Folha de S. Paulo
Principal divulgador da tese sobre recessão
democrática aponta surpreendente resiliência das democracias
Em artigo recém-publicado em parceria com Lucan A. Way, o
cientista político Steven Levitsky contesta a tese de que está em curso uma
recessão democrática ou processo de autocratização. "Os dados não
confirmam os argumentos", afirma o coautor de "Como as Democracias Morrem", que divulgou a ideia de que
as democracias estavam sob forte ameaça e que o provável desfecho seriam
autogolpes de incumbentes em vez de intervenções militares.
Antes tarde do que nunca. Para os autores, os índices existentes sugerem que "a erosão democrática no presente século tem sido modesta". A percepção equivocada quanto ao suposto declínio abrupto se deveria à eleição de líderes com tendências autocráticas, que "aumenta os riscos de erosão, mas não equivale a evidência de erosão", e aos casos de erosão que têm vida breve em sua vasta maioria e eclipsam os numerosos casos de avanços.