O Globo
É um absurdo que um presidente da República
diga a um grupo religioso que vai levar o país para onde eles quiserem. Fossem
de qualquer religião, Bolsonaro não poderia assumir esse compromisso, como fez
com os evangélicos. Não estamos num governo teocrático, nem num país que se
submete a qualquer religião. É um absurdo duplo: campanha eleitoral e
declaração pública de que o governo está à disposição de um grupo religioso em
troca de votos. Um retrocesso terrível para o país.
O presidente Bolsonaro usa até mesmo ardis políticos para tentar enganar os
evangélicos, quando se apresenta uma situação em que seus interesses pessoais
ou políticos colidem com os deles. É o caso do projeto de aprovação do jogo no
Brasil. Apesar de afirmar aos evangélicos que vai vetá-lo, o projeto é de
interesse de sua família. Seu filho Flavio já esteve nos Estados Unidos para
reuniões com grandes financiadores dos jogos de azar.