Combate à dengue exige mais de governos e cidadãos
O Globo
Todos sabem o que precisa ser feito para
evitar epidemia maior — atacar os focos do mosquito
O Brasil já registra neste início de ano 1,3
milhão de casos de dengue e
329 mortes (outras 767 estão em investigação). Ao menos nove unidades da
Federação apresentam incidência de mais de 300 casos por 100 mil habitantes,
situação que, de acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas),
configura uma epidemia. O cenário mais preocupante ocorre no Distrito Federal,
com 4.276 infecções por 100 mil. Esses números expõem a incapacidade de
governos e da própria sociedade de lidar com uma doença que, diferentemente da
Covid-19, reaparece como uma velha conhecida.
Governo federal, estados, municípios e a população sabem — ou deveriam saber — o que fazer para evitá-la, uma vez que surtos e epidemias são recorrentes. É preciso combater os focos do mosquito transmissor, o Aedes aegypti (em 75% dos casos, ele está dentro das próprias residências), tapar caixas-d’água, recolher objetos que acumulam água parada, remover lixo, limpar os pratos dos vasos de plantas etc. Sabe-se tudo isso — mas nem todos fazem.