terça-feira, 7 de junho de 2016

Opinião do dia – Roberto Freire

O governo precisa ter uma sintonia fina com a sociedade e, ao mesmo tempo, com o Congresso, que vai ser chamado para discutir as principais questões. O governo tem uma sólida maioria na Câmara e no Senado como poucas vezes tivemos. Esse é um dado positivo porque dá sustentação às propostas. Mas essas medidas também têm de estar em sintonia com a sociedade.

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Roberto Freire é deputado federal por S. Paulo e presidente nacional do PPS, em Seminário “Brasil: Desafios e Perspectivas”, São Paulo, 6/6/2016

Janot pede prisão de Renan, Sarney e Jucá por agirem contra Lava-Jato

• Procurador quer afastar o presidente do Senado

Decisão está nas mãos de Teori, do STF; na Câmara, manobra abre espaço para que Cunha seja salvo no plenário

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros, do ex-presidente José Sarney e do senador Romero Jucá, todos do PMDB, grampeados tentando interferir nas investigações da Lava-Jato, revela JAILTON DE CARVALHO. Janot também pediu o afastamento de Renan, com argumentos parecidos com os que levaram ao afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara. Os pedidos estão nas mãos do ministro do STF Teori Zavascki, relator da LavaJato. Cunha começa a ser julgado hoje pelo Conselho de Ética. Parecer do presidente da CCJ, Arthur Lira, abriu caminho para que Cunha seja salvo e plenário possa alterar a decisão do conselho.

Caciques nas mãos do STF

• Janot pede a prisão de Renan, Sarney e Jucá por tentarem barrar a Operação Lava-Jato

Jailton de Carvalho – O Globo

-BRASÍLIA- O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal a prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) e do senador Romero Jucá (PMDB-RR). A informação é de um interlocutor de ministros do STF. Renan, Sarney e Jucá foram flagrados tramando contra a Operação Lava-Jato em conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Os pedidos de prisão já estão com o ministro Teori Zavascki, do STF, há pelo menos uma semana.

Janot também pediu o afastamento de Renan da presidência do Senado, usando argumentos similares aos empregados no pedido de destituição de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara e do mandato de deputado federal, o que acabou sendo atendido pelo STF.

Os indícios de conspiração, captados nas gravações e reforçados pelas delações de Sérgio Machado e de seu filho Expedito Machado, são considerados por investigadores mais graves que as provas que levaram Delcídio Amaral à prisão, em novembro do ano passado, e à perda do mandato, em maio. De acordo com a fonte, Delcídio tentou manipular uma delação, a do ex-diretor de Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, enquanto Renan, Sarney e Jucá planejavam derrubar toda a Lava-Jato.

A influência de Sarney
Para essa pessoa com acesso às investigações, não há dúvida de que, se a trama não fosse documentada pelas gravações de Sérgio Machado, a legislação seria modificada de acordo com o interesse dos investigados. Renan, Jucá e Sarney estão entre os políticos mais influentes do Congresso. Sarney, mesmo sem mandato, controla bancadas na Câmara e no Senado. Ele teria tido, inclusive, papel decisivo no processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff. Jucá, logo depois que Michel Temer assumiu interinamente a presidência da República, foi alçado ao cargo de ministro do Planejamento, mas caiu após a divulgação das escutas.

Ministro do STF autoriza inquérito para investigar Aécio e Paes

O ministro do STF Gilmar Mendes autorizou abertura de inquérito para investigar o presidente do PSDB, Aécio Neves, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), e o ex-senador Clésio Andrade, acusados pelo ex-senador Delcídio Amaral, delator da Lava-Jato, de agir para poupar o Banco Rural na CPI dos Correios. Os acusados negam.

Gilmar Mendes manda abrir inquérito para investigar Aécio e Paes

• Eles são acusados de maquiar dados do Banco Rural em CPI, mas negam

André de Souza - O Globo

-BRASÍLIA- O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou abertura de inquérito para investigar o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), e o ex-senador Clésio Andrade. O objetivo é apurar se eles atuaram para maquiar dados do Banco Rural obtidos pela CPI dos Correios, que funcionou entre 2005 e 2006 e investigou o mensalão. Aécio era governador de Minas na época, e Clésio, seu vice. Paes era deputado do PSDB e integrante da CPI. Eles negam a acusação.

‘Fui sacaneado’ por Dilma

Em delação, o ex-diretor Cerveró reafirmou que Dilma mentiu e que ela sabia de tudo sobre Pasadena.

Cerveró se diz ‘sacaneado’ por Dilma

• Em depoimento, ex-diretor diz que foi escolhido para ‘Cristo’

Carolina Brígido e André de Souza - O Globo

BRASÍLIA - Em depoimento da delação premiada, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró disse que foi “sacaneado” e “jogado do fogo” pela presidente afastada, Dilma Rousseff. O desabafo foi feito quando Cerveró contava sua versão sobre a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pela Petrobras.

Cerveró reclamou do fato de Dilma o ter responsabilizado pelas negociações. Ele também demonstrou decepção pela presidente, supostamente, não ter tomado providências para tentar libertá-lo da prisão.

Temer congela nomeação em estatais e irrita aliados

Temer determina paralisação de nomeações para diretorias ou presidências de estatais

• Intenção, segundo o governo, é acabar com a ingerência política nas instituições; Medida vale até a aprovação do projeto de lei complementar 268/2016, que tramita na Câmara

Carla Araújo, Eduardo Rodrigues, Idiana Tomazelli e Tânia Monteiro - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - O presidente em exercício Michel Temer afirmou nesta segunda-feira, 6, que determinou a paralisação de nomeações para diretorias ou presidência de estatais ou fundos de pensão. A medida vale até a aprovação do projeto de lei complementar 268/2016, que prevê indicação apenas de pessoas "com alta qualificação técnica" para estes cargos.

A intenção, segundo o governo, é acabar com a ingerência política nas instituições. O projeto já foi aprovado pelo Senado e agora tramita na Câmara dos Deputados.

Temer decide manter ministro do Turismo, advogado-geral da União e secretária das Mulheres

• De acordo com o presidente em exercício, sucessivas trocas, por conta de denúncias ou críticas, estariam promovendo instabilidade ao governo

Erich Decat, Tânia Monteiro e Carla Araújo - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - Em reunião realizada no final da manhã desta segunda-feira, 6, no Palácio do Jaburu, o presidente em exercício, Michel Temer, decidiu, por ora, manter nos cargos, por ora, o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, o advogadao-geral da União, Fábio Medina Osório e a secretária das Mulheres, Fátima Pelaes. O encontro também contou com a participação dos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Geddel Vieira Lima (Secretaria Geral).

Segundo relato de três auxiliares que tiveram acesso às conversas, o presidente em exercício dará “um voto de confiança” a Alves, até que surjam novos elementos contra o ministro, que chegou a ocupar a mesma pasta no governo Dilma na cota pessoal de Temer.

Janot pede prisão de Renan, Sarney e Jucá por trama contra a Lava Jato

- Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal) pedido de prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do senador Romero Jucá (PMDB-RR) e do ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP).

O caso será analisado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo. A base para os pedidos de prisão tem relação com as gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado envolvendo os peemedebistas. As conversas sugerem uma trama para atrapalhar as investigações do esquema de corrupção da Petrobras.

Os pedidos de prisão foram divulgados nesta terça-feira (7) pelo jornal "O Globo" e confirmado pela Folha. No caso de Sarney, o pedido é de prisão domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica.

Janot também pediu ao STF o afastamento de Renan da Presidência do Senado.

Comissão do Senado desiste de acelerar o impeachment

Comissão do impeachment aprova calendário de trabalho

Mariana Haubert – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - A Comissão Especial do Impeachment aprovou, nesta segunda-feira (2), o calendário de trabalho para os próximos meses, com a previsão de que o colegiado vote seu relatório em 27 de julho. Assim, a votação final do processo que pode levar à saída definitiva da presidente afastada Dilma Rousseff deverá acontecer até o fim de agosto.

A aprovação do cronograma ocorreu em um clima bem mais tranquilo do que o visto na última reunião do colegiado, na quinta-feira (2) passada, em que os senadores discutiram por mais de 10 horas sobre o andamento dos trabalhos. Os ânimos se acirraram quando o presidente do colegiado, Raimundo Lira (PMDB-PB), acatou um pedido para reduzir em 20 dias o prazo de tramitação do processo.

O peemedebista reviu sua decisão nesta segunda, o que viabilizou o acordo para a votação do calendário proposto pelo relator do processo, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG). O tucano reiterou que seu planejamento é "meramente uma proposta indicativa" e pode sofrer alterações ao longo dos trabalhos. "Se o cronograma se demonstrar insuficiente, evidentemente que ele poderá ser aumentado", disse.

Planalto corta pelo menos R$ 8 milhões de sites simpáticos ao PT

• Temer suspende verba publicitária prevista por gestão Dilma a blogueiros e jornalistas que defendem a presidente afastada

Tânia Monteiro - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - Em nova batalha da guerra da comunicação contra os petistas, o presidente em exercício Michel Temer cortou a principal fonte de recursos de blogs e sites considerados aliados da presidente afastada Dilma Rousseff e bloqueou ao menos R$ 8 milhões dos R$ 11 milhões previstos para serem liberados até dezembro em publicidade de ministérios e estatais, como Petrobrás, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.

A justificativa é que os veículos seriam “instrumento de opinião partidária”, com críticas ao atual governo e ao impeachment, e que a verba será direcionada a iniciativas de divulgação de “múltiplas opiniões”.

'Temer cortou até o almoço dela', afirma Lula em ato no Rio

• Ex-presidente disse que quer retorno de Dilma ao Planalto para 'corrigir os erros' e ironizou manifestantes pró-impeachment

Antonio Pita - O Estado de S. Paulo

RIO - Na primeira manifestação pública após o impeachment, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reclamou dos cortes na alimentação e nas viagens em aviões da FAB, decididos pelo governo do presidente em exercício Michel Temer, em relação à presidente afastada Dilma Rousseff. “Temer não tinha o direito de fazer o que fez. Ele cortou até o almoço da Dilma. Amanhã vamos comer marmitex”, ironizou o ex-presidente, em ato organizado por centrais sindicais no centro do Rio, na noite de segunda-feira, 7.

O ex-presidente espera que a presidente afastada volte ao cargo. “Não estou dizendo que Dilma não cometeu erros, cometeu. Mas queremos que ela volte para corrigir os erros que cometemos.” Lula falou da possibilidade de influência do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no governo. “Os coxinhas sabem que o ministério de Temer é o ministério do (Eduardo) Cunha”.

Segundo Lula, as medidas adotadas contra a presidente Dilma, como a restrição ao uso de aviões da FAB, "não vão impedir de sair pelo País para denunciar esse governo". Mais magro e com voz ainda mais rouca que o habitual, Lula avaliou que tem uma "dívida com a sociedade brasileira", mas evitou se posicionar sobre as eleições de 2018.

Janot pede ao STF prisão de Renan, Cunha, Jucá e Sarney

Por Maíra Magro – Valor Econômico

BRASÍLIA - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros, do ex-presidente da República José Sarney e do senador Romero Jucá, todos do PMDB, por tentativa de obstruir as investigações da Operação Lava-Jato. A notícia foi publicada nesta terça-feira pelo jornal O Globo e confirmada pelo Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor.

Janot também pediu ao STF a detenção do presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. A informação foi confirmada pelo “Bom Dia Brasil” da TV Globo.

Os pedidos foram enviados ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), na semana passada.

Janot pediu as prisões com base em gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, em que Sarney, Renan e Jucá aparecem defendendo medidas para barrar as investigações do esquema de corrupção da Petrobras. No caso do ex-presidente Sarney, o pedido foi de prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica.

Janot pediu o afastamento de Renan, como antecipou o Valor, com base em argumentos semelhantes aos que levaram ao afastamento de Cunha da presidência da Câmara.

Impeachment será concluído em agosto, decide comissão

Por Vandson Lima e Thiago Resende – Valor Econômico

BRASÍLIA - Após a ampla repercussão negativa, que incluiu uma crítica por nota oficial do presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente da comissão do impeachment, senador Raimundo Lira (PMDB-PB), anulou a própria decisão que, na semana passada, havia encurtado em 20 dias o cronograma para concluir o processo de destituição da presidente afastada Dilma Rousseff.

Com isso, os prazos para alegações finais de defesa e acusação retornam de 5 dias para até 15 dias cada. "Não recuei. Reconsiderei", justificou Lira. O Valor apurou que Lira ficou "incomodado" com as críticas ao enxugamento do calendário, que passaria a ser menor que o registrado na época do impeachment do ex-presidente Fernando Collor, hoje senador pelo PTC-AL.

Entrevista: ‘É necessário construir novas regras, nova ética, novas relações, nova governança’

• Para Fausto Matto Grosso, a sociedade política se afastou enormemente da sociedade civil, que deveria ser a fonte da sua representatividade

Cristina Medeiros – Correio do Estado (MS)

Diante da indiscutível crise que o mundo ocidental vivencia na efetivação de uma (real) democracia representativa, quais medidas sociais, políticas e jurídicas podem ser implementadas com o objetivo de que a desejada confiança do povo seja alcançada, uma nova governança seja criada e a parceria entre governo e sociedade se estabeleça? Estas e outras questões fazem parte das reflexões de um grupo de pessoas em Campo Grande, que formou o Movimento por uma Cidade Democrática. Dele faz parte o professor aposentado e engenheiro civil Fausto Matto Grosso, que nesta entrevista ao Correio do Estado fala, entre outras coisas, da necessidade de refundação da política em novas bases, de maneira a que se recupere a confiança social.

• O senhor faz parte de uma plataforma nacional intitulada Cidade Governança Democrática. Poderia explicar de que se trata e por que sua adesão?

Francisco Fausto Matto Grosso Pereira - Na atualidade, há uma grave crise na maneira de fazer política e de fazer governo. Os políticos, os partidos e os governantes estão profundamente desacreditados. Há uma profunda crise de representação. A sociedade política se afastou enormemente da sociedade civil, que deveria ser a fonte da sua representatividade. Há que se reconstruir essa relação da política com a sociedade, fazer a política e os governos cumprirem suas finalidades públicas, pautarem-se por princípios cívicos e republicanos, comporem-se de quadros representativos e capazes, serem transparentes e confiáveis, para que se recupere a confiança social, base para a necessária parceria entre governo e sociedade. Essa é a ideia central, é necessário construir novas regras, nova ética, novas relações, em outras palavras, nova governança.
Essa nova governança, democrática por sua natureza, representaria a refundação da política em novas bases, de maneira a que se recupere a confiança social. Esta é a resposta para a crise que vivemos, é a única possibilidade de se criar a sinergia necessária, entre todas as forças vivas da sociedade, para enfrentar os enormes desafios existentes nas cidades. É nisso que acredito, por isso estou empenhado na construção coletiva dessa nova política.

Governo deve atuar em ‘sintonia fina’ com Congresso e sociedade, diz Freire em seminário

Fábio Matos- Assessoria Parlamentar

SÃO PAULO - O governo do presidente interino Michel Temer deve ter a preocupação de agir em sintonia com o Congresso Nacional, mas sem se esquecer das demandas da sociedade e da repercussão das medidas adotadas junto à opinião pública. A avaliação é do deputado Roberto Freire (SP), presidente nacional do PPS, que participou nesta segunda-feira (6) do seminário “Brasil: Desafios e Perspectivas”, organizado pela InterNews e realizado no Paulista Plaza Hotel, em São Paulo.

Além do parlamentar, que foi um dos conferencistas do evento, participaram do encontro o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o economista Mansueto Almeida, secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, e o cientista político Bolívar Lamounier.

Pedidos de prisão de Renan, Jucá e Cunha transferem pressão ao Congresso, dizem auxiliares de Temer

• Para interlocutores do presidente em exercício, governo fica menos exposto a desgastes após constrangimentos provocados pela Lava Jato, mas vive incerteza sobre impacto da medida na votação do impeachment no Senado

Erich Decat - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA – Auxiliares do presidente em exercício Michel Temer avaliam, de forma preliminar, que o pedido de prisão de parlamentares do PMDB feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, colocaria o Congresso no centro da crise política e amenizaria as atenções voltadas para as idas e vindas do atual governo. O chefe do Ministério Público Federal quer que o Supremo Tribunal Federal decrete as prisões do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do senador e ex-ministro do Planejamento Romero Jucá (PMDB-RR) e do ex-presidente e ex-senador José Sarney (PMDB-AP), com base na delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, além de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já afastado da presidência da Câmara.

A retórica da intransigência e a pedagogia política da transigência - Paulo Fábio Dantas Neto

Ao lado da insistência na assim chamada narrativa do golpe, o discurso das forças políticas afastadas recentemente do governo federal destaca-se pelo tom preditivo. Afoitas como nunca, anunciam o caos político e social como resultado necessário do sentido antipopular - pecado mortal, para elas - de toda e qualquer ação ou declaração, real ou imputada, do governo interino. Em raciocínio circular, vaticinam o fracasso dessa interinidade “neoliberal”, resultado lógico e independente de ações concretas, daquilo que afirmam ser o pecado original dessa interinidade. Assim, origem e futuro do governo interino explicam-se mutuamente. Tudo retoricamente explicado e resolvido. Dialética manca e obscura sobre a cena complexa.

Penso não ser coincidência que esse discurso convirja (na parte preditiva, não no diagnóstico do “golpe”) com o de setores que, na imprensa e no ambiente político, mais do que propriamente no mercado, difundem uma ideologia ultraliberal. Vozes assim já ensaiam anunciar que a credibilidade de uma nova postura fiscal se esvairá porque a atitude política do governo interino, na relação com o Congresso, partidos, servidores públicos e outras “impurezas” do mundo real, afasta-se do script fundamentalista que esses setores propõem.

O cacoete de apontar patologia e fracasso em tudo o que não é espelho de sua crença une os dois extremos de um contencioso que tenta travar a política, mesmo que o extremo daquilo que se autonomeia esquerda torça e aja abertamente contra o governo Temer e o outro - de uma nem sempre assumida direita - siga numa crítica mais branda e enviesada, nutrindo expectativas de instrumentalizar a nova situação.

Dores da interinidade - Merval Pereira

- O Globo

A interinidade está fazendo mal ao novo governo. Os “profissionais” da política, como eram conhecidos os caciques do PMDB, estão errando mais do que se previa. Até mesmo quando acertam deixam margem para questionamentos. É o caso da decisão anunciada ontem pelo próprio presidente interino, Michel Temer, de suspender as nomeações em estatais e fundos de pensão, até que seja aprovada uma legislação que proíba interferências políticas nas escolhas, que deverão ser eminentemente técnicas.

Aparentemente é uma decisão correta, mas na prática demonstra apenas a falta de independência que o presidente tem para nomear membros de seu governo. Ele não precisou de nenhuma legislação ao nomear Pedro Parente para presidir a Petrobras. Por que necessitaria para a escolha de técnicos para outros órgãos estatais, como os do sistema elétrico, que já começava a ser loteado pelos políticos, especialmente do PMDB?

Nós, mulheres - Eliane Cantanhêde

- O Estado de S. Paulo

Primeira mulher presidente do Brasil, Dilma Rousseff está afastada do cargo por um processo de impeachment. Primeira governadora eleita, Roseana Sarney não foi reeleita (voltou com a cassação do primeiro colocado) e anda às voltas com a Justiça. Primeira prefeita eleita numa capital, Fortaleza, Maria Luiza Fontenelle foi uma tragédia e comeu o pão que o diabo amassou. Primeira prefeita eleita em São Paulo, Luiza Erundina engoliu muito sapo do seu próprio partido à época, o PT.

Será que se foi o tempo em que as pesquisas de opinião apontavam a preferência por mulheres na política? Eram consideradas mais honestas, mais confiáveis, mais trabalhadoras, enquanto a lei das cotas simplesmente não deslanchava – nem as cotas eram preenchidas nem as bancadas femininas encorpavam. Aparentemente, vai piorar.

Freio na guilhotina – Bernardo Mello Franco

- Folha de S. Paulo

O governo interino começou a semana com mais cabeças a prêmio. Segunda de manhã (6), os candidatos à degola eram três: o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves; a secretária da Mulher, Fátima Pelaes; e o advogado-geral da União, Fábio Medina Osório.

Alves voltou à mira da Lava Jato com a divulgação de um documento em que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o acusa de receber verbas do "esquema criminoso montado na Petrobras".

Pelaes foi atingida por uma investigação sobre desvio de emendas parlamentares. Osório não sofreu acusações, mas virou alvo de intrigas no Planalto e no Jaburu.

Sem alternativa - Luiz Carlos Azedo

• A solução da crise não depende do Judiciário; está nas mãos dos políticos. Por mais que eles estejam com as cabeças na guilhotina

- Correio Braziliense

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, sepultou ontem a possibilidade de convocação antecipada de eleições presidenciais ao anunciar que “dificilmente” o pedido de cassação da chapa da presidente afastada Dilma Rousseff e do presidente interino, Michel Temer, de autoria do PSDB, será julgado pela Corte neste ano. Pela Constituição, em caso de cassação da chapa após dois anos de mandato, o novo presidente deve ser eleito pelo Congresso.

Como se sabe, o PT acena com a possibilidade de convocação antecipada de eleições para um grupo de oito senadores ainda indecisos quanto ao impeachment. A proposta, porém, é inconstitucional; somente seria viável com a renúncia de Dilma e de Temer. A única possibilidade real de convocação de novas eleições seria o julgamento do pedido de cassação da chapa apresentado pelo PSDB logo após as eleições, por abuso do poder econômico.

Revisão à esquerda dos governos do PT - Raymundo Costa

• PSB questiona ganhos sociais nos últimos 13 anos

- Valor Econômico

Está no forno a primeira crítica à esquerda da era PT. Trata-se de um estudo sobre a concentração de renda elaborado pela Fundação João Mangabeira (FJM), entidade vinculada ao PSB. A noção de que houve inédito e expressivo processo de distribuição de renda no país, nos últimos 13 anos, não para em pé. Ao contrário. Pelo menos desde 2013 há uma reversão de ganhos eventuais. A conclusão é que o PT pecou por evitar fazer reformas estruturais.

"Os desafios de 13 anos atrás são praticamente os mesmos", diz Carlos Siqueira, presidente do PSB, com uma cópia do boletim de conjuntura da FJM em mãos. "Dizer que o PT fez uma revolução social é uma tremenda falácia". Quando se olha em perspectiva, as melhores conquistas no que diz respeito à redução das desigualdades, segundo o estudo, são aquelas combinadas no tripé saúde-assistência social e previdência social, estabelecido na Constituição de 1988. "Distribuiu renda, gerou direitos e deveria ser aperfeiçoado. Em vez disso o PT fez assistencialismo que não gera nem direitos", diz.

Nunca às segundas-feiras - Jorge Bastos Moreno

- O Globo

Outra moda da era Michel Temer: não esperem mais quedas de ministros às segundas-feiras. O presidente Michel Temer, desde a última quinta-feira, já tinha decidido demitir o advogado-geral da União, Fábio Medina Osório, por uma série de erros cometidos por ele durante a semana, dentre eles uma carteirada na FAB e omissão no caso da liminar que devolvia à presidência da EBC o jornalista nomeado por Dilma.

Astral ainda elevado - Celso Ming

• Apesar das decisões impopulares que tomou para reequilibrar os fundamentos da economia, Macri apresenta sólido apoio na Argentina

- O Estado de S. Paulo

Com seis meses de governo, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, sustenta sólido apoio, apesar das decisões impopulares que tomou para reequilibrar os fundamentos da economia.

Seu governo teve início em dezembro com imagem positiva de 66%, de acordo com a Consultoria Isonomia, e no fim de maio ostentava 62%. Diferentemente do que acontece no Brasil, a opinião pública argentina separa os índices de avaliação da coligação de governo (“Cambiemos”) da avaliação do presidente. Este iniciou seu mandato com os mesmos 62% de aprovação e hoje está com cerca de 52%. Na edição desta segunda-feira, o diário portenho La Nación observa que esse nível de avaliação é similar ao que detinha Cristina Kirchner seis meses depois do início de seu segundo mandato, e muito superior aos 28% que mostrou no início do primeiro.

Cenário melhor - Míriam Leitão

- O Globo

Economistas começam a prever uma queda forte dos juros a partir de agosto, diante dos vários sinais de melhora nas expectativas. Bancos e consultorias estão reduzindo a projeção de recessão deste ano e elevando o crescimento de 2017. José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados, está prevendo um crescimento para o PIB do ano que vem entre 2% e 2,5%.

No Focus de ontem, a previsão de inflação subiu um pouco, pelo efeito dos preços agrícolas. Segundo Mendonça de Barros, é temporário. O mesmo fenômeno que eleva ligeiramente as previsões de inflação, para 7,2%, está por trás da recuperação: subiram fortemente os preços internacionais de açúcar, soja, milho e carnes. Isso eleva a exportação de produtos agrícolas:

Encarar a sujeira – Editorial / Folha de S. Paulo

Ainda não foi desta vez que Michel Temer (PMDB) começou uma semana livre de turbulências em seu primeiro escalão. Na manhã desta segunda-feira (6), o presidente interino promoveu uma reunião no Palácio do Jaburu para decidir o destino dos ministros Henrique Eduardo Alves (Turismo) e Fábio Osório (Advocacia-Geral da União).

Sobre o primeiro pesa a suspeita de que tenha recebido dinheiro no esquema do petrolão. O segundo vinha sendo criticado por sua atuação à frente da pasta. Ao menos por ora, Temer considerou não haver motivos suficientes para afastá-los, e ambos mantêm seus cargos.

Antes deles, outros enfrentaram provações semelhantes, mas com distintos desfechos. Alexandre de Moraes (Justiça) e Ricardo Barros (Saúde) viram-se obrigados a emendar as próprias declarações; Romero Jucá e Fabiano Silveira, por sua vez, terminaram fora de suas pastas (Planejamento e Transparência, respectivamente).

Temer tem de ser inflexível com a corrupção – Editorial / O Globo

• Surgem mais histórias sobre a cúpula do PMDB em esquemas de desvio de dinheiro público, e por isso o presidente precisa impedir que governo seja contaminado

A enorme ambiguidade que vive o PMDB, partido de Michel Temer, de substituir o PT no Planalto, na tramitação do impeachment de Dilma, mas ter sido sócio de petistas em esquemas tenebrosos de corrupção, principalmente no que ajudou a desestabilizar a Petrobras, impõe ao presidente interino um comportamento inflexível em questões éticas — ele não pode vacilar diante do envolvimento de ministros ou assessores próximos com a malversação de dinheiro público.

Ao assumir, no afastamento de Dilma Rousseff decidido pelo Senado, Temer foi logo testado com as primeiras revelações de conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, enquanto acertava sua delação premiada com o Ministério Público.

Sobre honestidade – Editorial / O Estado de S. Paulo

A “presidenta honesta” vai ter que encontrar motivo melhor para denunciar o “golpe” armado contra ela pelos corruptos que “querem acabar com a Operação Lava Jato”. Marcelo Odebrecht, às vésperas de completar um ano atrás das grades, em delação premiada acusa a presidente afastada de ter exigido da maior empreiteira de obras públicas do País R$ 12 milhões de “contribuição” para a campanha presidencial do PT em 2014. Aquela eleição que ela venceu por pouco, depois de ter mentido despudoradamente, acusando a oposição de planejar medidas impopulares que ela própria tentou implementar. Com a colaboração de Marcelo Odebrecht, portanto, Dilma Rousseff ingressa na confraria dos políticos que se locupletam no poder ou são investigados sob essa suspeita. Corre o sério risco de se tornar, por decisão do Congresso e da Justiça, “ex-presidenta desonesta”.

A delação de Odebrecht, ainda não homologada pelo STF, teve parte de seu conteúdo vazado pela revista IstoÉ. De acordo com as informações, a “colaboração” de R$ 12 milhões foi solicitada ao então presidente da empreiteira pelo então tesoureiro da campanha presidencial petista, Edinho Silva. Disposto a não atender ao pedido, Marcelo Odebrecht foi diretamente a Dilma Rousseff, de quem teria recebido a ordem: “É para pagar”.

O Globo Apesar dos percalços, o governo vai bem - Marco Antonio Villa

• O maior desafio será a convivência com um Congresso sob a mira da Justiça e que deve tentar chantagear o Executivo

- O Globo

Vivemos a conjuntura mais complexa da história republicana. Michel Temer governa um país cercado por crises por todos os lados. Tem bases políticas frágeis no Congresso. Não numericamente, ao menos até o momento. Mas no campo ético. Herdou o Congresso que ajudou o PT a governar por 13 anos e cinco meses. Tem a tarefa de retirar o país da tormenta, conduzi-lo a porto seguro, com a mesma caravela que serviu fielmente ao projeto criminoso de poder.

Esta contradição vai marcar todo o período de seu governo, mesmo após a recomposição ministerial, que deve ocorrer após o Senado julgar o impeachment de Dilma Rousseff. Se não há qualquer possibilidade de o projeto criminoso voltar ao poder, o que poderia levar o país à guerra civil, é líquido e certo que Temer deve organizar um governo sob novas bases quando for presidente de fato. O maior desafio será a convivência com um Congresso sob a mira da Justiça e que deve tentar chantagear o Executivo nas questões consideradas vitais para a nova administração federal.

Para o governo caber em suas receitas - Edmar Bacha

• Será preciso conter os privilégios que levam a um crescimento insustentável dos gastos públicos sem benefício para a grande maioria da população

- O Globo

O governo de Michel Temer obteve do Congresso aprovação para um déficit de R$ 170 bilhões no Orçamento para 2016. Trata-se da diferença entre o que o governo gasta e o que ele arrecada de impostos. A conta não inclui os juros da dívida, os quais devem adicionar mais R$ 400 bilhões ao déficit. Ou seja, o governo federal está prevendo gastar R$ 570 bilhões a mais do que arrecada em impostos em 2016.

Para cobrir esse buraco, tem que colocar dívida no mercado, a qual já anda pela casa dos R$ 3 trilhões. Isso implica que a conta de juros continuará salgada, aumentando ainda mais a dívida. Essa história não pode terminar bem: ou dá numa superinflação, como na década de 1980, ou num calote, como no Plano Collor, em 1990.

Se a Dilma voltar - Arnaldo Jabor.

- O Globo

O Brasil virou uma piada internacional. Outro dia, vi um programa na CNN sobre nós. Tive vontade de chorar. Segundo a imprensa estrangeira, nós somos incompetentes até para sediar a Olimpíada, a economia está quebrada e o impeachment pode impedir os Jogos, pois somos desorganizados, caem pontes e pistas, os mosquitos estariam esperando os atletas, a Baía de Guanabara é um lixo só, bosta boiando, o crime campeia na cidade, onde conquistamos brilhantemente o recorde de estupros.

Até um programa humorístico famoso, o “Saturday Night Live”, fez uma sátira — Dilma fumando charuto e tomando caipirinha, numa galhofa insultuosa que sobrou para o país todo.

Mas Dilma sabe defender o país. Seus discursos revelam isso. Senão, vejamos, suas ideias:

Pátria minha – Vinicius de Moraes

A minha pátria é como se não fosse, é íntima
Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo
É minha pátria. Por isso, no exílio
Assistindo dormir meu filho
Choro de saudades de minha pátria.

Se me perguntarem o que é a minha pátria direi:
Não sei. De fato, não sei
Como, por que e quando a minha pátria
Mas sei que a minha pátria é a luz, o sal e a água
Que elaboram e liquefazem a minha mágoa
Em longas lágrimas amargas.

Vontade de beijar os olhos de minha pátria
De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos…
Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) tão feias
De minha pátria, de minha pátria sem sapatos
E sem meias pátria minha
Tão pobrinha!

Porque te amo tanto, pátria minha, eu que não tenho
Pátria, eu semente que nasci do vento
Eu que não vou e não venho, eu que permaneço
Em contato com a dor do tempo, eu elemento
De ligação entre a ação e o pensamento
Eu fio invisível no espaço de todo adeus
Eu, o sem Deus!

Tenho-te no entanto em mim como um gemido
De flor; tenho-te como um amor morrido
A quem se jurou; tenho-te como uma fé
Sem dogma; tenho-te em tudo em que não me sinto a jeito
Nesta sala estrangeira com lareira
E sem pé-direito.

Ah, pátria minha, lembra-me uma noite no Maine, Nova Inglaterra
Quando tudo passou a ser infinito e nada terra
E eu vi alfa e beta de Centauro escalarem o monte até o céu
Muitos me surpreenderam parado no campo sem luz
À espera de ver surgir a Cruz do Sul
Que eu sabia, mas amanheceu…

Fonte de mel, bicho triste, pátria minha
Amada, idolatrada, salve, salve!
Que mais doce esperança acorrentada
O não poder dizer-te: aguarda…
Não tardo!

Quero rever-te, pátria minha, e para
Rever-te me esqueci de tudo
Fui cego, estropiado, surdo, mudo
Vi minha humilde morte cara a cara
Rasguei poemas, mulheres, horizontes
Fiquei simples, sem fontes.

Pátria minha… A minha pátria não é florão, nem ostenta
Lábaro não; a minha pátria é desolação
De caminhos, a minha pátria é terra sedenta
E praia branca; a minha pátria é o grande rio secular
Que bebe nuvem, come terra
E urina mar.

Mais do que a mais garrida a minha pátria tem
Uma quentura, um querer bem, um bem
Um libertas quae sera tamem
Que um dia traduzi num exame escrito:
“Liberta que serás também”
E repito!

Ponho no vento o ouvido e escuto a brisa
Que brinca em teus cabelos e te alisa
Pátria minha, e perfuma o teu chão…
Que vontade de adormecer-me
Entre teus doces montes, pátria minha
Atento à fome em tuas entranhas
E ao batuque em teu coração.

Não te direi o nome, pátria minha
Teu nome é pátria amada, é patriazinha
Não rima com mãe gentil
Vives em mim como uma filha, que és
Uma ilha de ternura: a Ilha
Brasil, talvez.

Agora chamarei a amiga cotovia
E pedirei que peça ao rouxinol do dia
Que peça ao sabiá
Para levar-te presto este avigrama:
“Pátria minha, saudades de quem te ama…
Vinicius de Moraes.”

Marisa Monte - Feitio de oração (Noel Rosa)