O Estado de S. Paulo
Sem a adesão das Forças Armadas, a região
será destruída com mais rapidez e o desmatamento nos levará a um ponto de não
retorno.
Manaus – Nos últimos dias de uma nova
viagem pela Amazônia, leio que o Facebook derrubou uma rede de perfis falsos
que espalhavam fake
news sobre a região, composta, entre outros, por dois
militares da ativa. Lembrei-me de uma das tarefas básicas para salvar a
Amazônia de uma destruição irreversível: convencer as Forças Armadas e obter
uma sintonia de todas as energias nacionais nesta gigantesca tarefa.
Creio que é necessário intensificar o
debate. A visão de desenvolvimento da Amazônia articulada no governo militar
não corresponde à realidade dos fatos. Considerar a floresta um inferno verde e
supor que o melhor caminho é construir estradas e levar para ali o que chamamos
de civilização é
equívoco não só econômico, mas também estratégico.
Passei três semanas falando com empreendedores na floresta. Eles são incontáveis na Amazônia, desde produtores de chocolate até criadores de abelhas, dizimadas pela plantação de soja, sem falar em quem trabalha com o açaí e a castanha, dois produtos vitoriosos inclusive no mercado internacional.