O Globo
Esta semana trouxe para a minha geração um sopro de esperança. Com a chegada da vez dos cinquentões na fila da vacina e a iminência de as pessoas de mais de 40 anos também começarem a ser contempladas (quarta-feira sou eu!), a sensação é de alívio, por ver irmãos, companheiros, primos, cunhados, amigos de infância, colegas de faculdade e outros contemporâneos finalmente a caminho de estarem mais protegidos contra o vírus que paralisou nossa vida há um ano e três meses, já.
Vacina é liberdade, pensei quando recebi a
foto do meu marido tomando a primeira dose da vacina no braço esquerdo, no dia
do seu aniversário.
E é por essa constatação básica, a que cada
vez mais brasileiros chegarão à medida que a imunização avançar, que é mais
criminosa a contraposição que Jair Bolsonaro, sempre ele, faz entre vacinação e
liberdade.
A explicação (sic) dada pelo presidente no cercadinho dos horrores de seus seguidores para não sancionar, caso seja aprovado, o projeto em tramitação no Congresso que cria uma espécie de passaporte de imunidade é sem pé nem cabeça. Mal disfarça a real motivação de Bolsonaro: ele é, incorrigivelmente, um “antivax”. Continua a sabotar a vacinação mesmo quando estamos chegando a 500 mil mortos, e a CPI avança para responsabilizá-lo e a seu governo por essa matança.