Bolsonaro vira alvo preferencial e aposta na web
Bruno Goes, Cristiane Jungblut, Maria Lima, Silvia Amorim, Dimitrius Dantas e Jussara Soares | O Globo
BRASÍLIA, SÃO PAULO E PORTO ALEGRE - Alvo de ataques de Ciro Gomes, Geraldo Alckmin e Henrique Meirelles, Jair Bolsonaro disse que é “o candidato a ser batido”. Líder nas pesquisas de intenção de voto nos cenários sem o ex-presidente Lula (PT), Jair Bolsonaro (PSL) entrou na mira de seus adversários, que passaram a disparar ataques nas redes sociais, em peças publicitárias e em entrevistas. Como resposta, a equipe do ex-capitão já traçou uma estratégia, baseada em ação de militantes no WhatsApp.
A campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) divulgou ontem um vídeo com o mote “não é na bala que se resolve”, em referência à agenda de Bolsonaro pró-armamento. Ao longo de um minuto, a propaganda mostra um projétil destruindo, em câmera lenta, objetos que representam problemas do país. Depois, quando o alvo é uma criança, a bala some com a frase “não é na bala que se resolve”.
O vídeo usa a mesma ideia de uma peça publicitária criada pela agência AMV/BBDO, de Londres, para uma rádio local em 2007. Chamado “Kill the gun” ( “Acabe com as armas”), o filme mostra uma bala atravessando a tela e quebrando, também em câmera lenta e ao som da mesma música clássica, um ovo, um copo de leite, uma pote de ketchup, uma maçã e um melão com a mesma ideia final e um slogan da campanha contra violência patrocinada pela rádio Choice FM. Esse vídeo é o primeiro de um arsenal de 434 inserções disponíveis para a campanha de Alckmin. Os candidatos Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT) também passaram a citar diretamente Bolsonaro em suas falas.
“NO PLANALTO OU NA PRAIA”
No quartel-general da campanha de Bolsonaro há a ideia de que ele não deverá responder à ofensiva em seus canais na internet. A campanha entregará à militância, mobilizada em grupos de WhatsApp, o papel de inundar as redes sociais dos demais candidatos cada a defesa do presidenciável. O contra-ataque pessoal de Bolsonaro esse tipo de ataque só devem vir em declarações à imprensa, quando provocado em entrevistas ao longo da campanha.
Questionado pelo GLOBO por que era alvo, Bolsonaro parou no meio da rua, em frente à Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, e respondeu:
— Porque eu sou um candidato a ser batido por eles. Não tenho televisão, não tenho fundo partidário, tenho o povo comigo, vou seguir minha trajetória. Vou continuar fazendo o que fiz até agora, tendo a verdade ao meu lado e, com a verdade, ganhando a simpatia popular. Só tenha certeza de uma coisa: em janeiro, ou estou no Planalto ou na praia.