à reeleição de Alckmin. A decisão deve ser referendada em convenção no próximo dia 21.

Ex-secretário de governo na gestão Alckmin, França é o principal defensor da aliança e pode ser candidato à vice-governador ou ao Senado na chapa tucana, a depender das negociações.

Marina também disse ontem que ainda espera que o PSB paulista reveja sua posição e que ela e Campos estão "manejando essas diversas situações" pelo país.

A ex-senadora tem defendido que candidatos próprios do PSB nos Estados ajudam a consolidar o partido como uma terceira via, alternativa aos projetos nacionais do PT e do PSDB.

Em Minas Gerais, é provável que o PSB tenha candidato próprio ao governo do Estado, mas não há sintonia entre os pessebistas e os integrantes da Rede, que, assim como Marina, se filiaram à sigla para poder participar da eleição deste ano.

O PSB deve indicar o deputado federal Júlio Delgado, aliado político do senador Aécio Neves, candidato tucano à Presidência. Já o nome defendido pela Rede para o governo mineiro é o do ambientalista Apolo Heringer.

Aécio sobre Campos: ‘Não vou perder tempo com indelicadezas’

• Pré-candidato tucano concedeu entrevista a emissora local de rádio de Pernambuco

Letícia Lins – O Globo

RECIFE — O pré-candidato do PSDB à sucessão presidencial, Aécio Neves, deu na manhã desta segunda-feira uma resposta às críticas que vem enfrentando do ex-governador e também presidenciável Eduardo Campos (PSB), seu provável aliado no segundo turno das eleições de outubro.

— Não vou perder tempo com indelicadezas — disse ele, em entrevista concedida por telefone a uma emissora local de rádio, onde ele deveria estar nessa segunda-feira, para falar por uma hora sobre seus planos para o Brasil.

— Tenho respeito por Eduardo, espero que ele possa fazer uma bela campanha como fez um belo governo em Pernambuco. Tenho ouvido algumas críticas de Eduardo Campos. Mas, de minha parte, nada mudou. As pesquisas eleitorais não mudam nem alteram o meus valores e minhas amizades — disse.

Ele reforçou a importância de candidaturas de oposição.

— Continuo tendo pelo ex-governador respeito pessoal, respeito político. Acho que sua candidatura faz bem à democracia. Nós sempre a estimulamos, ao contrário do que fez o PT.

O tucano cancelou a agenda que teria em Pernambuco, devido ao nascimento prematuro dos filhos gêmeos. Ele teve uma conversa rápida com o radialista Geraldo Freire, do programa Super Manhã, da Rádio Jornal do Commercio, onde prometeu estar na próxima quarta-feira, para uma conversa ao vivo com jornalistas por uma hora.

— Eu sempre, no Congresso Nacional, o estimulei pessoalmente e aos seus companheiros para que pudesse ser candidato — disse ele, referindo-se ao socialista.

Aécio acrescentou que o seu objetivo, hoje, não se limita a casos ou desentendimentos como esses:

— Meu objetivo hoje vai muito além do que tratar de questões pessoais. Eu hoje conduzo uma candidatura que tem por objetivo encerrar esse ciclo de governo do PT que tão mal vem fazendo ao Brasil, seja no campo ético, no administrativo, no ideológico, com visão atrasada de mundo. O Brasil é hoje um país que menos cresce na região, a inflação está de volta atormentando a vida dos trabalhadores brasileiros. Não vou perder tempo com indelicadezas — ratificou.

Ele disse, ainda, que as críticas que vêm sendo feitas pelo socialista não mudam a posição do seu partido na questão estadual, na qual o PSDB já liberou seus filiados para apoiar a pré candidatura do ex-secretário da Fazenda, Paulo Câmara (PSB), lançado por Campos no momento em que o PSDB se preparava para indicar um nome próprio para a sucessão estadual, do deputado estadual Daniel Coelho.

— O entendimento à pré candidatura do ex secretário da Fazenda, Paulo Câmara (PSB), foi conduzido pela direção local, da qual participei. Da minha parte, não tenho nenhum motivo para mudar os compromissos. Minha palavra foi dada. E se essa for a vontade majoritária dos companheiros do PSDB, nós manteremos esse entendimento. Acredito muito nas coisas naturais na política. Já há essa parceria há algum tempo, e eu jamais sacrificaria companheiros meus do partido, em razão de candidatura presidencial que eu possa ter. Tenho certeza que os companheiros do PSDB trabalharão no limite de suas forças e das condições pela nossa candidatura. De minha parte, a liberação é absoluta para que o partido tome essa decisão — afirmou o tucano.

Aécio diz que Campos se inspirou em sua gestão

• Questionado sobre crítica do pernambucano, mineiro alega não ter tempo para indelicadezas

Luciana Nunes Leal - O Estado de S. Paulo

Pré-candidato do PSDB à Presidência de República, o senador e ex-governador mineiro Aécio Neves, disse nesta segunda-feira, 9, que não vai “perder tempo com indelicadezas”, ao ser questionado sobre uma crítica que teria sido feita a ele por Eduardo Campos, pré-candidato do PSB. Aécio instigou Campos, ao afirmar que no governo de Pernambuco ele se inspirou em medidas adotadas pela gestão tucana em Minas Gerais.

Em entrevista ao programa Supermanhã, da Rádio Jornal, de Pernambuco, Aécio foi questionado pelo comunicador Geraldo Freire sobre declaração de Campos - que teria sido feita em um jantar com amigos - de que gosta de trabalhar, insinuando que o senador tucano não gosta. “A sua relação com Eduardo tem azedado com o passar dos tempos?”, perguntou o radialista.

“Tenho ouvido algumas críticas do Eduardo. Da minha parte não mudou nada. As pesquisas eleitorais ou a candidatura presidencial não alteram meus valores e minhas amizades. Continuo tendo respeito pessoal e político pelo governador Eduardo Campos”, afirmou Aécio. “Não vou perder tempo com indelicadezas, tenho respeito pelo Eduardo.”

O apresentador perguntou quem fez o melhor governo, se Aécio em Minas ou Campos em Pernambuco. O senador citou a meritocracia e o sistema de avaliação de servidores que implementou em seu Estado. Medida semelhante foi levada por Campos para Pernambuco.

“Não dá para fazer comparações. Tenho orgulho de ver que Eduardo, em Pernambuco, se inspirou em algumas de nossas medidas em Minas Gerais e até aprimorou várias delas. Governar é buscar boas experiências e aprimorá-las. Em Minas, hoje, 100% dos servidores são avaliados por seu desempenho e recebem uma remuneração a mais se alcançam algumas metas, o que ocorre em algumas áreas de governo em Pernambuco ”, respondeu o pré-candidato do PSDB.

Na pré-campanha, Campos tem citado o sistema de remuneração variável, paga de acordo com cumprimento de metas, que adotou no Estado.

Aécio se disse “adversário histórico do PT” e insistiu na polarização entre petistas e tucanos na disputa presidencial, o que deixa a candidatura de Campos em segundo plano. “Quem se dispõe a enfrentar o que nós enfrentamos - eu, pessoalmente, estou enfrentando como adversário histórico do PT - sabe que teremos dificuldades. Não podemos dispersar energias com coisas que não têm a menor importância.”

Questionado sobre a disputa pelo governo pernambucano, Aécio disse que será mantido o apoio do PSDB ao PSB, apesar de a sigla de Campos ter rompido com os tucanos e optado por candidatura própria em Minas.

Em Pernambuco, os tucanos prometem apoiar o ex-secretário de Fazenda Paulo Câmara (PSB) para governador. Para o PSDB-PE, a aliança ajudará a eleger mais deputados tucanos. “Não tenho motivo para mudar meus compromissos, minha palavra foi dada”, disse Aécio, que falou à rádio por telefone, da maternidade onde nasceram, na noite de sábado, seus filhos gêmeos Julia e Bernardo - eles nasceram prematuros e permaneciam internados.

Aposentados. O tucano também prometeu, se eleito, criar um novo critério para reajuste dos aposentados que leve em conta o aumento do preço dos remédios. Aécio disse que “mais quatro anos do governo do PT será dramático para o Brasil”.

Vice de tucano será anunciado após convenção

Pedro Venceslau - O Estado de S. Paulo

O PSDB realizará no sábado a convenção que oficializará a candidatura presidencial de Aécio Neves sem ter definido o nome do seu vice, mas o debate na legenda se afunilou em torno de duas opções regionais. Parte da sigla defende a escolha de um nome do Nordeste, região do País onde a presidente Dilma Rousseff é mais forte, enquanto outro grupo advoga a tese de que o companheiro de chapa do senador deve ser de São Paulo, maior colégio eleitoral do Brasil.

Os mais lembrados são o senador Aloysio Nunes Ferreira (SP) e o ex-senador Tasso Jereissati (CE). A ideia original era que o escolhido fosse aclamado pelos presentes na convenção, que ocorrerá na capital paulista. Mas por causa do nascimento prematuro dos filhos gêmeos de Aécio no sábado passado, todas as negociações foram congeladas.

Os delegados presentes aprovarão um dispositivo delegando à direção executiva da legenda o direito de escolher o candidato a vice na chapa tucana. Aécio cancelou uma série de encontros políticos que teria ontem no Recife. O tema seria discutido com aliados nordestinos que defendem a escolha de um nome da região.

Meia-lua. A convenção está sendo preparada para receber cinco mil delegados. "Só do interior de São Paulo partirão 62 ônibus. Outros 50 sairão de Minas Gerais", afirma João Cury, prefeito de Botucatu e responsável pela mobilização no interior paulista.

O encontro vai dar início a uma estratégia de ação que se divide em dois pilares: subir regionalmente e descer socialmente. Dois vídeos produzidos serão apresentados, um de tom emocional com a biografia do senador e o outro com depoimentos de eleitores tucanos.

Tanto Aécio quanto Campos venceriam Dilma em São Paulo

• Datafolha expõe as dificuldades da presidente no maior colégio eleitoral do país, que reúne 22,4% do eleitorado

• Pessimistas, paulistas têm vergonha da Copa e seguiriam mais Joaquim Barbosa do que Lula na hora de votar

Ricardo Mendonça – Folha de S. Paulo

SÃO PAULO - Se a eleição presidencial fosse só entre os 31,8 milhões de eleitores de São Paulo, tanto Aécio Neves (PSDB) quanto Eduardo Campos (PSB) venceriam a presidente Dilma Rousseff num eventual segundo turno. E com folga. Com o tucano, o resultado seria 46% a 34%. Com o ex-governador de Pernambuco, 43% a 34%.

Realizada com um número maior de entrevistas no Estado, o Datafolha de 3 a 5 de junho dá dimensão do tamanho das dificuldades de Dilma no maior colégio eleitoral do Brasil, com 22,4% dos votantes.

Dá dimensão também do contraste entre o comportamento dos paulistas e o de eleitores dos outros 25 Estados mais o Distrito Federal.

Em São Paulo, a rejeição a Dilma chega a 46%. Em todas as outras regiões é de 32%.

Em São Paulo, só 23% aprovam o atual governo. Em todas as outras regiões, 36%.

Em São Paulo, os eleitores são mais pessimistas que os demais brasileiros em todas as questões econômicas. Entre eles, 69% acham que a inflação vai subir, 52% temem aumento do desemprego, 48% entendem que o poder de compra irá diminuir.

A maioria dos paulistas (54%) também sente mais vergonha que orgulho pela organização da Copa no Brasil.

A dificuldade de Dilma no Estado fica evidente desde o primeiro turno. Nessa simulação, Aécio aparece tecnicamente empatado com a petista na liderança: 23% para ela, 20% para ele.

Como a margem de erro é de dois pontos, cinco nomes aparecem embolados na terceira posição. Campos tem 6%, seguido de perto por dois pré-candidatos evangélicos, o Pastor Everaldo Pereira (PSC), com 4%, e o senador Magno Malta (PR-ES), com 3%. O pré-candidato do PSTU, José Maria, marca 2%.

Outra particularidade: no Estado, o voto do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, é mais influente que o do ex-presidente Lula --29% votariam "com certeza" em alguém apoiado pelo magistrado, enquanto 24% fariam assim com a indicação do petista.

A orfandade eleitoral também é maior em São Paulo. No país, 30% do eleitorado não tem candidato, recorde desde 1989 para esse período. Em São Paulo, a soma de brancos, nulos e indecisos é ainda maior: 37%.

Para chegar a esses resultados, o Datafolha ouviu 4.337 pessoas no Brasil, 2.029 delas em São Paulo. Na tabulação dos dados nacionais, as informações sobre o Estado são desproporcionados. É o recurso matemático necessário para evitar que as opiniões dos paulistas fiquem sobrerrepresentadas nos relatórios finais da pesquisa nacional.

Após revés em São Paulo, Marina marca posição em Minas

• Vice na chapa de Campos vai a Belo Horizonte para dar apoio a ambientalista na disputa interna do PSB do Estado

Marcelo Portela e Suzana Inhesta - O Estado de S. Paulo

Pré-candidata à vice na chapa presidencial de Eduardo Campos (PSB), Marina Silva disse nesta segunda-feira, 9, que o partido “vai ter candidatura própria” em Minas. A ex-ministra aproveitou para declarar apoio a um aliado seu no Estado, o ambientalista Apolo Heringer.

Marina tenta marcar posição na seara mineira após praticamente perder a queda de braço travada na aliança de Campos em São Paulo. A ex-ministra queria candidatura própria. O PSB estadual, porém, aprovou resolução indicando apoio ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), que disputará a reeleição. Marina classificou o acordo paulista como “equívoco”.

Nos bastidores, Marina não quer que o PSB se associe aos tucanos sob o argumento de que tais alianças prejudicam o discurso de “nova política” adotado por ela e pelo parceiro de chapa.

Debate. O outro pré-candidato do PSB em Minas é o deputado Júlio Delgado, preferido de Campos e antigo aliado do pré-candidato tucano ao Planalto, Aécio Neves. “O PSB está discutindo uma candidatura própria e vai fazer convenção para ter candidatura própria. A decisão de quem vai ser o candidato vai ser fruto desse debate”, disse ontem a ex-ministra durante evento em Belo Horizonte.

Inicialmente, a ideia do PSB mineiro era apoiar Pimenta da Veiga (PSDB). O partido, porém, trabalha agora com a candidatura própria. A disputa, portanto, está na definição de qual será o nome do candidato.

Apesar da posição sobre qual é seu candidato preferido, Marina evitou confronto direto com Júlio Delgado. Ao lado da ex-ministra no evento de ontem, Heringer adotou tom diferente, dizendo que Delgado, que é presidente do PSB mineiro, quer mesmo é ser “reeleito deputado federal” e que só deve disputar a convenção do partido, marcada para o próximo dia 21, porque está sendo pressionado pelo PSDB.

Histórico. O PSB apoia os tucanos no Estado desde 2002, quando Aécio foi eleito para seu primeiro mandato como governador, e ainda tem cargos no Executivo. “O PSDB faz pressão para não emplacar meu nome. Acho, no fundo do coração, que o Júlio não gostaria de ser candidato a governador”, disse Heringer.

“Há uma boataria enorme, e não é boataria vã, de que está tendo muita dificuldade do PSB se descolar do PSDB. Essa dor do parto é grande demais. Não sei se valeria aí uma cesariana”, completou o ambientalista, acrescentando ainda que Júlio Delgado não terá a mesma “energia” na disputa pelo governo.” Delgado não quis dar entrevistas ontem.

O futuro da aliança

• O PMDB faz convenção hoje para ratificar o arranjo com o PT no plano nacional, mas enfrenta problemas nos estados. No Rio, por exemplo, o partido já declarou apoio a Aécio

Paulo de Tarso Lyra – Correio Braziliense

PMDB e PDT inauguram hoje, em Brasília, a série de convenções partidárias para definir as candidaturas e as alianças para a disputa eleitoral de outubro. Ambos devem aprovar a coligação com o PT, da presidente Dilma Rousseff, mas, nos estados, estudam deixar os respectivos pré-candidatos aos governos locais livres para os acertos que lhes forem mais convenientes. No caso do PMDB, a aprovação à chapa Dilma/Michel Temer deve se dar com uma votação entre 55% e 65% dos convencionais, mas sem o apoio do diretório fluminense, que está fechado com Aécio Neves (PSDB). A petista visita o evento do PDT no fim da manhã. À tarde, ela deve passar na convenção do PMDB.

Comandado por Jorge Picciani no Rio, o diretório estadual flerta com a candidatura de Aécio. Na semana passada, o tucano participou de ato na capital fluminense, batizado de Aezão, em referência a Aécio e ao governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), que disputará a reeleição. Pezão, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o ex-governador Sérgio Cabral, todos peemedebistas, não participaram do evento, mas tampouco se empenharam em convencer os correligionários a apoiar Dilma em vez de Aécio.

Os problemas se repetem nos estados. Na Bahia, o PMDB apoiará Aécio. Em Pernambuco, a sigla fechou com o presidenciável Eduardo Campos (PSB). Paraná, Piauí e Goiás devem abrigar os demais votos dissidentes. No caso goiano, o ex-governador Iris Rezende considerou uma traição o fato de Temer ter promovido, com o incentivo do Planalto e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a filiação de José Batista Júnior ao PMDB. Mais conhecido como Júnior da Friboi, o empresário seria o candidato peemedebista para tentar impedir a reeleição de Marconi Perillo (PSDB). Com o PMDB na mão, entretanto, Iris implodiu a iniciativa.

Antes rachado, o Ceará vai votar pela aliança nacional. "Estou oferecendo um gesto de ajuda para, quem sabe algum dia, receber alguma reciprocidade", provoca o senador Eunício Oliveira, pré-candidato do PMDB ao governo cearense, que ainda busca aliança com o PT e o Pros.
No PDT, a situação está pacificada. Ninguém apresentou outra proposta (alternativa à aliança), não acredito que tenhamos surpresas", afirmou o presidente nacional do partido, Carlos Lupi, ex-ministro do Transporte.

Sem "indelicadezas" contra adversário
O pré-candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves (MG), afirmou ontem, em entrevista a rádios pernambucanas, que não vai rebater as críticas do presidenciável Eduardo Campos (PSB). "Não vou perder tempo com indelicadezas. Espero que ele (Campos) possa fazer uma bela campanha, como fez um belo governo em Pernambuco", disse Aécio. O tucano também negou que pretenda romper o apoio do PSDB a Paulo Câmara (PSB) em Pernambuco. "Não tenho motivos para mudar meu compromisso, minha palavra foi dada. Não vou sacrificar companheiros por conta de uma candidatura presidencial", declarou

No Rio, PROS e PSB divergem sobre candidatura ao governo do estado

• Em reunião, Miro defendeu disputa, mas socialistas não descartam palanque do PR

Marcelo Remígio – O Globo

RIO — Sem ainda decolar nas pesquisas de intenções de voto, o deputado federal e pré-candidato do PROS ao governo do Estado do Rio, Miro Teixeira, se reuniu na segunda-feira com lideranças fluminenses do PSB para evitar que cresça o movimento de socialistas que pregam o rompimento da aliança regional entre os dois partidos. Sem o PSB, a candidatura de Miro seria inviabilizada, mas abriria espaço para o PSB negociar com o PR, do também deputado federal e candidato ao Palácio Guanabara Anthony Garotinho, palanque para o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que disputará a Presidência da República.

O fim da aliança com o PSB e da candidatura própria no Rio levaria o PROS a entrar rachado na campanha eleitoral. Membros da Executiva Nacional defendem que a legenda, da base aliada da presidente Dilma Rousseff, feche o apoio à candidatura de Lindbergh Farias (PT) ao Palácio Guanabara e entregue ao PT seu tempo de TV na propaganda eleitoral gratuita. Mesmo oficialmente ao lado do PT, parte do PROS cairia nos braços de Garotinho e outra, nos do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), candidato à reeleição. Miro reafirmou hoje à noite sua candidatura e disse que trabalha com "o que dizem duas notas oficiais do PSB":

- Na primeira, o texto torna pública a aliança em torno de minha candidatura. Na segunda, confirma a aliança proporcional no estado e a vaga ao Senado para o PSB. Formamos hoje um bloco que reúne PROS, PSB, o Partido Pátria Livre e um partido que não existe para o TSE, mas que possui grande força política, a Rede, de Marina Silva.

Caciques do PSB afirmam que não houve acordo na reunião para conter os dissidentes:

- Caso não seja mantida a aliança, a tendência do PROS é formalizar o apoio a Lindbergh, o que não garantirá a ele que o partido caminhe unido. A ala evangélica da legenda deve apoiar o Garotinho. Há também um grupo aliado de Pezão - diz um socialista que participou da discussão: - No lançamento da pré-candidatura de Garotinho, estiveram presentes deputados do PROS que têm votos na mesma base eleitoral do ex-governador.

No PR, cresce no Rio o movimento para que o partido feche com o PSB e abra espaço para Eduardo Campos em seu palanque. A aliança é encarada pelo PR fluminense como uma terceira via para o Planalto e a reafirmação da autonomia do diretório do Rio, controlado por Garotinho. Já para alguns socialistas, a aliança seria a última alternativa para Campos na busca por um palanque com candidatura viável. O candidato do PR, ao lado do senador Marcelo Crivella, que disputará o Palácio Guanabara pelo PRB, lidera as pesquisas de intenções de voto.

- Embora o PR nacional seja da base aliada do governo federal e defenda a manutenção da aliança nacional com PT, no Rio a executiva tem total autonomia para escolher com quem fechar. Eu tenho defendido o nome de Campos como terceira via para presidente, já que PT e PSDB estiveram à frente do Palácio do Planalto - disse Fernando Peregrino secretário-geral do PR-RJ.

Em uma eventual aliança, o PR ofereceria ao PSB a vaga ao Senado. O partido tem como pré-candidato a senador o deputado federal e ex-jogador de futebol Romário, principal cabo eleitoral de Campos no estado.

O palanque para Campos serve de munição para Garotinho negociar, também, apoio do governo federal à sua candidatura. As conversas com o PSB levaram Dilma a escalar o ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, para buscar um entendimento com o ex-governador. Garotinho se sente preterido pelo Planalto, que tem os palanques de Pezão, Crivella e Lindbergh.

Tucanos cobram definição do DEM sobre adesão à chapa do PMDB no Rio, em apoio a Aécio

• Falta de acordo tem dificultado, também, entrada formal do PPS na aliança

Marcelo Remígio – O Globo

RIO — O ninho tucano deu um ultimato ao DEM fluminense para que confirme sua participação, junto com o PSDB, no chapão que reúne, atualmente, 15 partidos em torno da campanha à reeleição do governador Luiz Fernando Pezão, abrindo espaço no palanque do PMDB no Estado do Rio para o senador e candidato a presidente Aécio Neves (PSDB). Os tucanos esperam que o diretório regional do DEM chegue a um acordo até quarta-feira.

As negociações para o chapão e o apoio ao movimento "Aezão" - lançado na última quinta-feira por dissidentes do PMDB que defendem a aliança de Pezão com Aécio - são conduzidas pelo próprio senador mineiro. Aécio tenta convencer o vereador e ex-prefeito Cesar Maia (DEM) a desistir de sua candidatura ao Palácio Guanabara. Sem a decisão do grupo de Cesar, o PSDB - aliado histórico do ex-prefeito - não consegue formalizar o apoio ao PMDB, o que impedirá, inclusive, a confecção de material de campanha de Aécio com Pezão.

A falta de acordo também afasta o PPS - que fechou apoio nacional à candidatura tucana - da aliança de Pezão. PSDB, DEM e PPS já estão juntos no Rio na coligação proporcional.

Cesar é reticente em aceitar o apoio ao PMDB, partido do atual prefeito e ex-integrante de seu grupo, Eduardo Paes. O ex-prefeito é um dos principais adversário de Paes na Câmara municipal e tem se limitado a dizer que sua candidatura está de pé, e que se discute apenas a ampliação da aliança com o PSDB e o PPS.

- O DEM tem candidato a governador. Discute-se a abrangência da coligação - afirma Cesar Maia, que tem sido pressionado por caciques nacionais do DEM a trabalhar pelo palanque de Aécio.

Entre os defensores no DEM de um acordo com o PSDB no Rio - e, em consequência, com o PMDB - estão o prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, e o senador Agripino Maia (RN).

Assim que começaram a discutir a aliança com o PMDB, Cesar colocou como condição para a negociação a vaga de senador para o DEM. No entanto, o próprio PMDB ficou com o Senado na chapa de Pezão, garantindo a primeira suplência para o PSD e evitando que o partido migrasse para a candidatura a governador do senador petista Lindbergh Farias. Também estava na fila da vaga ao Senado o PP.

- A falta de uma definição do DEM acaba dificultando a entrada também do PPS na chapa. Também estão em discussão questões como material de campanha, que só poderá ter Aécio e Pezão juntos se a aliança for formalizada. O comando do PMDB do Rio pode estar com o PT de Dilma, mas o restante do partido está com Aécio. Temos que viabilizar uma candidatura ao estado que agregue à campanha de Aécio - afirma o deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ).

Calendário eleitoral: veja as regras que passam a valer a partir de hoje

• Início das convenções partidárias e proibição de apresentação de programas de rádio e tv por candidato escolhido em convenção são algumas das regras

Leandra Lima – O Globo

RIO — De acordo com o calendário eleitoral fixado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a data de hoje fixa diversos procedimentos eleitorais, incluindo algumas proibições, que devem ser cumpridos por candidatos, partidos políticos e veículos de comunicação. Passa a valer a partir de hoje, por exemplo, a realização de convenções partidárias, o início do prazo para que emissoras de rádio e TV fiquem proibidas de transmitir programa apresentado ou comentado por candidato escolhido em convenção, e o início do período para nomeação dos mesários.

O PMDB é o único partido que decidiu marcar a convenção nacional da legenda para hoje. Os outros partidos que apresentarão canditados que disputarão as eleições têm até o dia 30 de junho. As convenções partidárias são eventos internos das siglas, com regras definidas de acordo com o estatuto de cada partido político.

Em seguida à realização da convenção partidária, fica permitida a formalização de contratos que gerem despesas e gastos com a instalação física de comitês financeiros de candidatos e de partidos políticos. A medida só pode ser feita desde que só haja o desembolso financeiro após a obtenção do número de registro de CNPJ do candidato ou do comitê financeiro e a abertura de conta bancária específica para a movimentação financeira de campanha e emissão de recibos eleitorais.

Logo após suas apresentações nas convenções nacionais e estaduais, os candidatos que exercem também a função de apresentadores ou comentaristas de rádio e TV ficarão proibidos de transmitir programa apresentado ou comentado. No Rio de Janeiro, o deputado federal e pré-candidato ao governo Anthony Garotinho (PR) apresenta dois programas de rádio. O deputado estadual Wagner Montes (PSD) é apresentador de um programa de TV na Record. Seu colega na Alerj, Pedro Augusto (PMDB) também é radialista.

Por lei, o Congresso Nacional tem até hoje para estabelecer o limite dos gastos de campanha para os cargos em disputa nas eleições de 2014. No entanto, desde que essa data foi determinada por lei, em 2006, o Congresso Nacional se absteve de apresentar o teto para os gastos de campanhas. Neste caso, caberá a cada partido político fixar esse teto quando pedir o registro de candidatura na Justiça Eleitoral, até o dia 5 de julho. É também na Justiça Eleitoral onde o partido deverá também pedir autorização, caso pretenda elevar os gastos que estabeleceu.

Também a partir de hoje é assegurado direito de resposta ao candidato, ao partido ou à coligação atingidos, ainda que de forma indireta, por conceito, imagem ou afirmação caluniosa, difamatória, injuriosa ou sabidamente inverídica, difundidos por qualquer veículo de comunicação.

A distância entre Marina e Campos

• Decisões estaduais e acordos entre PSB e PSDB, como o de São Paulo, podem minar a aliança programática da Rede Sustentabilidade com o ex-governador de Pernambuco.

Eduardo Miranda – Brasil Econômico

Interlocutores da Rede Sustentabilidade, de Marina Silva, dão a entender que a decisão do PSB de São Paulo, que declarou na semana passada apoio à reeleição do governador Geraldo Alckmin, torna mais complicada a manutenção da aliança nacional da ex-senadora com o presidenciável Eduardo Campos. Porta-voz da Rede em São Paulo, Alexandre Zeitune fez críticas ao presidente regional do PSB, deputado Márcio França, mas disse que o grupo de Marina ainda espera por uma mudança nas convenções estaduais.

"O PSB de São Paulo vai na contramão da história que estamos formatando. Ele não entendeu o anseio da sociedade e defende velhos paradigmas que a Rede não aceita de jeito nenhum. Vínhamos avançando a passos largos, mas isso é um retrocesso. Nossa militância é aguerrida, ela debate esse posicionamento do PSB e temos alas que entendem que esse envolvimento, no maior estado da nação, poderia se constituir numa ruptura, apesar de não existir nenhuma movimentação nesse sentido".

Ontem, em Belo Horizonte, Marina Silva disse, durante coletiva de imprensa, que a decisão do PSB paulista saiu da direção esperada, mas rechaçou a possibilidade de uma ruptura com o partido de Campos: "Não estamos discutindo a chapa e o programa. Isso está compatível. O que saiu da compatibilidade foi o compromisso do Márcio França de que haveria candidatura própria em São Paulo. A Executiva Nacional da Rede ainda não debateu esse assunto", disse a ex-senadora, afirmando que a chapa PSB-Rede terá candidato próprio em Minas Gerais.

Além das diferenças ideológicas, a crise interna dos últimos dias deixa entrever e antecipa a discussão a respeito do prazo de validade da aliança de Eduardo e Marina. Coordenador da campanha de Eduardo Campos e secretário-geral do PSB, Carlos Siqueira disse que a saída da senadora é um dado da realidade.

"Inicialmente, oferecemos ao integrantes da Rede maior participação dentro do PSB. Eles, com toda razão, fizeram questão de afirmar que a Rede é um partido, e nós, do PSB, encaramos isso com muita naturalidade. É esperado que, no momento que eles consigam o registro como partido, eles migrem para essa nova legenda", disse Siqueira, deixando claro que a Executiva Nacional do PSB não intervirá no "praticamente concretizado" apoio do diretório paulista à candidatura de Geraldo Alckmin. "Embora haja o desejo de um candidato próprio em São Paulo, 90% do partido quer essa aliança com o PSDB. Não podemos impor nada, respeitamos as instâncias partidárias", afirmou.

Cientista social da PUC-Rio, o professor Luiz Werneck Vianna não acredita na ruptura da aliança entre Marina e Campos. Para ele, já era sabido, mesmo antes de Marina se tornar vice de Campos, que essa seria uma relação difícil. "A expectativa sempre foi a de que haveria muitos problemas. Mas não vejo a possibilidade de que os dois rompam antes das eleições, que cada um siga um caminho diferente antes de outubro. Marina e Campos podem estar aos trancos e barrancos, mas irão até o fim. Eles não têm outro remédio, a não ser se abraçarem", comentou Werneck Vianna.

O cientista social da PUC-Rio foi além, afirmando que, além de não acreditar na ruptura da aliança, Eduardo Campos não cederá a cabeça de chapa para Marina Silva, apesar da queda nas intenções de voto — na pesquisa do instituto Datafolha, divulgada na semana passada, o socialista caiu de 11% para 7%. "Não acredito na inversão. O projeto político de Eduardo Campos, o objetivo dele, não é 2014. Ele entrou no cenário para ser um candidato viável e mais forte em 2018. Não faria sentido ele sair da disputa para deixar de ganhar força e se tornar mais conhecido pelo Brasil. Ele não vai abrir esse espaço, porque quer marcar posição", argumentou.

Werneck Vianna frisou que o "casamento de conveniência" de Campos e Marina deve ter seu divórcio anunciado logo após as eleições, já que ambos têm o mesmo projeto. "Assim como o Eduardo Campos, a Marina também tem planos de ser candidata à Presidência da República em 2018, quando seu partido já terá o registro. É um desejo que ela teve que adiar, mas que não abrirá mão na próxima eleição", afirmou ele.

De olho na bola e na inflação

• Com os preços ainda mais altos por causa do Mundial, brasileiros vão preferir torcer em frente à TV, segundo pesquisa da CNC. Supermercados preveem aumento nas vendas.

Aline Salgado – Brasil Econômico

A Copa do Mundo no Brasil para a maioria dos brasileiros será pela TV, no sofá de casa. De olho na inflação, que chegou aos 6,37% no acumulado dos últimos 12 meses em maio — segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IP-CA) —, os torcedores preferiram optar por assistir aos jogos em casa e gastar muito pouco ou nada com lazer. É o que mostra pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC), que coletou as intenções de consumo para os 31 dias de Mundial de 18 mil brasileiros em todas as capitais e no Distrito Federal e respectivas regiões metropolitanas do país em maio.

Segundo o levantamento, a maioria dos entrevistados — 74,4% — disse que não vai viajar e 54,5% não pretendem gastar com lazer durante os jogos da seleção. O barateamento das televisões, que baixou 4,5% em maio, segundo o IBGE, ajudou nessa escolha, mas foi o encarecimento da alimentação fora de casa o elemento determinante. Nos últimos 12 meses encerrados em maio, a alimentação fora do domicílio registrou alta de 10,09% em seus preços, enquanto os alimentos e bebidas ficaram 7,67% mais caros.

Não é à toa que a maioria das pessoas ouvidas pela CNC (53,4%) disse que vai preferir comer em casa durante os jogos. "Independente da faixa de renda, as famílias vão dar prioridade à comida dentro do domicílio. O que revela uma clara noção de que a inflação está pegando nos serviços", diz Fábio Bentes, economista da CNC.

"Alimentar-se em casa está mais barato. Quem mora em cidade-sede já percebeu essa pressão nos preços por causa dos jogos, um efeito comum a todos os países que sediaram Copa e Olimpíadas. Quem vem de fora, no entanto, não tem como fugir, mas o consumidor local tem como adotar estratégias", completa Bentes.

Nessa escalada de fuga dos preços altos, quem ganha é o varejo de alimentação. De acordo com o último balanço da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), as vendas reais de abril tiveram expansão de 10,29% em comparação a 2013. Há um ano, o setor tinha sofrido queda de 3,84% no seu faturamento. A expectativa para 2014 é de um crescimento de 3% em comparação ao ano anterior, que teve um aumento de 5%. A Copa será essencial para essa expansão.

"Estamos otimistas, embora ainda não tenhamos condições de quantificar esse aumento nas vendas porque há muitas décadas não temos uma Copa no país. Mas a expectativa é que grande parte do consumo seja pontual, feito na véspera dos jogos. Em algumas categorias, são esperadas vendas fortes, como cerveja e refrigerantes, carnes e salgadinhos", afirma Sussumu Honda, presidente do Conselho Consultivo da Abras.

Segundo o executivo, o varejo vem se preparando para uma alta no movimento mesmo com as paradas para os jogos em função da instituição de feriados e pontos facultativos nas cidades-sede. "Para abocanhar esse movimento de véspera, as grandes redes devem funcionar normalmente e devem parar apenas para os jogos e reabrir logo depois", completa Honda.

O setor de bares e restaurantes também se prepara para atrair os torcedores. Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), a estimativa é que o setor vá faturar 30% a mais do que no mesmo período do ano passado e até 70% a mais em dias de jogos do Brasil. Mas, segundo a pesquisa da CNC, a tendência é de que os bares e restaurantes tenham mais turistas do que nativos. De acordo com o levantamento, apenas 24,2% dos brasileiros das capitais escolheram assistir aos jogos nesses ambientes.

Para Paulo Solmucci Junior, presidente executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), há um excesso de pessimismo que deve se dissipar quando os jogos da seleção começarem. "Não tem como a Copa não ser boa para o setor, a menos que tenham manifestações. Estamos bastante otimistas. O empresário vive um aperto de rentabilidade nos últimos meses, ganhar dinheiro está mais difícil porque o segmento vem tendo pressões grandes com mão de obra, impostos e aluguel. A margem do setor sumiu, mas o faturamento está bom. Historicamente a Copa, é ótima para o nosso setor", avalia Solmucci Junior.

A confiança de que o Mundial vá trazer excelentes resultados para o setor, no entanto, não é unânime. Parte dos empresários está receoso com a perda de faturamento em função dos feriados e ponto facultativos nos municípios e estados das cidades-sede da Copa, o que levaria a uma redução direta no movimento.

"Apenas os bares e restaurantes que estão em zonas turísticas da cidade, como a Zona Sul, é que devem se beneficiar. Mas os polos comerciais localizados no Centro e nas zonas Norte e Oeste devem perder bastante, pois não terão o movimento do almoço, visto que a partir do meio-dia muitos trabalhadores serão liberados do serviço. O prejuízo será muito além dos 10%", aponta Darcilio Junqueira, superintende do Sindicato dos Bares e Restaurantes do Rio de Janeiro (SindRio).

Outro setor que prevê perder com a Copa é o comércio e parte do segmento de serviços não ligado ao turismo. Com lojas fechadas no meio da tarde, perde-se grande parte do faturamento. "O histórico recente das Copas mostra que o Mundial não é tudo isso para o comércio e serviços. Há setores que perdem, como combustíveis, farmácias, prejudicados pela queda na movimentação em função da redução dos dias úteis" observa Fábio Bentes.

Ainda assim, para o economista, o evento deve ajudar a trazer melhores resultados para o PIB do segundo semestre. "O consumo das famílias vai crescer, o que deve estimular um resultado melhor do PIB no próximo trimestre do que os 0,2% do primeiro trimestre. Mas será um efeito diluído", enfatiza Bentes.

Merval Pereira: Eleitoreira, não inconstitucional

- O Globo

A decretação pela presidente Dilma Rousseff de uma Política Nacional de Participação Social (PNPS), criando “conselhos populares” sem uma prévia discussão com a sociedade civil e o Congresso, indica uma “democracia eleitoreira”, que restringe a noção de participação somente para os períodos eleitorais, na opinião do constitucionalista e ex-deputado federal Marcelo Cerqueira, e aponta para uma tentativa do PT de organizar os movimentos sociais sobre os quais está perdendo o controle, de acordo com o sociólogo Bernardo Sorj, professor do Instituto de Ciências Avançadas da USP.

No entanto, como afirma Marcelo Cerqueira, a PNPS, “embora feita por decreto, mais uma desagradável contribuição à anomia congressual, não é inconstitucional”.

Para Sorj, se a intenção do governo tivesse sido a de promover uma maior abertura dos órgãos do Executivo para com a sociedade civil, “nada a criticar ou comentar”. Mas se o próprio decreto fala de consulta com a sociedade civil, “o óbvio teria sido que ele fosse inicialmente discutido com a mesma”.

Teria sido suficiente uma diretiva interna instando a um diálogo com os diferentes setores da sociedade civil, que dependendo do órgão do governo podem ser sindicatos, organizações profissionais, ONGs, movimentos sociais etc. “O problema com a PNPS é sua vontade de definir e subsumir a sociedade civil dentro de um órgão de governo”.

Como a própria PNPS reconhece, ressalta Sorj, a sociedade civil é autônoma, “livre para se organizar, se reinventa constantemente e não pode ser formatada”. Ele cita as manifestações, uma das principais formas de expressão da sociedade civil, que não são citadas no decreto, que inclui a Internet, espaço virtual.

Na verdade, o decreto não é sobre a sociedade civil, comenta Sorj, e nisso ele vê seu principal problema e fonte de confusão. “O que ele de fato sistematiza e regula são instâncias organizadas pelo governo que seriam os veículos legítimos de comunicação com ele”.

“A participação social numa sociedade democrática sempre será mais ampla e desbordará as instâncias formais que o governo possa estabelecer. Essa tendência estatizante se reflete na linguagem do decreto que confunde várias vezes participação social com as instâncias definidas pelo decreto”, comenta Bernardo Sorj.

A sociedade civil é fundamental para a democracia. O papel da sociedade civil é criticar, denunciar e promover novos direitos, e não comentar políticas de governo: “Renovar a própria política, não pode nem deve ser enlatado numa instância formal decretada pelo governo”, protesta Bernardo Sorj.

Mas a legitimidade da sociedade civil é de ordem moral, lembra ele, e nisso Sorj vê sua fragilidade e potencial manipulação pelo governo: “ela pode ter ‘representantes’, mas não pode ser ‘representada’. Afinal, se decreto do governo define a sociedade civil como sendo formada por ‘cidadãos’, então seus representantes são os membros do Congresso e governantes”.

Na opinião do sociólogo Bernard Sorj, o decreto em si mesmo é uma expressão de vontade do governo de manter o controle sobre uma sociedade civil que lhe está fugindo das mãos.

Marcelo Cerqueira lembra que a Constituição de 1988 incorporou o princípio da participação popular direta na administração pública e ampliou a cidadania política, estabelecendo mecanismos de reforços às iniciativas populares. “Dessa forma, a gestão pública passaria a contar com a participação daqueles que não detêm obrigações legais para com o Estado”.

A sociedade civil, em conjunto com o poder público, traçaria as metas a serem atingidas, uma vez que os cidadãos, lembra Cerqueira, mais bem conhecem as reais necessidades locais e poderiam, quem sabe, intervir em favor de seus interesses, nas decisões relacionadas à escolha e gestão de políticas públicas. “Já são feitos, aqui e acolá, orçamentos participativos”.

Cerqueira admite que não falta razão à crítica da participação “decretada” vinculada ao período eleitoral, “principalmente em época de campanha, que funciona como ‘moeda de troca’, em favor do voto”. O desconhecimento das determinações constitucionais “restringe a noção de participação somente para os períodos eleitorais, denunciando a democracia estritamente eleitoreira”.

Dora Kramer: Artes e manhas

• De novo Lula manda às favas a coerência ao falar como oposicionista sobre economia

- O Estado de S. Paulo

Programa humorístico antigo tinha um refrão musical que dizia assim no encerramento do número: "Cara de pau vai fazendo o seu papel".

Um coro hipotético ecoa na memória aquele cântico em seguida à leitura detalhada do noticiário sobre a palestra do ex-presidente Lula da Silva em palestra contratada pelo jornal espanhol El País, na semana passada.

Foi em Porto Alegre, onde na véspera ele já havia feito uma afirmação meio esquisita, mas não tão explícita. Pedia a aplicação de um "remédio já" para conter a inflação.

Produziu as metáforas de sempre, fazendo comparações com "febres de 38 e 39 graus" e não disse nada, além do que pretendia: falar o que as pessoas querem ouvir para fazer de conta que está ao lado da maioria.

No dia seguinte mandou às favas a cerimônia e resolveu criticar a economia fazendo de seu "sparring" o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, que estava na plateia.

Crescimento baixo? Culpa do Arno. Basta liberar o crédito. "Não é por maldade dele, não", amenizou Lula, para ironizar em seguida: "Cabeça de tesoureiro".

O ex-presidente deu lições, autoelogiou a oferta de crédito em seu governo, cobrou explicações do secretário como se subordinado a ele fosse e uma chefe não tivesse. "Se depender do pensamento do Arno você não faz nada."

Um festival de zombarias tão desrespeitosas com o profissional que ali estava sem condições de se defender e com a presidente da República que o nomeou e o sustenta no cargo (e, portanto, avaliza suas ações) que fica difícil compreender aonde o ex-presidente quis - ou quer com essa metodologia discursiva - chegar.

Segundo explicações da assessoria do Instituto Lula, a lugar nenhum, pois tudo não passou de uma "brincadeira". Ora, piorou, pois o El País não iria organizar uma palestra para que o ex-presidente se desse ao desfrute de um exercício de autorrecreação a fim de se divertir com o secretário do Tesouro Nacional nomeado pela presidente da qual foi fiador perante toda a nação.

Lula bateu muito mais pesado do que muitos críticos da política econômica que tanta "irritação" desperta na presidente Dilma. Entretanto, por motivos óbvios, desta vez não reagiu. O ex-presidente disse que está tudo errado e ela aceitou.

Mas, Lula afirmou também que ele fez o certo e indicou que sabe qual é o caminho correto. Está querendo o quê? Preparar o terreno para ser candidato? É uma possibilidade. Atuar como cabo eleitoral tirando o discurso da oposição? Também pode ser. Mas é estranho que faça isso falando mal do governo de sua candidata.
Ou estará dizendo ao eleitorado que pode de novo votar nela que ele estará na retaguarda para assegurar que daqui para frente tudo vai ser diferente? As pessoas deram uma segunda chance em 2006 depois do mensalão, uma terceira em 2010; pode ser. Desde que estejam dispostas a renovar a aposta mais uma vez.

Travado. O grau de desconhecimento explica o baixo índice, mas não justifica a queda de Eduardo Campos na pesquisa do Datafolha. Ainda que pouco, ele é mais conhecido agora do que em maio. No entanto, perdeu quatro pontos porcentuais entre uma consulta e outra.

Além disso, tem a candidata a vice, Marina Silva, bastante conhecida e com "recall" da presidencial de 2010, em tese para funcionar como alavanca da preferência do eleitorado. Essa era a ideia quando o PSB resolveu antecipar a oficialização do nome da ex-senadora como companheira de chapa.

Algo está emperrando o desenvolvimento de Campos. Duas hipóteses: 1. Os constantes vetos de Marina, que acabam passando uma imagem negativa do PSB, além de atrasar o avanço das alianças; 2. A dubiedade contida no discurso de críticas pesadas à presidente Dilma, sem o mesmo rigor dirigido ao PT e muito menos ao ex-presidente Lula, dificultando a marca de oposição.

Eliane Cantanhêde: Padilha, homem ao mar?

- Folha de S. Paulo

São Paulo é um Estado esquisito, com uma capital mais esquisita ainda. A dias da abertura da Copa, tudo parece um caos, com os sem-teto engrossando os protestos dos metroviários, as polícias cheias de dedo para evitar imagens chocantes mundo afora e os cidadãos amargando um trânsito horroroso.

Imagina-se que, para essas "vítimas", não interessa de quem é a culpa, se é do prefeito, do governador, da presidente da República. O alvo do mau humor é generalizado, daí o recorde de 37% sem candidatos.

Pelo menos até agora, porém, a insatisfação não se reflete proporcionalmente nas intenções de voto no maior colégio eleitoral do país, com mais votos do que regiões inteiras.

Como Fernando Haddad não é candidato em outubro, vamos a Geraldo Alckmin, do PSDB, e a Dilma Rousseff, do PT, ambos candidatos à reeleição. Enquanto Alckmin tem surpreendentes 44% no Datafolha, Dilma está mal na foto paulista: 61% dizem que não votariam nela "de jeito nenhum" e ela perde, num eventual segundo turno, não só para o segundo colocado, Aécio Neves, mas até para Eduardo Campos, que caiu quatro pontos no cômputo nacional.

Esse resultado, que deve doer na alma do ex-presidente Lula, não é exclusivo de Dilma, mas do próprio PT, e atinge em cheio duas das melhores promessas do partido. A popularidade de Haddad não é nada animadora e o candidato ao Bandeirantes, Alexandre Padilha, amarga 3%, contra os 44% do líder Alckmin.

Já que hoje é a convenção nacional do PMDB para selar apoio a Dilma, vale destacar a inversão em São Paulo: não é o PMDB que vai apoiar o PT, mas provavelmente o contrário. Padilha está sendo discretamente jogado ao mar, enquanto o pemedebista Paulo Skaf nada de braçada rumo ao segundo turno --se houver segundo turno. O PDT e o Pros, que não são bobos nem nada, já mudaram oportunamente de barco.

O risco de Padilha é olhar em volta e se ver uma ilha no próprio PT.

Raymundo Costa: Não está fácil para ninguém

• Um ponto de vista do Planalto sobre as pesquisas de opinião

- Valor Econômico

Com todos os olhares voltados para as pesquisas de intenção de voto para presidente da República, pouca ou quase nenhuma atenção resta para as sondagens que medem a popularidade dos governadores estaduais. Quando juntam-se as peças deste mosaico, a presidente Dilma Rousseff não está tão mal quanto parece quando se olha apenas para a sucessão presidencial. O mau humor do eleitorado é generalizado. E datado: junho de 2013.

Coordenador da área de pesquisas de opinião pública da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, o cientista político Wladimir Gramacho é quem monitora e coteja as pesquisas para o governo federal. Uma a uma. Comparando-as, Gramacho acha que o problema não é com a Presidência da República "Não existe uma bronca concentrada no governo federal, mas um grande mau humor com a qualidade dos serviços públicos e da representação política", diz.

No cotejo das pesquisas, Gramacho registra que não foi só a presidente da República que não conseguiu recuperar os índices de popularidade de que dispunha antes das manifestações populares. Todos foram mais ou menos atingidos pelos protestos. Hoje apenas uma dezena está melhor que a presidente da República. A saber, os governadores de São Paulo, Amazonas, Pernambuco, Acre, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Paraíba, Ceará e Espírito Santo. Um grupo suprapartidário.

A lista tem tanto o PSDB de Geraldo Alckmin e Antonio Anastasia (que já deixou o governo para disputar uma cadeira ao Senado por Minas), como o PT do governador Tião Viana (AC) e o PSB do candidato a presidente Eduardo Campos (ele deixou o governo estadual em abril, para disputar a Presidência, mas a pesquisa analisada ainda levou em conta a avaliação de seu período), de Ricardo Coutinho (PB) e de Renato Casagrande (ES). Os novos partidos aparecem na lista com Cid Gomes (Pros), Omar Aziz e Raimundo Colombo (PSD).

Ao todo são dez os governadores que se recuperaram em relação a junho e hoje estão em situação melhor que Dilma. Alguns, como Geraldo Alckmin, estão de volta ao grupo dos bem avaliados com a régua do ótimo e bom, território que frequentaram até as manifestações de junho do ano passado. Antes dos protestos, Alckmin chegou a ter 52% de aprovação. Antes mesmo da virada de junho para julho o governador já estava com 38%. Recuperou-se e na última pesquisa do Datafolha chegou aos 41% - em dezembro de 2013 estava com 31%, segundo outro instituto, o Ibope.

Dilma tinha 57% de ótimo e bom no início do mês de junho, segundo o Datafolha, e caiu para 30%, no fim do mês. Depois começou uma recuperação gradual, chegou a ter 41% em fevereiro último e agora está com 33% de ótimo e bom. É bem verdade que o Datafolha do fim de novembro do ano passado já mostrava Alckmin com 41% de aprovação. O governador de São Paulo parece ter consolidado sua recuperação, mas é fato que também oscilou como a maioria dos governadores - e a presidente da República - desde os acontecimentos de junho.

Também espalhados por diversos partidos, os governistas e os de oposição, há quatro governadores que se mantêm com a popularidade igual à que detinham em junho do ano passado, considerando-se a margem de erro de cada uma das pesquisas: os do Paraná, Rondônia, Rio Grande do Sul e do Piauí. O petista Tarso Genro, para citar um exemplo, estava em julho de 2013 com 25% de aprovação. Recuperou-se gradualmente e em dezembro do ano passado chegou a 34% de ótimo e bom - o que os especialistas em pesquisa ainda consideram pouco para quem planeja se manter no cargo.

A grande maioria dos governadores, no entanto, está pior que Dilma no quesito ótimo e bom, segundo o levantamento feito por Gramacho das pesquisas estaduais de opinião pública. São 13, também agraciados os principais partidos políticos.

A relação inclui governadores que deixaram o cargo em abril, como Sergio Cabral (RJ), pois as pesquisas disponíveis, nesses casos, são de antes de abril, o fim do prazo de desincompatibilização dos candidatos às eleições deste ano: Rio Grande do Norte (DEM), Distrito Federal (PT), Rio de Janeiro (PMDB), Amapá (PSB), Pará (PSDB), Mato Grosso (PMDB), Tocantins (PSDB), Roraima (PSDB), Sergipe (PMDB), Bahia (PT), Alagoas (PSDB), Maranhão (PMDB) e Goiás (PSDB).

Ou seja, quando se compara o desempenho de Dilma com o dos 27 governadores de Estado, o dela é melhor que o de 13, igual ao de quatro e pior que o de dez. E nem todos os dez devem se considerar em uma posição confortável. Em resumo, o desempenho de Dilma está acima da maioria. A "bronca", como diz Gramacho, parece mesmo com os serviços públicos e com a classe política, o que acaba por atingir a todos, independentemente de cor partidária.

O sintoma da desconfiança com a representação política pode ser visto no índice de rejeição dos candidatos: 35% dos entrevistados do Datafolha responderam que não votariam de jeito nenhum na presidente Dilma Rousseff. Mas 29% deram a mesma resposta quando apresentados aos nomes de Eduardo Campos e Aécio Neves, os candidatos do PSB e do PSDB, respectivamente. Dilma é uma política conhecida da grande maioria da população, enquanto Aécio e Campos são marinheiros de primeira viagem, recém-chegados à cena nacional. Em tese, deveriam estar num patamar de rejeição menor. Na pesquisa de abril do Datafolha os três apareciam com 33% de rejeição do eleitorado.

Há outro aspecto que deve ser levado em consideração na análise das pesquisas, segundo os estudos de Gramacho, que é a relação que os entrevistados fazem ao avaliar os governos federal e estadual. Quando o eleitor reprova o governo estadual, diminui a probabilidade dele considerar ótimo ou bom o desempenho do o governo federal. "Isso só reforça a percepção de responsabilidade federativa que as pessoas têm ao avaliar as diversas instâncias do governo", entende Wladimir Gramacho.

Brasília-DF - Denise Rothenburg

- Correio Braziliense

P, M ou G
A cédula de votação do PMDB hoje foi feita sob encomenda para tornar a convenção em um plebiscito a favor do vice-presidente da República, Michel Temer. Uma vez que os convencionais terão apenas que votar para colocar Temer na vaga de candidato a vice na chapa do PT, quem votar contra estará se colocando em oposição àquele que, por vários anos, comanda o partido. Muitos ficarão constrangidos em se colocar nesse posição. Daí, um dos motivos de redução do percentual de rebeldes.

Com a aliança dada como certa, a convenção hoje tem como principal ponto saber o tamanho dessa rebeldia do PMDB. Se, mesmo com todo o prestígio de Temer jogado nesta terça-feira, o partido tiver um grande percentual de votos contra, é sinal de que Dilma não terá tanto abrigo entre os candidatos peemedebistas.

Precavidos
O fato de a cédula do PMDB hoje falar em Michel Temer como candidato a vice em coligação com o PT, e não com Dilma Rousseff, deixou muita gente desconfiada de que, no balanço dos dias, nada é líquido e certo. E, se o PT decidir mudar de candidato, o vice pode permanecer o mesmo.

Precavida
A presidente Dilma Rousseff também coloca um pé atrás quando o assunto é PMDB. Por isso, só irá à convenção do principal aliado depois de apurados os votos. Sabe como é, seguro morreu de velho.

E o PDT, hein?
Dilma Rousseff confirmou presença na convenção do PDT. Só não se sabe se irá antes ou depois do discurso do senador Cristovam Buarque (PDT-DF). "Essa aliança é um erro. Estamos abrindo mão dos nossos princípios por um quartinho no fundo do palácio", diz Cristovam, que fará um duro pronunciamento hoje para os convencionais de seu partido.

Calmaria...
A depender do jantar de despedida da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), há uma semana, ela pode ir fazer campanha tranquila e voltar ao cargo no fim do ano. Pelo tom dos discursos e da lista de presença, ela conseguiu unir a maioria em prol da recondução ao comando do setor.

...Por enquanto
Um dos maiores adversários de Kátia Abreu era o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso, Rui Prado, que também se licenciou para concorrer a um mandato eletivo. Prado, entretanto, para ser candidato a presidente da CNA, precisaria ter o senador Blairo Maggi (PR-MT) ao seu lado. Blairo, no momento, está dedicado a tentar contornar o desgaste que sofreu por conta da Operação Ararath, da Polícia Federal.

Pré-campanha?/ Agnaldo Timóteo montou uma barraquinha no domingo, na Avenida Atlântica, para autografar seu CD. A quem se aproximava, ele tirava foto e distribuía simpatia, com o maior jeitão de candidato. Há quem diga que ele concorrerá a um mandato de deputado federal pelo PR.

Boca livre/ O vice-presidente Michel Temer aproveitou os encontros com peemedebistas ontem no Congresso para pedir votos aos convencionais. Nem quem estará fora da lista de votantes escapou. "Olha, quem não for convencional, faça boca de urna. Na convenção, é liberado."