DEU NO BRASIL ECONÔMICO
Faltando pouco mais de 20 dias para o término de seu mandato, o presidente Lula não consegue sair do palanque, onde instalou seu governo itinerante. No começo desta semana, enquanto discursava para prefeitos, regozijando-se do PAC, insistindo que terá continuidade no governo Dilma, seu ministro da Fazenda veio informar ao digníssimo público que o mesmo sofrerá cortes importantes.
Pego de surpresa com tal informação o presidente Lula aproveitou uma outra solenidade para desautorizar o futuro ministro de Dilma, negando que o PAC vá sofrer qualquer tipo de corte. Este o melhor retrato de um governo movido e sustentado pela propaganda enganosa quando confrontado com a cruel realidade.
Sobre o PAC - o nome que se inventou para um conjunto de obras que foram projetadas nos últimos vinte anos e apropriadas pelo governo Lula como feito original - o que se sabe é que, fora um terço das embargadas pelo TCU por irregularidades, nas quais o sobrepreço é o vício mais constante; os dois terços restantes vêm se arrastando em câmara lenta. Se excluirmos os investimentos das estatais, sobretudo da Petrobras, o que resta é irrelevante.
E isto por uma única e exclusiva razão: sua monumental incapacidade gerencial e política de articular os diversos entes da federação, visando um trabalho comum. Não por acaso, Lula termina seu governo, mas não se sabe de nenhuma obra significativa concluída do PAC. A não ser o que deixa para o próximo governo de restos a pagar, estimado em torno de R$ 14 bilhões, segundo dados do Siafi.
A realidade que agora se revela é muito diferente da mostrada na campanha, onde as cores esfuziantes da propaganda a emolduravam.
O aperto fiscal anunciado, em grande medida, é fruto da irresponsabilidade de um governo que não soube aproveitar a janela de oportunidades propiciada por uma conjuntura econômica mundial favorável ao país, para efetivar as importantes reformas do Estado, atingindo, prioritariamente seu sistema tributário, previdenciário e sindical-trabalhista.
Especializado em gastos não produtivos, sobretudo com o custeio da máquina pública, o governo Lula pouco investiu, de fato, na ampliação e modernização de nossa infraestrutura, nem enfrentou os componentes essenciais do famoso "custo-Brasil" que torna nossos produtos manufaturados cada vez menos competitivos no mercado internacional.
Ao ser confrontado com a necessidade de cortes, que a então candidata Dilma negava peremptoriamente, o presidente Lula busca os holofotes do palanque midiático e apresenta seu mundo colorido para um povo sofrido e carente de bons serviços que o Estado deveria prestar.
As crescentes dificuldades financeiras, como deixa claro o ministro Mantega, não se cingem apenas ao PAC, mas à própria capacidade de o governo fazer frente a uma conjuntura internacional crescentemente incerta, que prenuncia uma diminuição importante das trocas comerciais, em que nosso país, nos últimos anos, tem conhecido um déficit crescente, e uma diminuição preocupante dos manufaturados de nossa pauta de exportação.
Por tudo isso, compreende-se o piriPAC do presidente quando informado de nossa real e delicada situação.
Roberto Freire é presidente do PPS
Faltando pouco mais de 20 dias para o término de seu mandato, o presidente Lula não consegue sair do palanque, onde instalou seu governo itinerante. No começo desta semana, enquanto discursava para prefeitos, regozijando-se do PAC, insistindo que terá continuidade no governo Dilma, seu ministro da Fazenda veio informar ao digníssimo público que o mesmo sofrerá cortes importantes.
Pego de surpresa com tal informação o presidente Lula aproveitou uma outra solenidade para desautorizar o futuro ministro de Dilma, negando que o PAC vá sofrer qualquer tipo de corte. Este o melhor retrato de um governo movido e sustentado pela propaganda enganosa quando confrontado com a cruel realidade.
Sobre o PAC - o nome que se inventou para um conjunto de obras que foram projetadas nos últimos vinte anos e apropriadas pelo governo Lula como feito original - o que se sabe é que, fora um terço das embargadas pelo TCU por irregularidades, nas quais o sobrepreço é o vício mais constante; os dois terços restantes vêm se arrastando em câmara lenta. Se excluirmos os investimentos das estatais, sobretudo da Petrobras, o que resta é irrelevante.
E isto por uma única e exclusiva razão: sua monumental incapacidade gerencial e política de articular os diversos entes da federação, visando um trabalho comum. Não por acaso, Lula termina seu governo, mas não se sabe de nenhuma obra significativa concluída do PAC. A não ser o que deixa para o próximo governo de restos a pagar, estimado em torno de R$ 14 bilhões, segundo dados do Siafi.
A realidade que agora se revela é muito diferente da mostrada na campanha, onde as cores esfuziantes da propaganda a emolduravam.
O aperto fiscal anunciado, em grande medida, é fruto da irresponsabilidade de um governo que não soube aproveitar a janela de oportunidades propiciada por uma conjuntura econômica mundial favorável ao país, para efetivar as importantes reformas do Estado, atingindo, prioritariamente seu sistema tributário, previdenciário e sindical-trabalhista.
Especializado em gastos não produtivos, sobretudo com o custeio da máquina pública, o governo Lula pouco investiu, de fato, na ampliação e modernização de nossa infraestrutura, nem enfrentou os componentes essenciais do famoso "custo-Brasil" que torna nossos produtos manufaturados cada vez menos competitivos no mercado internacional.
Ao ser confrontado com a necessidade de cortes, que a então candidata Dilma negava peremptoriamente, o presidente Lula busca os holofotes do palanque midiático e apresenta seu mundo colorido para um povo sofrido e carente de bons serviços que o Estado deveria prestar.
As crescentes dificuldades financeiras, como deixa claro o ministro Mantega, não se cingem apenas ao PAC, mas à própria capacidade de o governo fazer frente a uma conjuntura internacional crescentemente incerta, que prenuncia uma diminuição importante das trocas comerciais, em que nosso país, nos últimos anos, tem conhecido um déficit crescente, e uma diminuição preocupante dos manufaturados de nossa pauta de exportação.
Por tudo isso, compreende-se o piriPAC do presidente quando informado de nossa real e delicada situação.
Roberto Freire é presidente do PPS