O Globo
O terror não precisa sequer vencer o inimigo,
basta humilhá-lo por meio do horror, impotência e desespero
Em tempos de precipício, alguma clareza
ajuda: não pode haver espaço para relativizar a barbárie do terrorismo
islâmico. Ela é absoluta e implacável. Nosso compasso humano não precisa saber
se os bebês judeus foram degolados, carbonizados ou fuzilados pelos atacantes
para nos situar como humanos.
De início, a matança espetaculosa
desencadeada pelo Hamas contra Israel na manhã do último dia 7 não conseguiu
desencadear uma guerra com mais atores. Foi, essencialmente, um atentado
terrorista de crueldade máxima contra o maior número possível de judeus.
Planejado e executado com ferocidade calculada pelo Hamas (acrônimo, em árabe,
de Movimento de Resistência Islâmica, a entidade controladora dos 2,3 milhões de
palestinos de Gaza),
o ataque conseguiu o que pretendia: aterrorizar os civis, humilhar os militares
e atrair as Forças Armadas do governo de Benjamin
Netanyahu para o ardil de uma invasão ao enclave palestino.
Os 36 artigos da fundação do Hamas, criado em 1987, a que foram acrescidos outros 42 elaborados em 2017, deixam tudo às claras, por escrito — a necessidade de obliteração total de Israel, o estabelecimento de um Estado palestino teocrático do Mar Mediterrâneo até o Rio Jordão, a proibição de qualquer negociação, iniciativa internacional ou proposta de acordo, a purificação de crianças pela sharia, a conformidade obrigatória à lei islâmica da idealizada nação. O futuro e solução para o povo palestino seria um só, a qualquer preço: a jihad, guerra santa.