Jair Bolsonaro não deixou barato: surfou nas manifestações de domingo, em posts em que diz que devem servir de recado às autoridades para que não tentem paralisar o País, e de que o povo está acima das instituições. Vem aí um manifestacionismo permanente, de cunho chapa-branca?
Por aí. Bolsonaro e o núcleo duro da ala ideológica do governo, ao qual o general Augusto Heleno parece ter se juntado com entusiasmo, a julgar pelo teor de suas ações e declarações recentes, parecem acreditar que sim, que as ruas podem servir de substituto a uma inexistente articulação política. Mas não será possível levar isso indefinidamente.
Reações. O presidente do STF, ministro Dias Toffoli, minimizou o poder de pressão das ruas sobre o Judiciário. “Eu respondo por mim, eu não me impressiono. Quem vem para cá tem que ter couro e tem que aguentar qualquer tipo de crítica, isso faz parte. O processo de sabatina já é um bom teste para isso. Quem está aqui, está todo dia numa “Tropa de Elite”, com todo mundo falando: “Pede pra sair, pede pra sair”, declarou.
Previdência. No Congresso, segue o baile. A reforma da Previdência, que avança muito mais em razão da costura de Rodrigo Maia que da intervenção direta de Jair Bolsonaro, deve avançar, com a leitura do parecer do relator Samuel Moreira e a votação na comissão especial. O cuidado que o governo deveria estar tomando, em vez de usar as ruas para fustigar o parlamento, é com os contrabandos de última hora no texto, alguns vindos da própria base aliada, que tentam criar novas exceções para categorias profissionais e abrandar as regras de transição