Os 15 ministros do governo Temer que têm mandato de deputado federal voltarão à Câmara para votar a favor da reforma da Previdência na próxima semana. Ontem, o PSB fechou questão contra as mudanças na aposentadoria e também contra a reforma trabalhista.
Ministros deixarão cargos para votar pela reforma da Previdência
Objetivo é facilitar aprovação na Câmara. PSB fecha questão contra
Letícia Fernandes, Eduardo Barretto, Maria Lima e Geralda Doca | O Globo
-BRASÍLIA- Preocupado com a ameaça de partidos da base aliada de fecharem questão contra a proposta de reforma da Previdência, o presidente Michel Temer determinou, ontem, a seus 15 ministros que têm mandato de deputado federal que retornem à Câmara na semana que vem para reforçar a votação da matéria na Casa. A ordem de Temer foi dada praticamente no mesmo momento em que o PSB, o sexto maior partido da base, fechou questão contra as reformas previdenciária e trabalhista.
— É um ato com simbolismo muito grande. É um reforço, como se fosse reforçar um time. A gente não vai ser prisioneiro de data — disse o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, que será um dos ministros que deixarão o cargo para atuar na Câmara.
A votação da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara ficou para o dia 2 de maio. Depois disso, a matéria será apreciada em plenário no dia 15 do mesmo mês.
PSB É OPOSIÇÃO, DIZ DIRIGENTE
No caso do PSB, não se sabe se a atitude do partido pode causar a demissão de um de seus filiados, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho. O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, e outros dirigentes da legenda deixaram claro que, sem a chancela de cargos no ministério e votando contra as principais matérias do governo, o PSB não pertence à base de Michel Temer, e, com essas posições oficiais, é oposição.