• E mais: Jucá, Eunício, Palocci, Kátia Abreu, Geddel, Agripino, Cunha, Jaques Wagner, Marco Maia, Ciro Nogueira, Gim Argelo
Ex-executivos da maior empreiteira do país começam a ser ouvidos pela Lava-Jato e relatam doações legais e ilegais para integrantes das cúpulas do governo e do PMDB, além de tucanos, petistas e partidos aliados do Planalto
Em delação para a Lava-Jato, o ex-diretor da Odebrecht Claudio Melo Filho citou o presidente Temer e integrantes das cúpulas do governo e do PMDB como beneficiários de doações, legais ou via caixa dois, em troca de apoio a interesses privados da empreiteira, segundo o “Jornal Nacional” da TV Globo. Melo afirmou que, em 2014, Temer pediu a Marcelo Odebrecht ajuda para campanhas e que o então presidente da empresa deu R$ 10 milhões para Skaf em SP e para Eliseu Padilha, hoje ministro. Parte do dinheiro teria sido entregue no escritório de José Yunes, amigo e assessor de Temer. Em nota, o presidente repudiou “com veemência as falsas acusações” e disse que as doações foram legais. Segundo o delator, foram repassados R$ 22 milhões ao senador Romero Jucá. Também foram citados os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Rodrigo Maia, e petistas como Jaques Wagner. Executivos da Odebrecht delataram ainda caixa dois para campanhas do governador Alckmin e do hoje ministro Serra, do PSDB. Os acusados negam irregularidades.
Delator põe Temer no centro da Lava-Jato
• Ex-executivo da Odebrecht diz que entregou R$ 10 milhões para amigo de presidente
Jailton de Carvalho - O Globo
-BRASÍLIA- Revelações do ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho colocam o presidente Michel Temer e seus principais aliados no centro da Operação Lava-Jato. A investigação que já devassou as relações irregulares da gestão do PT agora aponta para a cúpula do PMDB. Na delação premiada que fez ao Ministério Público Federal e que ainda depende de homologação do Supremo Tribunal Federal (STF), divulgada ontem pelo “Jornal Nacional”, da TV Globo, Cláudio Melo diz que entregou dinheiro em espécie no escritório do advogado José Yunes, amigo e assessor especial do presidente Temer, durante a campanha eleitoral de 2014. O pagamento faria parte de um repasse de R$ 10 milhões que, segundo narrou Cláudio Melo na delação, Temer negociara “direta e pessoalmente” com o ex-presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht, numa reunião no Palácio do Jaburu, em maio de 2014, dois meses depois do início da Lava-Jato.