O Estado de S. Paulo
O novo governo está forçado a escalá-la. Nasceu minoritário nas instituições, com estreita maioria eleitoral e pouca folga para compor uma forte base de apoio
Já era para estar soprando um vento de
otimismo e esperança, depois do inferno que foram os anos Bolsonaro. A vitória
de Lula nas eleições do ano passado mostrou que parte importante da sociedade
deseja experimentar outros caminhos. A expectativa de que se abriria uma nova
era governamental impulsionou os votos recebidos por Lula, obtidos tanto por
seu carisma quanto pela força do PT e pelo apoio de inúmeros democratas,
cientes de que o País se arrastava numa inaceitável aventura reacionária.
Porém, em vez da bonança que se segue aos tempos ruins, uma onda de preocupação e decepção ameaça crescer, misturada com as calamidades deste início de 2023. O 8 de janeiro, a tragédia Yanomami e as chuvas catastróficas no litoral norte de São Paulo consumiram muitos esforços governamentais. O governo Lula mal se distanciou do tiro de largada, caminha em busca de um eixo que o estruture e lhe permita produzir resultados. Necessita de tempo, foco e determinação. O problema é que os cidadãos e o País estão com pressa, querem ingressar em outra etapa.