O
coronavírus é o grande beneficiário dessa falta de coordenação entre os entes
federativos na definição de políticas públicas
Os governadores de São Paulo e Rio de Janeiro e os prefeitos das respectivas capitais – mas não só eles – demonstraram há poucos dias uma perigosa dissonância quanto às medidas a serem adotadas em nível estadual e municipal para conter o vertiginoso crescimento dos casos e mortes por covid-19.
O
coronavírus é o grande beneficiário dessa falta de coordenação entre os entes
federativos na definição de políticas públicas locais com o objetivo de frear a
disseminação descontrolada do patógeno. O desencontro de ações governamentais é
especialmente grave no momento em que o País atravessa a fase mais dramática da
pandemia, com hospitais à beira do colapso, falta de insumos básicos para um
bom atendimento médico e predomínio de contaminação por uma cepa mais
contagiosa. O resultado é uma média móvel de mortes diárias por covid-19
superior a 2 mil.
No Estado de São Paulo, são 483 mortos por dia, em média. No Rio de Janeiro, 121. Os atuais patamares de média móvel de mortes diárias representam crescimentos de 62% e 31%, respectivamente, em relação à semana anterior. Ou seja, o momento impõe soma de esforços. Sem o acerto entre o governador paulista, João Doria, e o prefeito da capital, Bruno Covas, a tendência é de piora, não de melhora dos indicadores. O mesmo pode ser dito sobre as diferenças entre o governador fluminense, Cláudio Castro, e o prefeito do Rio, Eduardo Paes.