terça-feira, 13 de maio de 2014

Opinião do dia: Castro Alves – 13 de maio dia da abolição dos escravos

“Oh! Maria, vês, me curvo
Na face do presente escuro e turvo
E interrogo o porvir;
Ou levantando a voz por sobre os montes, -
‘Liberdade’, pergunto aos horizontes,
Quando enfim hás de vir ?”
(Castro Alves)

Na Bahia, Eduardo Campos diz que Dilma frustrou o Brasil

• Ex-governador subiu o tom das críticas e insinuou que a presidente coloca bandido para ser auxiliar no governo

Agência A Tarde

VITÓRIA DA CONQUISTA (BA) - O pré-candidato à Presidência da República, Eduardo Campos (PSB), disse nesta segunda-feira que a presidente Dilma Rousseff frustrou o Brasil. A declaração foi dada na cidade baiana de Vitória da Conquista, administrada pelo PT desde 1997 e terceiro maior colégio eleitoral do estado.

- Votamos nela, mas ela frustrou o Brasil, pois nós sempre fomos abertos ao diálogo, sempre tivemos uma postura de respeitar a democracia, de apostar no entendimento e no respeito de quem não pensa como a gente, nós sempre pensamos no desenvolvimento econômico e a gente sempre respeitou o dinheiro público, e isso começa quando não se coloca bandido para ser auxiliar no governo - atacou Campos, em um encontro com alunos e professores universitários.

Acompanhado das pré-candidatas do seu partido ao governo estadual, Lídice da Mata, e ao Senado, Eliana Calmon, Campos desembarcou em Vitória da Conquista por volta das 10h e seguiu direto para a faculdade. No auditório, havia cerca de 300 pessoas, entre jovens universitários e lideranças políticas do PSB da região de Conquista. Recebido com palmas e aclamado como "presidente", principalmente pelos militantes socialistas, Campos debateu temas como educação, mobilidade urbana, combate a drogas e corrupção.

Lembrando sempre das reivindicações que levaram a juventude para as ruas no ano passado, o pré-candidato se apresentou como o nome da mudança e disse que vai passar por várias cidades do Brasil para dialogar com os jovens.

- A juventude brasileira foi a primeira a se rebelar e temos que aproveitar essa energia. Queremos visitar o maior número de cidades brasileiras possível, essa é uma etapa importante da construção do nosso projeto de governo. Vamos usar a nossa indignação para mudar o Brasil - disse.

O ex-governador pernambucano e ex-aliado do governo federal teceu críticas à presidente Dilma e ao que ele chama de "velha política". Segundo Campos, o governo está escondendo os problemas debaixo do “tapetão”.

- O governo federal está fazendo um enorme esforço de marketing para deixar tudo para depois da eleição, todos os problemas estão sendo jogados para debaixo do tapetão. Dilma pegou o Brasil crescendo a 7,5% e hoje cresce a menos de 2%. Ela foi eleita para continuar melhorando o Brasil e não conseguiu dar conta disso e o Brasil começou a piorar. A gente tem que tirar esse arranjo e esse time para botar um time que faça efetivamente o país melhorar.

A cidade está nas mãos dos petistas há 17 anos e foi um dos municípios baianos em que o candidato do PSDB, José Serra, venceu a presidente Dilma Rousseff no segundo turno das eleições de 2010. Vitória da Conquista é o terceiro maior colégio eleitoral do estado, com 215.299 eleitores.

Na Bahia, Aécio cobra explicações de Lula sobre Pasadena

• Estado também recebe o ex-presidente e Eduardo Campos, pré-candidato à Presidência pelo PSB

Biaggio Talento – Agência A Tarde

FEIRA DE SANTANA – O pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, Aécio Neves, cobrou explicações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a Petrobras durante sua gestão, quando ocorreu a polêmica compra da Refinaria de Pasadena. O tucano deu entrevista a uma rádio de Feira de Santana, a 109 quilômetros de Salvador, na Bahia, nesta segunda-feira.

- Alguns aliados do governo dizem que a CPI (da Petrobras) é para desgastar o governo. Ora, as oposições não fizeram as denúncias, foi a imprensa que, a partir do que ocorreu na Polícia Federal, mostrou os negócios que foram feitos lá. Será que é normal, será que o presidente Lula acha adequado que uma refinaria que valia US$ 55 milhões num ano e no outro ano é comprada por R$ 1,3 bilhão com dinheiro do povo brasileiro? O presidente precisa dar uma satisfação sobre a governança da principal empresa (brasileira) - disse o senador.

Aécio está dividindo as atenções na Bahia com o pré-candidato à Presidência pelo PSB, Eduardo Campos, que está na cidade de Vitória da Conquista, e o ex-presidente Lula, que visitará o município de São Francisco do Conde e Salvador.

O tucano se referiu a entrevista de Lula em que o petista alegou que propor uma CPI para investigar a Petrobras seria jogo político.

- Há também a Refinaria Abreu e Lima em Pernambuco, construída pela Petrobras orçada em R$ 2,5 bilhões em que já gastaram R$ 18 bilhões e não fica pronto por menos de R$ 20milhões. A CPI não tem o poder de pré-julgar ninguém. Se não tiver o que temer, tudo bem - disse.

Em relação ao seu crescimento na última pesquisa de intenção de voto do Datafolha, Aécio afirmou que “a percepção que se tem hoje é que há um sentimento de mudança no Brasil. Há uma compreensão crescente que as coisas não vão bem”. Citou que as pessoas estão alarmada com os índices de violência e culpou uma suposta “omissão criminosa” na matéria de segurança:

- 87% do que se gasta hoje no Brasil na área de segurança é dos estados, apenas 13% é do governo federal.

Depois de Feira de Santana, onde se reunirá com aliados políticos, Aécio vem à capital baiana receber o título de Cidadão de Salvador outorgado pela Câmara Municipal.

A Bahia de todos os votos

• Em busca de espaço no quarto maior colégio eleitoral do país, presidenciáveis visitaram o Estado, que é considerado estratégico para quem quer chegar ao Palácio do Planalto. Lula representou Dilma, que esteve em Minas ontem

Paulo de Tarso Lyra – Correio Braziliense

"Eu tenho uma proposta no Congresso que garante que o Bolsa Família vire um programa de Estado permanente e definitivo. O PT, em vez de apoiá-lo, prefere votar contra para poder ter um programa para chamar de seu e ameaçar a população com sua extinção"
Aécio Neves (PSDB)

"Votamos nela, mas ela frustrou o Brasil (...) Nós pensamos no desenvolvimento econômico e a gente sempre respeitou o dinheiro público, e isso começa quando não se coloca bandido para ser auxiliar no governo"
Eduardo Campos (PSB)

Quarto maior colégio eleitoral do país, a Bahia foi visitada ontem pelos dois candidatos de oposição na corrida ao Palácio do Planalto — Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB-PE) — e pelo principal cabo eleitoral da presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com mais de nove milhões de eleitores, o estado é considerado estratégico para as pretensões eleitorais dos três partidos. Em 2010, Dilma Rousseff venceu com folga a disputa contra o tucano José Serra e a então verde — hoje filiada ao PSB — Marina Silva.

O cenário em 2014 é diferente. O PT não tem um candidato forte para concorrer ao governo estadual, pois Jaques Wagner já foi reeleito, fragilizando o palanque dilmista. Outra vidraça é o ex-presidente da Petrobras e secretário de planejamento baiano, José Sérgio Gabrielli. Ao deixar a estatal em 2012, Gabrielli sonhava em cacifar-se como o sucessor de Wagner. Acabou perdendo espaço para o ex-chefe da Casa Civil Rui Costa e hoje limita-se a justificar a compra da Refinaria de Pasadena, no Texas.

Os petistas sabem da importância de uma boa votação na Bahia, para assegurar a hegemonia da legenda na região Nordeste. O PT já perderá a maioria dos votos em Pernambuco, graças ao lançamento do ex-governador Eduardo Campos ao Palácio do Planalto. Lula promete montar acampamento em solo pernambucano para neutralizar o efeito do socialista, aproveitando-se do prestígio pessoal que tem no estado — levantamentos mostram que ele, caso disputasse o Planalto, venceria Eduardo, algo que Dilma não consegue.

O PSDB vislumbra na Bahia a porta de entrada para a Região Nordeste. Como o tucanato deve obter uma votação expressiva em São Paulo e Aécio nadará de braçadas em Minas Gerais (pelos cálculos do próprio candidato estima-se uma vantagem de uns quatro milhões de votos sobre Dilma Rousseff), uma votação mais próxima ao PT em solo baiano será um alento para as pretensões presidenciais dos tucanos.

Aécio também aposta em um desempenho melhor porque a oposição ao PT emplacou Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM) como prefeito de Salvador. As alianças oposicionistas no estado foram todas costuradas pelo demista, com carta branca dada pelo presidenciável mineiro. Além disso, o PMDB baiano, comandado pelo ex-ministro lulista Geddel Vieira Lima, que na disputa presidencial anterior apoiava Dilma, rendeu-se ao tucanato neste ano, isolando o PT no estado.

Já o PSB, que também desembarcou da trupe petista, lançou a senadora Lídice da Mata ao Palácio de Ondina, mas aposta suas maiores fichas na eleição para o Senado. Com as bençãos de Eduardo Campos e da vice, Marina Silva, a legenda filiou a ex-corregedora do Conselho Nacional de Justiça Eliana Calmon que ganhou visibilidade ao denunciar regalias e desmandos cometidos por integrantes do Poder Judiciário.

Alfinetadas
De olho no eleitorado mais carente do estado, Aécio Neves assegurou que, caso seja eleito, manterá o programa Bolsa Família, considerado por ele essencial para o desenvolvimento do Nordeste. "Para diminuir as diferenças, você precisa tratar de forma diferente aqueles que são desiguais. E, nosso governo terá um nítido foco claro e permanente para melhorar as possibilidades de desenvolvimento e de qualidade de vida dos irmãos brasileiros que vivem no Nordeste", disse Aécio Neves, em Feira de Santana.

Aécio também cobrou apoio da base aliada ao projeto, apresentado por ele, transformando o Bolsa Família em algo perene e que será debatido amanhã na Comissão de Assuntos Sociais do Senado. "Eu tenho uma proposta no Congresso que garante que o Bolsa Família vire um programa de Estado permanente e definitivo. O PT, em vez de apoiá-lo, prefere votar contra para poder ter um programa para chamar de seu e ameaçar a população com sua extinção", acusou Aécio .

Lula saiu em defesa de sua candidata e garantiu que Dilma será reeleita, porque "é a mais preparada de todos os candidatos". E acrescentou que a vitória da petista será a desgraça da oposição. "A Dilma, além de ser uma mulher inteligente e competente, ela é uma de nós. Ela está lá porque nós quisemos e vai ficar lá porque nós queremos", disse Lula, a uma plateia de cerca de mil pessoas, em São Francisco do Conde, a 60km de Salvador.

O ex-presidente também disse que a oposição insiste em uma CPI da Petrobras porque deseja fazer caixa dois com a estatal. "Alguns aliados dizem que a CPI (da Petrobras) é para desgastar o governo. Ora, as oposições não fizeram as denúncias, foi a imprensa que, a partir do que ocorreu na Polícia Federal, mostrou os negócios que foram feitos lá", rebateu Aécio.

Já em Vitória da Conquista, Eduardo Campos afirmou que Dilma frustrou o país, lembrando que a presidente foi eleita em 2010 com a ajuda do PSB. "Votamos nela, mas ela frustrou o Brasil, pois nós sempre fomos abertos ao diálogo, sempre tivemos uma postura de respeitar a democracia. Nós pensamos no desenvolvimento econômico e a gente sempre respeitou o dinheiro público, e isso começa quando não se coloca bandido para ser auxiliar no governo", acusou, em palestra para jovens universitários e lideranças do partido.

Em 2010
Os votos na Bahia nas últimas eleições majoritárias
Eleitorado 9,54 milhões

1º turno
Dilma Rousseff (PT) 4,18 milhões
José Serra (PSDB) 1,4 milhão
Marina Silva (PV) 1,05 milhão

Cantor do Ultraje a Rigor faz críticas à militância do PT

- Folha de S. Paulo

SÃO PAULO - O vocalista da banda Ultraje a Rigor, Roger Moreira, interrompeu um show do grupo no sábado, em São Paulo, para criticar a militância política do PT nas redes sociais. "Hoje fui atacado no Twitter pela militância virtual do PT. Gente paga para militar", disse o músico. "Gente que, na impossibilidade ou incapacidade de defender suas ideias, ataca a pessoa."

As declarações ocorreram durante o show do grupo no vale do Anhangabaú. A interrupção durou cerca de três minutos e retomou uma discussão iniciada no Twitter. O ator José de Abreu havia criticado Roger por "meter pau no governo", mas "aceitar patrocínio para se apresentar no evento".

No show, o cantor se defendeu. "Quem está me pagando é o povo, do qual eu faço parte, através de um órgão do governo que, repito e enfatizo, não pertence a um partido político, ao contrário do que querem acreditar esses canalhas que me perseguem por eu exercer meu direito de pensar e me expressar livremente", disse.

Alckmin diz que Serra seria 'ótimo' vice na disputa ao Planalto

Pedro Venceslau e Victor Vieira - O Estado de S. Paulo

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou ontem que seu colega José Serra seria "um ótimo nome" para ocupar a vaga de candidato à vice-Presidência na chapa de Aécio Neves. "Seria um ótimo nome, mas quem o escolhe o vice é o candidato da aliança", afirmou o governador paulista depois de um evento em Guarulhos, na região metropolitana.

Apesar da declaração, integrantes do comando nacional do PSDB garantem que o tema nunca entrou em pauta na sigla e dizem que consideram "remota" a chance de uma aliança da dupla, que até recentemente disputava espaço dentro do partido. A bancada tucana no Congresso também nega que a tese de uma dobradinha tenha entrado em discussão. "Nunca vi esse assunto ser discutido pela bancada ou pelo Aécio", afirma o deputado Antonio Imbassahy, líder do PSDB na Câmara.

Aécio tratou de esfriar o debate ao chamar na semana passada de "especulações naturais" uma eventual escolha de Serra como companheiro de chapa. O senador mineiro, que também é presidente nacional do PSDB, disse ainda que está acompanhando "pela imprensa" os rumores. A iniciativa de acrescentar o nome de Serra na chapa tucana partiu de aliados do próprio ex-governador de São Paulo.

A prioridade do grupo de Aécio, no momento, porém, é tentar garantir o apoio do governista PP - a vaga de vice foi oferecida para a legenda. O plano B é indicar o senador paulista Aloysio Nunes para o posto. Serra não foi localizado ontem para comentar o caso.

Aécio e Serra têm uma rivalidade antiga, que surgiu quando o ex-governador paulista disputou o Palácio do Planalto nos anos de 2002 e 2010. Aliados de Serra reclamaram que o minieiro não se empenhou no projeto nacional, mantendo o foco apenas no seu projeto mineiro.

Os aliados de Alckmin tiveram o mesmo problema em 2006, quando o hoje governador de São Paulo disputou o Planalto. Naquele ano, os tucanos mineiros chegaram a incentivar o voto em Aécio para governador e em Lula para presidente.

Aécio diz que não falou com Serra sobre vice na chapa

- Folha de S. Paulo

SALVADOR - O senador e pré-candidato à Presidência pelo PSDB, Aécio Neves, desconversou ontem à noite ao ser questionado sobre a indicação do ex-governador José Serra para a vaga de vice em sua chapa.

Segundo Aécio, em sua última conversa com Serra, na quinta, ele não tratou do tema: "Não conversei com o Serra sobre isso. Nós tratamos apenas sobre todo o arco de alianças nos Estados. Esse assunto ainda não foi cogitado".

Aécio disse que a vaga do vice "continua em aberto" e citou a possibilidade de ter um nome do Nordeste: "A questão do vice continua em aberto e pode ser um nome da região, mas mais importante do que um eventual vice é que nós temos uma política para o país que passa pelo Nordeste".

Ao lado do prefeito ACM Neto, Aécio recebeu o título de cidadão soteropolitano na Câmara de Salvador. O tucano também foi a Feira de Santana.

Dilma sobe o tom contra os tucanos

Leonardo Augusto - Correio Braziliense

IPATINGA (MG) — A presidente Dilma Rousseff (PT) partiu para a ofensiva durante a assinatura de ordens de serviço para a duplicação da BR-381 ontem em Ipatinga, no Vale do Aço. Em menção direta aos tucanos, desafiou os adversários a explicarem os motivos pelos quais não iniciaram a obra no período em que governaram o país. "Aqueles que criticam qualquer atraso vão ter de responder porque nos oito anos em que estiveram à frente do país não fizeram essa rodovia", afirmou. O PSDB, com Fernando Henrique Cardoso, governou o Brasil de 1995 a 2002.

O governo federal assinou as ordens de serviço para cinco dos 11 lotes da obra, reivindicada há 30 anos. A intenção da presidente era iniciar a obra em novembro do ano passado. Dilma afirmou que acompanhará de perto a evolução do projeto. O investimento do governo federal na duplicação da BR-381, no trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares, será de R$ 2,4 bilhões. Segundo a presidente, o projeto poderia ter sido iniciado antes. O atraso ocorreu, conforme Dilma, porque o governo federal, que inicialmente trabalhou com a hipótese de pôr a BR-381 entre as rodovias sob sistema de concessão, desistiu da ideia por causa do preço a ser cobrado pelo pedágio, que seria muito alto.

Subsídios
Dilma, pela segunda vez em quatro dias, relembrou as declarações do concorrente Aécio Neves (PSDB) de que os subsídios dados pelo governo federal no Brasil seriam "exagerados". "Se virem alguém fazendo essa crítica, ou querem acabar com programas sociais, como o Minha Casa, Minha Vida, ou com o apoio à indústria e à agricultura", afirmou.

PSDB ressalta "enrolação"
O presidente estadual do PSDB, deputado Marcus Pestana, divulgou nota na noite de ontem criticando o anúncio da duplicação da BR-381. O tucano afirma que a presença da petista no estado deixou um "rastro de decepção" e que Dilma tenta "enrolar os mineiros" com o novo anúncio, que seria, segundo ele, motivado por interesses eleitorais. "O compromisso de fazer a duplicação foi reiterado por Dilma em sua campanha de 2010, mas ficou só na promessa. Em mais uma visita para enrolar os mineiros, a presidente da República deixou atrás de si um rastro de decepção sobre a BR-381", diz a nota.

Lula faz campanha em evento oficial na BA

- Valor Econômico

SÃO FRANCISCO DO CONDE (BA) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, em evento oficial do governo federal no interior da Bahia, que a reeleição da presidente Dilma Rousseff será a "desgraça" da oposição.

"Nunca vi baterem tanto na presidenta Dilma como estão batendo agora. Eles batem na Dilma porque acham que não é possível este país eleger esta mulher. E ainda mais reeleger esta mulher para a desgraça deles. É uma coisa absurda", afirmou.

Lula participou, como convidado e orador, da inauguração do campus da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), uma instituição federal, em São Francisco do Conde (60 km de Salvador).

Embora fosse um evento de governo, com presença dos ministros da Educação (Henrique Paim) e da Igualdade Racial (Luiza Bairros), havia militantes com bandeiras do PT e funcionários públicos com camisas vermelhas distribuídas pela prefeitura, de gestão do PT.

O ex-presidente deu o tom de campanha ao afirmar que Dilma irá permanecer à frente da Presidência da República. "A Dilma, além de ser uma mulher inteligente e competente, ela é uma de nós. Ela está lá porque nós quisemos e vai ficar lá porque nós queremos", afirmou o petista para cerca de mil pessoas.

Também procurou afastar a onda do "volta Lula" ao dizer que já "fez o que tinha que fazer" pelo país.

Ao lado do governador Jaques Wagner (PT), Lula elogiou o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli, hoje secretário do Planejamento da Bahia e alvo de críticas por suposta má gestão à frente da estatal. "Os adversários tentam jogar em cima dele [Gabrielli] acusações não só inverídicas, mas descabidas. E eu queria te dar os parabéns pela coragem de enfrentar este debate."

No mesmo evento, Lula recebeu título de cidadão de São Francisco do Conde.

Campos fará inflexão à esquerda para se diferenciar de Aécio

César Felício – Valor Econômico

SÃO PAULO - O pré-candidato do PSB à Presidência, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, fará uma inflexão para a esquerda nas próximas semanas, de acordo com o coordenador executivo de sua pré-campanha, o dirigente do PSB Carlos Siqueira. Campos deverá intensificar sua agenda com representantes do que Siqueira chamou de "setores populares", como representantes de movimentos feministas, negros e da juventude, entre outros. "Será reafirmada a marca da candidatura dentro da centro-esquerda. Ele é candidato de um partido socialista. A direita tem seus próprios candidatos", disse Siqueira ao Valor Pro, serviço de informação em tempo real do Valor.

Os eventos empresariais continuam tendo destaque na agenda do pré-candidato, que se instalou em São Paulo desde que se desincompatibilizou do governo estadual na primeira semana de abril. Hoje mesmo Campos será um palestrante em dois eventos empresariais na capital paulista.

Segundo Siqueira, há uma preocupação em demarcar diferença em relação ao principal pré-candidato oposicionista, o senador Aécio Neves (PSDB-MG). O objetivo será demonstrar que o ex-governador pernambucano teria sensibilidade maior com questões sociais. Na visão da campanha, o segundo turno na eleição presidencial deste ano já está consolidado. "É patético imaginar que esta eleição se resolve em um turno só, considerando a liderança política e a avaliação de governo que Dilma tem", afirmou.

A pré-candidatura de Campos, nesta visão, alimenta-se tanto de eleitores egressos da base de apoio da presidente Dilma Rousseff quanto da de Aécio. "O eleitor dele não necessariamente é um petista desiludido. Há também tucanos insatisfeitos e não são poucos", disse Siqueira, para quem a presença da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva como na vice na chapa não bloqueia a entrada de Campos em um eleitorado afeito ao PSDB: "A quantidade de eleitores que rejeita votar no Campos por causa da Marina na chapa é absolutamente insignificante."

O pré-candidato do PSB deve começar a reafirmar seu caráter esquerdista no momento em que a candidatura própria ao governo do Estado em São Paulo será rediscutida. Segundo Siqueira, a decisão final caberá à seção local do partido, que hoje se inclina em sua maioria para apoiar a reeleição do governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB).

De acordo com o dirigente, aliar-se ao tucano e ficar sem palanque próprio em São Paulo "é uma hipótese, mas "há mais alternativas em análise", disse, sem antecipar qual seria o rumo paulista do partido. O PSB paulista é a maior seção estadual da sigla comandada por Campos, e se afastou de Alckmin por imposição de Marina Silva, que exige palanque próprio no Estado. O impasse fez com que o presidente local do PSB, deputado Márcio França, se lançasse para o governo estadual a contragosto, para bloquear o avanço dos aliados de Marina sobre a indicação.

No país, o grupo de Marina só tem um candidato a governador, o deputado Miro Teixeira (RJ), que está abrigado no Pros. Disputa o Senado apenas no Ceará, com Geovanna Cartaxo (PSB). Há chances de Apolo Heringer, um aliado de Marina, ser candidato a governador em Minas Gerais. O PSB no Estado havia decidido apoiar a candidatura do ex-ministro das Comunicações João Pimenta da Veiga (PSDB), mas a decisão será revista, segundo Siqueira.

São Paulo e Minas Gerais são as principais dúvidas na estrutura regional de apoios de Eduardo Campos, que está definida em apenas 17 dos 27 Estados, de acordo com Siqueira. O PSB considera resolvido o apoio à reeleição do governador tucano Beto Richa no Paraná e à eleição dos pemedebistas José Ivo Sartori (RS), Marcelo Castro (PI) e Nelson Trad (MS). O partido irá apoiar o PT no Acre, o PCdoB no Maranhão e o senador pedetista Pedro Taques no Mato Grosso, além do Pros no Rio. Firmou candidaturas próprias em Pernambuco, Bahia, Paraíba, Distrito Federal, Goiás, Espírito Santo, Ceará, Amapá e Roraima.

Ontem, em evento de pré-campanha eleitoral em Vitória da Conquista (BA), Campos voltou a afirmar que não quer o apoio "da base tradicional, atrasada, reacionária, patrimonialista", afirmou, em uma crítica que pode ser interpretada tanto contra Aécio quanto contra Dilma. "Essa gente vai estar na oposição na campanha, e, a partir de 1º de janeiro, vai estar na oposição também", disse o ex-governador.

Campos procurou na entrevista coletiva se distanciar de Aécio. "Nossa candidatura tem compromissos históricos diferentes da candidatura do PSDB. Nossa forma de pensar o mundo não é a mesma que eles têm", disse Campos, que admitiu entretanto alianças locais. "Os arranjos regionais nem sempre guardam a mesma regra. Há certas circunstâncias que temos que respeitar", disse.

Na Bahia, tucano afirma compromisso pelo social

- Valor Econômico

SÃO PAULO - Em visita a Feira de Santana, no interior da Bahia, o pré-candidato do PSDB ao Planalto, o senador mineiro Aécio Neves, afirmou ter compromisso com as camadas mais pobres da população e com a redução das desigualdades regionais. Reduto eleitoral do PT, a região Nordeste é onde os tucanos tradicionalmente têm baixa votação na disputa presidencial.

Aécio defendeu o Bolsa Família e prometeu que "para diminuir as diferenças, eu gostaria de tratar de forma diferente aqueles que são desiguais". "O Nordeste é prioridade para qualquer governo", disse.
O tucano citou os investimento feitos no período em que foi governador de Minas (2002-2010) no Vale do Jequitinhonha, cujo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), lembrou, se assemelha à média do Nordeste. "Quando terminei os meus oito anos de governo, tínhamos gasto três vezes mais por pessoa nessa região do que nas regiões mais ricas do Estado", afirmou.

O presidenciável garantiu que o Bolsa Família não será extinto, caso vença a eleição, e citou o projeto de sua autoria que propõe a inclusão do programa de transferência de renda na Lei Orgânica da Assistência Social. Isso, afirma, transformaria o Bolsa Família em um programa de Estado, definitivo.

"[Assim] ninguém vai poder utilizá-lo como terrorismo eleitoral. [O PT] prefere votar contra [o projeto] para ser um programa para chamar de seu e toda véspera de eleição ameaçar a população, o beneficiado principalmente, com a sua extinção", disse.

Grevistas e operários protestam

• Professores e rodoviários cruzam os braços no Rio de Janeiro. Em Suape (PE), trabalhadores demitidos se revoltam

- Correio Braziliense

A semana começou com protestos de categorias profissionais no país. No Rio de Janeiro, professores e rodoviários entraram em greve. Em Pernambuco, trabalhadores da petroquímica de Suape depredaram ônibus e pararam o trânsito. A exemplo do que ocorreu na última quinta-feira, quando houve manifestações simultâneas em pelo menos oito cidades, os brasileiros continuam indo às ruas para ameaçar greve ou pedir políticas públicas de qualidade.

No Rio, terminou sem acordo uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), na tarde de ontem, entre patrões e rodoviários. A categoria decretou greve de 48 horas, a partir de hoje, colocando a população em alerta — na última quinta-feira, houve depredação de mais de 400 coletivos e muito tumulto durante uma paralisação dos trabalhadores. Terminado o encontro na Justiça, o grupo fez uma passeata pelo centro da capital fluminense. Eles interditaram a pista central da Avenida Presidente Vargas, por volta das 18h, quando o trânsito no local se intensifica.

Os grevistas não aceitam o aumento de 10% oferecido pelo sindicato das empresas de ônibus (Rio Ônibus), durante uma negociação em abril. Eles reivindicam um reajuste de até 40%. Para evitar mais protestos violentos, como os registrados na semana passada, o governo municipal garantiu que policiais militares estarão na saída das garagens dos quatro consórcios de ônibus e em alguns terminais estratégicos. A ideia é garantir que os profissionais que não aderirem à greve possam trabalhar. As medidas se integram a um plano de contingência que a prefeitura do Rio apresentou ontem.

O Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) decidiu não comparecer hoje à audiência no Supremo Tribunal Federal (STF), marcada pelo ministro Luiz Fux. O objetivo do encontro era tentar evitar a greve que começou ontem. O ministro interviu para tentar garantir o cumprimento do acordo firmado entre o Sepe e os governos estadual e municipal em outubro do ano passado, e que, segundo a categoria, não vem sendo honrado. As secretarias municipal e estadual de educação do Rio confirmaram a presença dos secretários na reunião.

Mas, segundo Suzana Gutierrez, uma das coordenadoras do sindicato, a ida à audiência precisava ser aprovada em uma assembleia, e a próxima reunião dos docentes e funcionários das escolas estaduais e municipais será na quinta-feira. "Ir ou não é uma decisão que a categoria deve tomar, e nossa próxima assembleia é só no dia 15. Não tínhamos como marcar uma assembleia extraordinária para decidir isso porque, num momento de greve, só uma assembleia pode marcar outra", afirma Suzana. Ela informou que a categoria manterá os braços cruzados.

Depredações
Em Pernambuco, um grupo de trabalhadores da petroquímica de Suape interditou por mais de cinco horas uma via que dá acesso ao Complexo Industrial de Suape. Houve ataques a quatro ônibus e depredação de um quinto coletivo em Ipojuca, região metropolitana do Recife. Cerca de 300 operários participaram dos atos.

A polícia e os manifestantes entraram em confronto. Seis pessoas acabaram detidas. De acordo com líderes do protesto, a manifestação foi feita porque parte dos trabalhadores da Emtep, uma empresa que presta serviços à petroquímica, foi demitida na semana passada sem ter recebido as verbas indenizatórias. Os que não foram demitidos reclamam que o salário de maio está atrasado.

Solidariedade formaliza apoio a Aécio e oferece vice para chapa

• Na entrada do evento, totem com críticas a Dilma: frase ‘O PT afundou a Petrobras’ estampa latões que imitam barris de petróleo

Júnia Gama – O Globo

BRASÍLIA - Em um ato marcado por ataques à presidente Dilma Rousseff, o partido Solidariedade formalizou nesta terça-feira o apoio à candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência da República. O partido, criado no final do ano passado após um rompimento do deputado Paulinho da Força com o governo, é o primeiro a realizar um evento para anunciar que estará com o tucano nessas eleições.

Na cerimônia, ocorrido em um hotel em Brasília, Paulinho da Força “ofereceu” o nome do presidente da Força Sindical, Miguel Torres, para ser vice de Aécio. O senador mineiro, no entanto, repetiu o que vem dizendo sobre os demais candidatos a vice em sua chapa: a decisão só será tomada em junho, em um acordo feito com todos os partidos da aliança.

— Política é a arte de administrar o tempo. Eu não tenho pressa. No tempo certo, antes da nossa convenção em 14 de junho, teremos uma definição da chapa, a partir de um entendimento da aliança, não apenas do PSDB. Vamos ter alguém que possa nos ajudar a construir uma bela vitória. O presidente da Força Sindical é um nome extremamente qualificado, será avaliado pelo conjunto dos partidos que fazem parte dessa aliança. Fico muito honrado de ter mais esse nome para ser avaliado pelos conjuntos do partido – apontou Aécio.

Paulinho da Força sinalizou que a apresentação do nome de Miguel é mais simbólica do que a delimitação de um espaço pelo qual o Solidariedade pretende brigar. Além de Miguel, outros cinco nomes são cotados para compor com Aécio: os senadores Aloysio Nunes (PSDB-SP), José Agripino (DEM-RN) e Ana Amélia (PP-RS), a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP) e o ex-governador de São Paulo José Serra.

– Sei que tem vários pretendentes a ser candidato a vice com você, inclusive o senador Aloysio Nunes, que está aqui do lado, mas quero te apresentar também o Miguel Torres. Mas, não vamos fazer guerra com isso, é um nome para você apreciar – anunciou o deputado, durante o evento.

Crítica a Dilma na porta do evento
Um totem montado com latões imitando barris de petróleo com os dizeres “caixa 2, Petrobras, corrupção” e a imagem no alto da presidente Dilma Rousseff, trajada com o macacão da estatal, estão na porta no hotel San Marco onde será realizado o ato promovido pelo Solidariedade (SDD) para oficializar apoio ao pré-candidato Aécio Neves (PSDB).

Para o evento são esperadas lideranças dos partidos simpatizantes da candidatura tucana. Nos barris estão estampadas as frases: “O PT afundou a Petrobras” e Pasadena, Dilma assina a compra”.

Dora Kramer: Reserva de mercado

- O Estado de S. Paulo

Sempre tão atentos e reverentes a pesquisas de opinião, os partidos e os políticos têm uma impressionante capacidade de se manter alheios aos crescentes índices de rejeição à obrigatoriedade do voto, exigência com a qual o Brasil se alinha a uma minoria de países, inclusive na América do Sul.

Por que voltar ao assunto agora? Para juntar dois fatos: uma pesquisa do instituto Datafolha publicada neste domingo e a recorrente proposta de reforma política feita diante de toda e qualquer crise. Mesmo daquelas atinentes à ausência de compostura das pessoas, mal que as regras por si só não dão conta de corrigir.

A consulta mostra que 61% dos pesquisados são contrários ao voto obrigatório, enquanto 38% são a favor. Há dois anos, havia um empate: 48% eram contra e 48% favoráveis.

Em 2008, 53% apoiavam a obrigatoriedade e 43% preferiam que o voto fosse facultativo. A tendência se inverteu de maneira acentuada e, ainda assim, o tema é solenemente ignorado nos debates sobre reforma política.

Há propostas no Congresso para instituir o facultativo, mas tirando seus autores e uns poucos defensores, são solenemente ignoradas pela ampla maioria de partidos de todas as correntes. O argumento mais comum é o de que o voto obrigatório é uma garantia democrática.

Não resiste à confrontação com a realidade vigente na maioria das nações democráticas. Pela trajetória descendente da satisfação do brasileiro em ter seu direito de votar transformado em imposição do Estado, trata-se de uma assertiva na contramão dos anseios do eleitorado.

Para contraditar há uma teoria corrente não só entre políticos, mas também entre acadêmicos, juristas e curiosos em geral, segundo a qual nesse assunto o público não sabe o que diz.

Engraçado, tomam-se como verdadeiros todos os demais itens da lista escolhida por especialistas para integrar a reforma política, mas quando se trata de considerar a opinião do eleitor a respeito de seu ato individual e sagrado, não vale.

As justificativas são várias, mas a mais cínica reza que o povo brasileiro ainda não teria atingido o estágio de educação e consciência suficiente para conquistar o direito ao exercício do discernimento. Isso é dito assim como se fosse uma argumentação robusta e bastante lógica. Lamentavelmente, seus autores não informam de que maneira seria medido esse momento glorioso nem indicam a que tribunal seria submetido o eleitorado para o julgamento sobre o alcance e o preparo para a conquista da independência.

A solução por ora encontrada é fingir que a questão não existe, não tem relevância ou que guarda relação com uma insatisfação (temporária?) generalizada com a política e as instituições - talvez a ser resolvida com a reforma política.

A descrença de fato pode ser um dos motivos. Mas a desatenção, o menosprezo a algo que aparece na pesquisa como causa de desconforto é parte da descrença, pois não?

Quem sabe o eleitorado esteja, ao contrário do que pensam os sabidos, cada vez mais consciente. Convicto de que o voto é um direito e que tem sido imposto como obrigação sem que os eleitos se vejam obrigados a corresponder minimamente às expectativas dos representados.

A prova de que não ouvem é que simplesmente ignoram um tema tão diretamente relacionado à vontade do eleitor como a forma do voto.

A chance de que os candidatos à Presidência tratem do assunto é nula, porque o problema não é de consciência nem de educação, muito menos de defesa da democracia: é medo de perder a garantia da reserva de mercado. Nisso não falam, mas há consenso tácito.

Crescerá substancialmente a abstenção? Sem dúvida, uma vez facultado o direito de não votar, os candidatos, os representantes, os governantes terão de mudar radicalmente o comportamento para motivar o cidadão brasileiro ir às urnas com vontade de acertar.

Essa é a obra necessária e à qual ninguém se dispõe a dar as mãos.

Eliane Cantanhêde: De bruxas e monstros

- Folha de S. Paulo

O que têm em comum quem põe na internet o desenho falado de uma "bruxa" e quem usa as redes sociais para chamar o presidente do STF de "monstro"?

Um brinca com coisa séria. O outro é um militante que --seria só por "amor à causa"?-- aderiu ao vale-tudo. E ambos são igualmente covardes que se escondem no anonimato para caluniar, mentir, incitar. E, por isso, são de alta periculosidade.

A "brincadeira da bruxa" excitou a ignorância e a loucura de uma comunidade que passará décadas tentando entender como cidadãos até então normais puxaram pelos cabelos uma moça inocente e indefesa, jogaram-na no chão, amarraram-lhe as mãos e a mataram a pauladas. Ela morreu sem entender sequer por quê.

E o risco da incitação contra o "monstro"? Com o país fervendo com linchamentos, assaltos, balas perdidas e protestos por toda parte, tudo pode acontecer. A diferença é que o ministro Joaquim Barbosa sabe exatamente que tipo de gente está por trás e por que está sendo perseguido.

Segundo a revista "Veja", a PF anda atrás de quem posta coisas assim: "Joaquim Barbosa deve ser morto. Ponto final". E até já localizou o autor de um texto meigo que chama o ministro de "desgraçado", que "vai morrer de câncer ou um tiro na cabeça". É um ativo integrante da Comissão de Ética (?!) do PT no Rio Grande do Norte. Haja ética!

É estarrecedor, mas não surpresa. Basta buscar na mesma "Veja" uma informação de fevereiro de 2013: um assessor do ministro Gilberto Carvalho --frise-se: do Planalto-- viajou a Cuba, com tudo pago pelo governo brasileiro, para fazer um curso sobre técnicas de... "ciberguerra"! Decifrando, "novas formas de comunicação de rede e batalhas políticas".

Não que seja uma exclusividade petista, ao contrário, mas esse tipo de gente usa os fantásticos recursos da internet para agredir, deturpar, transformar mentiras em verdades e criar bruxas e monstros. Um legado e tanto para as novas gerações.

Luiz Carlos Azedo: Firme, ma non troppo

• A deriva do PMDB ocorre numa situação em que a presidente Dilma não tem como cobrar fidelidade maior da legenda, porque, no apoio à reeleição, do ponto de vista formal, o mais importante é o tempo de televisão

- Correio Braziliense

O PMDB continua firme com a presidente Dilma Rousseff, ma non troppo. A expressão musical nas partituras significa que o andamento da comunicação deve ser allegro (rápido), mas de forma moderada, com pulsação entre 90 e 120 batidas por minuto. Ou seja, os caciques da legenda começam a apoiar Dilma com certa cautela e mandam sinais de fumaça para o senador Aécio Neves (MG) e para o ex-governador Eduardo Campos (PE), pré-candidatos do PSDB e do PSB, respectivamente. Não vão para o tudo ou nada, mais ou menos como já disse, certa vez, o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) sobre um colega em apuros: "Vou até a beira do túmulo, mas não pulo dentro da cova".

O cientista político Murillo Aragão, da Arko Advice, cita o caso do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), pré-candidato a governador do Rio Grande do Norte, que abriu ainda mais o leque de alianças com adversários da presidente Dilma Rousseff: depois do PSDB, de Aécio Neves, e do PSB, de Eduardo Campos, Henrique Alves terá na coligação o PSC, que tem o Pastor Everaldo como candidato à Presidência da República. O acordo foi fechado durante encontro evangélico da Convenção Estadual das Assembleias de Deus, em Natal. "Esse modelo de alianças do PMDB reflete a insegurança do partido com a candidatura de Dilma diante das recentes pesquisas, que apontam para uma disputa no segundo turno", avalia Aragão.

Desembarques
"Teremos o apoio do PSB de Eduardo Campos, do PSDB do Aécio e do PSC do Everaldo. Todos serão importantes na nossa caminhada e terão também o nosso respeito às candidaturas dos respectivos partidos, mas sabendo do nosso compromisso nacional com a presidente Dilma e com o nosso vice Michel Temer. Tudo às claras, ética e politicamente responsável", justifica Alves. A situação não para aí. O próprio vice-presidente Michel Temer comanda uma operação para desembarcar da candidatura mais querida do Palácio do Planalto, a da senadora Gleisi Hoffman (PT) ao governo do estado do Paraná.

A ex-ministra da Casa Civil, que hoje atua como porta-voz informal da presidente Dilma Rousseff no Senado, ofuscando o líder do governo, Eduardo Braga (PMDB-AM), contava com o apoio do PMDB para formar uma poderosa aliança contra a reeleição do governador tucano Beto Richa. Temer puxou o freio de mão e orientou o senador peemedebista Roberto Requião, ex-governador do estado, a considerar seriamente a candidatura ao governo do Paraná. A propósito de Temer, a pré-candidatura do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Skaf, pelo PMDB, vai de vento em popa. Na semana passada, com o apoio de Michel Temer, Skaf fechou o apoio do Pros, o que lhe garante mais tempo de televisão e complica ainda mais a vida do pré-candidato petista ao Palácio dos Bandeirantes, o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha.

A deriva
As dificuldades com o PMDB já não eram pequenas, por causa de outros conflitos regionais de Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e outros estados, mas se agravam por causa do Rio de Janeiro e do Ceará. Os dois últimos são muito cabeludos, por causa das disputas locais com o PT. Líder nas pesquisas de opinião, Eunício Oliveira não abre mão do apoio do PT a sua candidatura ao governo do Ceará e ameaça rever as alianças no estado, se aproximando do ex-senador tucano Tasso Jereissati. No Rio de Janeiro, apesar da boa relação do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) com a presidente Dilma Rousseff, o presidente do diretório regional, Jorge Picciani, já embarcou de mala e cuia na campanha de Aécio Neves.

A deriva do PMDB ocorre numa situação em que a presidente Dilma Rousseff não tem como cobrar fidelidade maior da legenda, porque o apoio à reeleição, do ponto de vista formal, é o mais importante, pois lhe garante tempo de televisão. Mas, ao acenar para os candidatos de oposição nos estados em que tem candidato próprio, o PMDB abre espaço para uma futura cristianização de Dilma; diga-se de passagem, com a ajuda do PT, que acirra os conflitos locais e joga os caciques peemedebistas nos braços de Aécio Neves e Eduardo Campos.

Raymundo Costa: PSB tenta escapar da polarização PT-PSDB

• Oposições não capitalizam desejo de mudanças

- Valor Econômico

O alto comando do PSB se reúne hoje em Brasília, num momento em que as pesquisas de opinião desenham os contornos de uma nova eleição presidencial polarizada entre PT e PSDB. Espera-se por uma inflexão à esquerda da campanha do candidato Eduardo Campos, sem descuidar do discurso de oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff e da demarcação de diferenças com o senador e pré-candidato do PSDB, senador Aécio Neves. A terceira via, tudo indica, encontra dificuldades para se posicionar na corrida sucessória.

Não chega a ser novidade. Mas deveria acontecer mais tarde, na campanha propriamente dita. Todos os que estiveram na mesma posição, nas últimas eleições, enfrentaram os mesmos obstáculos. Ciro Gomes (PPS), em 2002, e Marina Silva (PV), em 2010, saíram de Estados pouco expressivos em termos de contingente eleitoral - respectivamente o Ceará, que detém pouco mais de 4% do eleitorado nacional, e do Acre, com menos de 1%. Para efeito de comparação, o senador Aécio Neves já entrou na disputa de 2014 contando com a retaguarda do segundo maior colégio do país, Minas Gerais e seus mais de 15 milhões de eleitores.

Ciro Gomes, em 2002, foi quem chegou mais perto de romper a lógica bipolar das eleições presidenciais, mas perdeu fôlego na campanha, quando já havia ultrapassado o tucano José Serra na preferência do eleitorado, segundo as pesquisas de opinião. Ciro acabou a disputa em quarto lugar, atrás inclusive de Anthony Garotinho (PDT), abatido por uma série de erros que cometeu na campanha. Mas sua candidatura serviu para deixar claro que havia espaço para outra opção, além de PT e PSDB.

A exemplo de Ciro Gomes, o ex-governador Eduardo Campos também vem de um Estado, Pernambuco, sem grande força eleitoral - cerca de 5% do eleitorado nacional, de acordo com os dados da Justiça Eleitoral referentes ao ano de 2013. Seu partido, o PSB, dispõe de uma infraestrutura maior que o PPS de Ciro em 2002, mantém cinco dos seis governadores que elegeu em 2010 (o desfalque é Cid Gomes, do Ceará, mudou para o Pros), prefeitos nos 27 Estados e no DF e 25 deputados federais, mas nada comparável com o poderio do PSDB, que entrou na campanha com os governadores de São Paulo (23% do eleitorado) e Minas.

O candidato do PSB perde de Dilma e Aécio em outros dois aspectos importantes na logística de uma campanha: grandes palanques regionais e tempo de rádio e televisão no horário eleitoral gratuito. Mas está na disputa em pelo menos em outros dois desses aspectos: financiamento (se não for engolido por PT e PSDB) e campanha nas redes sociais.

Sem partido nem palanques regionais, mas com algum financiamento e redes sociais, a ex-senadora Marina Silva conseguiu 20% dos votos na eleição de 2010 - precisava tirar pouco mais da metade diferença em relação a José Serra, que teve 32%, para passar de turno. Marina ganhou a eleição ou teve bom desempenho em colégios eleitorais importantes como Belo Horizonte, de onde saiu com 560 mil votos contra 434 mil de Dilma Rousseff e 389 mil de José Serra. Para escapar da inércia PT-PSDB, Campos deve formar um palanque em Minas.

A avaliação da cúpula do PSB é que a conjuntura parece mais favorável à terceira via que no passado recente. A pesquisa divulgada na semana passada pelo Datafolha, por exemplo, registra que 74% dos eleitores, ou seja, mais de dois terços dos entrevistados, quer mudanças no governo. Correto. Mas também é certo que até agora a oposição não conseguiu a adesão dos descontentes registrados pelas pesquisas.

A polarização PT-PSDB parece algo anacrônico, vista nos dias de hoje. Cerca de 42% da população não era nascida em 1990 e tem pouca informação sobre a superinflação ou o governo Fernando Henrique Cardoso, ainda a principal referência do discurso eleitoral do PT. Houve também redução da tensão social e crescimento do emprego e renda, o eleitor parece mais exigente. O desafio da terceira via de Eduardo Campos estará na capacidade de traduzir corretamente a vontade das ruas e atrair esse contingente que manifesta o desejo de mudar.

O PMDB foi o partido da redemocratização do país, fez a transição entre a ditadura militar e o regime civil, já se vão 29 anos. No governo José Sarney foram legalizados os partidos políticos extintos pelos generais e convocada a Assembleia Constituinte que escreveu a Carta de 1988. O PSDB foi o partido responsável pela estabilização da economia, após uma série de tentativas frustradas para domar a superinflação. O PT assumiu em 2002 e comandou a redução das desigualdades sociais.

A pergunta a ser feita é se esses partidos ainda têm algo mais a oferecer ou se esgotaram a ponto de tornar viável a chegada ao poder da via alternativa. Por enquanto, a despeito do sentimento de mudança detectado nas pesquisas de opinião, a disputa sucessória de 2014 está outra vez caminhando na direção de PT e PSDB. Para se tornar em uma nova opção para o eleitor, o PSB precisa se posicionar e encontrar uma identidade que o distinga do PSDB e do PT aos olhos do eleitor.

Segundo Carlos Siqueira, secretário-executivo do PSB, "é autoritária" a exigência de que Eduardo Campos tenha desde já um discurso pronto e acabado. "Ele será construído durante a campanha", diz. Siqueira ressalta que Eduardo Campos é conhecido por apenas 25% do eleitorado, enquanto o índice de Aécio chega a 60% e o de Dilma, a quase 100%. Ele aposta que a mensagem do candidato será transmitida e entendida no momento oportuno, o início oficial da campanha, a partir de julho, e o horário eleitoral gratuito, em agosto.

Se Eduardo Campos passar para o segundo turno, fará história. Será o primeiro a quebrar a lógica da polarização, desde 1994. Se parar nos mesmos obstáculos que derrubaram os outros candidatos à terceira via, restará se posicionar num segundo turno que provavelmente será entre PSDB e PT. Ao dizer que o "PSDB sabe que já tem o cheiro da derrota no segundo turno", pelo menos sua candidata a vice, Marina Silva, já se posicionou.

Arnaldo Jabor: A pós-miséria

- O Globo

Ontem vi na CNN uma reportagem sobre o Brasil, a propósito do crack na periferia do Rio. Nunca vi barra tão pesada da miséria brasileira, com corpos semimortos, sujeira e desespero mudo. A repórter americana estava à beira de um colapso nervoso com a degradação do País, alertando estrangeiros civilizados sobre o perigo de vir à Copa. Já andei por fundos sertões e não sou criança, mas parecia que estávamos na Nigéria, na área do Boko Haram, um daqueles lugares mortos que não fazem parte nem do mundo pobre. Ficou-me claro que aqui já vivemos uma "pós-miséria" incurável, africanizada. A miséria se aprofundou. Chocado, me sentei para escrever este artigo. Comecei a fazer reflexões 'sensatas' sobre o que fazer, na base do "precisamos" disso, "precisamos" fazer aquilo, precisamos tomar providências, etc. "Precisamos." De repente, me bateu: para quem estou falando? A quem me queixo? A quem recorrer? Minhas perguntas caem no nada. Como fazer as instituições refletirem e agirem, se a pós-miséria atinge não somente os miseráveis, mas degrada as maneiras de combatê-la? A miséria das ruas e dos desvalidos, do crack , do abandono, deriva-se da impotência das instituições e vice-versa.

São duas misérias interagindo, acopladas: a ativa (política) e a passiva (os desgraçados). Criadores e criaturas.

As manifestações de junho, milagrosas e belas, ficarão sem respostas, porque não há o que responder e como responder. Quem? Uma presidenta (sic) enjaulada no "presidencialismo de cooptação", que depende dos congressistas picaretas? Quem? O Judiciário aleijado, com leis de 100 anos atrás?

Por isso, escrevo este artigo pessimista, sim; quem achar deprimente, pare de ler. Mas tenho de continuar; não sei bem para que nem para quem. Mas, escrevo...

A brutalidade está atingindo o País de forma inédita. O subsolo das manifestações de classe média é a violência primitiva dos "lúmpens" (miseráveis inúteis) que está aparecendo. No mesmo registro das donas de casa que protestam contra a carestia ou de jovens contra a Copa, matam-se pessoas por nada, linchamentos, privadas voadoras, cadáveres cortados a peixeiras e costurados ao sol com pinos de guarda-chuva, mortos nas Pedrinhas dos Sarney, pais que matam filhos, crianças se degolando, etc.

Não adianta ficar repisando os óbvios erros desse governo, que deixarão sobras terríveis para quem vier - seja Dilma, Lula (será que ele quer?) ou a oposição. A democracia subestimada pelo PT levou a um voluntarismo medíocre que "faria" a remodelação da realidade de modo a fazê-la caber em premissas ideológicas. Seus erros são tão sólidos que chego a pensar que visam a apodrecer as instituições "burguesas" por dentro, numa espécie de "gramscianismo pela corrupção". Isso já está diagnosticado, mas os renitentes intelectuais orgânicos dirão: "O PT desmoralizado ainda é um mal menor que o inimigo principal: os neoliberais". E assim vamos.

Estamos entrando numa pós-violência e numa pós-miséria - eis a minha tese. Há uma africanização de nossa desgraça, a ponto de ela não ser mais reversível. E não era assim. O Brasil sempre contou com a possibilidade de melhorias. Sempre vivemos o suspense e a esperança de que algo ia mudar para melhor.

Isso parece ter acabado. É possível que tenhamos caído de um "terceiro mundo" para um "quarto mundo", como já nos consideram analistas do exterior. O quarto mundo é a paralisação das possibilidades. Quem vai salvar as 300 meninas sequestradas na Nigéria, quem vai resolver o Sudão, a Líbia? E aqui? Quem vai resolver o drama brasileiro que está entrando no mesmo clube? As informações criam apenas perplexidade e medo, mas, como agir? Não há uma ideologia que dê conta do recado. E, na falta de soluções, recorrem a velhos métodos políticos já testados que falharam. No caso brasileiro, se Dilma for reeleita, o falhado "bolivarianismo" tende a aumentar.

No Brasil, vivemos com a insolubilidade e, diante dela, só temos duas hipóteses: ou a convivência com o absurdo e o desespero, tarefa dificílima até para filósofos ou, então, surgirá um autoritarismo populista carismático, quase "religioso", para manter a vida social funcionando, com os privilegiados trancados em casa ou em Miami, com a patuleia bem controlada. Resolver os problemas do País de desigualdade, ignorância, fome, é tão difícil como democratizar o Boko Haram. Não temos meios, como disse Baudrillard - "temos apenas os frágeis instrumentos dos direitos humanos".

É uma espécie de colheita; com o crescimento da população, das informações, dos desejos, todos os problemas plantados há séculos estão irrompendo ao mesmo tempo. Já tivemos uma miséria dócil, controlada, e nada se fez porque ela não ameaçava. Já usufruímos de vários séculos da estupidez popular para manter nossos privilégios. Já elegemos, "salvadores da pátria" que sempre nos ferraram desde o golpe militar da República até Getúlio, Jânio, 64, Collor, Lula. E deu em nada. Como infiltrar um espírito mais "anglo-saxônico" nesse corpo ibérico, inerte, "anestesiado e sem cirurgia"? Hoje, é tarde demais.

O que mais me grila é que não parece se tratar de um período histórico passageiro que, uma vez terminado, o País volte ao "normal". Não. É um salto para outra anormalidade sem-fim; é uma mudança de estado. Não é uma doença que passa; é uma anomalia incurável.

E aí? Perguntarão os leitores a esse pessimista bodeado? Bem... É possível que Lula volte. Será? Ele deve estar analisando as possibilidades. Como só pensa em si mesmo, se ele achar que é muita aporrinhação, desiste. Se não, ele volta. E aí, sejam bem-vindos ao Quarto Mundo!

Minha filha Juliana Jabor, antropóloga e psicanalista, escreveu outro dia: "Lula poderá se apropriar da situação, com seu carisma inabalável, para ocupar a 'função paterna' que está vaga desde o fim do seu governo. Eleito de novo, a multidão se transformará, aí sim, em 'massa'. Os 'movimentos' perderão o seu caráter de produção de subjetividades e se transformarão numa massa guiada por um líder populista". Desculpem a depressão e boa sorte…

Almir Pazzianotto Pinto: Prelúdio para embalar incautos

- Correio Braziliense

Desconheço algo mais maçante do que este início de campanha política. Entre candidatos à Presidência, a falta de originalidade e de poder de convencimento é constrangedora. São desafinados prelúdios para embalar incautos e conduzi-los às esferas das utopias e ilusões.

No passado, até quando me recordo, não era assim. No breve período em que pontificaram UDN e PSD, os eleitores podiam identificar, pelo discurso e postura, situação e oposição. Hoje, com a supremacia dos marqueteiros, todos deixaram de ter personalidade, e se equivalem nas promessas com que tentam nos impingir o Brasil repaginado, moderno, sem problemas e defeitos, que propõem construir em rápidos quatro anos.

De onde extrairão dinheiro para programas e obras, não dizem. Sabem que o Tesouro está seco, sem perspectivas de crescimento da arrecadação, salvo mediante brutal aumento de impostos, assunto que tratam de evitar.

Campanhas tornaram-se autênticos estelionatos eleitorais. No esforço de iludir, princípios éticos deixaram de ser observados. Em contraponto, temas contundentes, como redução da maioridade penal, combate às drogas, reforma trabalhista, restabelecimento de clima de segurança jurídica, democratização da estrutura sindical corrupta, enxugamento da inflada máquina administrativa, contenção de despesas inúteis, são contornados pelo temor de perder apoios.

O PT sepultou antigos compromissos com a moralidade e abriu mão de quaisquer escrúpulos. Para vencer, faria, se necessário, aliança com Asmodeu. A fim de consolidar alianças de conveniência, multiplicou ministérios, loteou estatais e sociedades de economia mista, investiu pesadamente em publicidade, crente na força do "Estado espetáculo", expressão criada por Roger-Gérard Schwarzenberg, para quem a política "se faz agora por encenação". Os resultados estão aí: retorno da inflação, corrosão dos salários, alta da taxa de juros, escândalos investigados pela Polícia Federal, derrocada da Petrobras. André Vargas e Henrique Pizzolatto são típicos representantes do período que atravessamos.

Enquanto abusos de toda ordem se sucediam, em escala "nunca antes vista neste país", a oposição permaneceu em cima do muro, à espera de que o governo fosse abatido por acidente de percurso. Pergunto-me para que mais uma CPI, se os fatos estão diariamente na imprensa?

Não fosse o desassombro de Joaquim Barbosa, o ministro do povo, os mensaleiros permaneceriam impunes, e residentes da Papuda estariam em campanha pela reeleição.

A nação estarrecida cobra posições firmes, duras, claras. Nada de meias palavras, eufemismos, discursos evasivos. Exige que a oposição vá às ruas, como fazia no passado. Ulysses Guimarães, anticandidato em 1970, tendo ao lado Barbosa Lima Sobrinho e outros líderes do MDB, nunca se deixou abater. Atacado por cães da polícia, em Salvador, prosseguiu na batalha pela redemocratização. Foi da coragem do MDB que resultaram as vitórias de 1974, 1978, 1982, até a eleição de Tancredo, em 1985.

A campanha das diretas não se fez com jantares, camisas de seda, gravatas importadas. Longe disso. Em São Paulo, Franco Montoro deu lições de bravura. Reduzida ao extinto MDB, a oposição percorreu o país, organizou reuniões, realizou comícios, mobilizou o povo.

Terão os pré-candidatos Aécio Neves e Eduardo Campos condições de capitalizar o descontentamento que lavra entre trabalhadores, servidores públicos, militares, pequenos e médios empresários, intelectuais e artistas?

É visível o desprestígio da presidente Dilma. Diz a sabedoria popular que você pode se deter na subida, jamais na descida. Abalados por denúncias de corrupção, que atingem o núcleo duro do partido, líderes petistas ensaiam mal dissimulada campanha pela candidatura de Lula, tido como boia salva-vida. Tímidos desmentidos contribuem para consolidar o movimento em prol do retorno, na expectativa de que seja capaz de resgatar a imagem manchada do partido.

O que pensam Aécio Neves e Eduardo Campos da Copa do Mundo, e perdulárias despesas com dinheiro público em estádios? O que dizem das Olimpíadas, onde serão aplicados recursos que faltam para escolas, hospitais, segurança, saneamento, rodovias, portos, aeroportos e infraestrutura? Não se sabe.

Se acaso o PT voltar a vencer, não será por popularidade da candidata, mas resultado da debilidade da oposição.

Advogado, foi ministro do Trabalho e presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST)

José Casado:Um estuário de mágoas

• Em documento, cúpula do PT desqualifica adversários e anuncia guerra total a quem ameaçar ‘a conquista de hegemonia em torno do nosso projeto de sociedade’

- O Globo

São 2.200 palavras espalhadas por dez páginas com as “diretrizes” do programa de governo, da tática de campanha e da política de alianças do Partido dos Trabalhadores para a disputa em outubro. Foram proclamadas na semana passada por 800 dirigentes do partido, sob a batuta de Lula, na sagração da candidatura de Dilma Rousseff à reeleição.

O conteúdo surpreende: revela que o maior partido político brasileiro, a cinco meses da eleição e com sua candidata liderando todas as pesquisas, planeja uma campanha eleitoral raivosa sobre os adversários, na defensiva diante da “complexidade da conjuntura” e dos “reflexos da crise mundial”.

O documento, disponível na rede do PT, é cinco vezes mais extenso que o da campanha de 2010. Indica uma drástica mudança no humor petista depois de 12 anos no poder.

Dissiparam-se o tom de leveza e o autojúbilo com a certeza de que se mudavam “substancialmente o Brasil e a vida dos brasileiros”.

Agora, a “resolução” do PT é pela guerra total a quem ameaçar a “conquista de hegemonia em torno do nosso projeto de sociedade”.

Os dirigentes creem ter uma missão salvacionista: “Superar a herança maldita, cujas fontes são a ditadura militar, o desenvolvimentismo conservador e a devastação neoliberal.”

Assim, veem como “tarefa” o “aprofundamento da soberania nacional, a aceleração e radicalização da integração latino-americana e caribenha, e uma política externa que confronte os interesses dos Estados Unidos e seus aliados”.

Em síndrome persecutória, enxergam “um pesado ataque ao nosso projeto, ao nosso governo e ao PT, por parte de setores da elite conservadora e da mídia oligopolista, que funciona como verdadeiro partido de oposição”. O “principal exemplo”, afirmam, foi o “julgamento de exceção” do mensalão no STF.

Supõem ser essencial desqualificar os adversários:

“Representam um projeto oposto ao nosso, muito embora um deles se esforce em transmutar-se em uma suposta terceira via. Guardadas as diferenças secundárias e temporais, arregimentam os interesses privatistas, rentistas, entreguistas, sob o guarda-chuva ideológico do neoliberalismo e de valores retrógrados do machismo, racismo e homofobia, daqueles que pretendem voltar ao passado neoliberal, excludente e conservador.”

Interpretam a ansiedade por mudanças (expressa por 74% dos eleitores, no Datafolha) como atestado da própria onisciência, pois “todas estão contidas em nosso programa, como é o caso exemplar da reforma política, a democratização da comunicação, a reforma agrária, a reforma urbana e a reforma tributária”.

Acham que o epicentro está na “luta pela reforma política”. Porque “nosso grande objetivo é democratizar o Estado, inverter prioridades e estabelecer uma contra-hegemonia ao capitalismo, construir um socialismo radicalmente democrático para o Brasil”.

Essas “diretrizes” esvanecem a possibilidade de sedução do eleitor pela oferta objetiva de um futuro de progresso pessoal e coletivo. Elas pressupõem que a militância petista vá às ruas intimar o eleitorado a votar em Dilma por solidariedade à cúpula, que parece se afogar num estuário de mágoas. Seria um exercício eleitoral inovador sobre a arte de viver da fé. Só não se sabe fé em quê.

Diário do Poder – Cláudio Humberto

- Jornal do Commercio (PE)

• Itamaraty ignora segurança e escancara o Brasil
Não bastasse a entrada desenfreada de haitianos, o Itamaraty resolveu fazer a festa de movimentos como Al-Qaeda e assemelhados, abrindo as porteiras para que se mudem de mala e cuia para cá: às vésperas da Copa e das Olímpiadas, instruiu embaixadas e consulados a darem vistos – sem consulta prévia ao Brasil – para nacionais do Afeganistão, Irã, Iraque, Jordânia, Líbano, Líbia, Palestina, Paquistão e Síria.

• A circular do risco
A ordem do Itamaraty, liberando vistos em regiões tomadas por grupos terroristas, está na circular telegráfica nº 94443/375, de 7 de maio.

• Irresponsabilidade
O “liberou geral” do Itamaraty, em áreas críticas de segurança, é ainda mais leviano pela falta de estrutura para analisar pedidos de vistos.

• Onde mora o perigo
Sem estrutura nem pessoal qualificado, embaixadas e consulados se valem de contratados locais para analisar a concessão de visto.

• Sabe de nada, inocente
A Secretaria de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça diz que nada sabe sobre a porteira escancarada pelo Itamaraty.

• ‘Contrabando’ em MP dá a Hyundai R$1 bi por ano
Nesta terça (13), último dia para sancionar (ou vetar) a Medida Provisória 627 e todos os seus “contrabandos”, a presidenta Dilma está na iminência de beneficiar mais uma vez o Grupo Caoa Hyundai, e sua fábrica em Anápolis (GO). Segundo a MP 627, o governo abriria mão de mais de R$ 1 bilhão anuais em impostos, por mais cinco anos. Desde 2010, a Hyundai é beneficiada pela isenção, que deveria acabar em 31 de dezembro de 2015. A MP estende a moleza até 2020.

• Prazo fatal
Se o Diário Oficial não publicar nesta quarta a MP 627, sancionada ou vetada, ela vira lei. E torna alguns políticos ainda mais ricos.

• O mesmo de novo
É a segunda vez que a Lei 9.826/99 é alterada. O texto original previa prazo até 2010, mas foi estendido para 2015, a oito meses do prazo.

• MP S/A
A MP 627 tem “contrabandos” como isenção de impostos para remessa de dinheiro ao exterior e até anistia de multas dos planos de saúde.

• Vatapá vergonhoso
Alvo do Conselho Nacional de Justiça por ter se tornado efetiva sem concurso, a mulher do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), Fátima Mendonça, se aposentou no Tribunal de Justiça. Trabalhar, dizem na Bahia, nunca foi seu forte. Ganhava quase R$ 15 mil.

• Lance alto
Assediado para apoiar Luiz Pezão (PMDB) ao governo do Rio, Miro Teixeira (Pros) pode ganhar a Secretaria de Educação. Mas já sinalizou que não está muito disposto a negociar com o PMDB cabralino.

• A mãe na roda
O eterno presidenciável Levy Fidelix é alvo de ação no TJ-DF por ter nomeado a mãe Lecy de Araújo Fidelix como tesoureira do PRTB, sem sequer ser filiada ao partido. Estranha-se a demora no julgamento.

• Suprapartidário
Desembargador federal em Brasília, mais votado em lista tríplice para o Superior Tribunal de Justiça, Reynaldo Fonseca tem a torcida de dois conterrâneos maranhenses que se digladiam na política: senador José Sarney (PMDB-AP) e Flávio Dino (PCdoB), candidato a governador.

• BB de Bagunça Brasil
O Brasil é mesmo uma bagunça: candidatos ao concurso da Cobra Tecnologia, que faz parte de uma subsidiária do Banco do Brasil, a BB Tecnologia, têm que pagar o boleto da inscrição… no banco Santander.

• Bonitinha, mas…
A nova marca dos Correios até que ficou bonitinha, mas os serviços da estatal continuam ordinários: exemplo de eficiência anos atrás, hoje entrega cartas simples com até um mês de atraso. Às vezes, dois.

• Estratégias
A executiva nacional do PSB se reúne nesta terça (13) em Brasília para discutir datas de convenções e para unificar discurso sobre candidatura de Eduardo Campos a presidente, após as últimas pesquisas.

• Cuidado que eu apito!
Virou piada nas redes sociais a campanha Vizinhança Solidária, da Secretaria de Segurança Pública do Acre, que distribuiu apitos para as pessoas pedirem ajuda dos vizinhos quando estiverem em apuros.

• Pensando bem…
…o “trabalho externo” do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares acabou virando piada de salão.

Brasília-DF - Denise Rothenburg

O PMDB, o encontro e a oposição
A menos de um mês da convenção do PMDB para, em tese, reafirmar a aliança com o PT, o partido tem um encontro esta semana que, fatalmente, insuflará a busca de alternativas a esse projeto. Isso porque até aqui os únicos contentes com a aliança são o grupo do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), capitaneado pelo ex-presidente e senador José Sarney (PMDB-AP), e o vice-presidente da República, Michel Temer.
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As insatisfações estão diretamente relacionadas ao incômodo na maioria das composições estaduais, onde PT e PMDB estarão em palanques opostos. E também no plano nacional, em especial a bancada da Câmara, que não se sente parceira do governo Dilma. A sensação entre os deputados é a de que o PT, embora queira o apoio do PMDB, gostaria de ver o partido de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) bastante reduzido. E, como diz o deputado Danilo Forte (PMDB-CE), "você pode pedir a um político tudo. Menos o suicídio".

E as emendas ó...
Os deputados da base aliada estão à beira de um ataque de nervos. No ano passado, eles "venderam" aos prefeitos a ideia do Orçamento Impositivo para garantir as verbas que eles indicam nas previsões de gastos do governo, as tais emendas individuais. Ocorre que a maioria dessas emendas não saiu do papel e o prazo fatal para liberação está logo ali, junho. Ou seja, agora, só depois da eleição.

$$$
Perguntei a alguns deputados o preço de uma campanha para deputado federal em São Paulo. Aqueles que falam em "on" mencionam de R$ 2 milhões a R$ 3 milhões. No off, ou seja, bastidores, citam R$ 10 milhões. Olha o risco de caixa dois aí, gente!

Melhor de três
A presidente Dilma analisa uma lista com os nomes de Pepe Vargas, Henrique Fontana e José Guimarães para o cargo de líder do governo. Fontana está interino e a tendência da presidente, segundo os congressistas, é optar por Pepe Vargas, da Democracia Socialista, uma das alas mais radicais do PT. Assim, vai ficar difícil amansar a base.

Cid e Ciro na área
Assessores do governador do Ceará, Cid Gomes, desembarcaram ontem em Brasília para anunciar que ele chega ainda hoje junto com o irmão, o ex-deputado Ciro Gomes, para uma conversa olho-no-olho com a cúpula do partido. Cid quer o controle do Pros no estado e a manutenção do ministro da Integração Nacional, Francisco Teixeira. Antes de embarcar, porém, ele recebe Dilma em Juazeiro. No restante da visita presidencial ao estado, o cicerone será o vice-governador, Domingos Filho.

Por onde anda/ Depois de ser demitido pelo Conselho Nacional do Ministério Público, Leonardo Bandarra (foto) está dando um tempo da vida pública. O ex-promotor, aquele chamuscado pela operação Caixa de Pandora, se dedica desde então a aulas de saxofone.

Aposta/ O senador Aloysio Nunes Ferreira, do PSDB de São Paulo, calcula que a CPI da Petrobras a ser instalada apenas no Senado vai "morrer de morte morrida". A ordem da oposição é centrar fogo na CPI Mista.

Aulão do PCdoB/ Em meio às CPIs da Petrobras e à onda de denúncias que toma conta do ambiente político, o PCdoB fará uma série de encontros para ver se qualifica o debate. O primeiro tema a ser abordado é a geração de empregos.

Lula na área/ O ex-presidente Lula vai aproveitar a abertura do Congresso dos Diários do Interior do Brasil hoje à noite em Brasília para dar seus recados políticos. Ele, que já se referiu à imprensa como o maior partido de oposição, promete voltar à carga.

Painel - Vera Magalhães

- Folha de S. Paulo

Pelas beiradas
O presidenciável Eduardo Campos (PSB) age para aumentar a dissidência no PMDB e angariar apoio da sigla em Estados em que o partido resiste em apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff. Um dos principais alvos dos pessebistas passou a ser Eunício Oliveira (CE), líder peemedebista no Senado, que aparece à frente nas pesquisas sobre a sucessão de Cid Gomes (Pros). O arranjo daria a vice do ex-ministro de Lula ao PSB e poderia incluir o tucano Tasso Jereissati para o Senado.

Com quem será? Geraldo Alckmin (PSDB), Paulo Skaf (PMDB) e Alexandre Padilha (PT) disputam as quatro "noivas" da sucessão paulista. O PSD está propenso a fechar com o tucano; o PP, com o petista, e o PDT está dividido entre Padilha e Skaf.

Canelada Já a crise do PR com Dilma atrapalha a aliança em São Paulo. O mal estar será levado ao programa de TV da sigla, cujo slogan é: "Em time que está ganhando se mexe". O ministro dos Transportes, Cesar Borges, não foi escalado para gravar.

DR Num sinal de que o namoro com Gilberto Kassab (PSD) empacou, dirigentes do PMDB começam a fazer ressalvas à possível indicação de Alda Marco Antônio para a vice de Skaf. Ela trocou o PMDB pelo PSD em condições pouco amistosas.

Eu, não Ministros de Dilma se preocupam com a possibilidade de Kassab, aliado do PT na sucessão nacional, ser vice de Alckmin. Procurado por emissários da presidente, o ex-prefeito negou que esteja prestes a firmar aliança com o tucano.

De cátedra O Palácio dos Bandeirantes ampliou a estratégia usar funcionários de perfil técnico para rebater declarações de Padilha. Dilma Pena, da Sabesp, e Casemiro Carvalho, da Secretaria de Logística e Transporte, foram escalados. A ideia é distanciar o tucano das críticas e do embate eleitoral antecipado.

Treino O governo federal monitora com preocupação a chamada "Superquinta", prevista para depois de amanhã. A avaliação é que a extensão dos protestos será o melhor indicativo até agora da proporção que os atos podem atingir durante a Copa.

Dupla face Uma preocupação extra dos encarregados de informar o Palácio do Planalto sobre o potencial de estrago de greves é que muitos dos recentes movimentos foram convocados por grupos de oposição das entidades, e não pelas diretorias.

Em frente As vaias dirigidas a Dilma ontem em Minas, comandadas pela Juventude do PSDB, eram esperadas pelo Planalto. Assessores palacianos afirmam que o risco de as claques contrárias à presidente em eventos se tornarem frequentes não deve mudar sua agenda.

Tamo junto Líder do MST, João Paulo Rodrigues se reúne hoje, em Londres, com o ativista Julian Assange, do Wikileaks. O coordenador nacional do movimento dirá que a entidade, que já defendeu asilo para o sueco no Equador, apoia possível vinda dele para o Brasil.

Visitas à Folha Marco Aurélio Mello, presidente do Tribunal Superior Eleitoral e ministro do Supremo Tribunal Federal, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Edevaldo Alves da Silva, fundador das Faculdades Metropolitanas Unidas, e de Kátia Cubel, assessora de imprensa.

Mônica S. e Sousa, diretora comercial da Maurício de Sousa Produções, visitou ontem a Folha. Estava com Larissa Purvinni, gerente de estratégia digital, e Maristela Mafei, diretora-geral da Máquina Public Relations.

Tiroteio
"A máscara caiu. De que adianta o governo Alckmin se vangloriar do aumento do valor da indenização se nenhum centavo é pago?"
DO DEPUTADO MAJOR OLÍMPIO (PDT-SP), sobre o governo não ter indenizado famílias de policiais assassinados em razão da profissão, mesmo de folga.

Contraponto
Só não vai quem já morreu

Convidada para cantar na posse de Carlos Ayres Britto na presidência do STF em 2012, a cantora Daniela Mercury conta que ficou surpresa quando os ministros pediram que ela furasse a fila dos cumprimentos às autoridades.

--Não sabia que os ministros eram meus fãs --disse.

--Já vi que vocês todos são foliões! ""brincou a presidente Dilma Rousseff.

--Já pulamos muito embaixo dela no Carnaval ""emendou Joaquim Barbosa.

--Opa! Assim eu fico numa situação delicada! ""retrucou a cantora, provocando gargalhadas.