Folha de S. Paulo
José Gregori nos deixa o diálogo plural, a
construção de pontes e o bom humor como legado de seu método de fazer política
José Gregori pertence a uma linhagem de
cidadãos brasileiros que nunca se omitiu. Ainda jovem, ao lado de Marcílio
Marques Moreira, participou do gabinete de San Tiago Dantas. Durante o regime
militar, instaurado em 1964, compôs —com Margarida Genevois, José
Carlos Dias e tantas outras bravas figuras— a Comissão de Justiça e Paz,
fundada em 1972, por dom Paulo Evaristo Arns, que se tornaria a principal
trincheira de resistência à violência e ao arbítrio impostos pelo governo de
exceção.
Ao lado de Maria Helena, sua companheira de vida e também militante da democracia e dos direitos humanos, conspirou civicamente para a redemocratização do país. Participou da articulação da Carta aos Brasileiros, lida por Goffredo da Silva Telles, em 11 de agosto de 1977, que deu início ao processo de transição.