- Valor Econômico
Pesquisa mostra espaço para reforma da Previdência
A adesão do PSL à candidatura de Rodrigo Maia provocou uma reacomodação das forças partidárias que trabalham para mantê-lo na presidência da Câmara dos Deputados por mais dois anos, elevando a possibilidade de a disputa ser definida apenas no segundo turno. Mas é o Senado Federal, hoje, que representa o maior desafio para os articuladores políticos do governo Jair Bolsonaro. Civis e militares.
A duas semanas do retorno do Legislativo aos trabalhos, o Palácio do Planalto ainda não sabe o tamanho real de sua base no Congresso, não tem uma proposta fechada de reforma da Previdência e tampouco auscultou a receptividade que ela terá entre senadores e deputados.
Na Câmara dos Deputados, o PSL terá uma bancada forte e, ao anunciar apoio a Maia, garantirá o terreno necessário para influenciar os rumos da Casa. O Senado, porém, enfrentou uma forte renovação na eleição de outubro, estará fragmentado com 22 partidos representados e o PSL não terá o mesmo peso.
Alguns prognósticos, no entanto, podem ser extraídos de uma pesquisa da XP Investimentos feita entre 20 de novembro e 4 de dezembro. "Há uma percepção sobre a necessidade de que haja reforma. Mas, quando vai se discutir os detalhes, como idade mínima, começam as divergências", resume Victor Scalet, analista político da XP.
De acordo com o levantamento, entre os deputados que integrarão a Câmara a partir de fevereiro, 79% dizem ser necessário reformar a Previdência, ante 16% que discordam. Entre os futuros senadores, 73% acreditam ser preciso e 20% defendem o oposto.
Dos deputados que assumirão o cargo, 31% estão certos de que uma proposta de emenda constitucional sobre o tema será aprovada ainda em 2019 e outros 37% consideram esse cenário provável. No Senado, essas projeções sobem para 33% e 47%, respectivamente. Ou seja, a própria oposição acredita que haverá uma reforma previdenciária com mudança da Constituição, o que alcançaria o funcionalismo público.