quinta-feira, 15 de junho de 2023

Opinião do dia – Antonio Gramsci* (Ideologias)

“Um elemento de erro na consideração sobre o valor das ideologias, ao que me parece, deve-se ao fato (fato que, ademais, não é casual) de que se dê o nome de ideologia tanto à superestrutura necessária de uma determinada estrutura, como às elucubrações arbitrárias de determinados indivíduos. O sentido pejorativo da palavra tornou-se exclusivo, o que modificou e desnaturou a análise teórica do conceito de ideologia. O processo deste erro pode ser facilmente reconstruído: 1) identifica-se a ideologia como sendo distinta da estrutura e afirma-se que não são as ideologias que modificam a estrutura, mas sim vice-versa; 2) afirma-se que uma determinada solução política é “ideológica”, isto é, insuficiente para modificar a estrutura, enquanto crê poder modificá-la se afirma que é inútil, estúpida, etc.; 3) passa-se a afirmar que toda ideologia é “pura” aparência, inútil; estúpida, etc. É necessário, por conseguinte, distinguir entre ideologias historicamente orgânicas, isto é, que são necessárias a uma determinada estrutura, e ideologias arbitrárias, racionalísticas, “voluntaristas”. Enquanto são historicamente necessárias, as ideologias têm uma validade que é validade “psicológica”: elas “organizam” as massas humanas, formam o terreno no qual os homens se movimentam, adquirem consciência de sua posição, lutam, etc. Enquanto são “arbitrárias”, não criam mais do que “movimentos” individuais, polêmicas, etc. (nem mesmo estas são completamente Inúteis, já que funcionam como o erro que se contrapõe à verdade e a afirma).”

*Antonio Gramsci (1891-1937). Cadernos do Cárcere, v.1. p.237-8. Civilização Brasileira, 2006.

Bernardo Sorj* - Aniversário de um estadista

O Globo

Num momento em que a sociedade continua polarizada de forma destrutiva, a figura de FH é um exemplo a seguir

É tempo que o Brasil reconheça a enorme contribuição de Fernando Henrique Cardoso ao país. O Brasil deve celebrar, no aniversário de seus 92 anos, seu papel de estadista, deixando de lado os julgamentos impregnados pelos vaivéns dos pequenos interesses políticos.

Seu compromisso com a democracia, que se expressa nas ideias e na prática de governante, reflete sua forma de ser. Fernando Henrique pratica o pluralismo, gosta de ouvir opiniões divergentes e possui enorme curiosidade e disposição a sempre aprender e observar o que a vida traz de novo. Sua bagagem intelectual e seu apetite voraz pela leitura nunca foram empecilho para que ele acompanhasse as transformações sociais, sem se deixar aprisionar por enquadramentos ideológicos ou pelas camisas de força das teorias.

Ele pratica um cosmopolitismo enraizado: a cabeça nos ares do mundo e os pés fincados na realidade brasileira. Fernando Henrique encontra no jeito pragmático de ser brasileiro uma defesa saudável contra os dogmatismos. Pragmatismo que, sem abandonar os valores fundamentais, supõe uma dose de realismo e de disposição a negociar, pois política não é guerra nem imposição da vontade pessoal.

Merval Pereira - E Lula chorou

O Globo

O choro por Daniela do Waguinho não tem o mesmo peso político do choro que frequentemente toma conta de Lula quando ele fala de pobreza e de desigualdade

O presidente Lula chorou na reunião em que demitiria Daniela do Waguinho do Ministério do Turismo. Alguma coisa está errada nesse emocionalismo excessivo. Os dois, Waguinho e Daniela, nunca foram petistas, nem próximos a Lula. A saída do ministério não se deu por uma crise daquelas sérias, que deixam sequelas em velhos amigos, como sempre acontece nos governos.

Nem o ministério tem importância, infelizmente. A ponto de ser dado para uma deputada que nada tem a ver com o assunto, que agora será sucedida por outro deputado, que também não entende nada de turismo. Não me lembro de Lula ter chorado quando o então todo-poderoso ministro José Dirceu teve de se demitir da Casa Civil em meio à crise do mensalão. Nem mesmo quando vários deputados, esses sim, chorando, saíram do PT em protesto contra a corrupção escancarada.

Malu Gaspar – Autópsia de uma fraude

O Globo

Foram necessários seis meses e uma Comissão Parlamentar de Inquérito para a Americanas S.A. admitir publicamente o óbvio. O que houve na maior varejista do Brasil foi um esquema de proporções épicas, a maior fraude corporativa da História do Brasil.

O atual presidente da companhia, Leonardo Coelho, afirmou aos deputados que um rombo calculado em R$ 25,7 bilhões foi escamoteado nas demonstrações financeiras ao longo de vários anos. É uma enormidade, ainda mais considerando que o faturamento anual foi desse mesmo valor em 2021.

Impressionaram, ainda, as evidências de que os antigos diretores trabalhavam ativamente e em equipe (ou talvez fosse melhor dizer em quadrilha) para transformar prejuízo em lucro, além de produzir uma contabilidade falsa para o conselho de administração e o mercado.

Havia duas planilhas: a “visão interna”, com os números reais, e a “visão conselho”, com dados inflados. Por e-mail, os executivos discutiam formas de perpetuar e esconder a enganação, pois do contrário seria “morte súbita”.

Míriam Leitão – A economia faz planos

O Globo

Nelson Barbosa, conta que o novo PAC terá mais projetos de infraestrutura, no entanto, mais agenda de concessões e PPPs que no passado

O novo plano de investimento que está sendo preparado pelo governo é diferente dos PACs do passado porque terá um foco maior em infraestrutura social e ambiental, e mais participação do setor privado, através de PPPs e concessões. Quem conta é o diretor de investimento do BNDES, Nelson Barbosa. O BNDES vai captar junto ao BID, ao banco de desenvolvimento da China e ao banco dos Brics recursos que haviam sido oferecidos ao Brasil e o governo anterior ignorou. “Somando tudo dá US$ 5 bilhões que estavam na mesa com taxas competitivas”.

Barbosa, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento, afirma que está sendo pensado um “BNDES do futuro”, muito menos dependente de dinheiro do Estado para se financiar. Eu o entrevistei ontem no meu programa na Globonews. Ele está envolvido tanto na preparação do novo PAC, que não terá este nome, quanto em desenhar esse novo BNDES.

Luiz Carlos Azedo - A estrela de Haddad brilha com a nova classificação de risco

Correio Braziliense

Se a articulação de Haddad na Câmara foi um sucesso, a crise com o União Brasil está longe de ter sido resolvida. O centro da disputa não é o Turismo, é o Ministério da Saúde

O ministro mais bem-sucedido do governo Lula até agora é Fernando Haddad, da Fazenda, que está construindo a sua própria blindagem no Congresso, com muito diálogo, capacidade de articulação e uma orientação econômica que vem obtendo resultados positivos e mais aceitação no mercado. A blindagem política do ministro da Fazenda foi um dos principais fatores de sucesso do presidente Fernando Henrique Cardoso e do próprio presidente Lula, nos mandatos anteriores.

O caso do ministro Pedro Malan é o mais simbólico, embora tivesse um perfil técnico muito mais sofisticado do que o de Haddad, que não é economista. Malan pilotou a execução do Plano Real com muito pragmatismo e firmeza, mas isso não impediu o “fogo amigo” dentro do próprio governo. A trombada mais feia foi com o ministro Clovis Carvalho, que havia saído da Casa Civil para assumir o Ministério do Desenvolvimento, no segundo mandato de FHC. Ousou criticar Malan publicamente e acabou defenestrado.

Ruy Castro - Trump e Bolsonaro, não se matem

Folha de S. Paulo

O suicídio não só faz mal à saúde como impede que se cumpram as sentenças em vida

Na coluna de 10 de janeiro de 2021, quatro dias depois do ataque ao Capitólio pelos zumbis de Donald Trump, e já certo de que ele teria de pagar por este e outros crimes que cometeu na Presidência dos EUA, recomendei a Trump que se matasse. E, como Bolsonaro o copiava em tudo e estava igualmente destinado ao banco dos réus, soprei-lhe que macaqueasse Trump também nessa. A sugestão gerou revolta entre os bolsonaristas e uma ameaça de processo pelo então ministro da Justiça de Bolsonaro, André Mendonça, baseado na Lei de Segurança Nacional.

Bruno Boghossian - Lula e os companheiros do agro

Folha de S. Paulo

Presidente emenda acenos e tenta reduzir distância com segmento que se entregou a Bolsonaro

Lula quer reconquistar uma fatia do agronegócio. Nos últimos dias, o presidente emendou acenos públicos a um setor mergulhado na oposição ao PT. Na Bahia Farm Show, ele chamou grandes produtores de "companheiros", prometeu ajuda do governo e disse que não há motivo para rivalidade com a agricultura familiar.

A distância entre os dois lados não é pequena. O agronegócio se entregou de corpo e alma a Jair Bolsonaro. Políticos ruralistas deram apoio pesado à reeleição do ex-presidente, e empresários chegaram a bancar atos golpistas. O clima azedo levou Lula a se referir a alguns integrantes do setor como "fascistas" —algo que ele repetiu já como presidente.

Maria Cristina Fernandes - A ponte para o atraso entre Cunha e Lira

Valor Econômico

Câmara reage à ofensiva do governo com bom momento da economia e alinhamento com Judiciário

A agência de classificação de risco S&P já havia alterado a nota de crédito do Brasil para positiva, retomando o patamar de quatro anos atrás de maior segurança para o investidor estrangeiro, quando uma sirene de risco político tocou em alguns gabinetes da Câmara dos Deputados.

Em meio à guerra entre Executivo e Congresso pela troca de ministérios e ocupação de cargos em empresas públicas, começou a circular um novo substitutivo para o projeto de lei que tipifica crime de discriminação contra “pessoas politicamente expostas”.

Não estava previsto mas logo se arrumou um jeito de pautar urgência e mérito. Apresentado inicialmente como uma reação dos parlamentares às dificuldades colocadas pelos bancos para a abertura de contas suas e de seus familiares, o projeto chegou a entrar em pauta semanas atrás mas foi barrado.

Voltou mais bojudo. Entre as discriminações sujeitas a penas pelo substitutivo está a de impedir o acesso de alguém “devidamente habilitado, a qualquer cargo da administração direta ou indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos”. Ao fim deste artigo, acresça-se “salvo expressa vedação legal”.

Bruno Carazza - União Brasil: o monstro de muitas cabeças que chantageia Lula

Valor Econômico

Metade Centrão, parte bolsonarista e com DNA do velho PFL, não dá para esperar fidelidade do União Brasil

Na onda de reposicionamento de marcas que ocorreu na última década entre os partidos brasileiros, saiu a sopa de letrinhas das siglas que não diziam nada para entrar nomes bonitos que, na prática, dizem menos ainda. Avante, Cidadania, Novo, Patriota, Podemos, Progressistas, Rede, Republicanos, Solidariedade, União Brasil: na maioria das vezes, a postura e a conduta do partido contradizem totalmente a sua denominação.

Ocupando os noticiários com as negociações em torno da primeira reforma ministerial de Lula, o União Brasil é símbolo desses contrassensos entre o nome e sua composição.

Fundado no final de 2021 pela fusão do Democratas (antigo PFL) com o PSL, o União Brasil conta atualmente com 59 deputados (só perde para o PL e o PT) e 9 senadores (atrás apenas de PSD, PL e MDB). Trata-se de uma das maiores forças no Congresso; logo, é natural que tenha sido cortejado por Lula para integrar a sua base desde a promulgação do resultado das urnas.

Assis Moreira - EUA e UE trazem política industrial para a OMC

Valor Econômico

Tema tomará crescente espaço nos foros internacionais em meio a um mundo cada vez mais fragmentado

Em reunião de ministros dos principais países comerciantes, na semana passada, em Paris, a portas fechadas, Estados Unidos e Europa rasgaram a fantasia. Sinalizaram interesse na adaptação de regras comerciais internacionais para o setor industrial. Na prática, querem assegurar “policy space”, ou margem de manobra para o Estado fazer política industrial - algo que se ouvia até agora só de países em desenvolvimento. Os dois seguem agora passos da China, mas ao mesmo tempo querem enquadrar subsídios dados por Pequim.

O plano de Washington e Bruxelas é lançar as discussões envolvendo industrialização ou reindustrialização durante a conferência ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) em fevereiro de 2024, nos Emirados Árabes Unidos. Buscam legalizar medidas unilaterais que turbinem sua capacidade industrial oficialmente para fazer a transição verde e energética. Negociadores falam em ter a conclusão da negociação dois anos depois, na conferência ministerial seguinte da OMC.

William Waack - Enredo para uma série

O Estado de S. Paulo

Personagens centrais do Congresso e do Executivo travam luta feroz pelo poder

Pode-se trocar os atores no atual teatro político em Brasília e não mudam os personagens centrais. Muito menos o enredo: uma luta feroz pelo poder entre Congresso e Executivo.

Os chefes do Executivo e das Casas Legislativas estão entrelaçados numa disputa pelos instrumentos básicos de atuação política – a alocação de recursos via orçamento público e a ocupação da máquina estatal.

É o resultado lógico de um péssimo “design” de sistema de governo que só piorou na última década. O conflito programado entre Executivo e Legislativo agravou-se com o resultado das últimas eleições, que não deu a lado algum peso decisivo para impor uma agenda política.

Eugênio Bucci* - (A caverna portátil)

O Estado de S. Paulo

A nova traquitana da Apple nos chega com a promessa de mil prazeres, mas como um cinto de castidade: quem aceitar usá-lo não verá mais nada além dele

Quem acompanha as páginas da imprensa já viu que há um sururu festivo em torno do lançamento do novo par de óculos fabricado pela Apple. Estamos às voltas com um incontido frisson, como se dizia nos tempos pré-internet – ou um siricutico assanhado, em tupi-guarani arcaico. Artigos e reportagens propagam uma excitação estridente com o tal objeto, que, sejamos francos, tem o aspecto de uma máscara de mergulho reluzente, mas opaca.

Roberto Macedo* - Taxa do PIB no 1º trimestre será a maior do ano

O Estado de S. Paulo

Ótimo resultado atribuído ao setor agropecuário foi também sazonal e não deverá se repetir nos trimestres seguintes

Só hoje abordarei a variação do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano, pois escrevo neste espaço na primeira e na terceira quintas-feiras de cada mês, e essa taxa foi anunciada pelo IBGE na primeira quinta de junho e meu artigo sobre outro tema foi entregue ao jornal no dia anterior.

A mais recente taxa trimestral do PIB foi realmente excepcional: 1,9% (!) num único trimestre, relativamente ao anterior. E ela enseja o retorno a comentários de outros analistas, bem como a aportes adicionais. A principal razão do crescimento foi o extraordinário desempenho do setor agropecuário, que avançou 21,6% (!) no período, que coincidiu com o auge de safras agrícolas excepcionais mesmo para os padrões do setor. Na ordenação das taxas setoriais de crescimento do PIB no primeiro trimestre, apresentadas graficamente pelo IBGE, a segunda taxa foi a da indústria extrativa, bem mais baixa, de 2,3%. E a média das 11 taxas setoriais, excluída a agropecuária, foi ainda menor, de apenas 0,4%, o que enfatiza o contraste trazido pelo desempenho deste último setor.

Celso Ming - Acordo emperrado

O Estado de S. Paulo

Esquisita, confusa e inexplicável a ferrenha oposição do presidente Lula para a cláusula de compras governamentais no projeto de acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. "Os europeus querem que o Brasil abra as portas governamentais. A gente não vai fazer isso", disse Lula.

Compras governamentais é o capítulo de um acordo comercial que garante fornecimento aos governos de produtos e serviços pelas empresas dos países signatários do acordo.

Esta é matéria exaustivamente negociada, sobre a qual se obteve convergência desde 2019. Os termos são flexíveis, excluem compras pelos Estados e municípios, preveem prazos, exceções e tratamento favorecido às pequenas e médias empresas.

J. B. Pontes* - Centrão entrava Governo Lula

Na eleição de 2022, o povo brasileiro elegeu o candidato Luiz Inácio Lula da Silva para presidente do Brasil. É de se presumir que os eleitores optaram por eleger Lula pelo programa de governo que ele apresentou e se comprometeu a realizar, bem como pela insatisfação com o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Mas, de forma contraditória, o povo elegeu simultaneamente um parlamento   majoritariamente de oposição ao governo Lula. Não restam dúvidas que isso ocorreu por força da avalanche de dinheiro público colocado por Bolsonaro nas mãos de seus apoiadores, com a finalidade de angariar apoios políticos e comprar votos para garantir a sua reeleição.

Especialmente na Região Nordeste, sabedores da grande rejeição dos eleitores pelo ex-presidente Bolsonaro, os candidatos dos partidos do Centrão adotaram a estratégia de deixar os eleitores livres para votar, para presidente, no candidato de suas preferências. Raramente algum candidato dos partidos do Centrão fez campanha para Bolsonaro, no primeiro turno das eleições. E os que fizeram acabaram derrotados. Ao contrário, no segundo turno, já eleitos, todos eles mudaram de postura e passaram a se emprenhar pela reeleição de Bolsonaro, mediante um forte assédio eleitoral e de compra de votos. Apesar disso, só poucos eleitores aceitaram mudar o voto para presidente.

O que a mídia pensa - Editoriais / Opiniões

Fed faz pausa de avaliação no aperto monetário

Valor Econômico

Se há convicção de que o esforço adicional da política monetária para atingir seus objetivos é de mais 0,5 ponto percentual, a interrupção é inútil e pode sinalizar indecisão

O Federal Reserve americano deu ontem um passo incerto ao interromper provisoriamente novas altas de juros e ao mesmo tempo sinalizar que a maioria de seus membros espera mais dois aumentos das taxas até o fim do ano. Em março, na reunião do Comitê de Mercado Aberto, em que apresentaram suas projeções econômicas, seus participantes haviam colocado como taxa terminal do mais intenso ciclo de aperto monetário em décadas os juros correntes, na faixa de 5% a 5,25%. Os mercados reagiram sem direção única: a Dow Jones teve pequena queda (0,68%) e o S&P 500, pequena alta (0,1%). Os rendimentos dos títulos do Tesouro de 2 anos não se moveram e os de 10 anos caíram 0,04 ponto percentual.

Uma avaliação sobre a trajetória dos efeitos das altas de juros, feitas a partir de março de 2022, indica progressos significativos do Fed, mas nada que ainda tornasse recomendável a interrupção do ciclo neste momento, mesmo que ele esteja perto do fim. A comparação das projeções econômicas atuais com as anteriores, que sugeriam o fim dos aumentos, dá uma ideia quase contrária a essa decisão. O Produto Interno Bruto americano deverá crescer bem mais, 1%, ante 0,4% da previsão anterior. A aposta de queda mais forte do desemprego, para 4,5%, foi reduzida a 4,1% - a taxa atual é 3,7%. O índice de gastos pessoais do consumo em 2023 praticamente não mudou (3,2% ante 3,3%), enquanto que, o que é muito significativo, o núcleo deste índice - a medida considerada mais acurada para a evolução prospectiva da inflação -, subiu de 3,6% para 3,9%.

Poesia | Pablo Neruda - Façam Silêncio

 

Música | Evaldo Gouveia - Bloco da solidão