Blog do Noblat / Metrópoles
Ainda faltam 14
tumultuados meses para a eleição de 2022, e tudo pode acontecer, inclusive nada
É um coquetel
mortífero. Misture insônia crônica com remédios para males próprios da idade,
medo de morrer ou de ser morto, receio que um ou mais dos seus filhos seja
preso de repente, perfeita inadequação ao cargo e que ninguém que o conhece há
muito tempo imaginou que fosse capaz de ocupar um dia.
Adicione a
memória dos erros cometidos ao longo de uma epidemia que matou mais de 579 mil
pessoas, inflação em disparada, desemprego em alta, apagão de energia devido à
falta de chuva, e o fantasma de uma possível derrota eleitoral próxima.
Resultado: um presidente da República em surto.
Jair
Bolsonaro é um fio desencapado que ocasiona curtos circuitos e faíscas
e pode produzir pequenos ou grandes incêndios. Na maioria das vezes, os produz
deliberadamente, como esse marcado por ele para o dia 7 de setembro com o
propósito de agravar a crise institucional que o país atravessa por sua inteira
culpa.
Quando a palavra impeachment não era tão popular como é hoje, a teoria política ensinava que o governante tinha três alternativas: conciliar, renunciar ou ser deposto. Tradução literal: ou acaba derrubado, ou cai fora espontaneamente, ou enfia o rabo entre as pernas e vai tocando da melhor maneira que pode.