Givaldo Siqueira
Infelizmente não pude expor mais cedo, para todos, minhas opiniões sobre essa questão da sucessão. Aproveito, então, a opotunidade para expor os meus argumentos.
Mas, logo, de saída, é importante reiterar que não é da natureza do nosso partido, já que nos pretendemos vanguarda, contemplar, esperar, pois, ao contrário do que diz o provérbio, quem espera nunca alcança, para alcançar é necessário ir buscar.
Ao contrário do que proclamam os contemplativos, "quem sabe faz a hora", já o disse bastante bem o Vandré, . A atividade é nosso motor e não a passividade. Somos (ou deveríamos ser) um partido de ação política!
O processo sucessório está em pleno curso e, em política, quem foge do processo político real e em curso, fica na "boca de espera" ou tenta inventar um outro, apenas se aliena, na melhor das hipóteses. Essa história de esperar que os outros decidam para só então nos definirmos é de pasmar. Não se trata de uma decisão da economia interna deste ou daquele partido, mas da escolha de um candidato de um campo, no qual estamos, e que precisa, por outro lado, envolver a sociedade, pois estamos falando de um candidato à Presidência da República.
Como então não nos envolvermos, desde logo, deixarmos correr?
De fato, isso nada tem a ver com a nossa tradição, nem com cuidados necessários e outras "cositas más" (não devemos, por outro lado, dar atenção aos que pretendem substitutir a política pela forra e pelo rancor, pela mesquinharia, derivados de expectativas contrariadas). E se fala, para embasar essa barbaridade, em "nossas tradições"... Parece que não conhecem nossas tradições!
Falemos então de nossas verdadeiras tradições. E, para não irmos muito longe, recordemos como nos comportamos nas sucessões anteriores, sob a vigência da nova Constituição.
Por acaso, em algum momento, ficamos esperando, concentrados na elaboração de propostas e programas, deixando andar para ver como ficaria? Não, nada disso. Independentemente do acerto ou não das escolhas, nunca ficamos na expectativa.
Para a sucessão de 1989, logo de cara, lançamos Roberto Freire; para a de 1994, muito "tempranamente", costuramos a aliança com Lula e Arraes; para a de 1998, do mesmo modo, abrimos o processo com a candidatura de Ciro, o que repetimos para a de 2002; e novamente o fizemos para a de 2006, com a candidatura de Roberto Freire.
Essa é a nossa tradição. Foi a nossa incapacidade de sustentar a candidatura de Freire (por causa de muitos "ismos") que nos levou para o apoio a Alkimin, com o jogo já feito, e com as consequências conhecidas, como alguns parecem querer repetir agora.
Mas, no passado, antes da ditadura militar, também o fizemos. Para a sucessão de 1954, tentamos lançar Oswaldo Aranha, que não quiz, sucessivamente tentamos o mesmo com Estilac Leal e Jango, que também declinaram. Então, a partir desse esforço e por ele revigorados apoiamos JK.
Para a sucessão de 1960, até para atalhar manobras dos aliados, e porque o considerávamos o mais consequente, lançamos Lott, já em 1959, e que terminou por se impor à frente de então.
Durante a ditadura também não ficamos esperando. Quando ainda não se tinham suprimido as eleições diretas para a Presidência, participamos da estruturação da Frente Ampla, reunindo JK, Jango e Lacerda, e em torno à candidatura de JK.
Mesmo com eleições indiretas, aproveitamos a brecha, saimos na frente, e assim participamos do lançamento da candidatrua do general Euler Bentes, para aguçar contradições na ditadura, e, depois, das anticandidaturas de Ulisses-Barbosa Lima.
De novo, essa é a nossa tradição!
Mas temos também outras experiências, as de tentarmos, por exemplo, ignorar o processo político real e, no caso, por puro sectarismo, subjetivismo e preconceito, tentar substituí-lo por outro. Em 1964, já estava em curso o processo sucessório e nós, ao invés de o impulsionarmos, inclusive com o lançamento de uma candidatura ou apoiando a de JK, recusamo-nos e enveredamos pelos caminhos golpistas, com os resultados conhecidos.
Hoje, as cartas estão mais ou menos distribuídas e o jogo se fazendo. Como participar do mesmo? Ficar de fora, peruando? Ora, peru de fora não se manifesta.
E temos diversas tarefas a resolver, que dependem de definições bem precisas, como montar nossas candidaturas proporcionais e majoritárias e nossas alianças estaduais para 2010.
Não devemos permitir que se fatie o processo sucessório, submetendo-o à lógica dos particularismos estaduais, ou alguém duvida que nessas alturas já está em andamento, em alguns Estados, a construção dessa ou daquela aliança? Alguém pensa seriamente que montaremos chapas competitivas propocionais e/ou majoritárias, para 2.010, com as palavras de ordem "espera" ou "ainda não sei", "quem sabe"? "Venha participar da elaboração e discussão de nosso programa".
Por favor!
Esse caminho é absurdo.
Quais são então as alternativas?
1) Rever nossa posição e retornar ao campo governamental, através dessa ou daquela variante, como alguns pretendem, com todo o direito. Mas devem proclamá-lo, com toda a transparência. De qualquer maneira, teríamos também de escolher uma candidatura (do PT, do PMDB ou do PSB) ou deixar aos caprichos de Lula, como parece ocorrer (mas só parece) no PT?
2) Reafirmarmos o campo oposicionista como o nosso, o que, aliás, já fizemos.
Infelizmente não pude expor mais cedo, para todos, minhas opiniões sobre essa questão da sucessão. Aproveito, então, a opotunidade para expor os meus argumentos.
Mas, logo, de saída, é importante reiterar que não é da natureza do nosso partido, já que nos pretendemos vanguarda, contemplar, esperar, pois, ao contrário do que diz o provérbio, quem espera nunca alcança, para alcançar é necessário ir buscar.
Ao contrário do que proclamam os contemplativos, "quem sabe faz a hora", já o disse bastante bem o Vandré, . A atividade é nosso motor e não a passividade. Somos (ou deveríamos ser) um partido de ação política!
O processo sucessório está em pleno curso e, em política, quem foge do processo político real e em curso, fica na "boca de espera" ou tenta inventar um outro, apenas se aliena, na melhor das hipóteses. Essa história de esperar que os outros decidam para só então nos definirmos é de pasmar. Não se trata de uma decisão da economia interna deste ou daquele partido, mas da escolha de um candidato de um campo, no qual estamos, e que precisa, por outro lado, envolver a sociedade, pois estamos falando de um candidato à Presidência da República.
Como então não nos envolvermos, desde logo, deixarmos correr?
De fato, isso nada tem a ver com a nossa tradição, nem com cuidados necessários e outras "cositas más" (não devemos, por outro lado, dar atenção aos que pretendem substitutir a política pela forra e pelo rancor, pela mesquinharia, derivados de expectativas contrariadas). E se fala, para embasar essa barbaridade, em "nossas tradições"... Parece que não conhecem nossas tradições!
Falemos então de nossas verdadeiras tradições. E, para não irmos muito longe, recordemos como nos comportamos nas sucessões anteriores, sob a vigência da nova Constituição.
Por acaso, em algum momento, ficamos esperando, concentrados na elaboração de propostas e programas, deixando andar para ver como ficaria? Não, nada disso. Independentemente do acerto ou não das escolhas, nunca ficamos na expectativa.
Para a sucessão de 1989, logo de cara, lançamos Roberto Freire; para a de 1994, muito "tempranamente", costuramos a aliança com Lula e Arraes; para a de 1998, do mesmo modo, abrimos o processo com a candidatura de Ciro, o que repetimos para a de 2002; e novamente o fizemos para a de 2006, com a candidatura de Roberto Freire.
Essa é a nossa tradição. Foi a nossa incapacidade de sustentar a candidatura de Freire (por causa de muitos "ismos") que nos levou para o apoio a Alkimin, com o jogo já feito, e com as consequências conhecidas, como alguns parecem querer repetir agora.
Mas, no passado, antes da ditadura militar, também o fizemos. Para a sucessão de 1954, tentamos lançar Oswaldo Aranha, que não quiz, sucessivamente tentamos o mesmo com Estilac Leal e Jango, que também declinaram. Então, a partir desse esforço e por ele revigorados apoiamos JK.
Para a sucessão de 1960, até para atalhar manobras dos aliados, e porque o considerávamos o mais consequente, lançamos Lott, já em 1959, e que terminou por se impor à frente de então.
Durante a ditadura também não ficamos esperando. Quando ainda não se tinham suprimido as eleições diretas para a Presidência, participamos da estruturação da Frente Ampla, reunindo JK, Jango e Lacerda, e em torno à candidatura de JK.
Mesmo com eleições indiretas, aproveitamos a brecha, saimos na frente, e assim participamos do lançamento da candidatrua do general Euler Bentes, para aguçar contradições na ditadura, e, depois, das anticandidaturas de Ulisses-Barbosa Lima.
De novo, essa é a nossa tradição!
Mas temos também outras experiências, as de tentarmos, por exemplo, ignorar o processo político real e, no caso, por puro sectarismo, subjetivismo e preconceito, tentar substituí-lo por outro. Em 1964, já estava em curso o processo sucessório e nós, ao invés de o impulsionarmos, inclusive com o lançamento de uma candidatura ou apoiando a de JK, recusamo-nos e enveredamos pelos caminhos golpistas, com os resultados conhecidos.
Hoje, as cartas estão mais ou menos distribuídas e o jogo se fazendo. Como participar do mesmo? Ficar de fora, peruando? Ora, peru de fora não se manifesta.
E temos diversas tarefas a resolver, que dependem de definições bem precisas, como montar nossas candidaturas proporcionais e majoritárias e nossas alianças estaduais para 2010.
Não devemos permitir que se fatie o processo sucessório, submetendo-o à lógica dos particularismos estaduais, ou alguém duvida que nessas alturas já está em andamento, em alguns Estados, a construção dessa ou daquela aliança? Alguém pensa seriamente que montaremos chapas competitivas propocionais e/ou majoritárias, para 2.010, com as palavras de ordem "espera" ou "ainda não sei", "quem sabe"? "Venha participar da elaboração e discussão de nosso programa".
Por favor!
Esse caminho é absurdo.
Quais são então as alternativas?
1) Rever nossa posição e retornar ao campo governamental, através dessa ou daquela variante, como alguns pretendem, com todo o direito. Mas devem proclamá-lo, com toda a transparência. De qualquer maneira, teríamos também de escolher uma candidatura (do PT, do PMDB ou do PSB) ou deixar aos caprichos de Lula, como parece ocorrer (mas só parece) no PT?
2) Reafirmarmos o campo oposicionista como o nosso, o que, aliás, já fizemos.
Mas isso não basta.
No campo oposicionista, erguem-se duas pré-candidaturas, a de Aécio e a de Serra.
Podemos, é claro, pretender uma terceira, pensar em candidatura própria. Mas não creio que seja o caso, como não será fazer de nosso apoio moeda de troca: "nós te apoiaremos à presidência se você nos apoiar em tal ou qual lugar, me der isso ou aquilo" ,etc.
Há todo um esforço, ainda que bem diferenciado, de Lula, do PMDB e do PSB sobre Aécio.
O de Lula pretendendo atraí-lo para o seu campo, com promessas de varias piscinas, o que parece muito improvável dar certo. Como o pato, Aécio não é de acreditar nisso e nem vai nessa de piscina.
Mas há outro plano, o de se convencer Aécio a se candidatar pelo PMDB, o que dividiria as oposições, ampliando a área de manobra e as chances do PT e de Lula. Essa chapa seria, por outro lado, muito forte, sobretudo se contasse com o PSB (Ciro, na vice), mas não seria de oposição.E teria a fraqueza de ser carimbada como de trânsfugas e carreiristas, políticos que mudam de partido apenas para realizar suas ambições pessoais. Não acredito que Aécio se deixe encantar, ele ainda tem bem presente o que ocorreu com Tancredo quando, apesar de toda a sua expewriência, caiu na armadilha do Partido Popular, já que o seu partido nã poderia ser o mesmo de Arraes... Agora, o partido de Aécio não poderia ser o mesmo de Serra!
E, por fim, desenvolvem-se as manobras do "pós-lulismo" e do PSB e de Ciro, tendo como um de seus impulsionadores Márcio Lacerda, em favor de uma chapa PSDB-PSB. Ela seria composta por Aécio e Ciro (e teria a simpatia e o esforço explícitos de Tasso Jereissati) ou por Aécio e Eduardo Campos. Tentam apresentá=la como de centro-esquerda, em oposição à outra que seria de centro-direita, isto é, do PSDB-DEM, em torno a Serra. É verdade, seria uma chapa forte e que não se pode ser descartar, assim sem mais nem menos, mas ela dependeria da vitória de Aécio dentro do PSDB. De outro lado, mesmo se proclamando "pós-lulista", não seria de oposição, responderia pela tradicional política de conciliação de nossas classes dominantes, sobretudoi mineiras, coisas do "velho pessedismo".
Nós podemos optar (porque não? pela candidatura de Aécio, desde que seja pelo PSDB e pela oposição, no seu conjunto, i.e., como uma clara alternativa democrática e reformista ao quadro atual. E é claro que apoiaríamos quaisquer esforços para mantê-la aberta a apoios mais amplos, contudo opondo-nos à conciliação. Não há, em relação a Aécio, nada que nos impeça de apoiá-lo, como aliás o fazemos em Minas. Todavia em qualquer hipótese também deveríamos fazê-lo imediatamente ou vamos ficar assistindo inertes o desenvolvimento de todas as manobras e pressões? Vamos ficar na retaguarda sem meter nossa colher? Que elementos de nossa política e de nossas proposições comporiam, então, a plataforma e a aliança? Que peso teriam?
A outra alternativa é o apoio imediato a Serra já claramente colocado como candidato oposicionista e sem tergiversações. Trata-se de uma candidatura bastante forte e com ampla possibilidade de vitória. Serra é nosso aliado desde 1961 e nunca pretendeu nossa subordinação. Bem diversamente do que apregoam alguns, sempre, entre as forças democráticas e reformistas, situou-se à esquerda (seria bastante analisar seus atos e trajetória e nomear os principais quadros com os quais sempre fez e faz política). Opôs-se aos elementos monetaristas presentes na política econômico-financeira de FHC e que permanecem no governo Lula. Tem bastante experiência, talento e criatividade, o que é fundamental numa situação de crise. Sua plataforma é claramente reformista e desenvolvimentista, democrática. Seu projeto para o Brasil não é diverso do nosso, mas convergente. É uma candidatura com ampla possibilidade de aglutinação e de mudança.
Eis, na minha opinião, o que devemos fazer, e imediatamente, como vanguarda, atuando ativamente para fortalecer essa candidatura no PSDB (Serra e Aécio, por exemplo, formariam uma chapa muito poderosa e que golpearia todos os manobreiros que pretendem dividir a oposição), nas formações políticas e na sociedade, esforçando-nos para ampliar seus apoios, e lutando no interior da aliança para influir com nossas posições e propostas e para ocupar posições. Isso não ocorrerá por espritismo!.
Ninguém vai avançar parado.