O Globo
Tão logo os brasileiros pulem as sete
ondinhas e façam seus desejos para um 2022 que promete ser ainda mais duro que
o último biênio, Jair Bolsonaro já terá rasgado a fantasia de moderado que
Michel Temer lhe vestiu e estará de volta à velha forma conspiracionista,
atirando contra tudo e todos. Desta vez com o cartão de crédito dos gastos
populistas e eleitoreiros na mão e com limite alto.
Aos poucos, o presidente já vai se despindo
do figurino que lhe causa desconforto, o que respeita as instituições e o
contraditório.
Faz isso ao mesmo tempo que cerca sua base mais ideologizada à custa de bravatas e de promessas de benefícios financeiros ou empresariais.
A nova investida se dá junto aos policiais
federais, num momento em que há muitas imbricações de interesses da sua família
e dos seus sob responsabilidade da PF.
O prometido reajuste geral a servidores no ano eleitoral começou justamente pelos policiais. Veio na forma que também já se tornou usual no método bolsonarista: apenas avisando a Paulo Guedes que ele se vire para arrumar o dinheiro.