• Após dois anos de recessão, indústria e investimentos devem avançar
Setores como têxtil, de calçados, agronegócio e automobilístico ampliam vendas ao exterior
Com a melhora nas exportações e a expectativa de reação da indústria, analistas já preveem que a economia brasileira poderá crescer 2% no ano que vem. As vendas de produtos têxteis ao exterior cresceram até 146% este ano. No setor calçadista, as exportações para a Argentina avançaram 85% e, para os EUA, 24% no primeiro semestre. Os investimentos, que caíram 30% nos últimos três anos, também devem reagir.
Motor para o crescimento
• Com recuperação das exportações, analistas já projetam alta de 2% no PIB no ano que vem
João Sorima Neto - O Globo
-SÃO PAULO E BRASÍLIA- Com a expectativa de um bom desempenho das exportações, economistas começam a vislumbrar uma retomada mais vigorosa da economia brasileira em 2017. Enquanto o governo espera um crescimento de 1,2% para o ano que vem, algumas projeções já apontam expansão de 2%. Na visão desses especialistas, o bom desempenho, no mercado externo, de diversos setores da indústria — como alimentos, bebidas, produtos têxteis, máquinas, couro, calçados, celulose e papel, madeira e automóveis — pode puxar a recuperação econômica. O setor têxtil, por exemplo, viu as exportações de fios saltarem 146% no primeiro semestre, e a indústria automobilística registrou aumento de 14,2% nas vendas ao exterior.
— O desempenho ruim da indústria foi o epicentro de nossa crise, e a retomada do crescimento do país passa por sua recuperação. A exportação é o principal motor desse movimento, e a substituição das importações também ajudará — diz o economista Rafael Cagnin, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), que não faz projeções para a economia em 2017, mas acredita que o desempenho deve ser positivo.
Conquista de novos mercados
Um estudo do economista Rodolfo Margato, do banco Santander, avalia que a economia brasileira chegou ao fundo do poço este ano, e, a partir de 2017, os investimentos, depois de três anos encolhendo, vão puxar a retomada. Com isso, o Santander prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha expansão de 2% no ano que vem e de 3% em 2018.