Revista Veja
A ‘terceira’ não soube pavimentar sua via e
hoje respira por aparelhos ligados à esperança
A possibilidade de vingar uma candidatura
alternativa ao embate entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio da Silva hoje
respira por aparelhos. Todos eles ligados à expectativa do chamado centro
democrático de que as manhas do imprevisível possam produzir uma boa surpresa.
A esperança, sabemos, é a última a aderir a cerimônias de adeus.
Por isso o pessoal empenhado na construção
de uma outra via não desiste, se movimenta e tenta de tudo para ver se há um
caminho que evite a entrega da toalha de véspera. É provável? Difícil. É
possível? Tudo na vida é, ainda mais na política brasileira, cujo histórico
apresenta um robusto tributo ao inesperado, sempre à espera na esquina.
Se deslanchar, esse projeto terá desmentido
as análises de cenário em vigor no mundo político. Já aconteceu algumas vezes.
O exemplo mais recente ocorreu em 2018. No início daquele ano ninguém de bom
senso apostava em Bolsonaro presidente.
Ainda assim, sejamos realistas. No mundo político, a avaliação corrente dá conta de um jogo sem volta. Tais análises não dão a Lula vitória certa. Já houve essa convicção. Na atual conjuntura, contudo, é tida como hipótese forte, mas incerta.