O Globo
O ano de 2021 foi salvo única e
exclusivamente pela vacina. Foi ela, chegando finalmente e contra todas as
ações possíveis por parte do governo federal, que nos salvou não só do vírus,
mas de um acometimento ainda mais grave do mal que é Jair Bolsonaro.
Devemos à vacina, de sua elaboração em
tempo recorde à tão esperada aplicação, aos fabricantes, aos cientistas, ao
Butantan, aos governadores — e aí sobretudo ao de São Paulo, João Doria, é
preciso dar a César o que é de César —, aos senadores da CPI da Covid e à
imprensa. Sem esse consórcio atuando em desafio à disposição permanente de
Bolsonaro e de seus ministros em melar a imunização, sabe-se lá a que número de
mortos poderíamos ter chegado.
Mas eis que, mesmo diante da constatação
óbvia até para terraplanistas irrecuperáveis, Bolsonaro segue barbarizando e
espalhando sandices a respeito da imunização contra a Covid-19.
Cheguei a conferir se era a conta mesmo do presidente da República, e não a de um fake, que postara, em resposta a um post do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, que tratava de ferrovias (!), um comentário de um anônimo chamando as vacinas de “porcarias”. Não era um fake. Era Bolsonaro. Claro que era Bolsonaro.