Marcelo
de Moraes / O Estado de S. Paulo
“Centro
não pode ser uma coisa anódina. Isso aí não ganha. Tem de ser o centro
progressista.”, Fernando Henrique Cardoso
Para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o Brasil está “precisando de lideranças”. A uma plateia digital de mais de cem dos principais empresários e dirigentes do setor do varejo que participaram do evento “Quando os presidentes se encontram”, realizado na noite de anteontem pela Gouvêa Ecosystem, o tucano foi direto. Disse que, passada a pandemia do coronavírus, será cada vez mais necessário que o Brasil tenha uma liderança adequada para reorganizar seu rumo.
“Na
emergência, vê-se mais claramente a importância da liderança. Se não houver liderança,
é difícil a adaptação”, disse o ex-presidente. “Estamos precisando de
lideranças no Brasil. Gente que, ao fazer isso, se exponha também. Líder não é
quem já sabe. É quem se expõe. Olha, o caminho que eu acho é esse. Você vem
comigo? Se for, tudo bem, você vira líder. Se não, você fica sozinho. Liderar
não é mandar, é ter aceitação.”
Com
o impacto da pandemia sobre a economia, o setor do varejo tem discutido
soluções para reagir às dificuldades enfrentadas desde o ano passado. No
evento, Fernando Henrique falou sobre o momento político atual e as
perspectivas para a eleição de 2022.
Beto Funari, CEO da Alpargatas, questionou o ex-presidente sobre “quais os entraves estruturais vamos precisar priorizar para que o Brasil possa iniciar um novo ciclo de prosperidade socioeconômica”. FHC avaliou que, por causa da pandemia, haverá aumento da desigualdade “porque vai aumentar o desemprego”. “Você não resolve esse tipo de desigualdade do dia para a noite. Isso é um processo”, respondeu o tucano.